Imitation Of Life escrita por Kah Paradiso


Capítulo 10
Introduction


Notas iniciais do capítulo

Capítulo inspirado na música instrumental do grupo "the Shanghai Restoration Project":
http://www.youtube.com/watch?v=57F79MYXD9o
Boa leitura:



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Já em seu quarto Elisa, retirou sua sapatilha e jogou-se na cama, estava aguardando pelo retorno de Hannah, porém a amiga estava demorando demais.



O que será que eles tanto conversam? – pensou



Ouviu um bater na porta


Deve ser ela – pensou – Pode entrar



– Oi


–Oi pai – respondeu sentando-se na cama


– Ahm...está tudo bem?


– Uhum


– Querida, eu sei que não deve ser fácil para você nessa altura do campeonato me ver casando novamente


– O senhor está feliz?


– Sim – disse com convicção


– Então é isso que importa pai, a felicidade da minha família é a minha felicidade



O homem sentou-se na cama da filha sem dizer uma palavra. Respirou fundo enquanto pousava seu olhar em sua filha.



Silêncio



– ....Eu sempre fui um homem temente a Deus, mas depois que sua mãe faleceu eu simplesmente deixei de acreditar em sua existência, pois eu me questionava que como alguém tão misericordioso poderia retirar do seio familiar uma mulher extremamente bondosa como sua mãe era. Com a morte da Tereza eu perdi toda a minha estrutura, de repente eu me vi sozinho com dois filhos para criar



Elisa permaneceu em silêncio. Piscou algumas vezes tentando não romper-se em lágrimas



– Sabe quando eu comecei a voltar a acreditar em Deus?


A moça acenou com a cabeça negativamente.


– Quando eu comecei a conhecer e a conviver realmente com você e seu irmão. Foi aí que eu percebi que a grande perda que havíamos passado era necessária para que nos aproximássemos mais. E hoje aqui sentado ao seu lado, eu tenho a certeza que realmente existe um ser soberano que me deu uma filha tão especial como você e eu vou agradecê-lo até o fim da minha vida por ter me dado a oportunidade e a honra de ser seu pai. Não quero que pense que eu disse tudo isso para fazê-la se sentir melhor nesse dia, eu sempre quis lhe falar tudo isso, mas não tive coragem para tal



Elisa permaneceu imóvel apenas observando-o – Te amo pai – sussurrou. Era a primeira vez que dizia isso para o homem que fora responsável por lhe dar a vida


– Eu também te amo – falou oferecendo um abraço a jovem, que o aceitou prontamente



Após a demonstração de afeto, pai e filha olharam-se um tanto envergonhados, haja visto que não era de costume de ambos demonstrar seus sentimentos de forma tão explicita.


– Ahm...acho que é melhor nós descermos, a Constance está nos esperando – falou levantando-se. Donato, o homem sempre sério, estava de volta



[...]



Todos os convidados do casamento já haviam se retirado, inclusive os irmãos Leto e Hannah.

Já se passava das 2:30 da madrugada. Estavam na sala de estar da casa, enquanto alguns funcionários do buffet arrumavam a bagunça da festa.



– Já sabe, né? Se alguma coisa acontecer me ligue imediatamente – falou o pai pela milésima vez


– Pode ir tranquilo, vai ficar tudo bem


– Queria que você fosse com a gente – falou Felipe com uma expressão desapontada


– Não posso ir com vocês...só estou de férias na faculdade e não no trabalho, mas divirta-se muito por mim – falou enquanto pousava sua mão no ombro do garoto


– ´Tá bom


– Tchau Cosntance, aproveite bastante a viajem – disse para a senhora


– Obrigada


Depois de mais algumas recomendações do pai e vários abraços distribuídos o casal e o adolescente finalmente deixaram a casa rumo a Europa Mediterrânea.


– É, parece que agora estou sozinha– disse por fim dando de ombros




Dia seguinte –



Ouviu o telefone da casa tocar, abriu os olhos lentamente, resmungou ao sentir os raios do sol penetrar em sua visão. Espreguiçou-se. Sentiu seu corpo dolorido e um cansaço extremo.


