POV Harry

Deixei Anna, Hanna, e o energúmeno na casa da Anna. Meu desejo, realmente, é que Gustavo volte para França, e fique lá para sempre, e Anna fique aqui em Londres, comigo, para sempre. Mas, sei que isso é apenas um sonho, então, algo um pouco mais possível, é que Hanna fique na casa da Anna durante esse tempo que eles ficarão aqui em Londres, para que Gustavo não fique sozinho com Anna. Ele não, não pode ficar sozinho com Anna na mesma casa, não comigo ao lado. Sei que eles estavam meio assim lá na França dias antes de eu e Hanna chegarmos lá, mas, eu não estava perto pra saber, mas agora eu estou perto, sei, e posso muito bem impedir que eles fiquem sozinhos. Posso muito bem impedi-lo de querer algo a mais com Anna.

Desde que cheguei fiquei olhando pela janela que dá acesso ao quarto de Anna. Confesso, é um pouco assustador, um pouco perseguidor da minha parte, mas, eu não vou deixar de olhar, e se de repente Gustavo resolve entrar e beijá-la? Pelo menos se eu ver, posso ir direto ao quarto dela e socá-lo, por que assassinar ainda é crime, então...

Quando ela finalmente saiu do quarto junto de Hanna, eu sai da janela e fui tomar banho. Quando sai, fui direto para a janela para ver se ela estava lá, mas, não estava. Desci as escadas correndo, e fui ver na janela de baixo – Como eu disse, isso é um pouco perseguidor e assustador. Mas ela não estava ali, decepcionado, voltei pra casa quando escutei alguém me chamar, olhei pra trás, e, ótimo, era só o que me faltava para eu ficar mais feliz ainda. Gustavo me chamava e sorria.

_Procurando por Hanna? Ou talvez, Anna? – Olhei pra ele com cara de desgosto – Ela não está em casa.

_Sabe onde ela foi?

_Não... Talvez, ela pode ter ido na casa da Hanna, pra avisar pra mãe dela, ou ela tenha pedido para eu não contar pra você pra onde ela foi.

_Por que ela te pediria isso?

_Não sei, talvez por que ela não quer que você saiba onde ela está por que você está perseguindo ela desde que você a conheceu?

_Olha...

_Olha nada, cabeludo, eu já estou ficando cansado de não poder ser amigo da Anna novamente por culpa sua, por culpa de seu orgulho, por culpa do seu egoísmo que não deixa Anna fazer amizade com mais ninguém, sendo que nem sua ela é. – Ele zombava com a minha cara.

_Sabe, Gustavo, lembra aquela festa que eu soquei sua cara? Então, eu estou me controlando pra não fazer aquilo de novo.

_Harry? – Anna parou ao meu lado – O que vocês estão fazendo aqui fora? Por que vocês estão brigando?! – Ela perguntava sem saber o que fazer.

_Não é nada, eu só estava dando uns... Conselhos ao seu amigo cabeludo. – Gustavo disse e logo foi pra casa de Anna.

_Eu ainda vou matar esse garoto.

_Calma, Harry, não vale a pena. Ele é infantil e precisa de atenção. Por que você estava falando com ele?

_Por que você não queria que eu soubesse onde você estava?

_Como é?

_Gustavo me disse que...

_Ah, lógico, "Gustavo me disse", vou te dar um pequeno, mas útil e muito valioso conselho, nunca acredite nas palavras de Gustavo, por mais verdadeiras que elas pareçam.

_Eu vou socar a cara desse garoto.

_Harry, não! Para com isso, não faz isso, ele só está brincando com você, fazendo você se estressar a toa, calma, tá? – Ela disse passando a mão pelo meu rosto me fazendo esquecer de tudo aquilo. – Se ainda quer saber, eu estava no Shopping com a Hanna... Fui escolher minha fantasia para o baile. – Ela riu pelo nariz.

_Nós ainda vamos juntos? – Perguntei segurando sua mão.

_Se você não tiver arrumado mais ninguém...

_Para de besteira... – Disse colocando seu cabelo atrás de sua orelha – Você é a única que eu quero ir junto. – Disse me aproximando e abraçando-a na cintura

_Ótimo... – Ela sorriu e suas bochechas começaram a ficar vermelhas. – Então... – Ela se afastou. – Não ficou curioso pra saber qual minha fantasia?

_Se eu perguntar, você vai me contar, ou vai me deixar curioso?

_Pergunte!

_Qual sua fantasia?

_Vai ter que esperar até o dia do baile, bebê. – Ela disse rindo e deu uma mordida em minha bochecha.

[...]

POV Anna

Horas depois, fui pra casa de Hanna, onde deixei minha fantasia para que ninguém – Gustavo, pudesse mecher nas minhas coisas, ou descobrir minha fantasia.

Não que ninguém fosse adivinhar que seria eu, mas, eu quero surpreender a todos, mesmo que obviamente teriam pessoas mais bizarras que eu, essa pode ser uma das últimas vezes que eu me divirta em uma escola, então, preciso que essa seja a mais divertida de todas.

