Conexão Seattle escrita por Karmen Bennett


Capítulo 19
O pior jantar do mundo


Notas iniciais do capítulo

Oi! Gente mais uma vez obrigada pelos reviews e desculpa a demora. Mas aqui esta o cap. Eu tava dando uma relida nessa fic, e tem cada erro grotesco! Qd virem essas atrocidades, pfv avisem não ha constrangimento algum, certo? Mas não vou citar as perolas, passadas, vamos pra frente! Espero que gostem desse cap, boa leitura, bjs!



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Dentro do sótão, Carly arrumava um cenário que melhor representasse um deserto. Não era fácil. O local estava apinhado de coisas e arrumar a ponto de deixar uma grande área vazia, foi algo que ela percebeu que não seria fácil. Mas preferiu fazer sozinha do que suportar os colegas que a exatos cinco dias não se falavam direito. As brigas tornaram-se uma constante, e quando ficava sozinha com um deles, o único assunto era o outro.

Não sabia mais como fazer para eles perceber que ainda se gostavam, acabou por deixa-los perceber sozinhos a bobagem que faziam. Mas eram teimosos e orgulhosos. Não queriam dar o braço a torcer. Afirmavam até que haviam terminado definitivamente. Sem a menor convicção.

Carly ouviu o elevador chegando no andar e parou de arrumar uma pilha de trecos em um canto para observar quem chegava. Sam entrou com uma cara seria e se atirou em um puff demonstrando o cansaço pela caminhada.

–Que bom que esta sozinha.

–Mas o Freddie não vai demorar. O que houve?

–Nada, só não queria olhar pra cara dele...

–Ah, sei. Aproveita que esta ai e me ajuda aqui.

–Vocês pararam de investigar sobre aquilo?

–Sei la. O Freddie ta estranho. Ele ta mal com a briga de vocês.

–E como acha que estou? É melhor assim.

–É, mas toma cuidado. A Missy não parece ter desistido. Ela e muitas outras.

–Se ele as quiser... O que posso fazer?

–Quem ouve você fala jura que vai chorar a qualquer momento. Larga de ser boba!

–Ah, Carly talvez seja melhor assim. O Freddie é cheio de preconceitos. A gente não ia muito longe mesmo...

–Se ele fosse assim não teria ficado com você. Eu não vou me meter, mas pensa no que esta fazendo.

Sam abria a boca para responder quando a porta abriu estrondosamente dando passagem a um garoto extremamente perfumado. Ele vestia uma roupa simples, e elegante e tinha os cabelos muito bem penteados.

–Oi. Vim dizer que não vou poder filmar hoje, vou sair com a minha mãe.

–Ah... –Carly sorriu timidamente. –Tudo bem, mas fiquem ai, um instante, eu quero mostrar uma coisa a vocês.

Antes de qualquer um pudesse impedir, a garota saiu saltitando para fora do estúdio deixando os dois a sós. Não era a primeira vez aquela semana, mas agora ela havia dado a Sam um bom motivo para lutar por Freddie. Ao menos achou que deu.

Um silêncio constrangedor se fez presente entre os dois, e não melhorou quando Freddie sentou ao lado de Sam. Ele tamborilava os dedos sobre a coxa, olhando para o nada. Sam olhava fixamente para ele, estudando, analisando a melhor forma de tentar iniciar uma conversa civilizada. No instante em que ele a olhou, ela quis manter o olhar firme mas acabou por baixar o rosto.

–Tudo bem com você? –Perguntou ele.

–Sim. E você?

–Também.

Eles voltaram a mergulhar no silencio constrangedor. Não havia mais espaço para brigas, isso eles podiam sentir. Ambos desejavam se aproximar novamente. Freddie suspirou e disse sem olha-la:

–Eu tentei te ligar ontem. Estava desligado.

–Ah, foi! -Disse encarando o chão.

–E ante ontem. E todos esses dias...

–Ah... E... –Ela apertava os dedos embaraçada. –E o que queria me dizer?

–Pedir desculpas. –Disse olhando-a nos olhos.

–Esta desculpado... –Disse sorrindo timidamente. –Me desculpa também.

–Claro. –Ele sorriu se aproximando. –E dizer também que sinto sua falta.

–Eu também.

Era a primeira vez que conversavam civilizadamente após a briga. A raiva passara e a falta que sentiam um do outro servia de remédio ao orgulho. Freddie se aproximou ajoelhando-se em frente ao puff onde Sam estava e a encarou nos olhos. Ela não demonstrou resistência alguma. Deixou que ele pusesse delicadamente uma mecha de cabelo atrás de sua orelha e sorriu com o gesto. Ele mirou os lábios da garota e se aproximou lentamente inclinando-se até seus lábios se tocarem. Não passaram desse toque suave.

