Pequim, China, 13 de Agosto de 2003.

Um jovem ruivo de 5 anos, cabelos vermelhos curtos e olhos castanhos, usando camisa branca manga-curta com "Escolinha Sol-feliz" escrita em Chinês, shorts vermelhos, meia vermelha e tênis pretos, um pouco grande para a idade de pele nem tão clara nem tão escura estava sentado numa pequena mesa com a cabeça pra baixo com suas mãos em frente à ela, por causa de sua excessiva timidez, logo, um sinal tocou, ele saiu para à rua, aonde encontrou um idoso, cabelos grisalhos curtos, algumas rugas, bigode e barba, olhos castanhos usava um uniforme de kung-fu negro, calças de kung-fu também negras, e sapatilhas de kung-fu, seu tom de pele era o mesmo do garoto, ao vê-lo deu um sorriso e disse:

– Olá Li, tudo bem?

– Sim vovô... - Dizia meio entristecido, por alguma razão Li era assim: Sempre tímido, triste, deprimido e indisposto.

– Está tudo bem mesmo? Algum amigo seu vai pra sua festa de aniversário? - Pergunta o idoso preocupado.

– Vô, você sabe que eu não tenho amigos! - Disse ainda triste.

– Por opção! - Disse o avô - Você é meio jovem para ter medo de fazer amizades!

– Eu sei... - Disse o ruivo ainda entristecido.

– Bem, vamos pra casa! - Disse, pegando na mão da criança.

– Vamos... - Concordou o ruivo.

Os dois foram andando para casa, que era uma casa de dois andares, simples e média, porém era uma bela casa bem ao tradicional estilo chinês, os dois entraram quando encontraram uma mulher de cabelos negros lisos, olhos castanhos, o tôm de pele era igual à o da criança e do idoso, vestia um tradicional vestido chinês azul decorado com flores brancas, e um chinelo de madeira, tinha um belo corpo e 1,68 de altura, estava ajoelhada numa espécie de "santuário", segurava uma garrafa de bebida álcoólica e parecia embriagada, olhava a foto de um homem ruivo de cabelo curto, olhos negros, tôm de pele igual ao do povo da casa, tinha um belo corpo, usava óculos e estava de terno e gravata.

– Ho, meu querido... - Dizia ela com uma voz embriagada e depois deu uma risada, e tomou um gole da garrafa, o idoso levou Li à seu quarto e foi falar com a mulher, que era sua filha.

Pobre Li, seu pai, Ho, hávia morrido num acidente de carro pouco depois que ele fez um ano, desde então, sua mãe, Mei, encontrou um certo conforto no álcool, e seu avô, Lieng, não conseguia mais reconfortá-la e ajudava Li como podia, que por alguma razão, sempre foi muito tímido e solitário, não tinha nenhum amigo, seu sorriso era algo raro.

Deitado na cama, sem tirar sua roupa da escola, Li estava quieto apenas olhando o teto.

Algumas horas se passaram, e Lieng entrou no quarto de seu neto, com uma roupa branca usada por aprendizes de kung-fu com um símbolo Yin-Yang grande nas costas e um pouco mais pequeno no peito esquerdo, calças negras de kung-fu, sapatilhas de kung-fu, e uma faixa branca, tudo do tamanho de Li, estava tudo em um saco, ele deu pra Li e falou:

– Levante-se meu neto, e leve esse saco com você, você irá aprender algo novo! - Depois da frase sorriu.

Ele levantou-se, pegou o saco, e seguiu seu avô, até que chegaram numa grande academia de kung-fu, que mais parecia um antigo templo, chegando lá viram tatames, quadros com ideogramas chineses, ou com fotos de gente fazendo movimentos de kung-fu, fora um quadro que mostrava todas as faixas do kung-fu, e mais pessoas com roupas parecidas com às de Li.

– Pois é Li, hoje você irá começar a aprender o kung-fu, estilo dragão! - Disse Lieng sorrindo.

– Estilo dragão? - Perguntou ao seu avô - Existêm mais estilos?

– Sim! Existêm vários, 12 baseados em animais, um deles é o Dragão! - Explica o idoso.

– Não sei se sou capaz disso...

