Got My Heart In Your Hands escrita por Julia


Capítulo 105
As máscaras caem


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo pra vocês. Devido as novas regras de postagem - pra quem não sabe, está proibido novas histórias sobre bandas, e a categoria será trancada dia 31 de dezembro. Até lá, podemos continuar postando a história e receber comentários, reviews e etc, mas às 23h59 não poderemos mais, e então, vamos ter que migrar para outro site, mas avisarei vocês para que continuem nos acompanhando -, vamos acabar a fic no capítulo 205, ou seja, no dia 30 de dezembro. Vai ser uma fic muito grande, e com certeza a melhor que já escrevi. Nunca me senti tão bem ao escrever uma história sobre meus meninos. É uma pena que agora toda essa fantasia vai acabar, mas calma... Terá a segunda temporada, exatamente, SEGUNDA TEMPORADA de Got My Heart In Your Hands, ok? Fiquem ligados. Tenham uma ótima leitura :D



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POV - Pierre

Sexta-feira, 21 de Setembro de 2012 - 6:00 a.m.

Acordei às seis da manhã tendo alguns pesadelos. Aqueles mesmos pesadelos que David tinha com Nemours. Eu já estava ficando atordoado com tudo aquilo, e mal me alimentava. Meus pais perceberam a minha aparência cansada e abatida. Tentei confortá-los dizendo que nada havia acontecido pelo telefone, mas meus pais me conhecem muito bem e sabiam que algo estava a acontecer. Não quis contar sobre a vida que Jonathan estava levando com Sarah, pois isso iria preocupá-los demais, e eu não queria deixá-los assim. Portanto, pensei em resolver as coisas sozinho e do meu jeito. Aliás, com o David. Mas ele ainda estava estranho comigo. Não me deu beijo de boa noite como costumava fazer, não falou comigo e não olhou nos meus olhos. Eu senti um ar de tristeza nele quando meu pai perguntou se eu estava apaixonado por Sarah. Réal Bouvier, por que foi perguntar essas coisas? Eu estava tão bem... Mas não vou culpá-lo, quem sou eu para fazer isso? Apenas um músico que agora aprendeu a se sustentar somente com o dinheiro dos shows e discos vendidos. Já ganhamos dois discos de platina por causa do nosso single, Summer Paradise, e isso tem sido o meu maior orgulho. O terceiro orgulho. O primeiro foi ter conhecido o David, e o segundo foi ter a Lennon como minha filha. Sabe quando você sente que mesmo não sendo o pai verdadeiro, a criança faz parte da sua vida como se fosse a tal? É assim que me sinto. Lennon é uma das únicas coisas que deixam a minha vida mais bela, pois saberei que quando eu estiver triste, poderei pegá-la no colo e enchê-la de mimos e beijos. Mas agora tenho que mantê-la afastada de mim, pois estou com gripe. Acabei tomando chuva no caminho de volta para casa na noite de ontem. A chuva voltou à tona, e o frio de Montreal veio nos cumprimentar outra vez. Só que eu não estava dando muita importância para a minha gripe, e sim para David, que me olhava triste, querendo chorar. Não acredito que ele realmente acreditou que eu estivesse apaixonado por Sarah. Agora eu preciso resolver essa história de uma vez por todas, mas sem acordá-lo, claro. Que droga, acordei cedo demais, mas o que eu faço com essa maldita insônia que agora me invade todas as noites? Eu sou estúpido por não conseguir dormir devido a uma mulher que não merece nem um pouco de minha preocupação? E de fato, eu não estava preocupado com ela, mas com Melanie. E com o David. Eu preciso resolver essa história, então decidi acordá-lo.

─ David. - Coloquei uma de minhas mãos em seu ombro e o chacoalhei.

─ Hm? - Ele mal conseguia abrir os olhos.

Mas que idéia a sua, hein, Pierre? Vai acordar o amor da sua vida assim, sem mais nem menos... O que esperava que acontecesse? Que ele acordasse e olhasse sorridente para a sua cara, às seis e quinze da manhã? Que idiotice! Mas agora já estava feito.

─ Acorda. - Insisti.

