Vais Ser a Minha Salvação? escrita por AnnieKazinsky


Capítulo 7
E se?




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Olhou para o relógio.

Ahhhhhhhh, são vinte para as oito!!!

Tinha de se vestir e tomar banho e arghhhhh o que vestir??

E o cabelo?

Como domar o cabelo em tão pouco tempo?

 

Faltavam três horas para as oito quando ouviu a campainha tocar.

Campainha tãããão muggle.

Abriu a porta.

Era ele.

Estacou. Ele tinha vestido uma camisa branca, uns jeans de ganga desbotados e um casaco de cabedal comprido.

Estava estonteante.

O cabelo estava meio molhado, caía pelo rosto; ele passou a mão neles para os meter para trás.

Os olhos dele brilharam ao fitá-la.

Hermione sentiu-se linda.

Tinha tido pouco tempo mas tentou esmerar-se.

Quem diria que um dia iria estar a arrumar-se para Malfoy.

Vestira-se simples e cómoda.

Maquilhara-se pouco.

Afinal, não fazia ideia de onde iria.

"Pronta?"

"Sim... vou só buscar a mala... Onde vamos?"

"Isso agora..." disse misterioso.

Levou-a para Materializar-se consigo.

Quando apareceu, Hermione sentiu um ar ameno.

Estavam na praia.

Não estava nem metade do frio em Londres.

Olhou admirada para ele.

Ele continuava com aquele ar frio dele.

Estavam num abrigo na praia.

Hermione mordeu os lábios desconcertada, adorava aquele cheiro de maresia, e ouvir o som das ondas a bater na areia.

"Não estamos em Londres..." murmurou ela fitando-o.

"Que óbvio, srta Granger..."gozou ele.

O local estava iluminado por velas.

Tinha uma mesa cheia de comida.

Iguarias do mar.

E o mais surpreendente...

"Coca-Cola?!"

Draco sorriu.

"Perguntei ao Willows, do gabinete dos mistérios... uma bebida boa, sem álcool... ele sugeriu-me isso... foi aí que me lembrei que ele é muggle de nascimento... e como também é a tua origem... pensei que..."

Hermione estava agradavelmente surpreendida.

Draco puxou uma cadeira para ela se sentar, que aceitou sem hesitar.

Sentou-se em frente dela.

Ela tirou os olhos do mar.

Fitou-o.

Ele estava a olhar para ela com um ar diferente.

Serviu-a com a Cola.

Ficaram em silêncio.

Ela levou o copo aos lábios.

Adorava aquele sabor, lembrava-lhe os pais e as tardes de Verão preguiçosas longe de Hogwarts.

Fitou as mãos dele, a esquerda acariciava o copo de cristal.

A outra estava quieta.

Reparou admirada, que ele usava uma aliança prateada.

Ele reparou no olhar dela.

Disfarçadamente fingiu calor e despiu o casaco.

Dobrou as mangas da camisa dando para notar a tatuagem no braço esquerdo.

“A que se deve isto tudo, Malfoy?" questionou ela.

Ele esboçou um sorriso.

"Um jantar..."

"E tu dás ponto sem nó, Malfoy...?"

Ele suspirou.

"Porque me tomas sempre como mau da fita?..."

"Talvez porque costumas ser..."

Draco cruzou as mãos debaixo do queixo.

"Ok... a verdade é que eu quero conversar contigo... mas por enquanto... vamos jantar... Imagina que somos dois estranhos a desfrutar de um jantar...”

Ela sorriu… aquilo era novo... decidiu ir na conversa.

"Eu não janto com estranhos..." disse sorrindo "O seu nome, forasteiro…?"

"Malfoy... mas trata-me por Draco..." murmurou com aquele ar místico. Serviu-a com comida e encheu-lhe o copo.

Ela hesitou.

Passaram o jantar só com olhares e meios sorrisos.

Depois foram para a rua.

Estava uma noite quente.

Lua cheia que se reflectia no mar.

Hermione descalçou os sapatos sentindo a areia nos pés.

Olhando para o horizonte, sorriu.

Aquela noite estava perfeita.

Ele aproximou-se dela.

Parecia um anjo.

Aquele rosto tão lindo.

Vestido de branco.

 Os olhos brilhavam à luz da lua.

Tocou-lhe no queixo para que ela o olhasse no rosto.

Tão intenso...

Ela ficou colada ao chão.

Mas baixou o rosto.

Ainda se lembrava das palavras dele da outra noite.

"Então... queres falar comigo..."

"Sim... obrigado."

Hermione não acreditou.

"Hum? Porquê?"

"Não me faças dizer mais nada...acho que chega…"

Ela riu-se.

"Era isso? Para isso não era necessário um jantar..."

"Não gostaste?"

"Adorei... foi... diferente..."