– Você é sim, Li! - Garante seu avô - Agora, vamos ao vestiário, eu irei ensiná-lo á como vestir sua roupa!

Os dois foram ao vestiário, lá o jovem Li, se vestiu com suas roupas e botou sua faixa amarrada para o lado esquerdo, como deveriam fazer os homens.

Logo ás aulas começaram, Li descobriu que seu avô, era o mais respeitado Si-fu (Mestre de kung-fu) daquela academia, Li praticava alguns mivimentos que aprendeu, mais...

Ele sempre caía, levantava-se, tentava de novo, mais caía, até que uma hora ele cansou-se, e foi falar com Lieng:

– Vovô, eu desisto!

– Mais, é só seu começo Li! - Disse.

– Mais eu não aguento mais cair! - Reclama o pequeno.

– Hehehe! - Ria o avô - Li, todos começam assim, ninguém nasce sabendo, você só aprende a se levantar se cair, e a prática também ajuda a levar à perfeição, agora, se desistir, isso não irá ajudar em nada, vai lá, tente outra vez!

– Ok vovô, mais por você! - Disse, depois fez voltou à fazer aqueles movimentos e...

Conseguiu!

5 anos depois...

Li agora estava bem maior, era forte, porém não era musculoso, era um faixa marrom com hávia acabado de fazer um golpe com chamas, agora tinha uma faixa preta, e usava um uniforme de mestre de kung-fu vermelho com uma calça também vermelha, e com as "costuras" negras, ainda tinha o Yin-Yang no peito esquerdo e nas costas.

– Parabéns Li, e pensar que em 5 anos você conseguiria passar da faixa preta para a faixa preta de um skin, e usar o Chikara! - Falou Lieng entregando-o a faixa preta com uma listra amarela, sua mãe, foi abraçar o filho, agora ela hávia parado de beber.

– Parbéns filhinho! - Dizia ela o abraçando com força como só as mães podem fazer, o deixando meio sem-graça, porém ainda feliz por tê-la ao seu lado.

– Xièxiè nǐ māmā! - Falou Li - Mais, pode parar de me apertar?

– Ah! Claro filho, desculpe! - Falou ela soltando-o, e ficando mais sem-graça que o filho.

– Hehehe! - Riu Lieng - Essa é a sua família Li, ou melhor dizendo "O Dragão Vermelho de Pequim"!

– Hehe... - Li riu sem graça - Mais não sei se sou digno desse apelido!

– É sim Li, você é um prodígio! - Disse Lieng - Estou orgulhoso de você, meu neto!

– Xièxiè nǐ yéye! - Agradeceu ao seu avô.

Alguns anos depois...

Era manhã 23 de Junho de 2012, Li estava segurando uma sacola de compras de sua mãe, Li agora tinha 13, quase 14, era um pouco menos tímido, e agora era alegre e sorridente, aprendeu muito com as artes marciais, seus cabelos agora estavam indo até a metade do pescoço e continuavam bastante volumosos, ele era pouco musculoso também, e vestia uma camisa vermelha de manga curta com um Yin-Yang nas costas e no peito esquerdo, e usava uma calça negra com um dragão asiático vermelho enrolado nela, e também tinha tênis negros.

– Tudo bem mãe? Você parece meio triste!

– Bem filho, é que... - Disse ela ainda triste - Hoje é o aniversário da morte de seu pai! - E ela quase pôs-se a chorar, porém Li colocou as mãos em seu ombro, e começou a cantar no meio da rua:

– Píuí, píuí, trenzinho píuí! - Sua mãe o olhou surpresa, mais começou a rir - Relaxa mamãe, eu nunca mais deixarei a senhora chorar!

– Muito obrigada filho! - Agradeçeu ela.

– De nada! - Disse, parando em frente à sua casa, subindo com presa as escadas de seu quarto, pegando seu saco com sua roupa de kung-fu e descendo - Agora mãe, eu vou pra academia treinar com o vovô, zàijiàn!

– Zàijiàn! - Respondeu a mulher ao filho.

