Forced Smiles escrita por NatyBaby


Capítulo 1
Forced Smiles


Notas iniciais do capítulo

Fiz correndo @-@
Mamãe estava tentando me tirar do pc pelo cabelo.Então me dá em desconto. Tá? T---T



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As pessoas sempre me perguntaram porque eu estava sempre sorrindo. Sendo sincero? Eu achava que nada no mundo poderia me fazer parar de sorrir, poderia me fazer abrir o coração e ver que tudo que havia acontecido comigo até hoje era uma bela merda. Talvez eu apenas não quisesse parar de sorrir, talvez já soubesse que se parasse, tudo que tentei guardar até hoje cairia sobre mim, talvez apenas estivesse esperando até a hora certe de começar a sofrer, talvez...

– PARK SANGHYUN!!!

– SENHORA LEE! – respondi por puro reflexo e a professora me olhou de forma assassina, o que me fez desviar o rosto, que parecia queimar de leve. – D-desculpe senhora Lee. A senhora me assustou.

– SangHyun...- a mulher de aparentemente 40 anos deu um suspiro cansado, o que me fez me encolher um pouco, só pra depois voltar a olha-la. – Você e um dos meus melhores alunos, está sempre tirando notas altas e encanta a todos com o seu bom humor...- falou e isso me fez morder o lábio inferior – Ultimamente tem se isolado, não fala com os seus amigos, esta sempre quieto e quase nunca faz uma tarefa! Você nei se quer notou que a aula já acabou a 10 minutos. O que está acontecendo? - A voz dessa era bastante preocupada.

Encarei os olhos da mulher e depois olhei em volta, conferindo se realmente não havia ninguém ali. Ela estava certa.

– Desculpe senhora Lee, prometo que vou recuperar minhas notas. – eu disse simplesmente. A verdade e que não queria contar tudo o que se passava para a minha professora. Sabia que aquilo apenas interessava a mim. Então não havia motivos para envolver aquela mulher tão gentil.

Ela não tinha a obrigação de aturar meus pensamentos, meus medos, a mim.

– A questão não e essa...Você sabe que sua mãe me pediu pra cuidar de você e da sua...

– Eu sei senhora Lee. – abri um sorriso falso, mais aquilo foi suficiente pra fazer a mulher sorrir também. – Não e nada de mais. Me desculpe, prometo que vou voltar a ter boas notas.

Ela fez um sinal positivo com a cabeça.

– Tudo bem. – disse, tocando minhas bochechas e dando um beijo de leve na minha testa. O que me fez ficar mais vermelho, a verdade, e que nunca me acostumo com carinhos. Talvez por já estar acostumado com a falta desses.

Me levantei, me despedindo dela e caminhei em direção a minha casa.

Quem sou eu?

Park SangHyun, mais prefiro ser chamado de Thunder. Tenho 16 anos, moro em uma cidade no interior da Coreia. E um lugar tão sem graça que nei ao menos tem uma escola própria. Viajo praticamente 1 hora apenas para poder estudar. Moro com meu pai. Minha mãe morreu no dia em que nasci. Minha irmã mais velha, pouco tempo depois, acabou sendo atropelada ,eu devia ter uns 3 anos, então não me lembro direito dela. Só o que eu sei, e que ela me odiava. Tenho uma cicatriz na nuca, que segundo o meu pai, foi de uma tentativa dessa de me matar.

Nunca me importei muito com isso.

Quer dizer...por minha culpa a nossa mãe está morta, ela tinha o direito de me odiar, não é mesmo?

– Thunder! – chamou o meu pai na porta da escola. Pela sua voz seria, posso jurar que ele pretendia arrancar as minha tripas com os olhos.

– Appa...- falei o encarando com medo.

– Entra logo nessa carro, antes que eu resolva esfregar a sua cara nesse asfalto! – ele me deu um tapa no rosto, mas eu apenas concordei com a cabeça e entrei no banco do passageiro.

