Capítulo 4-What Does Not Kill Fattening

            Annabeth acordou se sentindo bem naquela manhã. Logo ela se lembrou do dia anterior e de que Percy viria a sua casa hoje.

            A garota levantou de sua cama e se dirigiu ao banheiro para fazer a higiene matinal.

            Enquanto isso um garoto de cabelos negros e certos olhos verdes estava parado em frente à porta de uma bela casa. Casa essa habitada por uma bela garota.

            Ele tocou a campainha e logo dois garotos de 12 anos vieram abrir a porta.

            -E aí Percy? Beleza? A Annie ta lá em cima no quarto dela. Você sabe onde é. Pode ir lá. –disse Bobby.

            -Tá. Valeu. –disse o garoto mais velho indo em direção as escadas.

            Ele parou em frente a uma porta de madeira que ele sabia que dava para o quarto da loira e bateu de leve. “Entre.” Ele ouviu e depois entrou.

            A jovem dos olhos cinza como tempestades estava dentro do quarto aparentemente procurando alguma coisa.

            -Oi. O que está procurando?

            -Oi Percy. Estou procurando minha liguinha de cabelo.

            -Hum... Por que não deixa o cabelo solto hoje?

            -Então ta. Vou deixar solto então.

            -E aí? Já comeu algo hoje?

            -Não. Ainda não.

            -Então vamos? Você tem que se alimentar.

            Vendo a cara que a loira fez com essas palavras ele a puxou pela mão e a abraçou.

            -Você prometeu. –ele disse em seu ouvido.

            Ignorando a corrente elétrica que atravessou seu corpo a loira apenas confirmou com a cabeça e foi em direção a porta ainda com a mão entrelaçada na do garoto.

            Enquanto desciam as escadas Percy pode reparar no que a garota usava hoje. Ela vestia um short jeans como no dia anterior, mas hoje estava com uma blusa azul enquanto ele vestia jeans, tênis preto e camisa verde.

            Os dois chegaram à bela cozinha e encontraram os dois irmãos da jovem.

            -Bom dia Annie. Bom dia Percy. –disseram juntos.

            -Bom dia. –os dois adolescentes responderam.

            Annabeth foi em direção à geladeira sob o olhar de Percy. A garota abriu a geladeira, mas logo a fechou lançando um olhar suplicante ao garoto.

            Percy foi em sua direção e a abraçou. Ele podia sentir o olhar dos garotos sobre eles, mas ignorou. Ainda abraçado a ela ele abriu a geladeira e olhou seu conteúdo.

            Frutas. Ele pesou e pegou uma maçã. Ele ofereceu a garota e ela negou. Ele deu uma mordida enquanto ela continuava a olhá-lo.

            Ele ofereceu de novo e dessa vez a garota aceitou. Ele sorriu para ela, mas ela não mordeu a fruta.

            -Não vai comer não Annie? Sabe como é né? O que não mata engorda. –disse Mathew. –E duvido que uma maçã vá matá-la. A não ser que alguém tenha envenenado ela assim como fizeram com a Branca de Neve. Mas fica tranqüila que se tiver envenenada o Percy te beija e você acorda.

            Percy sorriu para ela, mas em seus olhos ela podia ver que a maçã não lhe mataria. A maçã seria sua salvação.

            Ela confirmou com a cabeça e mordeu a maça.

            O jovem voltou a sorrir e sentou-se em uma cadeira, mas não tirou os olhos da loira.

            Alguns minutos depois a loira já tinha comido três maçãs e duas bananas. Era só ela insinuar que ia sair da cozinha que o moreno lhe lançava aquele olhar que dizia tudo. Ela precisava comer.

            Só que desta vez ele não lhe lançou aquele olhar. Este olhar era diferente. Era um olhar orgulhoso. Transbordava orgulho.

            Ele se levantou e pegou sua mão.

            -Estou orgulhoso. –ele disse em seu ouvido. –Vamos lá pra cima.

            Ela confirmou e eles foram para o quarto da garota.

            -Percy... –ela suplicava para que ele a deixasse ir ao banheiro.

            Em resposta ele a abraçou:

            -Fica aqui comigo.

            Ela confirmou com a cabeça e os dois ficaram abraçados.

            -Percy... –agora ela chorava e isso partia o coração do garoto, mas ele precisava ser forte. Por ela. Por ele. Pelos dois.

            Ele pegou-a no colo e levou-a para sua cama. Deitou-a lá e, tirando os tênis, ele se deitou com ela.

            Eles ficaram lá, juntos, abraçados. Ela chorando. Ele afagando seu cabelo.

            -É para o seu bem.

            -Eu sei.

            Percy não sabia explicar o que sentia pela loira. Era um carinho tão grande... Ele nutria fortes sentimentos por ela. Ele queria beijar-lhe os lábios como um namorado. Escutar suas inseguranças como um amigo. Cuidar dela como um pai. E protegê-la como um irmão. É errado isso? Querer ser tudo o que alguém precisa? Ele se perguntava. Mas a resposta ele já sabia. Não, não é errado. Não pra quem gosta de verdade. E mesmo que eles tenham se conhecido há tão pouco tempo ele já sabia, ele gostava de verdade de Annabeth. Mas por ora teria de se conformar em ser apenas seu amigo. Não tem problema. Ele pensava. Primeiro serei seu amigo e depois... Só Deus sabe o depois.

            Já Annabeth não estava tão confusa quanto o moreno. Ela não sabia por que ele estava fazendo tudo aquilo, mas sabia que gostava dele. Ela se sentia segura com o belo garoto e sentia que podia confiar nele. Sabia que sempre teria ele ali para ajudá-la e apoiá-la. Ele não a deixaria. Eles eram como um navio e seu porto. Ela, o navio, sempre o teria, seu porto seguro, para ajudá-la quando ela mais precisasse. E o mesmo valia para ele. Ele sempre podia contar com ela. Para o que precisasse. Ela sempre estaria ali para afagar-lhe o cabelo e dizer que tudo ficaria bem. Que ela estava com ele. Assim como ele estava fazendo naquele exato momento.

            E foi assim, cada um com seus pensamentos, que eles dormiram. Dormiram abraçadinhos como se tivessem sido feitos um para o outro. Ela já não chorava, mas continuava agarrada a camisa do garoto e ele a envolvia pelos ombros, a puxando mais para si, prendendo-a ali.

            Quem visse aquela cena provavelmente pensaria que os dois estavam apaixonados e que eram namorados. O que não é, teoricamente, mentira. Não totalmente pelo menos. Afinal, eles estão apaixonados. Só não sabem disso. Ainda.

            Pois Annabeth fazia Percy esquecer seus problemas. Ela o tornava ainda mais inseguro do que já era. E Percy fazia Annabeth esquecer que era uma garota problemática e com bulimia. Assim como ele fez naquela manhã. A manhã em que, mesmo tendo acabado de comer, ela não havia vomitado. Percy fazia essas coisas com ela. Pois ela ainda não sabia, mas Percy era o que mais importava para ela. E ela também era a essência da vida dele. Simples assim.

To be continue...