Sua propriedade, meu amor.

(Yuu’s POV)

Aquele garoto me irritava. Quem ele acha que é? Nunca dei-lhe permissão para falar comigo daquele jeito, mas ele o fazia. Agia como se fôssemos próximos e via tudo com tanta bondade...

– BaKanda! – ele é invocado quando se pensa nele? Além de amaldiçoado é um mago? – BaKanda, pare de fugir.

Não tô afim, simples assim.

Lancei um olhar irritado para ele e mudei de direção, entrando em um corredor fino e escuro. Movi-me por instintos, virando sem ver o caminho.

Ouvia os passos apressados no labirinto atrás de mim. Silêncio (teria parado?). Senti uma faixa se enrolar em meu pescoço e me parar.

Quando se aproximou?

– MOYASHI!!!! – berrei irritado tentando pegar a mugen, mas meus pulsos foram presos por outras faixas.

– Crown Clown. – ouvi o sussurro do Moyashi bem próximo de mim. Ele escondeu a presença para se aproximar! – Quietinho, BaKanda. – ele passou os braços ao redor de minha cintura

– Me solte. – rosnei irritado me debatendo; ele riu e soltou a faixa do pescoço – O que você quer?

– Kanda. – sua voz ganhou um tom manhoso e eu estremeci – Vamos para a festa. – parecia mais um miado que uma fala.

– Nunca. – bufei – Qualquer coisa, menos multidão. – estreitei os olhos o sentindo esfregar o rosto em minhas costas

– Então... Venha comigo. – ouvi um sorriso em sua voz

Sabia que não podia confiar nele, mas seria só eu fugir depois. Concordei e deixei ele me guiar. Reconheci o caminho para seu quarto. Estranho, sinto algo que não deveria existir mais em meu “coração”. Algo que sempre sentia com o Moyashi.

– Kanda. – ele suspirou após fechar a porta do quarto – Feche os olhos. Tenho algo para você.

Já ia protestar, mas ele não esperava que eu o obedecesse, por isso já foi laçando meus olhos com a faixa. Sentia um cheiro doce desde que entrei no quarto e agora eu podia senti-lo com mais clareza. Ouvi os passos do Moyashi pararem em minha frente e o cheiro ficar mais forte.

– Abra a boca. – ele ordenou e eu cerrei os dentes. Em resposta ele me deu um soco no diafragma. Foi automático, e na mesma hora eu abri a boca pra puxar ar. E ele enfiou um pequeno pedaço de bolo em minha boca.

Quis cuspir, mas logo em seguida algo macio tocou meus lábios.

Os lábios do Moyashi.

Ele tentou comandar o beijo, mas se ele quer tanto isso, que aja como o bom passivo que deveria ser.

Soltei meus pulsos das faixas que eu estive afrouxando o tempo todo e o puxei mais para perto pela cintura. Ataquei seus lábios com uma fome incontrolável. O bolo, que se dissolvia em nossas línguas, passava de uma boca para a outra em meio aquela guerra particular.

– Feliz aniversário, BaKanda. – ele sussurrou quando nos separamos para respirar – E... Eu te odeio. – ele sorriu alegre

Sorri zombeteiro em resposta e o puxei para outro beijo.

– É, eu também te odeio. – o derrubei na cama e sussurrei em seu ouvido.

Eu o odeio por amá-lo tanto,

Rosnei rouco contra seu pescoço.

E por não ser só meu.

Mas será hoje.

E amar é uma fraqueza neste mundo,

E, oras, eu não sou fraco.

Mas para você serei tão fraco quanto eu sou forte.

Para te proteger.

E não deixá-lo sofrer.