Becauses escrita por cheerryq


Capítulo 5
V


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, aqui está o quinto capítulo :3
Este é o maior até agora, para me desculpar pela imensa demora .-.
Espero que gostem, boa leitura ^-^



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E ela queria. Ela sabia que queria, ela precisava saber o que estava
incomodando ele tanto assim. Ela estava ali, não é mesmo? Por que ele não percebia isso logo? Por que ele não percebia logo o que nem ela conseguia perceber?



Ela estava do seu lado, com a mão por cima da sua. Aqueles dedos finos e delicados estavam passando uma energia, um calor totalmente diferente de tudo o que ele já tinha sentido. Aquele toque, mesmo pequeno, era tão bom. Os dois sentiam isso.



Os dois sentiam o modo como o outro afetava a si próprios.



Lucy retirou a mão de cima da dele, delicadamente. Suas bochechas estavam enrubescidas, ela tinha simplesmente esquecido que estava segurando a mão de Natsu. Por mais que tenha sido por pouco tempo, a mente da loira estava tão relaxada com o toque, como se estivesse a milhões de quilômetros dali, que aqueles segundos pareciam ter sido quase que eternos. E isso, isso a deixou assustada.



Suas reações quando estava perto dele a deixavam assustada.



Natsu sentiu o toque gracioso ir embora. Por quê? Por que ela tinha largado sua mão? Estava tão...



Bom.



Aquele toque tinha o feito sentir muito, muito bem.



Ela fazia ele se sentir daquela forma. E isso o deixava... assustado. Sabia disso, por mais que não quisesse admitir nem ao menos para si próprio.



Seus sentimentos quando estava próximo dela o assustavam.



Mesmo com as mãos agora um pouco afastadas, eles ainda estavam perto. Muito perto um do outro.



Perto demais para aqueles dois corações aguentarem.



- Lucy, você... – Natsu, finalmente, tinha tomado coragem de falar mais alguma coisa, depois que um turbilhão de pensamentos tinha acabado de passar por ele. – me faz sentir... bem.



E ele deu um sorriso para ela, olhando-a nos olhos.



Olhando dentro daqueles olhos grandes e castanhos, olhando por dentro dela. Ela sentia como se ele pudesse ver sua alma com aquele olhar. Isso a deu medo inicialmente, mas... gostou disso. Porque isso significava que ele conseguia vê-la do jeito dela, exatamente como ela era.



E ela via, entre aqueles olhos negros, um garotinho perdido e confuso... ela via um Natsu triste lutando para ser forte.



Ela via o que ninguém mais via.



Ou melhor, o que ele não mostrava a mais ninguém.



Lucy era a única a quem ele permitia vê-lo daquela forma.



Ela segurou o olhar, sorrindo de volta. Um sorriso sincero, um agradecimento por deixá-la ir tão fundo em seus pensamentos. Um agradecimento por confiar nela.



Ela não sabia o que dizer para ele.



Pelo o menos, pensava que não sabia.



Os lábios abriram-se involuntariamente, o coração comandou-os sem antes pedir permissão ao cérebro. E, quando este se deu conta das palavras que iriam sair, era tarde demais para fazer qualquer coisa para parar.



Mas, isso era bom.



Porque a garota estava, finalmente, percebendo algumas coisas.



E aquele tapado também.



- E-eu... – respirou fundo, sem retirar os olhos dele – também me sinto bem perto de ti, Natsu.



Os olhos já não mais se desgrudavam. Não pediam mais aos seus donos um escape, nem de míseras frações de segundo que fosse. Nenhum dos dois queria perder nada daquele momento. Queriam absorver um ao outro, cada vez mais.



- vamos dar uma volta, Lucy? Na floresta.



- vamos.



E sorriram um para o outro. Eram sorrisos bons, gostosos, sinceros. Lucy fazia tão bem para ele... ela era o único remédio de que precisava. Para sempre.



E estava começando a perceber isso.



Levantaram-se, quebrando o contato visual. Começaram a caminhar, lado a lado. Não estavam mais falando nada. Porém, não era um silêncio pesado, constrangedor. Era leve, era um silêncio de dois amigos, de duas pessoas que se conheciam tão bem a ponto de não precisarem preencher cada segundo com palavras para não se sentirem dois estranhos.



Estavam perto. Muito perto. De novo.



Isso era perigoso. Os dois achavam. Sabiam. Estavam começando a perceber que sabiam.



Parecia ter algum tipo de imã dentro de cada um deles, que os aproximava sem que percebessem.



O braço dele tocou levemente o dela por acaso, e Lucy conseguiu sentir faíscas percorrendo sua pele, entrando em si. Queria aquele toque mais uma vez, mas que dessa vez não fosse passageiro, não fosse embora. Queria que a pele dele permanecesse sobre a sua, formando uma ponte direta de um para o outro.



Foi então que ela o tocou. Repousou os dedos na mão dele, timidamente. Estavam no meio da guilda ainda, mas quem se importava? Certamente, ela não. Nem percebia estar ali, sentia-se bem longe, em um mundo no qual só havia espaço para os dois. O toque da pele dele era tão bom, sentir ele ali era bom. Sentiu-se bem por ter conseguido fazer isso.



Não queria mais soltá-lo.



Natsu sentiu o toque daqueles dedos finos em sua mão, novamente. Uma corrente elétrica percorreu todo o seu corpo, e permaneceu ali. Sentia a mão dela tremer sobre a sua, ela parecia receosa. Não se atreveu a olhá-la, não queria que aquele toque fosse embora de forma alguma.



Então se atreveu a mexer os dedos. Segurou a mão dela. Firme, porém leve. Para protegê-la, para ser protegido.



Estavam presos a imensidão daquele toque.



No fundo da guilda, Mira observava aqueles dois percorrem a porta de mãos dadas com carinho nos olhos. Parecia que finalmente eles iriam se entender, é... tinha esperança de que um dia aqueles dois idiotas iam perceber alguma coisa. Afinal, todo o mundo já tinha percebido.



Até porque era meio impossível não ver o que estava escrito na testa deles.


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Notas finais do capítulo

E era isso... Admito que me diverti muito escrevendo esse capítulo, e provavelmente me empolguei um pouquinho, haha
Mereço reviews?