"Meiyo no Path é?!" pensava ele "Um torneio anual realizado à centenas de anos, de origem japonesa cujo uso de armas é proibido, e qualquer um que tenha força o suficiente pra entrar nele pode fazer isso né?! Bem interessante, ainda mais porque esse ano será na Grécia, terra dos Jogos Olímpicos, começará dia um de julho, o vovô quer que eu participe, e pode acreditar que eu vou não só participar, como ganhar!" Ficou pensando até chegar na acdêmia e abrir as portas.

– VOVÔ! - Gritou alegre, porém sua espressão mudou, ao ver seu avô morto no chão com o peito esquerdo perfurado, sua expressão tornou-se uma de horror, e piorou ao ver um homem com uma espada usada no Kung-fu na mão esquerda, com sapatilhas e calças de Kung-fu negras, camisa de Kung-fu igual à dele, porém sem o símbolo Yin-Yang e branco, tinha cabelo negro preso num pequeno rabo-de-cavalo, olhos negros e um cavanhaque negro, pele do mesmo tôm da de Li, bem musculoso com 1,90 de altura, tinha uma expressão sádica no rosto - QUEM É VOCÊ?

– HÁ! - Disse ele se virando para Li - Eu sou apenas um mestre de Kung-fu que quis enfrentar o lendário Lieng Long, meu nome é Bai Chan, o Tigre Branco de Hong-Kong! - Falou - E quem é você, pirralho?

– Meu nome é Li Long, neto de Lieng Long, também conhecido como "O Dragão Vermelho de Pequim"!

– HÁHÁHÁHÁ!!! - Riu o tal Bai - Você é o tal Dragão Vermelho de Pequim? Não me faça rir! Nenhum pirralho como você seria tão forte a esse ponto!

– Quer descobrir numa luta, seu covarde? - Perguntou Li com raiva.

– HÁ!!! COMO SE VOCÊ TIVESSE CHANCE DE VENCER!!! MORRA!!! - Disse Bai pulando encima de Li com a espada em mãos.

Li apenas desviou rápidamente e gritou:

– ACABAREI COM VOCÊ POR VINGANÇA E RECUPERAREI A HONRA DE MEU AVÔ!!! - Dito isso, ele concentrou chamas no braço direito, o fez as chamas girarem como um tornado, parecia que tinha um dragão vermelho atrás dele.

– Isso é um... Chikara elemental? - Pergunta Bai incrédulo.

– MORRA!!! CHÉNGWÉI HUOHÓNG LÓNG!!! - Disse dando um soco na barriga de Bai o levantando para uma grande altura, queimando-o com as chamas giratórias, ele gritava, porém, quando caíu no chão, já estava carbonizando, restando apenas alguns ossos queimados como carvão.

Algumas horas depois, lá pelas 13:00, sua mãe chegou, e viu Li encolhido chorando no tatame, olhando para o cadáver de Lieng e os osso carbonizados de Bai.

– LI O QUE HOUVE AQUI? - Pergunta ela preocupada.

– Mamãe... - Li dizia cabisbaixo - Entrei aqui e vi o vovô morto, e vi também o assassino dele, eu o desafiei para uma luta, e o matando, achei que ia me sentir bem vingando o vovô, mas... - Depois disso ele fez uma pausa e continuou após 15 segundos - Não sinto nada além de tristeza e ódio! Por quê eu não sinto nada mais que isso? POR QUÊÊÊÊÊÊ?

– Filho... - Disse a mãe aproximando-se dele, chorando e o abraçando por trás - Meu pai não iria querer que você fizesse isso, a vingança não traz nada à ninguém!

– Mamãe... - Disse Li tomando coragem para virar-se e encarar sua mãe.

– Você me prometeu hoje que não me deixaria mais chorar, porém se você chorar eu também choro, por isso... - Ela fez uma pausa - PARE DE CHORAR, EU SEI QUE VOCÊ É PURO LI, ISSO FOI APENAS UM MOMENTO DE RAIVA!!!

– Mamãe, você... Não está brava?

– Claro que estou, mais... Dessa vez vou deixar passar!

No dia seguinte...

Li e sua mãe enterraram Lieng na parte de trás da academia, fizeram o mesmo com Bai, lá, Li falou assim para o corpo enterrado de seu avô:

– Vovô, eu juro que vencerei o Meiyo no Path por mim e pelo senhor, eu juro que irei recuperar a nossa honra!

Continua...