Não e que o meu pai fosse uma pessoa ruim. Mais ele não era de pedra. Sofria de bipolaridade. Normalmente era um amor de pessoa, (Okay, ele nunca fez o tipo carinhoso. So o vejo quando acordo, quando saio da escola e quando ele chega pra jantar de noite. Ele não tem tempo pra mim, e bem frio e normalmente trocamos apenas 3 palavras por dia. Carinho? Amor? Essas são coisas que eu desconheço ,ou como prefiro dizer, estou desacostumado. Sempre deixou uma boa quantidade de dinheiro pra mim. Mais dez de pequeno tive que aprender a me virar. Não consigo se quer lembrar como fazia pra comer quando ainda não sabia cozinhar.), mas as vezes, se tornava totalmente agressivo, ignorante e coisas do gênero. Isso era a coisa da qual tinha mais medo nele. Medo de apanhar? Quem me dera fosse so isso. A coisa é bem pior....

– Chegamos. – ele disse ,parando na casa que ficava no centro do nada. Isso mesmo. Não havia simplesmente nada ao redor. O terreno da casa ocupava quase 2 quarteirões , mais a residência ficava exatamente no centro dessa. Deixando um enorme jardim ao redor dessa.

“Isso e pra ninguém ouvir seu choro...” – pensei ao sair do carro.

– Boa tar..- fui me despedir de meu pai, mais pra minha surpresa, esse me empurrou pra dentro da casa, me jogando no sofá e ficando sobre mim. Os lábios indo de encontro aos meus.

Tentei me soltar, começando a pedir pra ele parar, como sempre. Mais já estava começando a achar aquilo idiota. Ele não ia parar. Ele nunca parava. Ele so fazia o que achava melhor e depois ia embora. Me deixando ali chorando, me sentindo um imundo.

Normalmente eu me levantaria, iria ao banheiro tomar um banho e depois voltaria a sorrir, fingir que nada acontecia. Enfiar a minha cara nos livros e tentar arrumar um jeito de escapar de tudo aquilo da forma mais rápida possível.

Mais dessa vez não...Eu não tenho vontade de me levantar, não tenho vontade de parar de chorar, não tenho vontade de tomar um banho. Não tenho vontade de fazer nada além de ficar ali. Me sentindo um lixo. Do que adiantaria levantar? Do que serviria pisar em cima de tudo, sorrir, fingir que nada havia acontecido, que eu era feliz? O que se quer adianta continuar vivo ?

O que vai dar sentido a minha vida? O que vai me dar forças se ELE não esta mais aqui?

– Mais porque raios você foi fazer isso comigo? – perguntei em voz alta, ninguém me ouviria mesmo. – PORQUE!DROGA!EU NÃO SOU BOM O SUFICIENTE PRA VOCÊ???? – as lagrimas vieram com mais força pelo meu rosto ,e de repente tudo parecia ter perdido o sentido. Ficado tristes, desfocado.

Ele era o meu mundo, meu exemplo, meu porto seguro, meu motivo, meu amigo, meu amor. Ele era a pessoa que me conhecia, a pessoa que sempre me abraçava e dizia que devia mudar tudo, que um dia me salvaria daquele lugar, que seriamos felizes juntos.

Mais até mesmo ele me deixou.

Será que eu sou tão insuportável assim? Será que eu era um ser tão abominável ao ponto de não poder se quer ter um pouco de amor, carinho? PENA?

Sim. Porque para pessoas como eu, pena, vale mais que ouro.

– Porque? – repeti e minhas mãos alcançaram minhas calças , que estavam jogadas na sala. Ao tocar na tela, pude ver uma foto nossa. Eu, ele e mais 3 amigos nossos. Eu, Lee Joon, Mir, SeungHo e G.O.

Éramos todos amigos dez de a infância. Gostávamos de cantar e dançar juntos. Se eu pudesse dizer que algo na minha vida realmente foi bom. Esse algo seria conviver com eles. Mais ao passar pro ensino médio, acabamos nos distanciando. G.O foi fazer um intercambio na Europa, SeungHo se mudou para o Japão pra poder morar com sua mãe. E Mir? Mir foi para a capital, levando com ele Joon. O meu Joon. O único de todos esse quatro que realmente me conhecia. Aquele que a pouco tempo atrás chamei de minha razão. Aquele que me prometeu me salvar de tudo e todos. Mais apenas soube me machucar. Aquele pelo qual eu ainda daria minha alma apenas para poder abraçar.