– Alô? – atendeu sem o mínimo de vontade


– Bom dia Elisa


– Hum..Constance?


– Sim, bem estou ligando para avisar que já chegamos bem no Marrocos...está tudo bem com você? – perguntou estranhando a voz da moça


– Eu não sei, acordei me sentindo estranha e...


– Ahm eu vou pedir para um dos meus meninos ir até ai ver se você precisa de alguma coisa


– Não precisa Constance, hoje é o meu dia de folga...vou ficar descansando e...


– Imagina não vamos deixar você sozinha e, ainda por cima, doente...Bem, eu tenho que desligar...


– Tudo bem – disse desligando o telefone. Deitou-se novamente sentindo seu mal estar piorar




(Jared´s pov)


Estava no estúdio de gravação em sua casa. Passava da uma hora da tarde quando recebeu a ligação da sua mãe.



– Oi mãe – atendeu seu celular


– Olá querido, como está?


– Estou bem, e você? como foi de viagem?


– Foi tudo tranquilo.....Filho eu preciso de um favor seu


– Hum...se eu puder ajudar


– Preciso que passe em minha casa para ver a Elisa, eu liguei pra ela ainda há pouco e fiquei preocupada com seu tom de voz, ela não está passando bem


– Não sou médico – resmungou – E, no caso daquela garota, não sou pediatra


– Jared esse seu comportamento para com a Elisa é inaceitável. Você já é um homem maduro, não pode continuar mantendo essa desavença infantil – disse a mãe em tom de reprovação


– ´Tá bom, eu vou lá – acabou por concordar, odiava ouvir sermão, mesmo que fosse de sua mãe


– Ótimo, não esqueça de me ligar para me dizer como ela está


– Ok




[...]




Chegou na residência por volta das duas horas da tarde, por ter a chave da cada de sua mãe, entrou rapidamente sem precisar ser anunciado.



Parou na sala de estar da casa, olhou ao redor, e nenhum sinal da garota. A casa permanecia em completo silêncio. Lentamente subiu as escadas em direção aos quartos.


Andou até o final do corredor. Parou em frente a porta a sua direita e abriu-a delicadamente.



– Elisa? – chamou-a. O quarto estava um pouco escuro, haja visto que as cortinas da janela permaneciam fechadas justamente para bloquear a claridade.


Aproximou-se da cama. A moça estava deitada de lado de uma forma toda encolhida como se estivesse tentando se aquecer, o que era estranho já que estavam em pleno verão Californiano.



– Elisa? – chamou-a novamente pousando sua mão no ombro da moça


– Ahm? – ouviu-a resmungar. Lentamente a jovem abriu os olhos e encarou-o surpresa com sua presença



Agachou-se em frente a jovem, que permanecia deitada e imóvel. Moveu sua mão do ombro para a testa de Elisa, com o intuito de medir sua temperatura.



– Está com febre – concluiu


– Eu estou bem – sussurrou com certo esforço


– Vou te levar para o hospital – falou sério


– Não se preocupe comigo Jared, eu só preciso dormir, não estou doente, só estou cansada – sussurrou de modo gentil. Era a primeira vez que a moça falara com ele daquela forma


– Com certeza você está doente, nunca falou assim comigo



Elisa olhou-o forçando um leve sorriso.



Jared sentou-se na cama com o propósito de examiná-la melhor– Você está tão pálida, comeu alguma coisa?


– Não, só tomei um analgésico – admitiu


– Vou preparar uma sopa para você


Com certa dificuldade Elisa levantou-se e sentou-se sobre a cama – Sua mãe não precisava ter te incomodado


– Se quiser eu posso ficar aqui mais um pouco...sem problemas


– Por que eu iria querer você aqui?


– Por que no fundo você sabe que não pode viver sem mim – disse em tom jocoso



Elisa olhou-o com uma expressão clara de que não havia digerido muito bem a brincadeira.



– ´Tá, vamos fazer um acordo eu vou embora depois que você comer algo, ok?