O elevador abriu fazendo os dois se afastarem rapidamente. Uma garota ruiva, extremamente arrumada saiu de dentro do equipamento com um enorme sorriso no rosto e caminhou até ficar a menos de dois metros dos dois.

–Freddie! Meu pai esta esperando! Ainda não avisou as meninas? Ah, oi Sam, como vai?

O garoto, ainda de joelhos entre os dois puffs, coçou a cabeça confuso, e olhou para Sam que passara a encara-lo severamente. Mas a surpresa dele não o permitiu explicar a situação. A loira levantou, e saiu batendo a porta sem dizer mais nada. Mais um segundo e acertaria o nariz da outra.

–Sam, espera! – Gritou levantando impaciente. – Ai que inferno!

–Freddie, por que da tanta atenção a Sam? –Perguntou se pondo no caminho. – Eu não entendo, sabia?

–O que esta fazendo aqui? – Freddie recuou alguns passos tomando distancia. –Minha mãe não disse que iriam...

–É uma jantar de negócios, e meu pai quer que eu aprenda a lhe dar com isso. É injusto o que você esta fazendo comigo, sabia?

–Ok, jantar cancelado. –Disse se dirigindo a porta. – Estou indo resolver uns problemas.

–Freddie, a sua mãe esta esperando.

Sem responder, Freddie seguiu pelo mesmo caminho que Sam, destinado a falar com a loira. Carly entrou impedindo a saída do garoto. Ela tinha o semblante decepcionado, e lançou aos dois um olhar um pouco irritado.

–A Sam já foi. Melhor ir pro seu jantar, Freddie.

–Oi, Carly! –Cumprimentou Missy.

–Oi. –Respondeu seca.

Freddie continuou o trajeto e desceu pelo elevador principal. Estava decidido a por um ponto final aquilo tudo. Missy o seguiu animada certa de que a noite lhe traria novas possibilidades. Os pais de ambos aguardavam-nos em frente ao prédio, e sorriu ao vê-los. Não teve coragem de dizer que não queria ir. Com que cara a sua mãe ficaria? Poderia fazer um esforço.

–Freddie, querido! Você demorou!

–Estava ocupado. Podemos ir logo? Pretendo voltar antes das oito para estudar.

–Ora, Freddie ainda são seis e meia. –Disse Diana, a mãe de Missy, gentilmente.

–Eu sei, senhora Robinson. –Freddie sorriu tentando não ser indelicado com a mulher. – Mas é que tenho trabalho, prova...

A mulher assentiu compreensiva e se voltou ao veiculo do marido conduzindo a família. Cada uma das famílias entrou em seus respectivos carros e se dirigiram ao elegante restaurante onde haviam feito as reservas.

Em uma esquina, Sam observava tristemente o quão conveniente era aquela cena. Podia ter gritado, esbravejado, batido em Missy, mas estava certa de que de nada adiantaria. Só sofreria mais. As lágrimas rolaram dos seus olhos e naquele momento ela teve a certeza de que havia se apaixonado por alguém completamente fora do seu alcance.

O local era grande e decorado num tom vinho. A musica baixa, reproduzia algo que era difícil definir do que se tratava devido ao tilintar dos talheres e o murmurinho das pessoas. Sentaram-se numa mesa para seis, onde a cadeira vazia refletia a ausência de Frederick.

Freddie sabia que o Robinson tinha dois propósitos: Tentar convencê-lo do quão lucrativo seria vender a Play&Back e tentar aproxima-lo da filha. Isso lhe repugnava. Como alguém podia ser tão baixo? Freddie pensou que ele era um forte candidato a ter traído o pai.

–Então, Freddie soubemos do mal entendido entre você e a minha filha. Se não fosse o bom garoto que sei que é, teria lhe dado um jeito rapaz!

–Pois o senhor pode ficar tranquilo, eu não tenho o menor interesse em sua filha.

–Freddie! –Repreendeu Marissa. –Poderia ser mais gentil?

–Então, vamos ao que interessa. –Começou o garoto. –O que exatamente o senhor deseja conosco?

–Freddie. –Marissa o interrompeu uma segunda vez. –Viemos aqui para nos divertir com os amigos...

–Mas eu não posso demorar. Tenho que estudar!

– Freddie, pare de pensar só em estudar! –Disse a Diana. –Do que vale a vida sem um pouco de diversão, e de amor?

