As Esferas Sagradas. escrita por daghda


Capítulo 5
Capítulo V




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Mas como o tempo passara e o momento de serem sucedidos em seus tronos por seus filhos estava chegando, e eles já haviam retornado aos castelos depois de seus treinamentos, os corações dos três reis, bem mais resignados, viram-se vivazes por viverem novamente tudo aquilo que viveram antes de se casarem e pousarem junto de suas famílias. Ainda carregavam em si a virilidade da juventude, visto que, mesmo não sabendo o porquê, não podiam envelhecer.

 

Dessa forma os três irmãos encontraram algum alento para seus corações nos novos planos e projetos aventureiros de sua novas viagens e seus novos rumos.

 

Mas Cadmo, antes que se concluísse o tempo para transferirem os tronos aos filhos, antes que chegasse o momento de ocorrer pela primeira vez o ritual entre seus filhos, os futuros reis e as três primeiras sacerdotisas treinadas por suas filhas para ocuparem os tronos de suas esposas que foram levadas pela Morte,  se viu encantado por uma jovem, simples e encantadora, que surgiu do meio do povo. Uma bela garota, à qual seu coração almejou conquistar. Esse amor foi correspondido e viveram momentos sublimes. Porém, a garota fora prometida por seu pai a um dos mais cruéis e frios aldeões de Aurorium. Homem que já causara inúmeros problemas ao imponente rei. Por isso eles viviam o amor que os enredava da forma mais secreta possível.

 

Mas o amor que os exigia segredo, ao mesmo tempo os tornava imprudentes como adolescentes, e em um de seus encontros noctívagos em um dos pátios internos do castelo, eles foram vistos por aias velhas e fofoqueiras, que espalharam a famigerada notícia por todo o reino. Foi inevitável que a notícia chegasse aos ouvidos de todos, principalmente daqueles que jamais poderiam saber. Seus pais e o homem a quem ela fora prometida

 

E quando ele soube que sua futura esposa andava se encontrando às espreitas com o severo rei, decidiu que era hora de lavar sua honra em sangue, e partiu atrás dos dois.  Passou a espreitar por horas seguidas à  donzela e ao rei, memorizando seus costumes, os pontos mais freqüentes onde se encontravam, e fez inúmeros planos no intuito de matá-los sem deixar vestígios ou pistas.

 

Permanecendo sempre á espreita, aguardando até que o casal se despedisse e cada um tomasse seu rumo, ele tocaiou primeiramente a donzela e a matou com uma única punhalada pelas costas, com requintes de crueldade, se aprazendo em ver o sangue vermelho banhar as alvas vestes que cobriam o frágil corpo. Tão logo ele sentira o último tremor da donzela se esvair em seus braços, partiu seguindo sorrateiramente as trilhas que ele sabia que o rei tomaria e, aproximando silenciosamente, tão dissimuladamente como fizera à garota. Mas não teve a mesma sorte quando tentou repetir o feito com o rei, antes que este recebesse notícias da morte da donzela. Ao tentar apunhalar o rei pelas costas, este, percebendo a maquiavélica movimentação às suas costas, paralisou seu algoz através de magia, e também com magia, subtraiu-lhe a vida, sem crueldade, apenas para se defender, não chegando a tomar conhecimento de quem o atacara nem por que motivo. Correndo na  direção em que deixara sua amada, para lhe avisar dos perigos que correram e de sua vitória, mas a encontrou caída, esvaindo-se em sangue, e assustado e cortado em dor e lágrimas, compreendeu enfim o que significara o ataque que ele também sofrera. E Cadmo enfim tinha mais essa amargura para carregar em seu coração.

 

 


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