Depois do Cante Junto da fogueira, eu, a Summer, e é claro, a Luana, fomos juntas com o Aaron, para o chalé de Zeus, ele estava bem animadinho, e não saia de perto da Luana, provavelmente porque eles haviam se beijado.

O chalé de Zeus havia sido restaurado por Aaron, era de mármore, com duas estátuas da cabeça de uma águia, uma de cada lado da porta. No topo da porta havia um raio de pedra, amarelo, escrito “Chalé de Zeus”, lá dentro haviam cinco camas penduradas com correntes, com um pedaço de madeira em forma de nuvem nas laterais da cama, o que fazia parecer que as camas eram nuvens, e havia a cama de Aaron, a do conselheiro, era uma cama de casal, com o mesmo detalhe das nuvens, havia uma águia viva voando em cima da cama.

-Essa é a Cracker, ela não vai machucar vocês, e, felizmente, ela não fala-Disse Aaron pegando a águia e colocando-a no ombro.

Então a porta do banheiro abriu e MayDay saiu de lá, enrolado em uma toalha.

Ele se assustou conosco e deu um grito, então puxou o cobertor da cama de Aaron com os dentes e se cobriu.

-Cadê a minha privacidade gente? Eu tô sem roupa ok? Aaron, por que não me avisou que ia trazer a sua namorada?

-Você não usa roupas nunca MayDay- Disse Aaron batendo a palma da mão na testa- E como você se enrolou nesta toalha?

-Olha, nem me pergunte- Disse MayDay dando uma olhadela para cima- Aaaaahh! O meu topete! Elas me viram sem o meu topete!- E ele ficou colocando as patas no cabelo em uma tentativa de esconder o cabelo sem topete.

-MayDay, vai para o estábulo ok?

-Seu grosso! E ainda quer que eu vá para o estábulo sem meu topete? O que aquelas lindas pégasos fêmeas vão achar de mim? Por favor né? Ó Zeus, dai-me paciência com esse garoto ingênuo.

-Tá, então senta aí e ouve a conversa, você vai junto mesmo.

-Ok, coloca um travesseiro para eu sentar então.

-Você é um cavalo!

-Por isso mesmo, se eu fosse humano eu pegava o travesseiro. E eu sou um unicórnio!

Aaron desistiu e colocou o travesseiro para MayDay, eu e Summer sentamos no chão, fiquei ao lado de MayDay, e Luana se sentou na cama com o Aaron.

-Tudo bem, acho que vocês viram Hécate ir lá e falar sobre a profecia do meu pai né?

-Sim, Zeus não é muito bom em fazer profecias, ficou brega- Disse MayDay.

-Legal MayDay, tá, continuando, só eu poderia entender a profecia, e acho que entendi, “Quatro irão aonde nenhum se atreve a voltar”, Rússia, lá houve uma guerra,  há um século, os semideuses queriam o poder, os deuses tiveram de matar seus filhos, foi uma vergonha para eles, então nenhum deus se atreve a ir para lá, ou seja, Hermes não poderá ajudar por mais que queira, avise isso a ele Sabrina.

-Tá.

-Os quatro somos nós, “A garota que cura, a garota que voa,a garota que festeja, o garoto que reina.”, ou seja Summer, filha de Apolo, deus da medicina, portanto, da cura, a garota que  voa é a Sabrina, Hermes e seus tênis alados de mensageiro, o garota que festeja é a Luana, filha de Dionísio, deus das festas, teatros, bebida, vinho. E eu sou o garoto que reina, o que deve ser uma crise de egocentrismo do meu pai, por que ele “reina sobre os deuses” , bem, a parte estranha é que ele não deu um prazo, costumamos ter um prazo para as profecias, mas suponho que Zeus queira falar conosco ainda, como ele disse, “Essas quatro crianças irão para meu altar”, ou seja o templo de Zeus, em Atenas. Entenderam?

-Sim- Falamos em coro.

-Então descansem, arrumem suas coisas, vou providenciar o resto, partiremos amanhã na hora do almoço- Disse ele nos dispensando.

-Que tal aquele topete agora senhor líder? Pediu MayDay e nós saímos.

-Luana, me espera? Só vou fazer um topete no MayDay, senão ele não sai do pé, quero te mostrar a praia, podemos soltar fogos de artifício- Sugeriu Aaron, segurando Luana, então eu e a Summer fomos sozinhas para a cabine das garotas, só deu para ver ele dando um beijo na ponta do nariz dela.

