Got My Heart In Your Hands escrita por Julia


Capítulo 103
Até quando?




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POV: Pierre

Embora o dia estar ensolarado em Montreal, o meu dia não está tão lindo quanto as árvores lá fora, os raios de sol e nem aquele céu azul sem nenhuma nuvem. Meu dia poderia ser comparado com o inferno. Aliás, pode ser que o inferno esteja até melhor se levar em conta o que eu estou passando. Eu não consigo parar de pensar no Jonathan. Como alguém pode ser tão ingênuo a ponto de se casar com uma assassina?

Fui interrompido de meus pensamentos com a campainha tocando. Abri a porta e era Jonathan. Pensei que ele queria esclarecer algo sobre a Sarah, ou que tivesse descoberto toda a verdade, mas antes que eu pudesse perguntar o que ele queria, acabei recebendo um soco. Minha boca começou a sangrar. Eu não acredito que eu estava apanhando do meu próprio irmão.

─ Qual é o seu problema, hein? - Disse colocando a mão na boca, na tentativa de fazer parar de sangrar.

─ Qual é o SEU problema? - Jonathan repetiu a pergunta, fazendo uma ênfase no “seu”.

─ Eu não tenho nenhum problema. - Respondi levantando-me do chão aos poucos, com certa tontura porque depois do soco eu caí no chão.

─ É claro que tem. Você está acusando uma mulher indefesa.

─ Indefesa? A Sarah é indefesa? - Não pude me conter e soltei uma gargalhada. Eu não acredito que o Jonathan a achava indefesa. Ele está muito idiota por causa dessa mulher. Preciso acordá-lo antes que seja tarde.

─ Pierre, por que está julgando tanto a Sarah? Ela é a mulher da minha vida.

─ Tem muitas outras meninas interessantes. Por que logo a Sarah?

─ Você é um retardado, Pierre.

─ Eu só estou querendo esclarecer tudo. Ela só está com você por causa do seu dinheiro, e pra ficar perto de mim. Mas se não quer acreditar... Por favor, vai embora da minha casa agora!

Jonathan virou as costas e saiu da minha casa. Virei-me para David e comecei a falar, com um plano genial em minha mente.

─ David, vou dar em cima da Sarah.

─ O que?! Você ‘tá louco?! - Ele deu um grito.

─ Calma, meu amor... Eu vou armar.

─ Como assim, Pierre?

─ É o seguinte... Eu vou tentar seduzi-la, o que não vai ser muito difícil, já que ela me deseja muito - ok, eu confesso que fico me achando com isso -, e então, você vai até a casa do Jonathan e se esconde, filmando tudo o que acontece no quarto do casal. Eu vou até lá também.

─ Mas eu não gosto da idéia de ter você perto dela, mesmo que seja de mentira.

─ Fica calmo. Eu sei do que estou fazendo. Mas por favor, eu preciso da sua ajuda para desmascará-la.

─ Não sei se posso fazer isso.

─ Eu sei que você pode, e nós vamos conseguir.

─ Está bem, eu vou tentar. Mas vou ficar morrendo de ciúmes.

─ Eu te recompenso depois. - Sorri maliciosamente para David, que entendeu tudo, e nós piscamos um para o outro.

Saímos sem dizer nada e sem dar as mãos como de costume, pois não queria que ninguém desconfiasse, e estávamos saindo para cumprir uma missão, nada de namoricos. Peguei o meu carro que havia acabado de retirar da concessionária e fui dirigindo até a casa de Jonathan. David se ofereceu para dirigir, mas eu era o único que conhecia o caminho. E eu não sei se poderia emprestar o meu carro assim, David era uma mocinha. Ok, isso não é machismo, mas eu não o vejo conduzindo um veículo. Ele é bebê demais, não pode.

Olhei no retrovisor e lá estava Lennon, dormindo em sua cadeirinha, pois a lei de Montreal era rígida. E jamais que eu iria colocar a Lennon sem nenhum tipo de proteção no carro. Lerdeza, Pierre, lerdeza.

Não demorou muito para que chegássemos até a casa de Jonathan, e então, observei a casa, que estava aberta. Jonathan havia saído para trabalhar. Sinal de que meu plano poderia dar certo. Melanie veio correndo abraçar minhas pernas. Como pode alguém ser tão linda? Ela era uma princesa.

─ Titio! - Ela disse sorrindo enquanto me abraçava. Não pude conter meu sorriso. Mesmo sendo a filha de Sarah - aliás, ela não era filha dela, estava sendo vítima de um golpe. Coitada, será que ela sabe como é a tia? E como ela ficará ao saber que infelizmente eu não sou seu tio? -, não pude conter meu sorriso, e acabei cedendo ao forte abraço.

─ Oi, princesinha. - Respondi.

─ Oi, moço. - Ela disse acenando para David, o que me fez rir baixinho.

─ Olá, lindinha. Sua mamãe está em casa? - Indagou David.

─ Está lá dentro.

─ Obrigado. - Agradeci e fui em direção a casa, adentrando e indo de encontro a Sarah.

─ Pierre... - Ela sorriu com malícia para mim, e eu pude entender as suas intenções.

─ Sarah, eu...

