Doce Emily escrita por LittleMonster


Capítulo 7
Capítulo 7 Sorrisos, sorrisos, sorrisos.




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– Emily? - disse Lizzy surpresa, enquanto eu entrava em seu quarto - O que está fazendo aqui? - ela perguntou- Quer dizer, o que você quer? - tentou soar despreocupada.

– Falar com você. - eu disse - O que mais seria? - sorri, cínica - Te matar? Há, há, há..- eu ri - Você anda muito assustada, não acha? - perguntei, fechando a porta atrás de mim.

 – Acho que tenho motivos. - ela disse - Ou você se esqueceu que a pouco mais de uma semana, Kelly Hawvar foi morta no banheiro feminino do colégio? O assassino está a solta, Emily. - Lizzy me olhou nos olhos, esperando alguma reação minha. Alguma emoção. Eu não tenho isso. Não sinto nada. Muito menos remorso por matar aquela putinha. Sorri para Lizzy.

Ela só não sabia disso, ainda.

– Que pena - eu disse, sorrindo.

Lizzy balançou a cabeça.

– Isso não te deixa nem um pouco assustada ou com medo? - ela perguntou. Suspirei. Fiquei séria.

E lá vamos nós de novo...O triste drama adolescente. Emocões, sentimentos. Amizade, amor, paixão, medo, culpa, raiva, ódio...Vigança...

 Certo, esse último não conta, vai. Mas o ponto é o mesmo. Senssibilidade. Minha irmã Lizzy realmente acha que eu sou tão humana quanto ela. Que tenho a senssibilidade de me sentir mal pela morte de um gatinho, assim como ela tem a mesma capacidade de temer por um assassino. Sinto decepssiona-la, - ou não...- mas, eu não sinto medo ou qualquer tipo de emoção. A única coisa que eu anseio mais do que minha miserável vida, é a morte dos nossos pais, Lizzy. Eu quis dizer isso á ela.

Balancei minha cabeça. Que tolice.

Mesmo que eu lhe dissesse tudo isso, ela não entenderia. Além de ser burra, Lizzy é senssível e humana de mais. Acho que não terei uma cúmplice na morte dos meus pais. Eu não queria mesmo.

 – Não. - respondi depois de um tempo em silêncio. - Pra mim quem fez isso, não fará de novo. Ninguém sai por aí matando loiras sem cérebro em banheiros. - disse, sombria. - Bem, agora pelo menos se lembrarão da Kelly como '' A Loira Do Banheiro'' Há há há...- comecei a rir, mas parei quando olhei para Lizzy, que estava muito pálida e com os olhos azuis muito abertos.

– Emily! - ela me repreendeu - Como consegue fazer piada com uma coisas dessas?! - ela perguntou, indignada. - Meu Deus! Você a conheceu! E ainda faz de sua morte um tipo de piada bizarra! - Lizzy balançou a cabeça.

– Eu só falei com ela apenas uma vez. - eu disse.

Mentira. Uma linda mentira. Acha que eu deveria me envergonhar? Naah!

– Não é como se fossemos amigas.- eu disse - Não me sinto na obrigação de respeitar sua memória. - Dei uma pausa e olhei para Lizzy que parecia ultrajada. Idiota! Argh! Será que tenho que medir minhas palavras sempre que for ter algum diálogo com essa burra ingênua?

Parece que sim.

– Mas se isso a faz sentir tão ofendida, não farei mais piadas sobre a já morta Kelly. - sorri, tentando transparecer sinceridade.

Acho que funcionou. Lizzy pareceu acreditar em minhas palavras.

Palavras, apenas palavras. Elas podem mudar o mundo, se você souber usa-las, é claro. O lance é com quem usa-las. Se você for uma psicopata manipuladora, - como eu.- se orgulhe disso, querida.

Levante o olhar e sorria, pois você é diferente deles. É especial. Não há ninguém igual a você.- escolha a pessoa certa para manipular. De preferência alguém com o QI abaixo de zero. Acredite quando eu digo, isso funciona. Funcionou comigo. Lizzy é a prova. Tão influênciável.

