Vic Pov

Depois de alguns minutos falando sobre a minha recuperação milagrosa. Alice comenta, algo que eu não tinha me dado conta.

– Vic, você sabe que dia 29 tem o baile de formatura?

–Mas ele já não aconteceu? –Falou intrigada, porque era agosto, ou seja fim das férias, não deveria ter nada.

– Erm... Houve um atraso, as férias em toda a Inglaterra foram atrasadas dois meses, ou seja... Entramos de férias só em agosto, na segunda semana. Fudeu com a vida de todo mundo. –Ela fala.

– Hm... Legal... Mas acho que não vou, sabe não sou muito de festas... E ainda estou me recuperando. –Falo apontando para a cadeira. –Podem ir vocês.

– Na verdade nem íamos, por conta que você estava em coma, e tal... Mas como você acordou, sei lá né. Mas acho melhor você se recuperar mesmo.

–Erm... Quem sabe então, é meu ultimo ano naquela bosta mesmo. –Mudo de ideia, acho que os remédios estão afetando seriamente a minha mente.

–HAM? –Todos perguntam observando minha mudança de humor espontânea.

– ME DEIXEM OK. E você. –Aponto para Alice. –Trate de procurar um par, ok?

Vou para a porta, girando minhas rodas, tento pegar um taxi, o que é muito difícil, porque todos que estavam desocupados viram que eu estava em uma cadeira e se recusaram a parar.

–SEUS VIADOS. NÃO QUEREM AJUDAR UMA CADEIRANTE, VÃO TODOS TOMAR NO CU. –Falo fazendo gestos não muito agradáveis, a um carro.

Depois de 40 minutos guiando minha cadeira pela as ruas, consigo para um táxi.

– Obrigada senhor. Não sabe como foi difícil alguém parar para mim. –Falo olhando para um senhor de mais ou menos 60 anos, de peso médio.

– De nada. Sei sim, minha filha também é cadeirante, é quase impossível pegar um táxi na cidade de Londres com esse problema.

–Esses viados não querem ter trabalho, estou há mais de 40 minutos tentando parar um carro, toda a vez que passa um desocupado ele percebe que eu sou cadeirante, e acelera. –Ele balança a cabeça concordando, ao mesmo tempo me coloca no banco, e minha cadeira, no porta-malas.

–Para onde, senhorita? –Lhe dou o endereço da casa dos meus pais.

–Me chame de Vic, aliás qual é o seu nome?

– Stefan. A senho... você gostaria de ajuda com as escadas. –Ele fala estacionando.

– Não, obrigada, tem uma rampa nos fundos. –Falo, tendo uma leve lembrança de ter visto uma rampa na porta da cozinha. –Mas você poderia me deixar o seu cartão, já que são poucos os taxistas que transportam cadeirantes.

Lhe dou mais de 50 libras, sendo que a corrida tinha custado 12.

– Espere deixo ir no carro pegar o seu troco.

–Hm... Pode ficar com ele, considere como um bônus, por ter me ajudado. –Pisco, e abro a porta, ninguém lá. Ótimo.

Vou para a sala, e vejo que provavelmente não deve ter ninguém em casa. Carl e mamãe devem tá trabalhando, e a Carol, deve ter saído com uma das suas amigas. Legal, a casa só para mim, olho para a escada, tenho que chegar no meu quarto. Me apoio no corrimão, acho que os remédios tão passando, porque eu comecei a sentir a minha perna esquerda formigar. Com todo o peso do meu corpo, subo um degrau de cada vez, com o esforço de 100 homens, no fim estou exausta, Erick falou que eu não devia fazer isso, mas sorrio, consegui me levantar. Largo o corrimão e caio no chão, começo a rir, por ser tão idiota a ponto de achar, que por um milagre iria começar a andar do nada.

–Hm... Sra. Lobianco? Chegou mais cedo. –Ouço uma voz feminina conhecida, Maria, a empregada. –Vic? Minha filha, o que você está fazendo?

–SURPRESA! Tive alta hoje, mas como se da para perceber, eu não consigo andar, quero dizer consegui subir as escada, mas isso exigiu um esforço sobre-humano.

–MEU DEUS QUE MILAGRE, rezei tanto por ti, todo dia acendia uma vela. Vamos deixa eu te levar para o quarto. –Desceu correndo, pegou minha cadeira, colocou do meu lado, me levantou muito facilmente, acho que devo estar muito magra, me coloca na cadeira, e me leva para o quarto.

–Hm... Maria? Pode ligar para o Dr. Dickens, e ver se ele pode vir aqui? Eu preciso falar com ele.

–Sim, claro... Só isso, não quer algo para comer não?

–Na verdade não, vou esperar minha mãe para comer... Ela vem né?

