Waffles Azuis escrita por TheMelonLord


Capítulo 1
One-Shot




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Era meia noite em Nova York, mas Sally Jackson não estava dormindo. Ela não dormia a dias. Na verdade, Sally Jackson raramente conseguia relaxar quando sabia que seu filho corria risco de vida. Mas agora, Sally Jackson havia praticamente parado de viver. Afinal, a quanto tempo Percy havia sumido? Oito Meses? Nove? Ela não saberia dizer.

As vozes de Quíron e Paul retumbaram em sua mente.

“Desculpe Sally. Isto é... confidencial. Não temos certeza da localização dele. Jason Grace só tem um palpite, mas Annabeth não desistiu de encontra-lo.”

“Sally, querida... não podemos perder a esperança. Percy está em algum lugar por aí. Ele é um semideus, lembra? Tem 16 anos. Ele está bem.”

Ela fungou. Nenhum dos dois parecia ter certeza daquilo. Ah, Sally já tentara sim, se envolver nas buscas. Já até tentara chamar a polícia mortal, mesmo sabendo que talvez fosse inútil. Ela havia feito tanto para deixa-lo em segurança! Até se casou com Gabe... E mesmo assim, falhou.

Naquele momento, Sally se sentiu a pior mãe do mundo.

Finalmente, levantou da cama e vestiu seu roupão. Não conseguiria ficar mais um minuto deitada.

Sabia que não deveria fazer isso, mas ignorou os avisos de Paul e entrou no quarto dele. Fechou os olhos e sentiu o cheiro de maresia. Ainda estava do jeito que Percy havia deixado: meias espalhadas pelo chão, livros escolares intocados, fotografias de Annabeth e de seus amigos do acampamento... Ela não se atreveria arrumar aquele lugar.

Mas talvez fosse a hora. Talvez fosse a hora de parar esperar que seu filho voltasse para casa. Sally sabia que um dia isso aconteceria, afinal de contas. Poseidon a avisara sobre isso. Um dia, Percy acharia um monstro que não conseguiria abater. Uma missão para perigosa de mais para se voltar.

Tirou esse pensamento da cabeça e rumou até a cozinha.

Faltava muito para amanhecer, mas Sally resolveu preparar waffles. Não waffles comuns, é claro. Waffles azuis, assim como seu filho gostava. Sim, poderia ser tortura, mas ela adorava pensar desse jeito.

Comida pode ser azul. Percy pode voltar para casa.

Abraçou o pensamento, fechou os olhos e imaginou que seu filho estava lá, comendo. Era dia das mães e Tyson estava lá também. Percy havia dado a ela um busto que esculpira em “Artes e Ofícios” no acampamento, mas os dois concordaram que se parecia tanto com Catherine Keener – que decididamente não se parecia nada com Sally - que os três concordaram em jogar fora. Percy a abraçou e disse que a amava, o que, claro, fez o coração da mulher virar pasta de amendoim.

Mas o som do telefone a despertou de seus devaneios. Esse dia nunca acontecera. Percy não estava lá no dia das mães.

De qualquer modo, Sally não atendeu e deixou cair na secretária eletrônica.

E as palavras que ouviu a seguir, foram o que a fizeram aguentar tudo aquilo, por mais doloroso que fosse, por mais tempo que levasse. Aquelas cinco palavras, ditas pela voz que ela mais queria ouvir, foram o melhor presente que Sally Jackson jamais poderia ter pedido.

“Oi, mãe. Eu estou vivo.”



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Notas finais do capítulo

Lembrando que o Percy liga pra mãe dele no Alasca, no Filho de Netuno.
E aí? Mereço reviews? Recomendações? Críticas?