─ Não diga nada. - Ela me interrompeu e espalmou as mãos em meu peitoral, me empurrando. Dei alguns passos para trás. Pra onde ela estava me levando? Quando me dei conta, já estávamos no corredor que dava acesso ao quarto. Como assim o meu plano estava dando certo sem ao menos eu ter movido um dedo? David já estava no quarto, com a câmera preparada, e então eu adentrei ao mesmo. Num impulso, Sarah me jogou na cama, tirando a minha roupa, mas a impedi de retirar a minha boxer. Afinal, eu não queria nada com ela, apenas seduzi-la para mostrar para o Jonathan o quanto a mulher dele é uma vadia.

─ Sempre esperei por esse momento.

Apenas a olhei e fiquei em silêncio. Não podia dizer nada provocante, pois Jonathan iria pensar que eu estava afim de alguma coisa, mas no fim, eu só estou tramando. Não quero nada com essa moça, ela nem sequer me atiça.

David se escondeu dentro do closet, mas ficou um pouco para fora por causa da câmera. Mas não é que o David conseguiu fazer a proeza de derrubar a câmera no chão? Tudo bem, não vou brigar, mas e agora? Todo meu plano foi por água abaixo, e Sarah acabou descobrindo tudo.

─ Vocês estão tramando pra cima de mim?

Nisso, Jonathan chegou. Sarah o avistou pela janela do quarto e rasgou toda a sua roupa, ficando apenas de lingerie. Quando Jonathan entrou, ela começou a gritar.

─ Socorro! Socorro!

─ Socorro o que, menina? - Questionei.

─ Tem um maníaco aqui!

─ O que? - Eu não estava acreditando no que ela estava fazendo.

Jonathan foi até o quarto de casal para ver o que estava acontecendo, e me viu só de boxer. Que droga, eu havia me esquecido de colocar as minhas roupas de volta. Agora acabou tudo! Ele a viu com a roupa rasgada, e só pude sentir alguém me derrubando no chão e ficando sobre mim. Era meu irmão me enchendo de socos novamente. Já nem estava mais sentindo dores. Aliás, eu estava sentindo dores por dentro, pois em vez do meu irmão ir “acabar com a vida” de Sarah, ele quis acabar com a minha. Sabe o quanto isso está me machucando por dentro?

─ Por que fez isso de novo? - Indaguei sem entender.

─ Como você faz isso com a minha esposa?

─ Amor, ele veio até aqui e me agarrou. Rasgou toda a minha roupa. - Disse Sarah em um falso tom de inocência.

─ Pierre, saia já da minha casa. Eu não quero te ver nunca mais.

─ Jonathan, espera, eu vi tudo. Foi a Sarah que o arrastou para o quarto, e ela quem rasgou a própria roupa, para que pensasse que realmente foi o Pierre. - David tentou convencê-lo.

─ Como é? Isso não é verdade, Jonathan.

─ Eu sei, amor. Você não teve culpa. Sumam daqui agora!  

Vesti novamente as minhas roupas e saí de lá furioso após ser expulso pelo Jonathan. Aquela anta do meu irmão estava mesmo cego por causa daquela... Daquela... Argh, não consigo criar adjetivos àquela mulher. Mas um dia a verdade virá à tona. Só tenho medo de que seja tarde demais, e ele perca todo o seu dinheiro por causa dela. Jonathan, vê se acorda a tempo, meu irmão! Você não percebe, mas só estou querendo lhe ajudar.

Tentei falar isso a ele, mas de que adiantava? Ele não conseguia acreditar em mim. O mundo dele agora gira em torno da Sarah. É Sarah pra cá, Sarah pra lá... Não agüentava mais esse grude, e também a falsidade dela. Tenho vontade de estapeá-la, e dar um murro no meu irmão pra ver se deixa de ser burro. Como ele pode duvidar do próprio irmão? Por acaso eu tenho cara de mentiroso? Nunca menti, mas tentarei ficar calmo e fazer as coisas do meu jeito, até ele descobrir tudo. Mas até quando isso vai acontecer?

Entrei novamente no carro, no caminho de volta para casa, e quase não falei com David. Coitado.

─ Pierre, me desculpe. - Ele disse aos prantos.

─ O que houve, amor? - Passei minha mão em seu rosto e enxuguei a lágrima que estava escorrendo dali.

─ Foi tudo culpa minha, Pierre.

─ Eu não estou entendendo.

─ Se eu não tivesse derrubado a câmera, o plano daria certo.

─ David, a culpa não foi sua. Sarah foi mais esperta ao rasgar a roupa, de qualquer jeito ela teria feito isso, pois o Jonathan estava a chegar.

─ Mas ela ouviu o barulho.

─ Por favor, não se culpe. Senão eu não vou te dar aquela recompensa que eu prometi mais cedo. - Disse formando um pequeno bico em meus lábios.

─ Eu quero ser recompensado sim.

─ Então vem cá.

Ele veio até mim todo serelepe e eu o abracei fortemente. Já estava sentindo falta de estar com David nesses momentos... É, calientes. Deitamos na cama e fizemos carinho um no outro, e logo após ficamos nus. Senti meu corpo estremecer quando ele arranhou o meu corpo, e em poucos instantes, estávamos em nossos momentos Hot Baguettes. Pra quem não sabe, era o nome de um restaurante que costumávamos visitar, e de lá surgiram as idéias de que David e eu tínhamos um caso. Mas enfim, que venha o Hot Baguettes. E eu simplesmente adoro esses momentos.  


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