Levantei-me. Tomei um banho e coloquei a roupa que Zayn já separara para mim.

-Eu preciso ir. - Falei descendo as escadas. Parei de frente para a mesa.

-Maça, por favor. – Senti uma maça cair em minhas mãos. – Obrigada. Ah, Harold já ligou para aquela pessoa e disse que foi apenas um acidente certo?

-Ai minha nossa, como eu pude me esquecer disso?

-Então ligue que eu não quero um clima chato. Obrigada. As crianças dependem disso.

Harry me levou para o hospital e ligou para Karen no caminho.

Não ouvi ou senti Renan em lugar algum, talvez existisse sim ciúme nele. Fui para a sala.

-Oi crianças.

-Oi tia Manu. – Não ouvi Karen. Quando as crianças dormiram fui falar com ela.

-Então... Está brava comigo por causa dos boatos certo?

-Não, claro que não. Você não sabia que era ele. E ele me ligou, explicou o que havia acontecido.

-Então ele mencionou que aquilo foi por você?

-Por mim?

-Digamos que ele gosta de você, de verdade, e eu nunca o vi gostar de alguém como aconteceu. Assustou-me na verdade.

-É sério?

-Sim. – O expediente acabou. Eu ia andando. Senti alguém me abraçar por trás.

-Quer carona?

-Claro. Achei que estava fugindo de mim. Por causa dos boatos.

-Não ligo para os boatos, são só coisas que a mídia quer que acreditemos, mais eu não acredito.

Ele me levou para casa.

-Quem é ela? – Perguntou enquanto parávamos na direção da sala.

-Danielle?

-Não. Outra.

-Manuela! Quanto tempo! – Era a voz de Lucy, uma ex de Harry,

-Oi, Lucy, faz tempo mesmo. Sem querer ser indelicada, mas o que faz aqui?

-Vim conversar com Harry um pouquinho.

-Sei. Que horas são?

-Oito e meia.

-Oito e meia, não deveria estar em outro lugar ás oito e meia Harold?

-Minha nossa, eu esqueci.

-Bater Harry vou te matar.

-Me desculpe.

-Não é a mim que tem que pedir desculpas, é a outra pessoa.

-Eu sei. Lucy, não se importaria de ir embora, certo?

-Não. E mesmo se, se importasse ela teria que ir embora. – Falei.

-Não me importo mesmo Harryzinho, eu já vou.

-Harold, quando chegar de tal lugar independente do horário e se eu estiver dormindo, sem respirar, morta, acordada ou qualquer outra coisa passa no meu quarto que precisamos ter uma conversinha.

-Ih, ferrou. – O ouvi murmurar.

-Isso mesmo, ferrou, agora ande logo que está atrasado. – Eu subi com Renan.

-O que aconteceu?

-Ele vai sair com a Karen essa noite.

-Tipo a do hospital?

-É ele disse que estava apaixonado por ela e tudo, mais ai me aparece a Lucy.

-Sei. – Nós ficamos conversando até que ele precisou ir embora. – Eu tenho mesmo que ir. Combinei com o pessoal. Vai me perdoar?

-Claro. Vai lá se divertir vai. – Ele riu e me beijou. Depois foi embora. Fiquei horas ouvindo musica quando alguém bateu na porta.

-Posso entrar? – Era Harry.

-Claro. – Tirei os fones de ouvido. O senti se sentar na cama.

-Vai, pode falar.

-Falar o que Harold? Você é muito insensível sabia? Eu me enganei achando que você tinha mesmo mudado quando disse aquilo tudo pra mim ontem.

-Eu sei. Sinto muito. Ela apareceu aqui. Eu não sinto nada pela Lucy Manuela eu juro. Não sinto mesmo. Nós só conversamos, sabia que ela vai se mudar para a Dinamarca com o NOIVO? – Destacou a palavra noivo.

-Bem, com noivo ou não isso nunca te impediu de ficar com alguém certo? Por favor, Harry, não brinque com a Karen, ela é uma ótima pessoa.

-Eu sei. Por isso que estamos namorando.

-Você o que?

-Eu a pedi em namoro essa noite.

-E a idiota aceitou? Harold! Vai piorar as coisas.

-Eu não vou machuca-la. Ela é diferente de todas. O cheiro dela...

-Tá com ela pelo cheiro?

-Não, o cheiro delicioso dela é só um detalhe. O brilho nos olhos, quando ela cora, o movimento dos lábios dela quando ela fala que me dá uma vontade louca de beijá-la. Eu estou mesmo apaixonado Manuela. Eu nunca senti isso antes.

-Nada de machuca-la? Nada de ilusão?

-Claro que não. – Eu sorri. Ele se despediu e foi dormir.