Não. Eu não me importava que ele estivesse escolhido Mir a mim. Mir era uma boa pessoa. Era fofo, engraçado. Quem não me conhecia direito podia jurar que éramos parecidos, apesar de que eu era mais quieto. Mais Joon sabia que não éramos. Talvez por isso tenha preferido ele a mim. Quer dizer...Nunca tínhamos chegado a namorar, ele me amava como amigo. Eu sempre pensei que era mas que isso. (Talvez por sentir mais do que apenas uma amizade por ele) Mais quando soube que os dois estavam namorando, eu juro que, me senti feliz por eles. Ninguém merece ter que suportar alguém chorando no seu ombro por tantos anos. Eu queria que ele fosse feliz.

Mais entendam. Eu perdi muita coisa na vida.

Ele, não era uma das coisas que estava disposto a perder.

Então alguns dias antes dele partir. A um mês atrás. Eu fui até seu apartamento, passar a tarde lá depois da escola. E lhe contei a única parte de mim que ele não conhecia. A que o amava mais do que deveria.

Resultado?

Ele disse que eu estava enganado, que havia sido um erro ter se aproximado tanto de mim, que não queria me dar esperanças.

Eu lhe disse então que estava tudo bem, que eu entendia e que estava feliz por ele.

Foi então que ele começo a gritar comigo. Falou tantas coisas que me chocaram. Ele disse que tinha raiva de mim, que me achava um idiota, um nojento, que a cada vez que eu sorria ele tinha vontade de vomitar, que a cada vez que cantava e dançava com todos e fazia brincadeiras com os outros alunos da nossa sala ele me achava mais inconveniente. Mais hipócrita.

Isso acabou comigo. Me destruiu ao ponto do que estão vendo hoje. Ao ponto de eu não querer mais me levantar. Não querer comer a dias. Não ter vontade de sorrir. Não ter nenhum motivo.

“Fraco...”

“Ignorante...”

“Hipócrita...”

“ Nojento...”

“Irritante!”

Me levantei. Se eu era tudo isso mesmo. Talvez devesse tomar uma decisão, quem sabe se eu parasse de ter alto piedade não me tornasse uma pessoa melhor? Quem sabe ao menos posso dizer que tomei uma atitude pra tentar mudar tudo. Quem sabe assim. Eu me torne menos irritante. Quem sabe assim, alguém tenha pena de mim.

Vesti uma roupa e liguei o meu computar e a Webcam.

