Atashi To Tenshi To Akuma escrita por Mel Devas


Capítulo 13
Capítulo 12 (Volta ao ponto de vista da Lorene)


Notas iniciais do capítulo

A partir desse capítulo vou colocar o pensamentos de todos juntos. O em negrito é Dan, em itálico, Sam. Coloquei os nomes para não haver confusão, já que eu comecei a fazer isso agora.
Desculpa não ter postado ontem, tava doente, até queria compensar com um capítulo com 2.000 palavras, mas isso foi além das minhas capacidades, então me desculpe de novo. Bem, boa leitura!!!



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            Não sei se é pelo fato deu ter duas criaturas do outro mundo no meu quarto, só sei que no fundo, no fundo, não fiquei surpresa pelo aparecimento à lá Sam do diretor da minha escola.

            Eu não o tinha visto antes, então fiquei um tempo encarando a figura. Tinha estatura média, atarracado, os cabelos outrora escuros quase completamente grisalhos e um bigode cheio. Usava óculos escuros, uma camisa com estrelas florescentes e um colar de flores havaianas (apesar de estar mais pra paraguaias).

            Não demorou muito pra que Sam nos levasse pra dentro do veículo e voltasse pra sua forma normal, por mais incrível que pareça, ele estava envergonhado. O diretor deu um sorrisinho e falou para o piloto:

            - Ao infinito e além!!! – Apontou pra qualquer lado, fazendo uma pose.

            Depois de instalados no escritório dele, todos com uma xícarazinha de chá, ele declarou:

            - Comecemos o chá de bonecas. – Ele sentou em uma pequena cadeira, que só chegava, no máximo, até a sua panturrilha. – Então Lady Jurema, quer chá? – Perguntou, servindo uma boneca de longos cabelos pretos. – E vocês, vão ficar aí parados com cara de bunda? – Indagou, direto. – Sentem-se logo e sirvam chá pras suas novas amigas.

Sentamos, para mim não era não desconfortável assim, mas dava pra ver Dan e Sam equilibrando-se, tentando achar lugar pras pernas compridas. Passados 10 minutos eles conseguiram finalmente se acomodar – na verdade desistiram e sentaram no chão. Ah, comentário inútil: eu realmente queria ver Lion tentando sentar nessas cadeiras – e eu já tinha servido chá pra todas as bonecas.

Acho que vale descrever o escritório do Diretor, não é? Esse na verdade era um anexo ao principal – este sóbrio, moderno e formal. – Tinha as paredes cor de creme na parte de cima e um papel de parede branco e rosa com flores coloridas com tons suaves embaixo, em alto-relevo. Do teto alto e totalmente alvo pendia um lustre, todo feito de cristal, que reluzia. No meio da sala um espesso tapete, marrom escuro por fora e claro por dentro, onde os nosso pés afundavam. A parede era repleta de prateleiras, todas lotadas de bonecas, de todos os tipos, tamanhos, formas, cores e materiais, todas muito bem feitas, ou se não pra tanto, exalavam um ar de carinho.

Por último e não menos importante: uma mesinha de chá (Contornada pelas cadeiras combinando, claro). Estávamos sentados de frente pro frágil móvel e parei pra observá-lo melhor: tinha o estilo do século bolinha lá, que eu nunca me lembro, (mas como sei que você já viu pelo menos UM móvel do tipo, vou continuar a descrição), tinha as pernas curvas e delicadas, seu tampo estava brilhando – tirando uma mancha de chá, obra de Dan -, a madeira escura era tão velha que chegava a ser macia. Não preciso dizer que fiquei fascinada com o objeto, certo? Mais do que o normal – amo coisas antigas, é, amo tanto que não sei de que tempo eles são, mas amo, não duvide... – ela me atraía, tinha uma aura que me deixava nostálgica.

O diretor percebeu meu olhar na mesa, e deu um sorriso fraco e terno do tipo “Isso me lembra de coisa pra caralho...”. Olhei de volta.

Dan: Por que esse velho está olhando a Lorene assim? Ela até notou, mas deixou de lado. Como assim?

Sam: Ora, ora, parece que esse Chrow está escondendo alguma coisa, isso pode ser divertido...

- Posso ajudar? – Perguntei. Método simples e não-grosseiro de abordar o assunto, era o diretor no final das contas, tenho que mostrar respeito.

- Ah, não, nada, só estava pensando o quanto você cobraria a hora... – Ele sorriu, debochado. Fiquei vermelha e com raiva e me afastei do tarado, buscando por socorro nos meus companheiros de quarto. Dan estava tão em choque quanto eu, e Sam cruzara os braços e acenava a cabeça, concordando.

- Calma, calma, calma! – Chrow falou. – Só estou de brincadeira. Achei curioso o seu cabelo, e, afinal, queria olhá-la, a única garota que estuda nessa escola.