─ O que você quer? - Ele perguntou com grosseria e me olhou com reprovação. Logo notei que ele ainda estava magoado, e isso cortou ainda mais o meu coração.

─ Eu quero que o amor da minha vida cuide de mim, pois estou doente. - Respondi em um tom de voz manhoso e olhei para ele de forma infantil, formando um bico nos lábios. Quem sabe assim o coração dele amolecia.

─ Ah, Pierre, você me acordou só para cuidar de você? Toma um remédio que passa. - É, parece que não deu certo, pois ele me respondeu muito grosso.

─ Está bem. - Pensei em dizer “é assim que você me trata?”, mas preferi ficar quieto, pois se eu me manifestasse, poderia deixá-lo pior.

Fui até a cozinha e preparei o meu café, e me peguei pensando em David e no modo que ele havia me tratado. Durante esses pensamentos, acabei deixando com que uma lágrima escorresse pelo meu rosto, molhando o meu pescoço em seguida... Eu também estava magoado, não esperava que ele fosse me tratar assim.

Tomei um gole do meu café de uma só vez, e voltei ao quarto. Sentei-me na cama e minha cabeça latejava, então eu capotei novamente. Mas o ruído em minha cabeça era ensurdecedor. Meu Deus, o que eu faço para deixar de ouvir essas vozes e ter esses pesadelos? E o que faço pra ter o David - o meu David - de volta pra mim?

De repente, David acordou. Ai meu Deus, ele acordou! Levantou cambaleando e foi até a cozinha, também preparando o seu café. Fiquei apenas observando o jeito que ele andava - mentira, fiquei reparando a bunda dele -, era tão lindo. Suspirei pesadamente, a fim de conter a raiva que ele havia me feito passar a poucos minutos atrás, e voltei a observá-lo. Seus olhos mal paravam abertos, pelo que pude observar de longe, e ele ainda tinha que tomar banho e se arrumar. Pra que, David? Toma banho mais tarde... Ok, eu não podia dizer isso, pois ele sempre teve o costume de levantar e tomar banho, seja qualquer horário. Até as três da manhã ele toma a sua ducha. É um cheirosinho mesmo.

O vi esfregando os olhos na tentativa de acordar. Ele encostou-se a pia da cozinha e bebeu um gole do café, também de uma só vez... Incrível isso, pois ele sempre foi lerdo pra tomar café. Ficava assoprando o tempo todo e bebia lentamente, quando ficava um pouco mais frio. Mas dessa vez, algo estranho estava por sua cabeça, e eu pude sentir isso. Ele ali, encostado na pia da cozinha, tomando o seu café e com uma carinha de sono e de anjo, respirando leve e com uma expressão infantil no rosto... Ah, como alguém pode ser tão lindo? Só dava mais vontade de abraçá-lo, enchê-lo de beijos e voltar para a nossa cama, o nosso ninho de amor. Mas eu não ia passar vontade, e então me levantei, pois não consegui resistir.

Caminhei em direção à cozinha e o abracei por trás. Pude sentir o sorriso de David... Mesmo ele estando de costas para mim, eu sabia que ele estava sorrindo. Afaguei o seu cabelo com uma das mãos... Que cabelo macio! Qual o shampoo que ele usa? Ah, é brincadeira, eu sei o shampoo que ele usa.

─ Amor... - Disse na tentativa de convencê-lo que eu amo só ele. Está escrito em minha testa.

─ Oi, Pierre. - Ele me respondeu em um sorriso. Sorriso? Ele estava sorrindo para mim? Ai meu Deus. Eu posso gritar e pular? Não ainda? Ok, vou me controlar e fazer as coisas direitinho. Afinal, não se pode comemorar antes do tempo.

─ Você ficou triste com alguma coisa?

─ Não. - Ele abaixou a cabeça quando me respondeu. Pude ver que ele estava triste sim, mas negou para não me deixar preocupado. Tenho certeza.

─ Fala, Dave. - Ele vai falar que odeia esse apelido. Quer apostar? E vai ficar todo bravo.

─ Para, Pierre. Eu já disse que odeio esse apelido e você ainda me chama assim por quê?! - Não falei? Ai, ele fica todo lindo bravo. Vontade morder.