Olhou para o mar, distraindo-se.

Sentou-se na areia.

Draco sentou-se ao lado dela.

“E se eu te dissesse que não era esta a vida que eu queria?"

Captou de imediato a sua atenção.

Ele disse aquilo num murmúrio.

Mas ela ouviu-o.

Ficou num silêncio ansioso.

"E se te dissesse que sempre achei o meu pai um fraco por se submeter estupidamente a Lord Voldemort?"

Ela fitou-o tão seria que parecia assustada.

Ele esboçou um sorriso triste.

"Ok, fugir ao Lord, especialmente quando se tem a marca negra é impossível... mas o estúpido gosta de ser mau... porra... eu queria a Ordem... queria proteger a minha mãe... afinal a Ordem era uma luz na escuridão… mas não tive hipótese... era um miúdo..! E os Malfoys são maus por natureza..."

Ele olhava em frente com o olhar parado.

Hermione tinha o coração acelerado.

"Quantas vezes a minha mãe lhe pediu...quantas... para parar... para acabar com tudo... para uma vez na vida ser corajoso... mas não... senhor Lucius Malfoy não aguenta pressões. Fraco... tão fraco... com aquela carapaça de duro... patético. E ainda foi humilhado... quando o Lord se instalou na Malfoy Manor, a minha mãe entrou em depressão... e ele não fez nada! Simplesmente deixou! E a minha querida tia também apareceu... aquela víbora esquizofrénica... ela teve o que mereceu... puta maldita..."

Baixou o olhar.

Sabia que apesar do silêncio, ela estava completamente atenta ao que ele dizia. 

"E Dumbledore? Perguntas tu, certo?... Foi tão complicado...pai maravilhoso oferece filho único às mãos do seu venerado Lord... uau... marcou-me para sempre como um deles."

Passou os dedos pela tatuagem maldita.

"E em vingança por um erro que o meu pai cometeu, deu-me uma tarefa impossível... matar o velhote... nem te passa pela cabeça o que passei... mas se não o fizesse, ele disse que matava a minha mãe na minha frente... o que poderia fazer?.. Tentei... sempre com a esperança que Dumbledore percebesse... e nada acontecesse... nunca pensei que Katie... ou mesmo o Ron... estúpido Slughorn... aquele era o tipo de coisas que Dumbledore percebia logo... mas nem chegaram a ele... mas naquela noite... em que a marca foi conjurada em Hogwarts... quando me vi cara a cara com o velhote… vi que ele não estava em si... e mesmo assim, ele sabia... que eu... ele sabia... que eu nunca o quis matar!.... nunca... ele queria dar-me uma oportunidade para me juntar com a Ordem...! Mas Snape surgiu...e... bem... se eu soubesse o que sei hoje...que Snape sempre trabalhou para Dumbledore... tinha confiado mais nele..."

Suspirou sem alento.

"A minha mãe..."

Hermione sentiu emoção naquelas palavras.

Sentiu os seus olhos inundarem-se.

"Ela tinha um coração enorme... apesar de não parecer... a fama Black não é muito boa... e a Malfoy então nem se conta... os meus pais tinham um casamento arranjado... mas eu sei que gostavam um do outro... apesar do meu pai ser como é... a guerra acabou... mas apesar do Harry ilibar a minha família, o ministério meteu o meu pai em Azkaban... bem feito... tiraram-nos a fortuna e a mansão... ela não aguentou, foi demais... estava frágil pelo que passou pelas mãos do Lord... no dia em que o ministério tomou posse, lá estava ela pendurada no belo e caro candelabro da sala principal...ainda bem que a confiscaram... não ia aguentar viver entre aquelas paredes..."

Já tinha falado demais...

Mas não queria saber...

Ela ouvia-o atentamente, com as lágrimas nos olhos descendo lentamente pelo rosto emocionado.

"Porque me contas isso?"

Ele abanou a cabeça.

"Não sei... estava entalado..."

"A tua mãe era uma mulher muito corajosa..." murmurou ela.

Draco assentiu com a cabeça.

"Hermione... eu não quero a tua pena... nada mais me irrita que a pena... o que passou, passou e ponto final..."

"Não é pena... Draco..."

"É o que? O que te fez ajudar-me?"

"Eu sei que no fundo não és... sei que... " hesitou.

"Deixa lá isso..." murmurou ele levantando-se da areia.

Ela fez o mesmo indo atrás dele para junto da água.

"Draco..."

"Eh pá... deixa-me... eu nunca pedi ajuda... aceitei porque preciso... só queria compreender porque e que alguém como tu me tentou ajudar...nunca gostaste de mim...! Nem eu de ti..."

"As coisas mudam... Draco... as pessoas crescem..."

"Isso não é razão...!"