–Sim junto com o Sr. Wolfman, mas só daqui...-Falou olhando para o relógio.- Há 3 horas.

–Tudo bem... HAHAHAHA, não estou com muita fome mesmo. –Ela sai, e eu troco de roupa, coloco uma mais para ficar em casa, mas sem ficar parecendo uma mendiga. Resolvo assistir tv. Em poucos minutos o Dr. Dickens, aparece.

– Oi Vic, o que houve?

– Eu consegui subir as escadas. –Falo ainda olhando para a tv.

–O QUE? E O ESFORÇO?

– Hm, achei que não tinha ninguém em casa, não queria ficar lá embaixo. Mas, sei lá, senti minha perna esquerda, também... Será que minha sensibilidade está voltando em menos de um dia.

– Pode ser, venha aqui quero fazer um teste. –Me ajeito na cama, e pego no braço direito dele. -Vamos tentar andar ok?

–Ok. –Faço um esforço do cacete para ficar em pé, minha pernas parecem manteiga. Com a mão esquerda, vou puxando as pernas, damos 3 ou 4 passos, ainda estava em pé.

–Bom... –Falou me colocando na cadeira. –Seus membros estão respondendo, eu trouxe algumas muletas do hospital, quer experimentar?

– Ok... –Ele saí, fico vendo mais um pouco de tv, ele volta com um par de muletas, bate na porta, o que me assusta um pouco, já que eu estava concentrada no aparelho televisivo.

– Bom toma aqui... –Entregou, me deu algumas instruções, nisso saímos do quarto e fomos para o corredor, lá fiquei os 15 a 20 minutos andando de muletas, é mais difícil do que parece, mas acho que me sai bem. –Vic, você melhorou muito, então, acho que você deva ficar com as muletas e a cadeira, a cadeira por precaução já que você pode ser cansar, mas também treine um pouco com as muletas, que daqui há uns 3 a 5 dias você possa andar só com uma, ou quem sabe nenhuma.

–Sério? Não tá cedo demais?

–Verdade, mas seus membros estão respondendo bem, então vamos tentar. –Fala, virando para a saída, me deixando sozinha no corredor. Desço as escadas, e fico na cozinha com Maria, olhando ela cozinhar, enquanto espero minha mãe.

Ouço as fechaduras serem abertas, pego a muletas, e vou no ritmo mais rápido possível para mim, o tartaruga.

–Mãe!- Vejo que minha mãe estava entrando em casa, junto com o Carl e a Alice.

–VICTÓRIA. COMO ISSO? VOCÊ ACORDA E NÃO LIGA PARA MIM, EU SOU SUA MÃE LOUCA!!!

–Calma mãe, mal acordo você já briga comigo, calma era para ser uma surpresa, mas essa sem graça. –Aponto a muleta direita para a Alice, que sorri sem graça.

–MINHA FILHA, VOCÊ NÃO ME AVISA NADA. VAI MESMO NO BAILE?- Minha mãe grita e me abraça.

– Por que você tá gritando?

– PORQUE É MUITA SAUDADE DE OUVIR SUA VOZ.

–Erm... Ok, vou né...

–Então toma aqui, meu cartão... Vai com a Alice e a Mariana, comprarem seus vestidos.

–AAAAAAAAAAAA QUE SAUDADES DA MARI. –Falo.

– Você saiu, mais uma vez você fez a sua saída dramática, e não soube que ela e o Zayn estão namorando.

– O QUE? O MEU ZAYN TA NAMORANDO COM A MARI? CABOU O AMOR. –Falo fazendo drama, mas no fundo estava feliz.

– HAHAHAHAHA, vamos? Marquei de comprar os vestidos com ela no shopping.

–Hm... Ok.

– Vic não vai comer? –Lembrou Maria. Pego uma maçã na tigela.

–Pronto. –Mordo, percebo que é a minha primeira refeição em meses.

Chegamos em menos de 15 minutos, e encontramos a Mari, que estava abraçada com Zayn, linda como sempre.Eu acho que eu sou a pessoa mais forever alone da face da terra, também né? Quem manda ser feia.

–VIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIC.–Abraço quando chego perto dela, quero dizer ela me abraça, eu só tento me equilibrar.

–Oi, Mari. Estou chateada porque o Zayn me trocou por você. –Falo fingindo ressentimento.

– Calma, eu sou a namorada dele, mas o coração dele é seu. HAHAHAHA. –Ela ri.

–OH VIADO! Verdade? –Falo me virando para o Zayn.

–Era, até você me chamar de viado.

–Own desculpa, seu homossexual.

– Senti sua falta. -Me abraça. –Bom gente, eu vou indo, não quero ver a roupa de vocês antes do dia.

Nós nos encaminhamos para a primeira loja que vemos, tenho certeza que esse dia será longo.