Capítulo 16- The Beautiful Little Girl

Os pensamentos vieram à cabeça de Percy antes que ele pudesse tentar reprimi-los. Havia muito tempo que ele não pensava naquela garotinha. Na bela garotinha... Ele se sentia estranho quando pensava nela... Mas ele não pôde evitar... Os pensamentos e os sentimentos que aquela garotinha trazia até ele vieram-lhe à cabeça e ao coração...

Flashback on

Hands over my head
Thinking what else could go wrong
Would of stayed in bed,
How can the day be so long?

Percy colocou as mãos na cabeça enquanto olhava ao redor. Na enorme vitrine da cafeteria que ficava no metrô, o reflexo do garoto se encontrava, descontente e com as mãos na cabeça. Ele tinha seis anos, mas os cabelos negros e rebeldes e os olhos verdes estavam lá. Mesmo sendo tão novo, já era possível ver que ele seria um belo rapaz algum dia. O que mais pode acontecer para acabar de estragar com o meu dia? Ele pensou. Não pode piorar.

Logo no começo, seu dia começara terrivelmente ruim. Assim que acordou, Percy tropeçou, bateu o dedinho na quina do móvel, e caiu. Então, já na mesa do café da manhã, os biscoitos azuis de sua mãe queimaram (coisa que nunca acontecia) e ele teve que se contentar com ovos e bacon nas cores normal.

Never believed
That things happen for a reason

Ele nunca havia acreditado que as coisas aconteciam por uma razão. Para ele, o dia tinha amanhecido ruim porque os deuses assim quiseram. Destino? Tudo invenção. Pelo menos era isso o que ele pensava.

But how this turned out
Removed all my doubts so believe
that for you I'd do it
All over again
Do it all over again

Percy rezava para que nunca mais tivesse que passar por um dia tão ruim assim. Nunca mais. Por favor!

Pouco antes da hora do almoço, Sally, sua mãe, pediu-lhe que fosse comprar macarrão para ela fazer no almoço. Percy, então, foi ao mercado, feliz, pois estava entediado até o momento. Ele foi de metrô, pois o mercado onde costumavam comprar as coisas não era tão perto assim a ponto de ele poder ir a pé. Chegando ao mercado, Percy foi andando até a sessão onde ficava o macarrão e teve uma grande surpresa: todo o macarrão do supermercado havia acabado!

All I went through led me to you
So I'd do it all over again
For you...

I missed the first train
Stood out in the rain all day
Little did I know,

Ele então foi ao telefone público mais próximo e ligou para sua mãe. Ela disse que não tinha problema, que era para ele voltar para casa e que ela faria outra coisa no almoço. Percy desligou o telefone e começou a andar até o metrô. E então aconteceu a pior coisa que podia acontecer para piorar o seu dia mais ainda: começou a chover.

E quando finalmente chegou ao metrô, outra surpresa: o metrô que ele deveria pegar já havia passado e o próximo só chegaria dalí há meia hora.

E lá estava ele. Mãos na cabeça, todo molhado, não vendo a hora de chegar em casa. Ele se aproximou da floricultura que havia no metrô e ficou olhando as rosas brancas de um dos buquês. Para ele, as rosas brancas simbolizavam a paz, a serenidade, a calma. Naquele momento, Percy jurou a si mesmo que só daria rosas brancas à alguém especial. Alguém que trouxesse paz a seu espírito.

-Bonitas não? –ele ouviu uma voz atrás de si.

-Sim. –ele respondeu se virando e encarando o homem à sua frente. O senhor tinha os cabelos grisalhos, os olhos castanhos estavam escondidos atrás dos óculos e vestia um avental com o nome da floricultura. –São as minhas preferidas. –ele completou. –Quando crescer vou dá-las apenas à garota que fizer meu coração bater de verdade, que me ame e que me traga paz. –ele terminou sorrindo.

-Hm... Interessante. –disse o homem. –Então por que você não leva uma rosa? Vai que você encontra essa garota no caminho de volta hein? – ele se aproximou e pegou uma rosa do buquê para logo em seguida entregá-la a Percy.

-Obrigado. Espero que o senhor esteja certo e eu realmente encontre essa pessoa especial. –ele disse dirigindo ao senhor um sorriso em forma de agradecimento.

Ao olhar para o relógio em seu pulso, o garoto constatou que já estava quase na hora do trem passar e então ele se dirigiu ao local onde esperaria pelo mesmo e sentou-se em um banco que ali havia.