–Eu sei. Mas creio que não convém falarmos disso. Não consigo me divertir com tantas pendências, me desculpem.

–Freddie, por favor tente ser mais educado!

–Estou sendo, mãe. E alias, creio que isso aqui seja uma grande perda de tempo, pois se o senhor Robinson deseja comprar a loja, a resposta ainda é mesma. Se deseja financiar a reforma e se tornar sócio, outro não. Mais alguma coisa?

O homem tentava esconder a fúria que havia por trás de seu sorriso congelado. O garoto estava ainda mais impassível. E agora parecia mais forte. Não havia a melancolia e a falta de esperança no olhar do garoto. Aquela desesperança de quem deseja manter algo apenas por respeito e lembrança. Agora havia também uma garra que ele desejava não ver jamais.

–Entendo, Freddie. –Respondeu o homem gentilmente. – Não há mais nada a ser decutido, então... Vamos jantar?

–Sim!

–Mas se me permite uma pequena consideração... Estamos em Seattle, meu caro. As coisas se modificam todos os dias. Tradicionalismo não combina com essa cidade.

–Depende da tradição. –Respondeu desafiador.

–Por exemplo?

–A tradição de se repudiar alguns apenas por morar em uma área menos favorecida.

–Ora, vejo que esta se transformando em um revolucionário. – Disse o homem sorrindo gentilmente. – Se parece muito com o pai, não Marissa?

Marissa sorriu timidamente e Freddie pode jurar que vira sarcasmo nos olhos dele. A mulher massageou a nuca nervosa e baixou a cabeça ao comentário, que a aparentemente não a deixara feliz como deveria.

–Não sou revolucionário, foi só uma observação. –Disse dando de ombros.

–É, mas você esta equivocado. –Interveio Missy. –Repudia-se essas pessoas por que nenhuma presta. Você tem um exemplo na Sam!

Freddie cerrou os punhos por baixo da mesa e respirou fundo. Se perguntou por que fora aquele jantar, o que estava fazendo ali e por que simplesmente não ia embora. Lhe sobreveio raiva, indignação e certa aflição. Depois, respirou fundo novamente e percebeu que era inútil tentar qualquer dialogo com aquelas pessoas. Com um sorriso amarelo resolveu encerrar o assunto.

–Ao menos ela assume as coisas que faz. Eu realmente gostaria de jantar.

Após isso, Freddie permaneceu em silencio durante o resto do jantar. Steve Robinson até tentou entrar em uma conversa sobre negócios que ele fechava com japoneses, mas ninguém deu atenção, exceto Marissa que entendia tanto de negócios que deixou a loja falir.

Freddie percebeu que havia certo deboche enquanto conversava com a mulher. Mas ela rebatia igualmente. Era como se ambos tivessem algum segredo, e falassem em códigos sobre certos assuntos. Não gostou da forma como eles se referiram a Play&Back como um mero memorial abandonado, do qual todos se orgulhavam, mas que ela queria vender e ele queria comprar.

–Um prédio enorme, abandonado. É uma pena, Marissa. Ainda assim, desejo de todo o coração muita sorte ao pequeno Freddie.

–Sim, por mim, sabe que teria aceitado sua proposta, mas o Freddie tem outros planos.

–É um garoto esperto, sei que conseguirá ressuscitar a loja! Sabe que pode contar comigo.

–Steve é sempre muito generoso. –Disse Diana. –Sabe que descobri a pouco tempo que ele ajuda instituições anonimamente?

–Sim. Antes ajudava um hospital psiquiátrico, mas soube que será estatizado, então estou em busca de novas instituições.

–Bom. –Ela sorriu de um modo estranho. –Menos despesas que as famílias terão com os loucos.

–A ideia a anima, suponho.

Missy e a mãe riram acreditando se tratar de uma piada. Freddie, fingia se concentrar no prato enquanto prestava atenção ao dialogo. A senhora Robinson não demonstrava ciúmes em relação a amizade do marido e a outra mulher, mas Freddie percebeu que ela também estava atenta a cada palavra. Mas parecia saber exatamente do que falavam. O sorriso dela era diferente do sorriso de Missy. Era um riso de quem entendia o que estava subentendido. O sorriso de Missy era um sorriso débil, apenas pra não ficar dispersa.

Freddie sentiu-se sujo em estar ali. Era óbvio que estavam tentando fazer com que se aproximassem, exatamente como fizeram com Wendy. Ao fim do jantar, sorriu friamente pra os três e regozijou-se em se ver livre deles.