– Uhum - murmurou


– Tudo bem então, eu vou descer e preparar sua sopa – falou já se levantando da cama e deixando o quarto




Depois de meia hora na cozinha preparou para a jovem uma sopa de legumes.


– O cheiro está bom – ouviu uma voz familiar atrás de si. Virou-se e deparou-se com Elisa, vestida de pijama e pantufas, parada ao lado do balcão da cozinha


– Hey, deveria estar deitada descansando


– Precisava levantar um pouco – disse enquanto sentava-se sobre uma das cadeiras do balcão


– Aqui está – disse o homem servindo-lhe um prato com uma porção de sopa



Lentamente Elisa tomou algumas colheradas do caldo, sendo observada de perto por Jared.



– Está bom – elogiou – Quando disse que faria uma sopa pensei que seria de pedra e capim – completou brincando


– Como você descobriu os ingredientes da sopa? – brincou


Elisa apenas ofereceu-lhe um pequeno sorriso


– Como está se sentindo?


– Bem melhor....obrigada pela ajuda


– De nada


– Olha eu sei que nunca te tratei bem e que você tem todos os motivos para não gostar de mim


– Não tenho não – disse interrompendo-a


– Não precisa ser legal só porque eu estou doente....se você quiser ...


– Se eu quiser o quê? – questionou encarando-a


A moça permaneceu em silêncio, preferindo encarar seu prato


– Já estou satisfeita – anunciou afastando o prato


– Quer voltar ao seu quarto? Ou quer ir para a sala?


– Quero ir para a sala – falou levantando-se e sendo amparada por Jared



Dirigiram-se até a sala. Jared deixou-a sentada sobre uma poltrona


– Já volto – falou saindo do cômodo. Após alguns minutos voltou a sala munido de cobertores, e do travesseiro da moça



Com habilidade arrumou os cobertores sobre o tapete da sala para que a jovem se sentindo om ais confortável possível.


– Pronto – falou satisfeito com sua própria arrumação


– Você seria um ótimo enfermeiro – falou Elisa arrumando o pijama que estava vestindo


– Olha só, a senhorita Bertuzzo está me elogiando? – brincou colocando sua mão próxima ao coração – Não sei se posso agüentar essa emoção



Elisa deu uma leve risada. Caminhou em direção aos cobertores. Deitou-se sobre eles tentando achar uma posição que a deixasse mais aquecida. A jovem puxou os cobertores até a altura de seu pescoço numa tentativa frustrada de se esquentar. Sentia ondas de calafrios atingi-la.



– Bem...eu vou indo – falou virando-se - Se precisar é só me ligar. O número do meu celular está na agenda da minha mãe


– Jared – ouviu-a chamar


Virou-se novamente para encará-la – Sim?


– Fique mais um pouco, não quero ficar sozinha – admitiu


– Tudo bem – falou enquanto aproximava-se da poltrona sentando-se em seguida – O que você quer assitir? – perguntou enquanto passeava, com o controle remoto, por entre os canais de Tv parando em um documentário sobre as belezas do mundo Asiático.


– Tanto faz, só não quero que você fique entediado enquanto estiver aqui – falou com a voz trêmula


– Você está com tanto frio assim? – perguntou ao perceber a voz da jovem. Levantou-se e ajoelhou sobre o chão perto de Elisa.

Aproximou-se da jovem a fim de ajeitar os cobertores sobre a moça


– Uhum...´tá muito frio – murmurou a moça encolhendo-se ao máximo numa nova tentativa de se aquecer


Lentamente Jared deitou-se atrás da jovem, que percebendo da aproximação do homem,virou-se e se aconchegou sobre o peito dele sem a menor cerimônia.



– Você é quentinho – sussurrou



Jared colocou seus braços em volta dela e fez com que o cobertor cobrisse cada centímetro plausível deles.



– Acho que eu vou dormir – murmurou a jovem


– Você vai o quê? – perguntou num tom agudo de surpresa


– As vezes você me faz me sentir tão bem....e eu não gosto de admitir isso – sussurrou antes de adormecer sobre ele



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