Untitled escrita por Fun Ghoul


Capítulo 5
Capítulo 4 - O buraco do vento que canta




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Era fim de semana e eu tinha marcado de dormir na casa do Michell e eu sabia que dormir seria a ultima coisa que faramos naquela casa pois sempre passávamos a maior parte do tempo jogando video game e nos entupindo de besteiras que normalmente eu não podia comer quando estou na minha casa.

Eram sempre ótimas as noites na casa dele, o Mich era o tipo de cara que sabia preparar uma noite legal pra nos divertir, mesmo que muitos de nossos planos não tenham se realizado nós pretendamos fazê-los algum dia. Era engraçado, eu passava mais tempo na casa do Michell do que na minha própria casa e me sentia melhor lá, era o meu lar mesmo que as vezes o clima esquente e todos ficássemos tensos.

Eu estava me preparando para sair de casa quando meu pai resolveu dar um de responsável e me oferecer carona de carro - eu aceitei. Chegando na casa do Michell ele logo veio todo animado e me recebeu com uma pose sexy e nada normal - como se alguma coisa que saísse do Mich fosse normalv- e me cumprimentou.

- Cara, hoje é a noite de caçarmos demônios! - Eu coçei a cabeça e acenti com um sinal de positivo.

Mesmo sendo amigos a muito tempo e fazendo muitas porcarias em nossos momentos vivos e juntos eu sempre falei pouco e quando estávamos na casa dele eu quase não falava mais isso não queria dizer que eu não estava animado com a caçada, era só que eu sou o tipo de cara que não curte falar muito. Mais eu sabia que ele estava muito mais animado com toda essa história de caçarmos demônios do que eu, mesmo sendo apenas uma brincadeira.

Ficamos rindo e zoando a cara dos idiotas do colégio e jogando video game até quase meia noite onde nos já estávamos entupidos de salgadinhos. Todos na casa do Mich já estavam dormindo e nós ficamos sozinhos na sala. Não podíamos fazer barulho ou acordaríamos todos e nós não queríamos ser pegos.

- Frank eu acho que a gente devia ir lá fora agora e esperar os demônios, você não acha?

- Vamos nessa então, não quero perder nenhum deles - Eu disse rindo baixo.

Como a porta da sala estava trancada nós dois abrimos a janela com cuidado e a pulamos.

Do lado de fora estava bem escuro e uma neblina particular das noites em cidades serranas deixava o clima um pouco tenso e quase assustador.

Nos dirigimos para os fundos da casa e nos sentamos na calçada de pedra que havia em toda a extensão da casa até os fundos. Michell revelou uma caixa de cerveja escondida sob a lona que cobria a moto do vizinho que morava nos fundos. Nós começamos a beber esperando a hora passar e os tais demônios aparecerem.

- Você acha que eles saem do inferno as três horas ou se adiantam um pouco? - Ele me pergunta com uma cara ansiosa.

- Eu não sei Mich, vamos descobrir isso hoje!

Estávamos impacientes e acabamos bebendo muito. Não sei se isso era o efeito do álcool em meu sangue mais eu estava ouvindo um assobio longo e isso me assustou.

- Cara, você ouviu isso? - Eu perguntei para Michell mais ele parecia não ter ouvido. Eu voltei a escutar aquele assobio, parecia que alguém estava cantando mais o som era muito sinistro.

Me levantei com um pouco de dificuldade e comecei a procurar de onde vinha aquele som que estava me perturbando.

"Merda" Eu enrosco meu pé em alguma coisa que quase me faz cair e tentando evitar a queda eu me apoio no muro. Finalmente eu percebo de onde vem o ruido.

- Mich, venha cá e dê uma olhada nisso aqui! - Ele levanta se reclamando e vem até mim no escuro.

- O que é?

- Eu não sei mais escuta isso...

Ficamos calados por um tempo até enfim o Mich escutar o barulho estranho que saia da parede.

- Caralho, parece até que a parede tem vida! -  Mich falava meio assustado e boquiaberto.

- Acho que isso ta vindo daquele buraco lá em cima. Me levanta ae pra eu dar uma olhada...

Michell obedece se abaixando me permitindo subir em seus ombros e com cuidado e balançando muito ele me levanta.

-Nanico faz um regime da próxima vez, falou?

-Para de reclamar e me levanta mais - Eu olho para baixo e me seguro na parede temendo cair. Mich era muito alto e magro e uma queda daquelas poderia ser fatal para o meu ego.

Estava muito difícil me equilibrar em cima do Mich, ele não parava de se mexer. Continuei me esforçando até finalmente conseguir me agarrar a parede e fiquei ali ouvindo o som que vinha do buraco.

Com o balanço do corpo de Mich acabei ficando enjoado e aquela altura comecei a me perguntar porque havia comido salgadinho com maionese e cerveja.

- Cara, não se mova tanto.. Eu to ficando enjoado porra!

- Experimenta ficar com o peso da sua bunda nos ombros... Conseguiu ver alguma coisa?

- Não, você não para quieto!

- Foi mal cara to quase me mijando aqui!

O ruído que vinha do buraco se intensificou e agora parecia uma pessoa cantarolando.

- Porra, o que tinha naquela bebida? - Eu chacoalhei meus pés que acertam o corpo de Mich e ele solta um grito.

- Cala a boca seu idiota, vai acordar todo mundo.

- Então pare de me chutar seu filho da puta! - Eu reviro os olhos com tanta birra.

- Que horas são? - Michell as vezes sabia incomodar. Como eu iria saber que horas era?

- E eu que vou saber? Olha no seu relógio ae...Mais não me deixe cair

- É hora dos demônios saírem... Frank é os demônios brincando com a gente, cara - Ele falava em tom de zombaria mais podia notar um certo medo sem sua voz.

- Para de ser medroso!

Eu acabo batendo meu rosto contra o muro quando noto que estava escorregando. Consigo avistar algo pelo buraco na parede, parecia uma pessoa do outro lado e ela estava me encarando. Isso me assustou me fazendo perder o equilíbrio e finalmente caindo no chão gramado com um som seco e abafado.

A luz da casa dos vizinhos se acendem e os cachorros começam a latir. Não teve jeito, saímos correndo e tropeçando em tudo no caminho até pularmos novamente a janela e entrarmos em casa.
"Demônios não existem" eu falo pra mim mesmo antes de finalmente apagar.

Na manhã seguinte eu me acordei e não percebi de imediato onde estava até minha visão começar a se familiarizar com a luz do ambiente.

Era a sala da casa do Michell. Eu sinto tudo girando e não tenho nem forças para levantar. O tapete da sala era tão macio e convidativo a dormir que eu acabo por apagar novamente mais isso durou pouco pois a mãe do Mich sabia da nossa aventura de madrugada e o pior foi quando ela descobriu sobre a bebida.

Levei bronca suficiente pelas próximas mil vidas e meus pais foram chamados para me levar pra casa e enfim, mais broncas e o temido castigo.


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