– Tudo bem. - ela disse - Então, o que veio falar comigo? - Lizzy perguntou, me olhando séria.

 – Estou entediada! - eu disse - Não há nada nessa casa que me distraía. Estou quase enlouquecendo! - falei, jogando as mãos para o alto de forma dramática.

Já se passara uma semana desde a minha chegada na casa dos Mitchell,s. Exatamente uma semana, desde que o corpo de Kelly foi encontrado no banheiro feminino do colégio com sinais de estrangulamento.

A polícia está investigando, mas é claro, ainda não acharam nada que indique o assassino, ou no caso, a assassina.

O diretor está desesperado, querendo justiça pela morte da filha e preocupado com a reputação do colégio. Os alunos estão assustados, e eu continuo com meus planos de vingança.

O que tem sido um fracasso. Tentei provocar brigas entre John e Elizabeth, mais nem sequer consegui vê-los nos últimos dias.

Eles andam muito ocupados com o trabalho. Como sempre fazem: Desprezam as filhas por mais oportunidades de ganhar mais dinheiro.

 A maior parte do dia, depois que chego do colégio, passo dentro do quarto, como uma prisioneira.

John deu ordens de não me deixar sair sozinha. Por isso, se eu quisesse sair para algum lugar, teria que levar Glória comigo.

Confesso que estou surpresa com o meu auto - controle.

Aguentando as ordens de John, os sorrisos e risinhos de Elizabeth, e a constante presença de Glória me vigiando.

É quase uma tortura me controlar para não mata-los. Mas tenho me saído bem, por enquanto. Acho que é a idéia de que poderei acabar com eles bem mais dolorosamente, que me conforta e ajuda a pensar claramente.

Andei me aproximando mais de Lizzy nos últimos dias.

Eu precisava causar alguma desgraça.

É por isso que estou em seu quarto agora.

– Emily, se você está entediada, não sei o que eu tenho haver com isso. - disse Lizzy, virando o rosto - Não posso fazer nada para lhe ajudar. - Acrescentou, indiferente.

– Mas é claro que pode! - eu lhe disse, sorrindo - Você não está prisioneira como eu. É livre para ir aonde quiser! - Tentei parecer animada.

 – Emily, você não está prisioneira. Papai só quer que você se comporte. - Lizzy sorriu gentilmente. - E depois, não entendo como posso te ajudar em alguma coisa. - A vadia deu de ombros.

– Bom, eu sei como você pode me ajudar, e te ajudar ao mesmo tempo. - Ajudar a te ferrar, acrescentei mentalmente.

Sorri para Lizzy que pareceu confusa com o que eu acabara de dizer.

 – O que você quis dizer com te ajudar e me ajudar ao mesmo tempo? Eu não preciso de ajuda. - ela falou e acrescentou: - Muito menos da sua ajuda, Emily. - Desdenhou ela.

Tentando não cuspir na cara dessa puta, eu disse:

– Mas é claro que precisa! Olha só pra você Lizzy! Vive no seu mundinho cor de rosa! Lendo Romeu e Julieta! - Peguei o exemplar em cima da cama, e arremessei longe.

izzy se levantou ofendida pela minha atitude.

– Emily! Eu amo esse livro! Você não pode entrar no meu quarto e destruir as minhas coisas, como quando éramos crianças! - ela gritou, indignada.

– Presta atenção Lizzy, - eu disse - você precisa saber o que é diversão de verdade. E eu posso te mostrar isso essa noite. - sorri para ela.

Sorrisos, sorrisos, sorrisos. Vocês salvam o mundo.

Ou o destroe. Maravilha.

– O que está dizendo? - perguntou Lizzy - Eu sei o que é diversão. - ela disse - Ao contrário de você eu tenho uma vida social, Emily. Eu tenho amigas, posso ir aonde eu quiser...

É você pode ir aonde quiser, então porque não usa sua liberdade para sair comigo essa noite? - perguntei a ela.

 – Por que, o papai nunca deixaria. Além disso, para onde eu iria com você? - perguntou Lizzy, interessada.


Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijos e até...