– Olá, Me chamo Park SangHyun. Mais se você me conhece, com certeza se lembrará de mim por Thunder. Sou, ou ao menos era, popular na minha escola. Provavelmente se me conhecia se lembrará de mim como uma pessoa que estava sempre de bom humor, sorrindo, cantando, dançando, fazendo todas as tarefas, andando junto aos amigos. Mas quer saber? Não devia julgar um livro pela capa. Vocês estiveram comigo por tantos anos e nunca tiveram coragem de me dar mais do que um “oi”, nunca tiveram coragem de se aproximar ao menos para perguntar se eu estava me sentindo bem, se eu tinha uma família, qualquer coisa do gênero. Tenho raiva de mim mesmo por me preocupar com vocês. Tenho raiva por saber que ninguém, em nenhum momento se preocupou comigo, guardou um lugar para mim em seu coração. Vocês, seus egoístas, estavam sempre ali e nei ao menos percebiam o quanto eu estava sofrendo. Vocês se fingiram de cegos. Não os culpo... – me calei por um momento, mais lagrimas caindo pelos meus olhos. – Mais ao menos, quando receberem esse vídeo, ou quando acharem o meu corpo, façam um favor pra sociedade e tentem se preocupar mais com os “amigos” de vocês. Tentem ajuda-los, ou ao menos tentar saber o que se passa na casa deles. Não finja se importar com essa pessoa e depois a despreze, isso dói. Dói tanto quanto nunca ter recebido amor e carinho, tanto quanto não ter tido uma mãe, dói tanto quanto quase ter sido morto pela própria irmã, que por sinal te odiava, já que você e uma merda mesmo. Dói tanto quanto não ser ,ao menos, um motivo pro seu pai tentar fazer um tratamento. Dói tanto, ao ponto de apanhar muito desse e ainda acabar sendo estuprado dez dos seus 3 anos de idade. Dói tanto....quanto amar alguém, e descobrir que essa pessoa sente raiva...nojo...ódio de você. Tanto quanto ter que fazer esse vídeo, por não ter ao menos coragem suficiente de enfrentar tudo isso de frente. Tanto quanto saber que você e um inútil, e teve que chegar a isso pra que alguém se lembre de você, pra que alguém sinta pena. Pra que alguém ao menos diga, que talvez, algum dia me amou. Pra que alguém vá ao meu velório. – parei novamente, praticamente soluçando entre as lagrimas. – Desculpem por isso... – sorri, um sorriso amargo. – G.O, boa sorte nos estudos, SeungHo, espero que se acostume logo com o Japão, Mir e Joon...Sejam muito felizes...E me desculpem por isso. Por mim. Isso não chegaria até vocês, nei essa noticia. Joon, me desculpe por ser um nojento, irritante, acomodado...e sei la mais o que o que ache de mim. Obrigado, por apesar de tudo, cuidar de mim todo esse tempo. Amo vocês...Até nunca mais. Me perdoem, por favor. – após a ultima palavra parei o vídeo e o enviei para o youtube. E por fim, caminhei até a cozinha, pegando a faca que havia ali.

A levei na direção de meus pulsos e os cortei, dando um sorriso ao ver o sangue escorrer. Então caminhei novamente para a sala ,me sentindo fraco. Passei por essa e fui em direção ao jardim, me encostando em uma das arvores ali.

Fechei meus olhos, e em pouco tempo eu já não tinha força pra voltar a abri-los. Morrer não era tão ruim. Aquela dor não era um terço da que eu sentia.

“- Joon,eu te amo...Me desculpe...”

[...]

– JOON! – a voz de Mir o fez dar um pulo na cadeira, onde conversava com G.O e SeungHo pela WebCam.

– O que foi? – ele pergunto ,se virando com a mão no coração e cara de assustados. O que fez os dois no outro lado da tela rirem.

– O...O Thunder...Ele ... – sua voz saiu chorava e então ele mostro no celular, onde estava mexendo na internet,o vídeo já totalmente carregado.

– Mais o que? – ele pergunto incrédulo, o que fez G.O e SeungHo perguntarem o que estava acontecendo.

O menino não respondeu, apenas sentiu uma culpa lhe correr entre a alma. Enquanto escorria por seus olhos em forma de lagrimas.

[...]

Varias pessoas se encontravam em torno do tumulo já pronto. Mas aos poucos todas se foram. Deixando apenas um Lee Joon incrédulo pra traz. Mesmo ao ver a cena, não conseguia acreditar.

– O que você vai fazer uma vez que me deixar...- cantarolou uma parte que Thunder cantava em uma das musicas que fizeram juntos. - ...Você não está pensando antes de partir....- Sua voz falhou e novamente as lagrimas voltaram aos seus olhos. – Desculpe...Eu juro...Eu te amava...você me deixou confuso...porque so me disse aquilo agora?...- o silencio se estabelecia no lugar. – Seu idiota....No que estava pesando quando resolveu ir embora?

[...]

E assim o tempo passou. Levando consigo as lembranças, e deixando as marcas...de alguém que tinha a missão de fazer todos ao seu redor deixarem o egoísmo e olharem pra vida com mais cuidado, mais carinho...

Mais amor.



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Notas finais do capítulo

Gostaram?Deixem comentários e me deixe feliz :3