–Freddie, você me decepcionou muito.

–Então estamos quites. –Rebateu.

–Como pode falar assim comigo? Em que eu te decepcionei?

–Você quase bateu na Sam quando ela fez aquela brincadeira comigo a dois anos atrás. Ai a Missy faz pior e a senhora convida ela e a família pra jantar?

–Quer comparar a Sam com a Missy, querido? –Disse bondosamente.

–A Sam mudou, mãe. –Respondeu pacientemente.

–Nem me venha com essa conversa. O que há? aquela delinquente esta te ameaçando?

–Ela não é uma delinquente. Nem esta me ameaçando.

–Não esta? Então me diga, querido por que tem defendido tanto a Puckett ultimamente?

–Mãe, depois que começamos a trabalhar juntos, ela tem se mostrado mais respeitosa. E ela também cresceu, esta amadurecendo.

–Suburbanos não amadurecem, apodrecem.

Freddie se calou indignado. Ha um tempo atrás, não acharia o comentário tão assombroso quanto achara naquele momento. A viagem permaneceu no mais absoluto silencio, Marissa acreditava que Freddie estava apenas absorvendo suas sabias palavras, mas pra Freddie aquilo soou com o som esgoto de uma usina nuclear sendo despejado no rio limpo e cristalino.



Carly não tinha vontade de ver Jeremy após o que ele fizer com Freddie. Mas o fato é que ele estava mal, e sem ninguém para apoia-lo. Pensava em sair da cidade, e de fato era o melhor a fazer. Queria trocar de escola, de amigos, sumir do mapa. Era triste a situação dele. Se, tivesse ouvido a Wendy em seus apelos, em adiar o matrimônio, não estaria passando por isso. Talvez nem mesmo a perdesse, caso tivesse se mostrado compreensivo. Mas preferiu ser egoísta e possessivo.

Quando o carro da mãe de Gibby estacionou em frente ao Bushwell, por volta das sete, Carly já estava aguardando. Era melhor que não fosse sozinha, pois sabia que não tinha assunto algum com Jeremy. Ana sorriu gentilmente ao vê-la e os levou até a residência do colega.

Jeremy estava no quarto, jogando video game comendo bata-frita. Aos uma dieta, tinha conseguido chegar a um peso ideal, mas aparentemente quilo não importava mais. Vai ver amava mesmo a garota.

–Oi, Jeremy. –Cumprimentou Carly. –A gente veio te chamar pra sair.

–Não. –Respondeu sem nem encara-los.

–Não pode ficar assim. –Disse Gibby. – Tem que ser forte, existem outras garotas no mundo...

–Bela filosofia. Pena que eu só gosto de uma.

–Não pode se deixar abater desse jeito, Jeremy...

–Querem bata-frita? Sair eu não vou.

Os dois sentaram e ficaram jogando com ele por um tempo. Conversaram sobre bobagens e trivialidades até as nove, quando Ana veio buscar Carly e Gibby. O estado de Jeremy era uma mistura de resignação, com amargura, e muita tristeza. Dava muita pena.

Quando Ana deixou Carly na porta de casa, Gibby pediu a mãe que esperasse por que ainda queria falar com a amiga. Acompanhou a garota até a portaria onde Lewbert dormia ouvindo uma musica country baixa num radinho de pilhas.

–Carly, eu queria perguntar se você não quer ir comigo ao teatro amanhã... Eu tenho dois ingressos e...

–Desculpa, não posso. O Freddie transferiu a gravação pra amanhã.

–Mas eu nem disse a hora...

–Desculpe, eu sei. –Ela sorriu docemente. –O resto do dia eu queria estudar, descansar... Não imagina energia que eu gasto com aqueles dois brigando.

–Tudo bem. –Disse sorrindo timidamente.

Carly já se afastava em direção ao elevador, quando após uma breve luta interior, Gibby tomou coragem a chamou. Ela voltou sorrindo curiosa, o garoto respirou fundo e disparou:

–Carly, eu sei que não sou o mais bonito, nem o mais inteligente, mas eu gosto de você. Se um dia você achar, sei la se um dia você quiser sair comigo, eu vou estar esperando. Por que eu gosto de você. E... é mais do que amizade.

A garota ouviu tudo com um misto de surpresa e assombro. Ele tremia as mãos, em meio ao nervosismo, mas não deixava de olha-la nos olhos nem um segundo. Quando achou que não podia ser mais surpreendida, Gibby deu um rápido beijo sobre os lábios dela, e saiu quase correndo, deixando-a sozinha, no meio da portaria.