Sim, eram argumentos consistentes, mas preferi manter minha distância, o velho realmente fedia a perversão. Mas mesmo assim o comentário me fez tocar o meu cabelo. Estava comprido, tinha passado das costas, eu havia esquecido de cortá-lo antes de vir pro colégio. Ele era branco, pra surpresa de muitos, e assim eram minhas sobrancelhas e os cílios também. Dei de ombros, nunca gostei muito de ser albina. Tinha que tomar banho de protetor solar e aturar pessoas sem querer achando que eu sou idosa.

- Diretor... Afinal, por que a gente está aqui? – Perguntei, ele olhou com ares de “Finalmente perguntaram, seu bando de lerdos! Pensei que ia decompor aqui!”.

Baixou um silêncio mortal, o diretor com os mesmos ares de sabe tudo e nós esperando, quando a porta abriu com um estrondo. Dela saiu uma estranha procissão de bonecas. Mas a diferença era que, ao contrário faz outras bonecas, bonitas e bem trabalhadas, essas pareciam mal feitas, bonequinhos voodoos, todas completamente beges, de um tecido áspero (tipo um saco de batatas ou o saco do homem do saco) e cabelo de palha. Entre esses fios de palha, pude ver fios de cabelos normais. Aquelas eram realmente bonecas voodoos?

Ok, acho que estou me focando no ponto errado, em vez de ficar espantada por causa de bonecas que andam, eu me preocupo com a aparência delas... Magnífico * sarcasmo *...

Os bonecos, andando desajeitados, nos cumprimentaram, como atores fazem depois de peças de teatro, e começaram. Um deles (não consegui distinguir a cor dos fios de cabelo em cada, então vou chamar de um, dois, três... E por assim em diante...), o número um, agitou os braços, como que estivesse bravo, o número dois, em contrapartida, fez uma dançinha, como se estivesse debochando do Um. Um terceiro entrou e se enfiou no meio, apoiando os braços na suposta cintura (eram bonecos de palha, não tinha cinturas), balançando a cabeça, e, por consequência, o estranho cabelo de palha. Mas aí, separados, mostra os bonecos 1 e 2 agachados, abraçando as pernas. O terceiro ajuda o primeiro a se levantar, o segundo também é ajudado, mas se afasta, se remoendo ainda mais naquela posição fetal.

 O Um e o Três continuam juntos, se misturando com mais alguns bonecos, me deixando confusa, depois, com só os dois novamente, aparece um Quarto, bem maior, estendendo os braços e correndo atrás deles, que se afastam correndo. O Dois entra em cena, salvando o Um e o Três. Outro boneco voodoo apareceu, mas este saído do colo de uma linda boneca, de cabelos lisos, curtos e brancos, parecia feita da mais bem trabalhada porcelana. O boneco que saiu de seu colo – o número Cinco – começou a falar com os outros três, com a bela boneca de olhos azuis observando. O Dois se afasta, mas não muito, e continua assim.

Os bonecos cumprimentaram de novo, e levantaram três pranchetas, precisando de pelo menos três bonecos cada, trazendo-as cambaleantes pra gente. A boneca de cabelos claros e olhos azuis estendeu canetas, peguei uma, quase que hipnotizada pelo seu olhar.

Depois de sair do transe, olhei pro papel. Sam e Dan já estavam rabiscando algo. No começo da folha estava escrito: Continuação do roteiro. E abaixo várias linhas pra preencher.

Dan: A Lorene nem deve ter percebido que os bonequinhos representam a gente, mas eu era o Um ou o Dois? Acho que o Um, mas não sei... Hum... Agora, o quê escrever?

Ah... “Arranja outra pessoa pra escrever, babaca!!”

Sim, estava bom o suficiente.

Sam: Ora, ora... Mas vocês já escreveram parte dele... Eu não fiz nenhuma menção de abandoná-los novamente, apesar de que eu vou fazer isso de qualquer jeito... Bem, vamos tirar uma onda com o diretor:

“Era uma vez um lindo velho que metia a maravilhosa fuça na perfeita vida dos outros. Ficou com um fantástica alergia e teve ficar fabulosamente quieto ”

Aposto que Lô nem percebeu...

Ahn... O quê escrever? Ok, vamos ser positivos.

“Sr. Três, Senhor Dois e Senhor Um se casaram e viveram felizes para sempre”

Uhum... Ótima história, vou até tentar publicar...

Chrow pegou nossos papéis e leu, rindo. Parecia não se importar de ter revelado a estranheza de suas bonecas.

- Por que as bonecas se moviam? – Perguntei inocentemente.

- Ãhn?? Ah, sim, sim, tem pessoas que preferem fazer comparações com peças de xadrez, já eu, bonecas.

-Entendo... – Podia ser estranho as bonecas se moverem, mas pelo menos por algum motivo... Pensei no que elas poderiam querer mostrar.

- Dispensados. – Ele falou. – Lorene, fique aqui.

Depois de um olhar desconfiado para o velho, Dan e Sam saíram.

O que será que ele queria comigo? Me desesperei.


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Notas finais do capítulo

Nossa, forcei a lerdeza da Lô agora... Comparei ela ao meu nível. Enfim, desculpa pelo capítulo de merda, e espero que tenham gostado o/



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