Não sabia há quanto tempo ele estava ali, em frente ao portão da casa dela, mas de uma coisa bem que sabia: Não iria sair dali sem ter entregado as suas singelas palavras escritas timidamente em um pedaço de papel, já que se deixasse para falar, com certeza gaguejaria. Buscava mentalmente o que iria dizer, talvez: “Oi! Vim lhe entregar esta carta!” ou “Eu escrevi essa carta pra você, mas só leia quando eu for embora!”, mas todos sabem que é mais fácil ele jogar a carta dentro da casa dela e sair correndo do que tomar coragem e entregá-la pessoalmente.

Perguntava a si mesmo se ela gostava de coisas bregas, pois é assim que essas atitudes são tomadas hoje em dia, não é? Quando ele estava prestes a tocar a companhia um cachorro nada amigável saiu dos fundos da casa e o foi latir, tamanho foi o susto que tudo o que fez foi sair correndo.

Já longe percebeu que não estava mais com a carta em suas mãos, soltou um suspiro frustrado e voltou para casa, outro dia quem sabe ele entregaria uma carta a ela e de preferência pelo correio, é mais seguro. Quando o personagem foi expulso pelo cachorro, após algum tempo uma bela jovem saiu pelo portão e pegou uma carta que se encontrava jogada no chão. Leu-a com um sorriso bobo e divertido estampado no rosto, ela havia acompanhado tudo o que se passou pela janela do seu quarto, só não esperava que o seu cachorro fosse atrapalhar tudo.

- Sabe Barão, está na hora de eu escrever uma carta! – Disse ao cachorro.