Ao virar-se, Carly se deparou com um garoto que a olhava tão surpreso quanto enfezado. Se perguntou se ele havia presenciado toda a cena, e o que pensaria ao seu respeito. Não tinha importância, não tinham mais nada juntos, e a única coisa com a qual ela tinha que se preocupar era como ficaria sua relação com Gibby, pois estava certa de que não queria nada com ele alem de amizade.

–Esta saindo com o Gibby, Carly? –Perguntou assim que ela se aproximou do elevador do qual ele saia.

–É da sua conta?

–Foi só uma pergunta...

–Não, não foi só uma pergunta! Você nem um bom dia me da, Griffin, e agora quer saber com quem eu saio ou deixo de sair?

–Nervosinha, heim? Me diz se esse babaca beija tão bem quanto eu!

–Sai da minha frente antes que eu...

Antes que ela pudesse completa, Griffin a beijou arrastando-a para dentro do elevador. Não um selinho inocente, mas um beijo feroz e urgente. Ele envolveu os braços em torno da cintura dela, resistindo aos socos que lhe eram dados no peito, e só parou quando recebeu uma forte mordida nos lábios.

–Você me mordeu!

–Ta pensando que eu sou o que?

–Você é louca! Então, prefere o esquisitão la?

–Pelo menos ele não se deixa levar pelo que a mamãe diz!

–Pelo menos eu não me deixo levar pelo o que o papai diz!

–O que quer dizer?

–Não é a inteligente?

–Suas acusações tolas não tem importância pra mim, meu pai é um homem integro, ele vai provar isso!

–É, mais até que se prove o contrario...

–Cala a boca, seu idiota, sai daqui agora!

–Com prazer. – Disse saindo do elevador. –Ah, e só pra você aprender, nunca mais te beijo!

–Como se eu quisesse!

O garoto saiu do prédio a passos largos. Carly se perguntou o que foi aquilo. Sua mente estava a mil. Em menos de meia hora, haviam sentimentos novos e velhos se misturando, deixando-a atordoada. Não é que não tivesse gostado da atitude de Griffin, certamente foi melhor do que se ele tivesse sido indiferente, mas não podia deixa-lo ir chegando assim como se fosse um objeto dele. Mas era o cheiro, o toque, que ela amava. E havia Gibby. Alguém que ela gostava demais para magoar. Alem de ser meigo, sincero e carinhoso.

Não soube dizer quanto tempo ficou dentro do elevador, com as portas abertas, pensando em tudo o que havia ocorrido naquele curto intervalo de tempo.Quando apertou o oito e tentou fechar as portas, Uma mão abriu o elevador quando ele já se fechava. Freddie entrou sozinho, com uma cara péssima.

–Se me beijar, apanha! –Esbravejou fazendo ele sorrir atordoado.

–Por que eu faria isso? –Ele pressionou o botão para fechar as portas.

–Hoje não é a noite de beijar a Carly? –Disse amargurada. -Cadê a sua mãe?

–Subiu. Já faz mais de duas horas que voltamos. Eu estava na praça pensando...

–Em que?

–Em tudo. Fui um idiota com a Sam, não fui?

–Você não teve culpa. A Sam gosta de você, ela vai entender.

–Ela sempre me entende... E eu não faço o mínimo esforço pra entender ela...

–Pois é. Homens são uns estúpidos.

–Parece que alguém mais esta com problemas, heim? Vi o Griffin saindo, nervosinho... Quase me leva na frente!

–Não quero falar dele!

–Por que não? Ele te beijou?

–É! E o Gibby se declarou! Acredita?

–Demorou heim?

–Você sabia?

–Você não sabia? E os homens é que...

–Não ouse completar.

O elevador parou no andar fazendo o sorriso de Freddie desaparecer. A mãe provavelmente o esperava para conversar sobre o quão vantajoso seria vender a loja ou namorar com Missy. Percebeu o quanto se deixara manipular pela mãe durante todo esse tempo, em relação a pessoas que ele sequer conhecia. E isso agora lhe custava caro. Freddie achou que já estava mais do que na hora de deixar bem claro a todos que sabia pensar por si só.




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Notas finais do capítulo

Gente então, pfv não me abandonem pq eles ainda estão brigados. Eu espero que tenham gostado desse cap, pq eu pra variar senti um vácuo depois de escrever ele. No prx cap, tem momento Seddie, só dizendo pra acalmar os ânimos. E mais pistas! Continuem deixando seus palpites!! Até a prx vou tentar postar o mais rápido possível, ta? Bjos!