When I caught the next train
There you were to sweep me way
Guess that's what I waited for

Never believed
That things happen for a reason
But how this turned out
Removed all my doubts

So believe
that for you I'd do it
All over again
Do it all over again

All I went through it led me to you
So I'd do it all over again.

Quando o trem que Percy deveria pegar finalmente chegou à estação e abriu suas portas, o garoto pôde ver a mais bela garota que ele já havia tido o prazer de pôr os olhos. Os cabelos loiros e cacheados, a pele morena, uma típica californiana. Uma princesa. Ele ficou apaixonado. Ela vestia uma blusa vermelha, um short jeans e um all star da mesma cor. Perfeita. Ele pensou. Ele queria se aproximar, se apresentar e perguntar-lhe o seu nome. E foi o que fez. Mesmo muito tímido, ele se aproximou da bela garotinha. Quanto mais se aproximava, mais ele percebia coisas que antes não havia percebido como, por exemplo, que ao lado da garotinha, estavam um homem e uma mulher, ambos loiros, e que ele imaginou serem seus pais. Isso o deixou ainda mais constrangido. Outra coisa que ele pôde notar foi a cor dos olhas de sua princesa. Cinzas. E quando seus olhos se encontraram, seu coração parou de bater para logo depois recomeçar em um ritmo feroz. Verde no cinza. Cinza no verde.

E então ele estava lá, em frente à sua princesa.

Who ever thought a day gone so wrong
Would turn out so lovely, Oh
I'm so glad I found you
Even though the day went so wrong
I wouldn't change a thing

-Olá. –ele disse tímido.

-Oi. –ela respondeu sorrindo.

-Meu nome é Percy. Como você se chama? –ele perguntou em sua vozinha de criança. Ele tinha uma leve noção dos olhos dos pais da garota sobre si e isso o intimidou.

-Annabeth. –ela respondeu corada.

-Muito prazer. -ele disse estendendo a mão direita para ela apertar.

-O prazer é todo meu. –ela respondeu enquanto apertava sua mão estendida. –Estes são meus pais. –ela disse.

Percy corou antes de dizer:

-Muito prazer.

-O prazer é nosso querido. –disse a mulher sorrindo e sendo imitada pelo marido.

Ele sorriu de volta e então voltou sua atenção para a loirinha.

-Quantos anos você tem?

-Cinco. –ela disse mostrando-lhe a mão aberta com todos os dedinhos levantados. –E você?

-Seis. –ele respondeu adicionando um dedo aos outros cinco que a garota lhe mostrava.

E olhando nos olhos daquela bela garotinha, de sua princesinha, ele sabia. Era ela quem lhe trazia paz. Portanto, ele não hesitou em dizer:

Oh, I'd do it
I'd do it all over again
Do it all over again
All I went through led me to you

So I'd do it all over again.
I'd do it all over again
(I'd do it all over, I'd do it all over...)
Do it all over again
(I'd do it all over for you, for you)
All I went through led me to you (Lead me to you)

–Tome. –ele disse estendendo-lhe a rosa branca. –Isto é pra você. Porque você me traz paz. E porque você faz meu coração bater. Você pode até não me amar, mas eu já te amo. –ele disse sorrindo. Suas bochechas estavam vermelhas de vergonha. –Você é a garota da minha vida Annabeth.

Ela pegou a rosa branca da mão do garoto e murmurou um obrigada. Ela estava corada, mas mesmo assim ela ficou na pontinha dos pés e beijou-lhe a face.

-Annabeth, minha filha, vamos. Diga tchau ao seu amigo. Precisamos ir. –seu pai chamou-a.

-Já estou indo papai. –ela disse ao pai antes de se dirigir ao moreninho. –Tchau Percy. Foi muito bom te conhecer. –ela disse e beijou-lhe a face novamente.

Percy não conseguiu se mover. Ficou lá, parado, com a mão na bochecha que havia sido beijada duas vezes. Duas vezes!

-Tchau... Minha princesa... –ele murmurou quando ela já não podia mais ouvi-lo.

Flashback off

Percy foi tirado de suas lembranças pelo doce som da voz de Annabeth:

-Percy! O que aconteceu?

Ele então olhou-a como se fosse a primeira vez que a visse e sussurrou uma última coisa antes de beijá-la:

-Minha princesinha...

To be continue...