Na manhã seguinte acordamos com MayDay no meio do dormitório.

-Olá gatinhas, estou aqui para chamar essas duas, também chamaria a outra, mas digamos que ela está “ocupada”, de acordo com ela e o Topete estão preparando os suprimentos, mas eu não acreditaria se fosse vocês- Disse ele apontando para mim e para Summer e se sentando na minha cama.

-Tudo bem MayDay, vai esperar lá fora tá?-Disse expulsando ele da minha cama.

Quando saímos MayDay estava esperando na frente de uma biga, era branca, com detalhes azul-tempestade e era na forma da cabeça de uma águia, com os detalhes, como olhos e bico amarelos, um compartimento para armas, e espaço para em média seis pessoas, era um biga bem boa.

-Poderia me amarrar nessa arma de escravidão, sim?-Pediu MayDay

-Não seja dramático, você é um cavalo, foi feito para isso- Disse, já amarrando as cintas nele.

-Eu sou um unicórnio, sou humanizado, e falo. Não fui feito para puxar carroça.

Summer colocou nossas malas em cima da biga, amarradas em um raio de decoração e fomos para o chalé de Zeus, encontrar Luana e Aaron.

Ao chegar lá eles estavam esperando na porta, de mãos dadas, com as malas e armas do lado.

Nos cumprimentamos, e começamos a colocar as coisas na biga.

Aaron pegou quatro armas e deu uma para cada uma de nós.

-Essas armas foram feitas pelo seu pai olimpiano, eles já sabiam da profecia, fizeram para vocês.

A minha era uma espada com asas na empunhadura, um caduceu desenhado na lâmina, e várias serpentes no cabo.

A de Summer tinha o desenho de um sol na lâmina, na base da empunhadura tinha uma bola de cristal que brilhava, como um mini sol, com muito menos potência.

A da Luana era de prata, diferente da nossa, que era de bronze celestial, a dela era de prata arroxeada, mas Aaron advertiu que matava monstros tão bem quanto a de bronze celestial, e havia um compartimento para néctar e um para ambrosia na empunhadura.

A de Aaron era um raio prolongado, que ia se tornando a lâmina, acho que ele podia convocar tempestades, porque haviam raios ofuscando o brilho na espada, uma tempestade dentro da espada, e a empunhadura era uma águia.

Quando havíamos colocado tudo na biga, e já estávamos subindo para partir apareceu mais uma daquelas mensagens no ar.

-Uma mensagem de Íris-Disse Aaron.

Então apareceram aqueles dois adolescentes, deuses adolescentes, meu pai, e Apolo, um deus loiro, musculoso, bronzeado, com cabelos cacheados.

-Oi filha!-Disse Apolo para Summer.

-Oi pai!-Ela disse acenando.

-Filha, desculpe que saí ontem sem me despedir, tinha que ver os últimos detalhes da sua espada, calma aí.

Então ele simplesmente pulou pela mensagem de Íris e apareceu ali na frente, como assim fez Apolo.

Luana ficou encarando Apolo com uma cara bem “surpresa”.

-Oi gata do vinho-Disse Apolo acenando e piscando.

-Sai fora Apolo- Disse Aaron.

-Olha filha, só para avisar, você é ofidioglota, ou seja, fala a língua das serpentes, elas são meio que meu animal símbolo e tal- Ele tirou um panfleto da toga- Esse panfleto está escrito o que você tem que falar para cada comando, e a espada vai te obedecer entendeu? Disse Hermes para mim.

-Sim pai, obrigada, adorei a espada.

Ele foi embora pela mensagem de Íris, eu me sentei e comecei a testar os comandos, eram coisas como veneno, hipnose, música, ataque, silêncio e outras coisas do tipo.

Depois que Apolo foi embora Summer me explicou que a arma dela podia criar uma bomba de luz, e cegar monstros.

Então Dionísio veio, correndo, e parou em frente a Luana.

-Filha, sua arma, você pode invocar plantas, sufocar monstros com as raízes, tem o vinho envenenado também, você gira a rolha da empunhadura, e o vinho sai pela ponta da lâmina- Disse ele, muito rápido, com algumas paradas para respirar- E você, meu senhor, fique longe de minha filha, ou vai perder o cargo entendeu?

-Tudo bem Sr. D

Então Dionísio foi embora, subimos na biga, e fizemos algo que eu não esperava, voamos, voamos em direção de Atenas.