A Organização escrita por carmpuff


Capítulo 2
The Mission


Notas iniciais do capítulo

P-O-S-T-E-I CURICAS :D



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A primeira reação dela foi: - Deu pra perceber.

Harwood achou engraçado. Gesticulou para que eles sentassem. Simon estava tenso e sentou ereto na cadeira, enquanto December estava em seu comum estado de alerta.

– A Organização não é filiada a nenhum governo. - Harwood começou sem rodeios. - É composta por gente como eu, você e Middleton, que são diferentes. É uma mutação genética- um garoto mais forte, outra mais rápida, e assim vai até hoje, onde nós levamos esses genes ao extremo.

December deixou sua expressão neutra.

– Temos superpoderes, basicamente.

Normalmente, isso era uma coisa ridícula de se dizer. Porém December estava desesperada por explicações, e essa fazia mais sentido do que plena esquizofrenia.

– E essa Organização, ela faz o quê?

Harwood recostou em sua cadeira. Acenou sua permissão à saída de Simon, depois de ouvir um beep sair de seu bolso. - Trocamos informações, resolvemos problemas diplomáticos a um pequeno preço. Tanto pra um lado quanto para o outro.

– E o governo não incomoda vocês? - ela perguntou, depois da porta fechar.

– Isso não é X-Men. Nós não precisamos do apoio dos parlamentares nem nenhuma porcaria assim. Há, pelo menos, três milhões de pessoas como nós, boa parte delas invencível ou que se autorregenera.

– O que somos então? Zumbis?

Ele ficou um pouco mais para frente em sua cadeira e entrelaçou os dedos, olhando para ela com olhos frios como gelo.

– Não. - disse finalmente. - Somos mutantes.

– Agora - ela disse, pondo os cotovelos na mesa e encarando-o. - É quando eu pergunto por que vocês foram atrás de mim.

– Seu dom é raro. Só existem outras duas pessoas com poderes assim.

– Mandou me chamar? - alguém perguntou na porta. December teve dificuldade de tirar os olhos dos de Harwood; mas sua curiosidade foi maior do que a estranha atração que corria entre eles e ela virou.

– Mandei. Gray - Harwood acenou para o cara na porta. - essa é December Bennet. Dê a ela um tour pelo seu playground.

– Meu nome é Matthew, na verdade. Não Gray. - o cara rebateu. Tinha cabelos cacheados e olhos cor de carvalho. Estava sentado em uma cadeira de rodas, sua expressão limpa e quietamente brilhante como a de Simon.

Os dois pareciam até se odiar; até que Matthew sorriu e Harwood levantou uma sobrancelha com o fantasma de um riso em seus lábios.

– Pode ir, Srta. Bennet. - ele disse, claramente a dispensando. December deu de ombros e saiu, não antes de ouvi-lo discar um número no telefone fixo.

–x-

A sala de controle era duas vezes maior que o escritório comunitário do último andar. Era feita de algum material negro, as únicas luzes vindas de chapas foscas semitransparentes.

Havia pelo menos 400 pessoas lá, em mesas empilhadas uma do lado da outra. Algumas erguidas em plataformas de às vezes três metros, frequentemente pregadas à parede.

O ar era frio, do tipo ar-condicionado. Matthew estava quentinho em seu suéter azul do Star Trek, mas December tremia quase violentamente; tanto de frio quanto de hipersensibilidade mental. Recusava-se a mostrar vulnerabilidade, porém, e então cerrou os dentes.

Matthew parou do lado de uma mesa mais para o centro era inclinada uns 20 graus e iluminada com poucos e esparsos botões azuis perdidos num borrão de pretos, brancos, amarelos e vermelhos. Simon estava empoleirado em uma cadeira.

– Bennet! - disse. - Fiquei me perguntando o que acontecera com você.

– O que querem de mim? - December lhe perguntou. - Não são o tipo de galera que sai ajudando mutantes quase alcóolatras.

– O Chefe já te disse do seu dom...

– Já, já - ela interrompeu e rolou os olhos. - Que eu sou uma das únicas três pessoas com isso. Mas pra que vocês precisam dele? Que mente vocês querem que eu leia?

Simon e Matthew trocaram olhares. Antes que algum pudesse falar, a garota de mais cedo apareceu, jogando um pen drive na direção de Simon.

– O sétimo andar precisa desses documentos decodificados até amanhã. - ela informou. Brittany então viu December. - Oi. Cabelo legal.

December tinha cabelos cor de vinho tinto. De noite, eram quase negros, mas de dia eram castanho-avermelhados. Seus olhos eram entre azul-marinho e preto. Tinha o rosto oval; sardas no nariz e uma cicatriz no canto do maxilar. Era também de uma altura média (1,70). Sua pele era de um bronzeado meio claro, e no topo do ombro, uma tatuagem de um triskel; no pulso direito, a letra grega ômega em maiúsculo.

– Obrigada.

Continuou de braços cruzados. Simon saiu rapidamente para buscar alguma coisa e Matthew trabalhava em silêncio.

Era quase fascinante vê-lo mexer na tela. Era uma coisa surreal, tipo de filme de ficção científica. Ele pegava algo num tablet e levava, com a ponta dos dedos, para a tela digital. December andou um pouco para o lado e viu que essa tela tinha menos de um milímetro de espessura.

Brittany digitava furiosamente em seu celular. Era bem loira, com olhos cor de avelã com suas pontas levemente puxadas para cima. Usava uma saia listrada até os joelhos e uma camisa social branca.

December se perguntou qual seria seu poder. Voava? Era super-rápida? Telecinésia? O de Simon e de Matthew estava na cara- eram dois gênios.

– Ei, gente. - Simon brotou na escadinha da plataforma. Estava sério. - Temos uma missão. Preciso de todos vocês; inclusive você, Bennet. Escritório do Chefe.

Ela meneou a cabeça e foi atrás do grupo, quieta em seu desconforto. Foi um alívio voltar ao corredor, nem que fosse só brevemente, porque agora não ouvia todas as vozes.

Continuava frio.

–x-

– Para variar - Harwood disse, sorrindo satisfeito. - O governo precisa da nossa ajuda.

December sentou na cadeira da direita na frente da mesa dele, novamente. Harwood ligou a TV de LCD atrás dele, que mostrou uma foto.

– Esse é Hugo Michaelson. Ele faz parte da Insurgência. - disse. - Roubou intel da CIA, e ficou para nós recuperá-lo. Obviamente, a Insurgência tentou nos trazer para o seu lado, mas a CIA pagava mais.

Mercenários, December pensou.

– Preciso de todos os quatro pra essa missão. Vamos para New York; o avião de Hugo vai sair do aeroporto em dois dias.

– Vai descer em Londres, sem escala - Simon disse da porta. - Se não conseguirmos chegar até ele antes que entre no avião, não vamos precisar, mas tomei a liberdade de checar com a base da Organização lá.

– Ok. - Harwood coçou o queixo. - Têm vinte minutos para se arrumarem. Atkins, arrume algo para Bennet.

Todos foram saindo. December já ia seguindo-os, quando Harwood segurou seu braço gentilmente. Franziu as sobrancelhas.

– Você não, Bennet. - disse numa voz baixa. - Você vem comigo.



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