Pov Frank On

(...) – Frank... É... É você Frank? 

Abri os olhos rapidamente e levantei o corpo, corando logo após; sentei na banheira novamente e pigarrei. 

– Ãh... – Estiquei o braço para pegar a toalha, sem olhar para a mulher na porta. 

– Eu... Vou esperar você no quarto! – Comunicou e saiu do banheiro, fechando a porta. Suspirei e, peguei a toalha prendendo-a na cintura. Vou até o espelho e vejo meu rosto vermelho como um morango. 

Dou um espirro exagerado e me seco rapidamente, me visto e abro a porta saindo do quarto, com a toalha no pescoço. 

A mulher estava de cabeça baixa e sentada na cama. Quando eu entrei no quarto ela levantou e me olhou com os olhos inchados e molhados. Ela abriu um sorriso e a reconheci de um dos ‘sonhos’ que tive mês passado. Ela correu até mim, e me abraçou, molhando minha camiseta com suas lágrimas. 

– Eu... – Soluçou. – Não acredito que esteja aqui! Eu senti tanto... – Soluçou. – Tanto a sua falta, Frankie.  – Soluçou. – Como você está? – Se soltou do abraço e me olhou com um sorriso preocupado. – E, que corte de cabelo é esse? – Ela riu divertidamente. – Sua mãe disse que perdeu a memoria! Você me reconhece? – Abri a boca para responder, mas ela interrompeu. – É claro que não. Eu sou Jamia, sua...

Ela pareceu pensar antes de falar, essa era minha chance de dizer algo: 

– Eu... – Ela me olhou surpresa. – Não me lembro muito bem de você, mas sei que se chama Jamia e é minha noiva. – Ela sorriu e me abraçou, ela levantou o rosto e tentou me dar um beijo, mas automaticamente desviei. 

– O quê? – Ela franziu o cenho. – Desculpe você não se acostumou com tudo isso ainda, não é? – Não respondi, apenas abaixei a cabeça. – Tudo bem... Então, eu... 

– Desculpe se chateei você. – Corei. 

– Não se preocupe, é como se nós estivéssemos nos conhecendo agora! Então. – Ela estendeu a mão. - Amigos?  

Olhei sua mão estendida e seu sorriso meigo. Voluntariamente sorri também, era como se o sorriso dela me fizesse querer sorrir também. 

– Amigos!– Apertei sua mão e ela sorriu de lado. 

- Eu juro que irei te ajudar a recuperar sua memória, Frankie.Aliás, onde você estava esse tempo todo? 

– Eu estava com... – calei a boca arregalando os olhos. Eu não podia falar a verdade, pelo menos não agora, então por que eu estava a caminho de confessar tudo a ela, como se não fosse nada? 

– Tudo bem, se não quiser contar. – Ela levantou as mãos como se tivesse desistido de algo. Ela riu mais uma vez e arrumou o cabelo. – Bem, vou deixar você descansar um pouco. Até mais, Frankie. – Ela foi até a porta e acenou. Acenei de volta e assisti ela me deixar sozinho no quarto. 

– O que acabou de acontecer? – Murmuro indignando a mim mesmo. Suspirei e me joguei na cama. – Jamia... O que foi isso que senti? – Bufei. Fechei os olhos me entregando ao cansaço e sono.  

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 Acordei com a cabeça doendo e o nariz entupido. Despreguicei-me e vi o relógio digital marcar 10h52min. Bocejei e me levantei esfregando os olhos. Fui até o banheiro e peguei uma escova de dente verde na pia a fitei por algum tempo; se estava no banheiro do meu quarto, então deve ser minha. Dei de ombros e fiz minha higiene matinal. 

Saí do banheiro esticando os braços, cocei a cabeça e abri a porta do quarto. Ouvi múrmurios do lado de baixo, saí do quarto timidamente e desci as escadas no começo do corredor. Os murmúrios foram ficando mais altos quando me aproximava da cozinha, fui até lá; encontrei minha mãe, meu pai, Jamia e um cachorro que veio correndo até a mim.

Ele não era muito grande, então não me derrubou, eu abaixei e sorri para ele fazendo-o lamber meu rosto. 

– Bom dia. – Minha mãe cumprimentou caminhando de um lado para outro na cozinha. 

– Bom dia. – Levantei ainda sorrindo e fui até a mesa, sentando timidamente. 

– Dormiu bem, querido? – Ela colocou uma xicara de café na minha frente e beijou o topo da minha cabeça. 

– Dormi! Obrigado por tudo. 

Ela me olhou com um olhar que não conseguia definir, um misto de tristeza e ternura. Logo ela abriu um sorriso e se sentou com um copo de suco. Olhei para meu pai que lia o jornal e para Jamia que lavava a louça. Aquela cena me pareceu muito familiar, mas logo, de alguma forma, o cenário mudou de repente, as paredes mudaram a cor branca para um amarelo claro, a mesa mudou sua forma redonda para uma retangular. Olhei para Jamia, mas acabei encontrando Mikey. Olhei para o lado que devia estar meu pai, encontrei Ray lendo o jornal. 

Eu sei o que iria encontrar do outro lado, não queria olhar. Lágrimas caíram fazendo meu nariz entupir mais. Senti uma mão no meu ombro, um calor percorreu meu corpo, senti os pelos do meu corpo se arrepiarem. Meu coração foi a mil, era ele?! 

– Frank? – Olhei para o lado e vi minha mãe com um olhar preocupado. Olhei em volta e tudo estava normal. Jamia secava as mãos com um pano de prato e tinha um olhar preocupado. Meu pai largou o jornal e me olhava da mesma forma. – Querido? 

– Eu... Desculpe. – Sorri tentando disfarçar meu nervosismo. – Eu estou bem, só estou com dor de cabeça. – Não era mentira, mas também não era verdade, aliás, não estava chorando por isso. – Eu vou sentar no sofá, com licença. – Levantei sentindo pontadas na nuca e fui até o sofá, sentando no mesmo. 

– Frankie? Você está bem? – Jamia entrou na sala logo em seguida. Ela sorriu e se sentou ao meu lado. 

– Não se preocupe. – Sorri também. Ela revirou os olhos. 

– Mentir é feio, Jr! – Ela riu e foi minha vez de revirar os olhos. – Quer ver televisão? – Ela pegou o controle da mesa de vidro em frente ao sofá. – O que quer ver? 

– Tanto faz. – Dei de ombros enquanto ela mudava de canal diversas vezes. 

– Não conheço esse canal! Vejamos... Você gostava da MTV! – Comentou deixando no canal que começava um programa. 

– Nesse programa temos uma visita especial! – O público gritou exageradamente.  – Essa banda é nova nas paradas, mas faz um som muito bom e que a galera irá gostar. – O publico gritou mais ainda enquanto batiam palmas. – Deem as boas vindas ao My Chemical Romance!