O baile é hoje a noite, eu ainda não sabia disso, pensava que Harry tinha me convidado uma semana antes, mas ele me perguntou ontem, que é exatamente o dia anterior do dia do baile. Confuso, mas é exatamente isso. Escolhi minha fantasia, e nem ao menos Hanna sabia como eu iria.

Hanna está indo como Cisne Negro. Ela planejava ir comigo, mas vou com Harry, então ela terá que ir com Gustavo. Eu sei, Gustavo e Hanna, engraçado. Mas é preciso. "É clichê ir à um baile de Halloween onde o real objetivo da escola é que a pessoa vá pra encontrar um novo namorado em seu traje sexy de Cisne Negro." Lindas palavras de Hanna.

Antes de tudo – Para que Hanna não soubesse o que eu era, nós estávamos arrumando o cabelo, mais eu arrumando o de Hanna, por que folgada que só ela. Mas agora até que ela estava se virando sozinha, por que eu tive que ir tomar banho, lógico, senão eu ficaria fazendo chapinha em seu cabelo até amanhã.

Sai do banho, e estava só de toalha quando a campainha tocou.

_Estou fazendo chapinha e estou de roupão, vai você. – Disse Hanna.

_E eu estou de toalha, e a casa é sua, anda, deixa de preguiça.

Hanna bufou, deixou a chapinha na penteadeira e desceu as escadas. Já ia começar a me vestir mas lembrei que tinha que esperar Hanna sair de casa pois ela não poderia saber como eu estaria. Então, fiquei lá assistindo televisão, mas ela estava demorando, então resolvi antes arrumar o cabelo, não tinha problema, ela não saberia o que eu estaria vestindo mesmo.

POV Hanna

Desci as escadas e fui atender a porta e quase tive um AVC quando vi quem estava na porta.

_Zayn, o que você está fazendo aqui?

_Hanna, por favor, me deixa conversar com você. Só alguns minutos, te juro que não vai demorar.

_O que você quer conversar comigo?

_Ah... Hanna... Entenda – Ele pegou em minhas mãos – Eu preciso falar com você.

_Como você sabe que eu voltei de viagem?

_Isso não importa agora, me dê alguns minutos, e converse comigo?

_Entra, e fala logo, não estou com tempo pra aguentar babaquices.

Dei passagem para ele entrar e fechei a porta. Fomos nos sentar no sofá, e sinto minhas mãos e minhas pernas tremerem. Mas por que? Por que será que ele veio até aqui?

_Hanna... Há meses, até mesmo anos, eu estou ensaiando para te contar isso, mas nunca encontro a hora certa. Sempre travo, ou fico com medo de te dizer e você me achar um idiota... Mas não tem mais tempo para desperdiçar, eu tenho que te dizer agora...

_Zayn, diz logo.

Suas mãos tremiam – ou posso estar confundindo com as minhas, por que estavam tremendo muito, muito mesmo. E ele mordia os lábios – coisa que ele faz quando está nervoso. Suas mãos estavam sobre as minhas e ele olhava diretamente em meus olhos, com aquilo que ele quer me dizer na ponta da língua, mas ele não consegue falar.

_Hanna, eu... Eu te amo. – Arregalei os olhos quando fui surpreendida por Zayn, que não me deu tempo e me beijou.

Meu cérebro pede para parar, mas meu coração pede para que seja infinito, e minha boca grita "Aleluia!" como se fosse o momento mais esperado da minha vida. No momento, não posso negar... Esse é o momento mais esperado da minha vida sim! Desde quantos anos eu o amo? Desde sempre. Desde sempre eu quis que esse momento tão esperado chegasse.

_Eu te amo muito, meu amor. – Ele disse olhando em meus olhos e segurando meu rosto. – Me desculpe por não ter dito isso antes. Antes de magoar seu coração... E cometer um dos piores erros da minha vida.

Ele disse abaixando a cabeça mas eu logo a levantei e fiquei olhando fixamente em seus olhos, não tive nenhuma reação. Nada. Nenhum sorriso, nenhum "por que você fez isso?", absolutamente nada. Eu apenas fiquei olhando em seus olhos e passando minha mão pelo seu rosto.

_Zayn, eu te odeio... – Ele abaixou a cabeça novamente – Mas é isso o que me faz te amar tanto, meu amor. – Ele sorriu e me deu outro beijo. Esse durou apenas alguns poucos segundos, mas foi com certeza, o segundo melhor. – Eu te amo muito, tá? Eu... Sempre te amei, desde a primeira vez que te vi, desde o jardim de infância... Ah, Zayn, como eu te odeio por todas as coisas que você já me fez, todas as garotas que você já ficou com na minha frente. Mas, nada disso importava. Eu continuei te amando. Mesmo por tudo isso, eu continuo te amando. Pra sempre.

_Me desculpe por ser idiota... Por demorar tanto pra te contar isso... Eu te amo desde sempre. – Ele riu e sorriu como um abobado – Hanna, eu te amo, infinitamente.