"É sim... temos de acreditar que as pessoas mudam... tu não és o mesmo miúdo estúpido de Hogwarts... "

Ele fitou-a, sério.

"Muita coisa passou, Draco...  muita... e sei que estas a tentar seguir em frente...e..." hesitou.

"Porque me tentaste beijar naquela noite?" questionou Draco.

Ela abriu e fechou a boca várias vezes tentando dar uma razão plausível.

“Foi a bebida... não é? Eu estranhei..."

"Draco, olha..."

"Chega Granger... não. Isto não está certo... eu não sei o que me passou pela cabeça... eu sempre serei o Devorador da Morte e tu a Sangue de Lama!" deu meia volta para se ir embora.

Ela agarrou-o pela manga da camisa com um puxão.

Ele voltou-se para ela que perdeu o equilíbrio com a rapidez da cena.

Ele segurou-a pela cintura.

Sentiu o cheiro do cabelo dela.

Canela e maçã...

Ela levantou o rosto para o fitar.

Ele baixou o dele.

"E se..." murmurou ele. “A situação fosse outra?”

"E se... tu não fosses... um Malfoy... sangue puro..."

"E se... não fosses filha de... muggles?"

"E se tu não fosses Slytherin...?"

"E se tu não fosses uma Griffyndor?"

"E se?"

Fitaram-se com intensidade.

Ela sentia o corpo dele colado ao seu.

O peito dele descia e subia bem rápido.

Ela própria sentia o coração bater tão forte! Podia jurar que ele o ouvia.

Meteu-se bicos de pés, puxou-o pela nuca e beijou-o nos lábios.

Afastou-se uns milímetros dele...

"Isto não vai resultar..." sussurrou ele parecendo extasiado.

"Amanhã pensamos nisso..."

Ela beijou-o arrebatadamente.

Puxou-o para baixo para a areia.

Ele deixou-se levar, fechou os olhos desconcertado.

Parecia não saber o que fazer.

Tentou falar mas nada saiu de sua boca.

Beijaram-se de novo mas foi diferente, este foi molhado, quente, tempestuoso, foi a Certeza de algo mais complicado.

Algo que ia mudar as suas vidas para sempre.

Draco deu por si numa situação que nunca tinha vivido, estava a sentir-se estranho, nunca se tinha envolvido daquela maneira, nunca.

Já tinha tido mulheres, mas desta vez era diferente.

Sentia-se indefeso.

Queria esquecer quem era e tudo o que implicava o seu ser.

Sentiu-a a abrir-lhe a camisa, descendo com as mãos pelo seu peito.

Deixou-se tocar, beijar...

Estava extasiado.

Sentiu a água gelada do mar bater-lhe nas pernas.

Não se importou.

Continuou a deixar-se levar.

Quando seu por si, estava por cima do corpo dela, ambos molhados.

Estavam exactamente onde as ondas batiam.

Continuou a beijá-la como se o mundo fosse acabar amanhã.

Começou a sentir as pernas totalmente geladas.

Procurou com as mãos a pele dela, levantando a blusa.

Tinha uma pele tão macia, tão quente.

Ela não estava a acreditar...

Queria-o tanto, sentir o cheiro dele, o toque, o sabor...

Queria que o tempo parasse, pois seria de certeza algo que não se voltaria a repetir...

Queria gravar o calor do corpo dele.

A intensidade do olhar dele em si.

Os murmúrios soltos da sua garganta...

Ele passou com a boca pelos ombros dela descendo lentamente ate a curva dos seios.

Levantou o rosto para a fitar.

Hermione devolveu-lhe o olhar cheio de ardor.

Tentando compreender o que os unia, adivinhando o nome daquele sentimento.

Mas não interessava.

Fosse o que fosse estava a torna-los um só...

Fazia-os sentirem-se longe de tudo e todos.

Com uma mão ágil, Draco soltou-lhe o soutien, percorrendo os seios dela com dedos trémulos.

Desceu pelo corpo dela, que sentiu a mão dele desabotoar-lhe as calças, tirando-lhas por completo.

A água do mar estava mesmo fria. 

Ela abraçou-o com força.

Sentiu a mão dele tocar-lhe.

Gemeu lentamente.

Uma onda mais forte bateu-lhes.

Ele sentia o corpo todo perder o calor.

Precisava tocar-lhe.

Sentia-se inseguro, tremia... só não sabia se era do frio ou do nervosismo.

Ela sentiu-o desapertar o seu cinto, e os cinco botões das calças.

Perdeu a certeza.

Encolheu-se nos braços dele.

Quando o sentiu dentro de si, as certezas voltaram.

Encaixavam na perfeição.

E o calor voltou gradualmente aos corpos semi-despidos.

E de momento nada mais importava...


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Notas finais do capítulo

comments??



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