Julgado, injustiçado, comandado. Sem direito a escolha, sem se quer poder decidir que roupa ou corte de cabelo usar.

Trancafiado na masmorra da mansão cada vez que aprontava, tendo que conviver com meus maiores medos, bichos papões, me virando sozinho para livrar das dores físicas.

Sendo pressionado, e ate mesmo proibido de me alimentar ate que conseguisse conjurar um simples feitiço corretamente.

Dinheiro, luxo, isso é o centro de tudo? É o resultado para o poder?

E de que adianta tanto poder, se eu não vou simplesmente fazer o que eu quero a hora que eu quero, ter amigos a minha escolha, ser aceito.

Todos os anos a mesma ladainha. Aguentava ser qualquer coisa, menos eu mesmo, Draco Malfoy. Era o reflexo do que meu pai queria, monstro de sua criação. Você se pergunta, e sua mãe?

Loucamente apaixonada pelo meu pai, que nunca a mereceu. E mesmo sendo um exemplo materno, não tinha voz ativa dentro de casa...

No fundo acho que meu pai queria uma esposa como tia Bela, meu Merlim!

E digo no modo de agir, mas Narcisa era um exemplo de cumplicidade sem igual, cumplicidade comigo. Ela me ensinou as coisas realmente boas, e o primordial... Fechar minha mente.

Eu tinha que superar a todos, tinha que ser o melhor, tinha que destronar Harry Potter em qualquer coisa.

Isso era o que queriam, o que meu pai esperava.

Desde quando soube que Harry Potter estava em Hogwarts e ainda no mesmo ano que eu, pensei por um breve momento que poderíamos ter sido amigos. Obvio que ele já estava com o encosto Weasley, e ainda fez pouco caso da amizade que eu poderia lhe dar.

Foi à gota d’água.

Meu pai poderia ter pedido, e eu sabia que nesse quesito eu tinha falhado, e como sempre pagaria por isso.

Depois de um tempinho, o “menino que sobreviveu” alem de andar com um perdedor, estava sempre acompanhado de uma sangue-ruim prepotente. Eu não suportaria tentar amizade com ele, nem no primeiro ano, muito menos no segundo.