─ Amor, eu só quero que fale comigo outra vez. O que houve, uhn? O que está passando nessa sua cabecinha e no seu coração? - Indaguei novamente em um tom de voz manhoso. Espero que agora eu consiga convencê-lo.

─ Eu fiquei bravo quando seu pai perguntou se você era apaixonado pela Sarah. - Ele engoliu seco.

─ E você realmente acreditou nessa mentira? Por favor, David. - Virei de costas e cruzei meus braços, bufando.

─ Me desculpa, Pierre. - Percebi uma tristeza em sua voz, e sorri docemente, mas sem que ele visse.

─ Escuta... Eu que fui estúpido, ok? Aliás, eu sempre sou. Só faço coisa errada. Sou eu quem mais te magoa, sou eu quem te deixa triste, sou eu quem diz coisas horríveis, sou eu que faço tudo dar errado... Mas quero que saiba que a única coisa que eu fiz certo em minha vida foi ter me apaixonado por você. - Disse acariciando seu rosto com uma das mãos logo que me virei de frente para ele.

Ele não me respondeu, apenas chorou e sorriu de forma boba, e em seguida me abraçou fortemente. Consegui fazer as pazes com o meu pequeno. Minha vontade era de apertá-lo, mas ele era muito frágil e muito neném para isso.

“Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade. É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.”

Peguei o papel que Sarah havia me entregado e o abri, lendo novamente a mensagem. Jonathan foi viajar e Melanie está num acampamento, podemos ficar despreocupados. Venha a hora que quiser, mas nada de gracinhas, eu sei que você me quer. Beijos, Sarah."

─ David, eu vou até a casa da Sarah. - Disse respirando fundo.

─ Você sabe o quanto eu odeio essa idéia, e o quanto pode ser perigoso.

─ Mas eu preciso desmascará-la. Você infelizmente não gravou nada quando derrubou a câmera, pois você derrubou quando ela estava falando coisas quentes, e acabou pegando só a parte do “Pierre”. - Falei a última frase em um tom estúpido.

─ Está bem, eu sei que errei. - Ele abaixou a cabeça... Não, David, não faz isso. Não fica assim.

─ Não se preocupe, está tudo bem. - Levantei o rosto dele e selei seus lábios, para em seguida me direcionar até a porta, enquanto o David foi tomar banho.

Caminhei até a garagem e girei a chave do meu carro para abri-lo, adentrando nele e ligando o mesmo logo em seguida. Saí de lá em disparada, mas tirei um pouco o pé do acelerador quando vi a polícia atrás de mim.

Minutos depois, cheguei à casa de Sarah e entrei, pois a porta estava aberta. Nem me importei em ser cedo, mas para a minha surpresa, ela estava acordada. Essa menina não dorme?

POV - Jonathan

Mudança de planos... Decidi voltar para casa com a minha filha, pois era um caso de urgência. O empregado da empresa onde eu trabalho morreu, e terei que substituí-lo, ou seja, necessito voltar para casa. Peguei o avião imediatamente, porque meu vôo era o próximo. Entreguei meu passaporte para uma das moças do aeroporto e fui para o meu assento. Sorte que eu não estava tão longe, então dentro de duas horas eu chegava em casa.

(...)

─ O que você quer, Sarah? - Perguntou Pierre.

─ Eu quero você, será que posso ter?

─ Não, e eu sinto muito por isso.

─ Se sentisse, viria correndo para os meus braços.

─ Não é tão simples quanto você pensa. Eu me apaixonei pelo David.

─ Por que foi se apaixonar por ele?

─ Não escolhemos por quem nos apaixonamos, Sarah.

─ Você tem razão. Se eu pudesse escolher, não me apaixonaria por você, mas o que eu posso fazer? Desde que te vi você passou a ser o meu primeiro e último pensamento.

Já estou a caminho de casa, depois de duas horas e meia de vôo, fora as caminhadas que tive que dar. Melanie adormeceu em meu colo, e assim que começou a chover, fui correndo para um quiosque. Liguei para o táxi e em dez minutos ele apareceu. Cheguei em casa rapidamente e entrei. Meu objetivo era tomar um banho, mas escutei a voz de Pierre vindo do quarto onde eu dormia com a Sarah. A porta estava fechada. Pensei em entrar, mas depois, achei melhor ficar só escutando a conversa e olhando pela fechadura.

