Always Waited For You escrita por D Styles


Capítulo 5
Hello Cold World


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, desculpem a demora pra postar esse capítulo ok? :)



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Harry’s POV

A música tocava muito alto e havia muitas pessoas dançando na pista, outras bebiam mesmo não sendo permitido pelas regras da escola, era sempre assim. O lugar estava escuro somente com as luzes da balada colorindo o lugar, eram tantas misturadas que poderiam te deixar tonto. Olhei para Effy que estava ao meu lado ela não parecia se surpreender com nada.
– Você quer dançar? – Gritei o mais alto que consegui para poder ser ouvido por ela. Ela apenas negou com a cabeça e deu um sorriso de canto. – Quer beber algo então? – Me aproximei de seu ouvido falando um pouco alto apenas. Ela acenou com a cabeça dizendo sim. – Fique ai então, vou buscar alguma coisa para a bela dama beber. – Nós dois rimos tímidos.
Tentei passar pelas pessoas que dançavam freneticamente mas estava parecendo uma missão impossível, então tinha que esbarrar em todo mundo para ter espaço e passar entre elas. Consegui pegar um maldito refrigerante, eu sabia que Effy se referia à bebida alcoólica quando aceitou a bebida, todavia depois daquele dia que a ajudei vi que não era aconselhável dar álcool a ela. Com muito esforço novamente consegui passar pelas pessoas e quando coloquei os olhos nela senti um aperto no coração. Ela dançava sensualmente com um menino, não conseguia vê-lo pois ele estava de costas para mim, mas ela tinha um sorriso malicioso nos lábios. Naquele momento minha vontade era arrancá-la daquele lugar e não deixar que ninguém a tocasse, sei lá se isso era ciúmes mas eu estava me descontrolando. Arregalei meus olhos quando vi ela se aproximar ainda mais do menino para beijá-lo e só senti a raiva tomar conta de mim. Andei em passos largos e rápidos até eles e cutuquei o garoto. Quando ele se virou eu tive o impulso mais inesperado de todos, acertei seu nariz com um soco. Olhei para Effy que achava graça da situação e isso me fez ficar ainda com mais raiva, como ela podia achar aquilo engraçado? Senti uma dor enorme no meu olho e percebi então que havia levado um soco e estava estirado no chão. Pessoas se aglomeraram ao nosso redor e vi alguns meninos segurarem o meu agressor, ele tinha o rosto contorcido em fúria. Eu apenas levantei e olhei para Effy que sorriu maliciosamente para mim, então sai dali transtornado.


          Effy’s POV

Não encontrava Harry em lugar nenhum depois do acontecido, ele parecia ter sumido da festa. Eu já tinha entendido que ele estava com ciúmes e confesso que achei engraçado. Ele sabia que eu não era dele, que não tinha direitos nenhum então eu poderia ficar com quem eu bem entendesse. Mas minha consciência gritava mandando pedir desculpas a ele, eu só não entendia o porquê. Procurei por todos os cantos até que me lembrei de um dos lugares mais calmos daquela escola. Corri até os fundos e lá estava ele sentando no lugar que conversamos pela primeira vez. Sentei ao seu lado e ele tinha o olhar fixo no lago, como eu na primeira vez que estivemos ali. – Harry...– Não precisa falar nada, eu sei que fui um babaca. – Ele foi seco e isso foi estranho.– Foi. – Eu assenti me virando totalmente de frente e fixando meu olhar no lago também.– Mas eu só não entendo uma coisa... – Ele hesitou um pouco antes de falar, parecia procurar palavras – Por que você é assim? – Vi que seu rosto virou para mim mas continuei olhando o lago.– Assim como?– Você não se importa com nada, vive sem emoção. É fria com as pessoas as tratando mal e não deixando ninguém se aproximar de você. Você não deixa ninguém tentar gostar de você, sempre se afasta quando as coisas parecem se tornar reais. Fere os sentimentos dos outros sem se importar se aquilo realmente doeu... Assim como você feriu os meus. – Ele suspirou com ar de tristeza – Effy, eu me importo com você, não sei como isso aconteceu em tão pouco tempo mas aconteceu. Você é pequena mas o vazio que tem por dentro é enorme. Por quê? Por que você se priva tanto de simplesmente deixar as coisas acontecerem? – Ele falou as ultimas palavras num tom mais alto.
Senti uma lágrima percorrer sobre meu rosto e fechei os olhos tentando impedir que outras viessem. Abri os olhos e encarei Harry que estava com os olhos também marejados. Ele estava sendo tão verdadeiro e sincero comigo, eu sentia que pela primeira vez na vida eu precisava desabafar soltar tudo aquilo que ficou entalado durante anos.
– Tudo bem, se você quer tanto saber o porquê eu lhe direi. – Falei limpando a única lágrima caiu – Quando eu tinha oito anos comecei a sofrer bullying na escola, ninguém queria brincar comigo por que me achavam estranha. Zombavam de mim e me machucavam, eu apanhava quase todos os dias de umas meninas da minha sala. Eu era apenas uma criança que queria se divertir mas vivia num pesadelo sem entender o por que de todo aquele ódio por mim. – Pausei tentando recuperar a respiração para continuar, as lembranças me machucavam. – Meus pais eram felizes e pelo menos isso me fazia feliz, eu não queria deixá-los mal por isso então não contava nada. Meu pai era meu melhor amigo e a única pessoa que eu sentia que podia contar e ser totalmente eu sem medo. Ele era a única pessoa que eu tinha, até que o perdi. – Parei novamente e olhei nos olhos de Harry que parecia chocado – Quando ele descobriu que minha mãe estava o traindo ele simplesmente foi embora. Aquilo me matou por dentro, eu me sentia sozinha no mundo. Eu não tinha mais os abraços dele, as conversas, os estudos que ele me ajudava, as brincadeiras no parque, as idas a sorveteria tomar sorvete todo o sábado de manhã. Ele tentou tirar a guarda da minha mãe mas o juiz não concedeu, então ele tentou me visitar mas toda vez que ele ia ela insistia para que ele voltasse para casa. Eu o entendia, sabia que ele não suportava aquilo, o quanto o machucava. Mas eu sentia falta dele, mesmo se comunicando por celular, eu queria a presença do meu pai ao meu lado. – Não consegui mais controlar as lágrimas e elas começaram a rolar pelo meu rosto. – Com apenas oito anos de idade eu percebi que as pessoas não prestavam que não existiam pessoas boas e por isso eu me fechei para o mundo. Quanto ao bullying ele não parou, mas eu aprendi a me defender do mesmo modo que era agredida e isso começou a funcionar. Todos os meus colegas passaram a ter medo de mim, eu tinha tanto ódio no meu coração e eu era apenas uma criança. – Eu gritava descontrolada – Então eu cresci e me tornei isso. Eu não me importo com as pessoas por que elas nunca se importaram comigo. Você não sabe quem eu sou? Eu sei... Eu sou um monstro. Um monstro criado por mágoas e dor.
Quando terminei de falar apenas me levantei e sai correndo de lá, tudo que eu conseguia fazer era chorar. Enquanto corria eu sentia as lágrimas rolarem sobre meu rosto deixando minha visão turva, soltar aquelas palavras foi tão doloroso. Eu guardei aquilo por tanto tempo dentro de mim que já estava adormecido, mas isso fez com que todas as lembranças viessem à tona me deixando totalmente desnorteada. Naquele momento apenas uma coisa poderia me ajudar, dessa vez eu não ia medir as consequências.


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Notas finais do capítulo

Agora vocês entendem a Effy ou ainda não? haha