Cancer escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 1
Unic


Notas iniciais do capítulo

HEY.
Já tenho mais uma one pra escrever *facepalm*
Capítulo novo que é bom, nada *double facepalm*
Eu fiz uma mistura ridícula de Cancer com Welcome to the black parade, é. E só lembrando que a tal guitarra que o Frank pega não é a Pansy (avá, Adrenaline?), porque ele não usa a Pansy no vídeo da música.
Enfim.
Enjoy!



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Frank repousava em sua maca deprimente de hospital, com os olhos fechados. Seu rosto encovado carregava uma expressão serena e triste ao mesmo tempo. Ele morreria logo, já tinha consciência disso. Mesmo após todos os seus esforços, Frank Iero morreria. Morreria como se sua luta contra o câncer tivesse sido em vão. Mas não havia sido. Pelo menos, não para Gerard. Gerard Way havia conseguido ganhar mais algum tempo com seu amor, mesmo que esse tempo fosse apenas alguns meses. Mas, mesmo assim, era absolutamente horrível vê-lo definhar dia após dia, tornando-se cada vez mais fraco.

No último dia de vida de Frank, Gerard permaneceu ao seu lado, chorando fartamente. O baixinho observava-o tristemente, sentindo-se imensamente impotente por não poder fazer nada.

-Gee? – chamou ele, com sua voz fraca que já não passava de um sussurro – Gee, eu sinto muito...

-Não é culpa sua. – soluçou o maior. Frank suspirou e disse:

-Vire-se... E, se puder, pegue-me um copo d’água, pois meus lábios estão rachados e desbotados...

-Claro... – Gerard prontamente entregou-lhe o copo contendo o líquido que o menor pediu e passou a fazer carinho em seu rosto. Frank bebeu a água avidamente. Depois, entregou o recipiente de volta para o namorado.

-Pode m-e fazer mais um favor?

Gerard assentiu, sem dizer palavra alguma.

-P-por favor... Chame minha t-tia Marie... Ajude-a a juntar minhas coisas, e... Gee?

-Sim, meu amor? – perguntou ele, docemente.

-Pode me conceder um último desejo?

-Mas é claro.

-Enterre-me com todas as minhas cores favoritas...

-Tudo bem.

-Mas não faça um funeral muito grande, ok? Ninguém vai sentir minha falta mesmo... – ele riu amargamente.

-Não diga isso. Todos sentirão sua falta, ok? Até os irmãos e irmãs de todos estão muito preocupados com você. – ele sorriu e beijou a testa de Frank e fez menção de beijar seus lábios, mas este último rejeitou o beijo. Gerard lançou um olhar de dúvida a Frank.

-Não vou beijá-lo.

-Por quê?

-Porque a parte mais difícil disso é deixar você. – o pequeno suspirou, sentindo vontade de chorar. O maior passou a mão pelo rosto pálido de Frank.

-Frankie...

-Vire-se. – comandou ele. Gerard franziu a testa.

-Por quê?

-Porque eu estou horrível de se ver. Todo o meu cabelo abandonou meu corpo. E eu não quero aumentar mais a minha agonia... A minha agonia de saber que eu nunca vou me casar. – e Frank começou a devanear, mas interrompeu-se pouco tempo depois – Desculpe-me, estou assim por causa da quimioterapia. Mas eu tenho algo a lhe pedir.

-Diga.

-Não tente impedir minha morte.

-Por que não?

-Porque ficar contando os dias para a minha morte não é viver... Só espero que saiba que, se você disser adeus hoje, espero que seja verdade, pois a parte mais difícil disso é deixar você.

Gerard suspirou, mas assentiu. Frank tornou a pedir para o maior se virar, mas ele ignorou.

-Você continua sendo o meu Frank, e eu vou te amar, não importa a sua aparência.

Dito isso, Gerard beijou os lábios de Frank. O menor tentou reagir, mas acabou se rendendo e correspondendo.

-X-

Poucos dias depois, lá estava Gerard.

De terno preto.

Chorando mais do que já havia chorado em toda a sua vida.

Em frente a um caixão com uma criaturinha pequena que repousava serenamente, com as mãos cruzadas em seu peito. Seu rosto estava mais pálido do que nunca, mas ele sorria levemente. Já Gerard chorava. Muito. Como se sua vida dependesse daquilo.

Pouco tempo depois, já estavam enterrando o baixinho. Gerard resolveu ser o último a se despedir, afinal, sabia que iria demorar mais tempo do que os outros. Aguardou pacientemente na fila de pessoas, até que, finalmente, chegou a sua vez. Deu um passo à frente, aproximando-se do pequeno cadáver deitado no caixão de madeira escura e acariciou levemente as bochechas mortalmente pálidas de Frank.

-Frankie... Meu amado Frankie... Eu vou sentir tanto a sua falta... – disse ele, chorando novamente – Sinto muito por não ser tão forte quanto você queria que eu fosse, mas... Eu não sei como vou lidar com essa perda. É a maior perda da minha vida... Eu não quero ter que acordar e não ver o meu bebê deitado em meus braços... Não quero ter que olhar com pesar cada foto sua, não quero ter que seguir com a minha vida sem você... – subitamente, ele parou nessa parte. Olhou para Frank e olhou para o horizonte, só para recomeçar a chorar e não conseguir dizer mais nada. Simplesmente se afastou e foi correndo para dentro do carro, sem nem assistir o enterro do menor. Não ia conseguir ver aquilo, primeiro porque seu emocional não deixaria, segundo porque as lágrimas embaçavam sua visão.

Gerard dirigiu rapidamente de volta para casa, ainda tentando lutar contra as lágrimas. Se jogou no sofá e ficou encarando a parede branca de sua casa, tentando com todas as suas forças não olhar para o porta retrato na mesa...

