Tudo começou na segunda aula de Matemática. A turma toda estava concentrada nas explicações da professora Margarete sobre equações, exceto os arruaceiros do fundão que jogavam bolinhas de papel despreocupados. Havia ficado na pior classe de toda a escola. A Professora era rigorosa, e tinha uma certa cina comigo. Ela deu um exemplo para os alunos se basearem, e comecei a copiar a matéria. Estava bastante interessada, mas perdi toda a minha atenção quando um homem que aparentava não mais de trinta adentrou a porta da sala.

Ele estava vestido com um sobretudo preto molhado, botas pretas cobertas de lama que pareciam ter enfrentado uma longa viagem embaixo de chuva sobre campos lamacentos, e uma mascara estava bloqueando parte do rosto. Obviamente não vi quase nada do invasor, e por um instante pensei que fosse um esquisitão daqueles que aparece para divulgar algo.

As pessoas presentes pareceram não notar o homem que começava a correr e não sair do lugar logo em frente ao quadro negro como um hamster naquelas rodinhas de gaiola.

Ele correu por algum tempo, e parecia extremamente cansado e ofegante. Por algum motivo a respiração do encapuzado flutuava branca no ar, como se o clima estivesse frio, o que não fazia sentido pois estávamos em uma tarde quente de verão. Ficava a cada segundo mais desconfiada e assustada.

O homem finalmente parara de correr e sua imagem foi se dissipando, ficando transparente até sumir e não haver mais nada além dos cálculos da professora.

Foi então que minha cabeça começou a doer e um frio estridente atingiu meu corpo. Não resisti e gritei de agonia, todos olharam para mim como se estivesse louca.

A dor passou tão rápido quanto veio, e o olhar reprovador da professora ficou sobre mim.

Ela veio em minha direção, já me sentia preparada para levar um sermão quando algo mais estranho aconteceu.

As janelas da classe pararam de transmitir claridade, o sol sumira no céu dando espaço á nuvens cinzas carregadas de chuva, as garotas assustadas se grudaram com as colegas dando gritinhos temendo uma trovoada, o que não demorou a chegar. Tudo aconteceu muito rápido, mas em 5 segundos o pátio da escola estava todo alagado, formando poças de lama.

Nunca se vira uma tempestade como aquela em Konoha, e o único lugar atingido fora a minha escola.

O resto da cidade parecia não ter sofrido um pingo de água, o que deixou todas as pessoas de onde eu estudava meio alarmadas, mas depois de alguns dias enfiaram na cabeça que fora apenas uma nuvem próxima ao instituto que causou o acontecimento.