Bem, cheguei na sala do professor meio afobada, admito.

— Acalme-se Jenna. Vou até a outra sala falar com a diretora e já volto. Sente-se.

Não queria me sentar ! Queria saber logo quem vai ser o meu aluno, mas, como era a coisa certa a fazer, me sentei. Depois de um tempo, o professor chegou. Já estava aflita, querendo saber quem é.

— Bem, o seu aluno é.. digamos assim... dificil. Mas, como eu sei que você é capaz, eu..

— PROFESSOR ! O PONTO ! DIRETO AO PONTO !

— Ah sim, claro. O nome do seu aluno é Harry Styles. Ele tem uma enorme dificuldade na matéria.

Não consigo acreditar nisso ! Vou dar aula para aquele insuportável? Fala sério.

— Ah.. — eu disse. Tentando parecer animada

— Isso não é ótimo?

— Lógico que sim ! Nossa ! Como estou animada ! — eu disse, com um sorriso pra lá de falso

— Vou chamá-lo ! As aulas começam hoje mesmo !

— Ahh.. sim. Claro !

Assim que o professor saiu da sala, liguei para minha mãe pra avisar que eu demoraria pra chegar. Depois, passei uma mensagem para a Mary dizendo que Harry seria meu aluno. Ela então, depois de alguns segundos, me respondeu:

"HAHAHA SE FUDEU ! HAHAHAHAHAHAHA"

Fiquei tão furiosa ao ler aquela mensagem... ela não tem nem idéia. Enfim, não tive tempo pra responder. Harry chegou na sala de aula, com uma cara extremamente desanimada ao me ver.

— Olha só se não é a menina nervosinha.

— Escuta, se você for me criticar ou me xingar, já avisa que eu vou embora AGORA MESMO ! — eu disse, nervosa.

— Ei ! Relaxa ! Só estava brincando.

— Ótimo !

— Então... você não tem nome? —perguntou Harry.

— Tenho. Meu nome é Jeniffer. Mas pode me chamar de Jenna se quiser.

— Jeniffer? — disse ele, rindo

— Porque? Algum problema com meu nome, Harry?

— Como você sabe o meu nome? — disse ele, assustado

— Você é meu aluno, lembra?

— Ah, é. — disse ele, sem nem ao menos olhar pra mim

— Bem, chega de conversa afiada. Você precisa de nota e eu de crédito extra.

Harry não era tão dificil assim. Apenas precisaria levá-lo com meu jeito irritado. Ele se dispersa fácil demais. Bem, discutiamos algumas vezes, até porque, eu não era muito fã daquele garoto e ele também não ia com a minha cara. Depois de cerca de duas horas, disse:

— Você está indo bem, Harry. Se continuar assim, vai conseguir tirar um C+

— C+ ?? ISSO NÃO É NEM METADE DA NOTA QUE EU PRECISO PRA PASSAR NESSA DROGA DESSA MATÉRIA !

— Eii ! Não adianta me culpar não ! Você te que estudar mais.

— Quando é a próximo infer.. digo proxima aula?

— Quarta-feira.

— Aonde? Na minha casa, na sua.. aqui?

— Na minha casa. Isso se quiser aparecer. Se não quiser, o problema é seu.

— Ai garota ! Você é muito arrogante !

— Eu? Arrogante? Dá um tempo, vai ! — eu disse, guardando as minhas coisas e saindo dali

Quando fui girar a maçaneta da porta, Harry me puxou pelo braço.

— Você pode parar de fazer isso? Me irrita ! — disse Harry, me puxando pra ele. Estavamos... grudados.

— Que isso agora? Me solta garoto !

— Vai falar que não tem uma queda por mim?

— Vou ! Eu não sinto nada além de pena de você.

— Para com isso, Jenna ! Eu sei que no fundo você tem uma queda por mim.

— Garoto já mandei você me soltar ! — eu disse, puxando meu braço e me soltando dele.

Sai dali correndo. Eu estava extremamente nervosa. Eu sentia raiva e ao mesmo tempo meu coração estava acelerado. Mas continuei correndo. Eu só sabia que eu não ia me apaixonar. Ele é o cara mais mulherengo daquele colégio. Desconfio que já comeu quase todas. Porque seria diferente comigo? Ele só queria mais uma pra se divertir. Eu não ia cair nessa.

Cheguei em casa, morta. Havia corrido por toda aquela escola e peguei o ônibus tão correndo que nem sei como eu sabia que era o certo. Entrei, subi as escadas e fui direto pro meu quarto e ali fiquei até voltar ao meu estado normal. Tomei um banho e troquei de roupa. Decidi sair para dar uma volta.

Fui até o centro de New York pra tomar um café na Starbucks como fazia todos os dias. Pedi um capuccino médio e depois me sentei em uma mesa. Depois, sai dali e continuei passeando por ali. Até que meu telefone tocou:

— Jenna?

Era a minha mãe. Provavelmente eu havia feito algo.

— Sim, mãe. — respondi

— Venha para casa meu anjo. Temos novos vizinhos.

— Tá. Jajá eu chego ai.

Quem seriam os novos vizinhos? Bem, não tive muito tempo pra pensar nisso. Sai da loja em que estava, e fui direto para casa. Ao chegar, minha mãe me mandou ir tomar um banho e me arrumar. Os novos vizinhos haviam nos convidado para jantar. Como na terça não haveria aula, sabia que poderia ir tranquila. Enfim, obedeci minha mãe, subi até meu quarto, tomei um banho e me arrumei.

— Assim tá bom, mãe? — perguntei

— Nossa ! Está linda !

— Obrigada. Vamos?

Então, eu sai dali com a minha mãe e fomos até a casa vizinha a nossa. Uma senhora, ai Jenna.. que senhora o que. Era uma moça. Ela nos recebeu com muito carinho.

— Olá ! Sejam bem-vindas ! Fiquei realmente contente em saber que vocês vieram !

— Nós é que agradecemos — disse a minha mãe, sorridente como sempre

— É a sua filha? — perguntou a moça

— É sim. Se apresente, filha.

— Ah, claro. Meu nome é Jeniffer. Mas pode me chamar de Jenna, senhora.

— Senhora? Pode me chamar de Tia, pequena.

— Claro, tia... Qual o seu nome mesmo?

— Ó Deus, aonde está a minha educação? Meu nome é Anne.

— É o nome da minha melhor amiga ! — eu disse, sorrindo. Gostei dela.

— Olha só mas que conhecidência ! Jenna, vou chamar meu filho no andar de cima. Sentem-se, por favor. — disse Anne

E então, depois de alguns poucos minutos, aquele menino desceu. Não podia acreditar.

— Esse aqui é o meu filho, Harry.

— Oi muito praz... JENNA? — disse Harry

— HARRY? — perguntei, surpresa

— O que essa menina faz aqui, mãe? — perguntou Harry

— Ela é a nossa vizinha, que aliás, tem o quarto na frente do seu. — respondeu Anne

— Não dá pra acreditar, dona Anne. Logo ela?

— Porque? Algum problema?

— TODO PROBLEMA ! ELA É UMA INSUPORTÁVEL !

— Ei ! Eu ainda estou aqui ! — eu disse.

— É bom mesmo que você escute !

— Escuta aqui você, garoto. Eu não sou obrigada a sair da minha casa pra escutar esse tipo de coisa, ok? — indignadamente eu disse

— Então tampe os ouvidos, nerdzinha.

Aquela tinha sido a gota d'água pra mim. Eu levantei, abri a porta e sai na hora. Não sei porque, mas aquilo tinha doido em mim. Eu... fiquei realmente arrasada.