Entramos na sala, vimos um homem encapuzado, com quem provavelmente Quíron estava conversando. Ele estava com uma capa preta, manchada e rasgada. Calças cinza e blusa também preta. Sapatos extremamente polidos e também pretos.

Quíron nos explicou como uma conexão empática acontecia perguntamos a ele se Argos poderia nos levar a Cidade de Nova York, ele disse que Argos poderia nos levar, não hoje, amanhã de manhã. Era só dar o endereço a ele. Não consegui ter uma noite de sono. Pelo menos estava sem nenhum sonho, nem com os sonhos de Julur, nem sonhos com ninguém. Talvez porque eu estava muito agitado ou por que eu ainda não digerira os acontecimentos de hoje à noite. O dia chegou rápido. Quando percebi já estávamos no carro do Argos e ele estava nos levando para o Brooklyn.

Chegamos a casa e batemos a campainha. Uma mulher velha atendeu. Ela estava vestindo pantufas rosa moradas e um velho roupão branco, manchado com alguma coisa marrom.

– Oi! – disse Sophie – Gostaríamos de falar com Harold...

– Ela não mora mais aqui! – disse ela sem rodeios.

– Você sabe onde ele mora? – disse Miih rapidamente antes que ela fechasse a porta na nossa cara.

– Ele mudou para a Rua 26, ainda no Brooklyn. – e fechou a porta na nossa cara.

– Ok! – disse Nico – só espero que esse lugar seja perto...

– Eu sei onde é – dissemos eu e Sophie ao mesmo tempo.

– Como? – disse Miih

– É perto da escola onde Percy nos encontrou – disse – mas não é esta a escola onde Julur está.

– Não é muito longe daqui!

Andamos uns 3 quarteirões da Avenida Rogers para a Avenida Bedford. De lá descemos até acabar a avenida, em um colégio onde, eu me lembrava disso bem, era todo coberto com uma trepadeira verde.

Andamos mais um pouco. Chegamos à rua.

– E agora... – disse Nico – Onde é a casa?

– Sei lá... – disse Miih- Vamos tentar na 1ª casa do quarteirão...

Andamos até a casa, ela era branca com detalhes azuis e até lembrava um pouco a casa grande. Batemos na porta. Uma mulher alta e bonita. Era loira e tinha olhos verdes como a grama ao nosso redor.

– Hã... Oi! – comecei – Queríamos falar com Harold...

– Ele não mora aqui... – disse ela – Vocês não souberam?

– De que? – dissemos os quatro.

– Ele se mudou para a Broadway... – disse – Agora ele é um ator.

– Ah... – disse Sophie

– De nada – e dizendo isso fechou a porta

Como iríamos achar ele na Broadway? Ela é gigante!

– Vamos pegar um Taxi – disse Nico

Chamamos um Taxi e fomos para lá.

Chegando lá vimos o rosto dele em todos os banners, cartazes, outdoors, tudo. Aparentemente ele estava fazendo um tipo de Shrek em musical.

– O achamos, agora é só comprar os ingressos... – disse Sophie

– É... Isso aí – disse Nico

Fomos ao teatro e compramos um ingresso. O musical começava em meia hora. Fomos à plateia que já estava cheia, e sentamos nos nossos lugares, C-7; C-8; C-9; C-10.

A peça começou. Era como o filme em muitas coisas... Vimos o Harold com um arquinho com antenas como as do Shrek [quase que eu começei a rir]. Seus cabelos loiros não estavam apareçendo. Sua pele estava pintada de verde [combinandinho com os seus olhos] e ele usava uma falsa barriga e uma roupa esfarrapada. Ficamos lá até o final, onde Sophie chorou litros [ela SEMPRE faz isso, seja em peças ou filmes. Literalmente... Ela chorou em "Os Sem Floresta"]. Fomos falar com Harold. O Segurança não nos deixou passar. Vimos um duto de ventilação do lado da porta. Distraímos o segurança para podermos passar. Na 1ª saída, saímos do duto de ar. Tinha um corredor longo que dava para os camarins. Corremos. Ao chegarmos aos camarins procuramos um escrito Harold ou Shrek. Achamos.

– Olá! – dissemos

Ele já tinha tirado a maquiagem verde, o arquinho e a touca. Já tinha trocado de roupa também. Estava com um Jeans e uma blusa listrada.

– Oi! – disse ele – conheço você? – disse apontando para mim.

– Sim... – disse - fizemos a escolinha juntos... Há 10 anos...

– Lembro... É... Peter né?

– É sim... Precisamos falar sobre uma coisa sobre aquele ano...

O rosto dele ficou pálido.

– Não tenho nada para falar dele. – disse

– Por favor! – disse Sophie – É importante! A vida na terra depende disso!

– Que exagero - disse sussurrando no ouvido dela para ele não ouvir

– É o único jeito... – disse ela em resposta.

– ESCUTA AQUI! – disse Miih [adoro quando ela dá uns pitis desses] – É MUITO IMPORTANTE TÁ? É SOBRE O JULUR!

– Vocês o conhecem? – disse ele olhando as paredes como se a qualquer momento ele fosse aparecer quebrando-as

– Não! – disse Nico – Por isso Precisamos de sua ajuda... Para saber sua fraqueza.

– Não vou contar – disse ele com medo – Eu prometi a mim mesmo que não falaria daquele ano para ninguém!

– Por favor! – dissemos

– Não

– Por favor! – gritamos

– Não! – gritou

– POR FAVOR! – berramos

– TA BOM! MERDA! – berrou ele

– Graças aos Deuses! – dissemos

– Deuses? – disse ele.

– É... Deuses – disse - Uma longa história...

– Conto o segredo de Julur... – disse ele - Se vocês me explicarem uma história.