─ Por que você quase matou a Avril? Aliás, você quis fazer isso com todos os meus amigos.

─ Eu quis matá-la porque ela estava muito próxima a ti. Precisava fazer alguma coisa para acabar com isso. Já disse que não consigo vê-lo com outra pessoa. Eu sempre desejei você.

─ E por que está enganando o Jonathan?

─ Para ficar ao seu lado, Pierre.

─ Você quer apenas o dinheiro dele?

─ Eu fico chateada de dizer isso a você, mas sim, eu estou com ele por isso. Mais mesmo para poder ficar ao seu lado.

─ E a Melanie? Ele sabe que é a filha da sua irmã e que você só a pegou para fingir que é filha de vocês? Você está dando um golpe nele.

─ Claro que ele não sabe. E eu não vou contar.

─ Mas uma hora ele vai ter que saber.

─ Você por acaso contou alguma coisa a ele?

─ Contei, mas ele confia demais em você. Está cego por causa de uma mulher que não vale nada.

─ Pierre, para de me ofender.

─ Mas não é verdade? Você já tentou me seduzir várias vezes, mas nunca caí nos seus joguinhos.

─ O dia em que te deixei nu na praia foi um truque.

─ Sim, eu lembro. Você se despiu, depois despiu a mim e jogou minhas roupas no mar. Aí quando o David chegou, você me beijou, e ficamos muito tempo sem se falar por causa dessa sua armação.

─ Eu já lhe disse, Pierre. É difícil te ver com ele. Eu estou apaixonada por você, e por isso me casei com o Jonathan. Eu não quero nada com o seu irmão, ele pra mim é um babaca.

Nisso, pude ver Sarah tirando a roupa para o meu irmão, e se esfregar nele. Pierre tentava impedi-la.

─ Sarah, me deixa em paz. Não engane mais meu irmão.

─ Mas eu quero você. Sempre senti atração por você.

Quando ela disse a última frase, entrei imediatamente no quarto. Ela estava de boquiaberta, e me olhou assustada.

─ Amor, foi o Pierre...

─ Cala a boca, sua cínica. Eu estava ouvindo toda a conversa. - Respondi com grosseria.

─ Jonathan, eu juro...

─ Vai jurar como, Sarah? Eu ouvi tudo. E por que pegou a filha da sua irmã para fingir ser minha? Você não tem vergonha nessa cara?

─ Eu pensei que seria a melhor forma.

─ Pensei que me amasse de verdade, mas você ama o Pierre, e aceitou se casar comigo para ficar perto dele apenas, sendo que eu realmente a amo.

─ Desculpe.

─ Tarde demais para se desculpar. Suma da minha vida agora! Mas não leve a Melanie.

Ela saiu do quarto e eu caí sobre meus joelhos. Pierre veio até mim, desligando um gravador que estava em suas mãos. Que esperteza, ele gravou toda a conversa.

─ Irmão, acalme-se. No fundo, eu estou feliz por você. Agora você acredita em mim? Ela não presta. Você só estava sendo enganado. E toma cuidado com o seu dinheiro.

─ Desculpa, eu estava realmente cego e não acreditei em você. Eu sei que você não é de mentir. Eu fui idiota demais.

─ Tudo bem, já passou. Eu vou mandar essa gravação para a polícia, pois ela disse que quis matar a Avril. Ela vai ser presa por tentativa de homicídio.

─ Boa idéia. Eu quero mais é que ela se f...

─ Que pague na mesma moeda tudo o que ela nos fez sofrer. - Ele completou após ver que eu ia falar palavrão.

─ Obrigado por tudo. - O abracei fortemente.

Finalmente tudo havia se acertado com o meu irmão, mas por dentro, eu estava sofrendo. Morrendo aos poucos. Mas ainda acho que Sarah vai planejar alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram do capítulo, deixem reviews. Faz bem ao coração das autoras. *-*



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