... Mas ele não aguentou e olhou. E lá estava ele, Frank, abraçado ao próprio Gerard. Ambos felizes e sorridente. Naquela época, Frank nem imaginava que, um dia, morreria de câncer. Simplesmente aproveitava o tempo que tinha com Gerard da melhor maneira possível, sem nem imaginar que perderia-o para sempre.

Gerard começou a repassar em sua mente a última frase que havia dito a Frank antes de sair correndo para casa.

Não quero ter que seguir com a minha vida sem você.

Não quero ter que seguir com a minha vida sem você.

Não quero ter que seguir com a minha vida sem você.

Mas...

Sem Frank não havia vida.

O maior começou a encarar a faca que reluzia convidativamente na cozinha. Após meia hora de reflexão, tomou uma atitude. Levantou-se, suspirou fundo e fez o que achava certo.

-X-

Escuridão.

Era tudo o que Frank via.

Escuridão.

E, subitamente,um clarão tomou conta do recinto. Frank abriu lentamente os olhos, tentando se acostumar com a claridade repentina.

Ao se acostumar com o lugar claro, os olhos de Frank vagaram o lugar. Era amplo e vazio. E estranho. Ao longe, ele pôde ouvir choros e lamentos.

Devem ser meus parentes e amigos.

Ele suspirou e deu de ombros. Andou sem rumo pelo lugar até, inconscientemente, passar a mão pela cabeça e sentir que seu cabelo estava lá, como antes de começar a quimioterapia. Ele franziu a testa, mas logo sorriu. Era bom ter seu cabelo de volta. Porém, o que ele mais queria de volta era Gerard. Frank sacudiu a cabeça, alegando que era impossível tê-lo de volta, que ele seguiria com a sua vida.

E então Frank andou. E andou. E andou. Por vários metros, mas, surpreendentemente, sem ficar cansado. Até que pôde ouvir, ao longe, um barulho de instrumentos. Era uma mistura bem grande de instrumentos, mas o principal era uma guitarra. Frank sabia reconhecer muito bem uma guitarra, já que ele mesmo tocava antes da história toda de câncer.

O baixinho seguiu o barulho, curioso para ver o que era, até que chegou perto de uma grande marcha, cheia de pessoas vestidas estranhamente, incluindo uma garota com uma máscara de oxigênio. A maioria usava roupas pretas com listras brancas, mas o que mais chamou sua atenção foi o homem no centro do carro alegórico, vestido com as mesmas roupas do que os outros. Porém, ele tinha um microfone na mão. E sorria. Sorria muito. E em direção ao próprio Frank.

Era Gerard.

Frank arregalou os olhos e correu rapidamente até o carro alegórico. Ao vê-lo se aproximar, Gerard desceu do carro. A medida que Frank passava, as pessoas davam espaço para ele passar. Em circunstâncias normais, ele estranharia, mas estava feliz demais por rever Gerard para notar isso.

Frank cobriu a curta distância entre os dois rapidamente e abraçou o namorado fortemente, chorando muito.

-G-Gee... Eu... Ah meu deus, você voltou!

-Eu sempre voltarei por você, meu pequeno. – sussurrou ele. Subitamente, Frank se afastou.

-Espera, você se matou?

Gerard assentiu.

-Por... Por mim?

Mais uma vez, ele assentiu. Frank ficou em dúvida se corava ou se ficava horrorizado, ou ainda se começava a brigar com Gerard. O que ele queria era brigar por ele ter acabado com sua vida por um motivo tão estúpido, porém, eles haviam acabado de se reencontrar e ele não queria arranjar briga com seu anjinho. Portanto, Frank simplesmente optou por selar os lábios dos dois mais uma vez. Ao se afastarem, Gerard sorriu e segurou a mão do menor, levando-o para cima do carro alegórico e entregando-lhe uma guitarra de cor escura. O baixinho franziu a testa, mas logo entendeu e começou a tocar, enquanto Gerard cantava ao seu lado.

-We’ll carry on! We’ll carry on! And though you’re dead and gone ,believe me, your memory will carry on! We’ll carry on! And in my heart I can’t contain it, the anthem won’t explain it…

E Frank continuou a tocar, sorrindo discretamente cada vez que ouvia uma palavra sair da boca de Gerard. Ele sabia o quanto o maior cantava bem, mas ainda assim era bom ouvi-lo cantar aquela melodia.

-Do or die, you’ll never make me, because the world will never take my heart. Go and try, you’ll never break me, we want it all, we want to play this part, I won’t explain or say I’m sorry,  I’m unashamed, I’m gonna show my scar, give a cheer for all the broken! Listen here, because it’s who we are, I’m just a man, I’m not a hero, I’m just a boy who had to sing this song, I’m just a man, I’m not a hero, I. Don’t. Care!

Gerard olhou para Frank e sorriu. O baixinho sorriu de volta e observou as pessoas à sua volta. Todas cantavam junto e andavam ao mesmo tempo.

-Do or die, you’ll never make me, because the world will never take my heart. Go and try, you’ll never break me, we want it all, we want to play this part…

-We’ll carry on! – cantou Frank, enquanto tocou o último acorde da música. Ambos se entreolharam, visivelmente felizes, até que Frank deu a mão para Gerard.

-Nós nunca vamos nos separar, não é?

-Não. Nunca. – disse ele, beijando a testa do baixinho.

-I’ll carry on... – sussurrou Frank – But only with you.

Gerard sorriu abertamente e abraçou-o de lado.


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Notas finais do capítulo

... Yay? -q
Não sei o que falar aqui '-'
#Gone