21st Century Breakdown escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 3
Know your enemy


Notas iniciais do capítulo

COOOOOOOOOOOMO EU DEMOREEEEEEEEEEEI(8)
Desculpa mesmo '-' É só que Know your enemy é uma música meio complexa pra mim, e eu não conseguia entender o que ela dizia. Mas agora eu acho que entendi e consegui inseri-la na história, é.
Mas não se preocupem, não vou demorar com os outros, ou, pelo menos, não tanto quanto esse. I swear.
Enjoy!



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Passei o resto da semana com os pensamentos voltados em Frank. Não sei por que, mas aquela criatura baixinha havia mexido comigo de um jeito estranho. Tanto que, no final da segunda semana sem ver o tal baixinho, pedi a Bob que me desse seu telefone.

-Telefone do Frank?! – perguntou ele, franzindo a testa, enquanto arrumávamos a loja para fecharmos.

-É. – falei, corando fortemente.

-Por que você quer o telefone dele?

Dei de ombros.

-Ele me pareceu ser legal... Por quê? Tem algum problema?

-Não, só é um... Pedido estranho. Enfim... – ele pegou um papelzinho e escreveu uma sequência de números – Toma.

-Obrigado, Bob. – sorri.

-Não foi nada. – ele deu de ombros – Enfim, tá afim de sair pra fazer alguma coisa?

-É, pode ser.

-X-

Voltei para casa umas duas horas depois, encontrando Mikey jogado no sofá, assistindo TV. Ao me ver entrando na casa, um sorriso apareceu em seu rosto.

-Oi, Gee!

-Oi, Miks. – sorri, cansado – Desculpe a demora, saí com Bob.

Ele fez que não com a cabeça.

-Não tem problema. Como foi no trabalho?

-Foi bem... – dei de ombros.

-Tem certeza? Você parece mais cansado que o habitual. Aconteceu algo? – indagou ele. Apesar de ser o irmão menor, ele sempre foi protetor comigo, assim como eu era protetor com ele,o que era bom, de certa forma. Apesar de, às vezes, eu reclamar dele um pouco.

-Não, é sério. Tá tudo bem.

-Ok... – disse ele, um pouco desconfiado, mas voltando sua atenção ao programa à sua frente. Desviei do sofá e fui para o meu quarto, trancando-me lá dentro.

Meu quarto era uma zona constante, com vários papéis jogados (e, em sua maioria, amassados) pelo chão, lápis, pincéis, tintas, telas... Até mesmo Mikey evitava entrar lá dentro. A única coisa organizada naquele quarto era a minha mesa, com uma caixa de lápis de cor em um canto, um caderno no outro, e um notebook no centro.

Joguei minhas coisas na cama e peguei meu celular que estava no bolso, mordendo o lábio. Deveria eu ligar para Frank? Ou será que deveria aguardar mais um pouco?

Acabei optando pela segunda opção. Fui fazer outra coisa, tentando distrair-me daquele baixinho que, por algum motivo, mexeu tanto comigo.

-X-

Duas horas depois, achei que já era uma boa hora para ligar para Frank, por isso, peguei novamente o celular, discando o número lentamente, como se estivesse hesitando. Porém, ao apertar a tecla verde, quase desisti. Meu coração começou a bater descontroladamente e eu comecei a suar. Cada barulhinho de chamada que o telefone fazia me deixava mais e mais aflito. Quando já estava pensando em desistir e desligar, uma voz melodiosa e levemente infantil respondeu:

-Alô... ?

-Er... Olá. – mordi o lábio inferior com força, sentindo o gosto de sangue invadir minha boca – Hmm... Sou eu, Gerard. O garoto da loja de música.

-Ahh, olá. – seu tom de voz era confuso, mas levemente feliz. Isso levantou bastante a minha autoestima – Estou surpreso que tenha ligado. O que houve?

O que houve? Eu não consigo tirar você da minha cabeça, foi isso que aconteceu!

-Ahn, eu pedi o seu número pro Bob e resolvi falar com você porque... Porque eu precisava de alguém para conversar e... Bom, o Bob anda meio ocupado, você sabe disso.

-É, eu sei. – Frank riu divertidamente – Ah, não tem problema! Então... Quer fazer alguma coisa?

-Claro! – sorri.

-Ótimo! Então te vejo daqui a vinte minutos... Na loja de doces?

-Pode ser. – tive que conter um risinho. Pelo visto, ele não só parece, como age infantilmente, mas não de um jeito irritante, e sim de um jeito fofo.

Combinamos tudo direitinho e eu desliguei o celular, sorrindo abertamente. Aquilo havia, por algum motivo, me deixado realmente contente. Tomei banho, me arrumei e desci para ir até a loja de doces.

-Onde vai? – indagou Mikey, que continuava esparramado no sofá da sala.

-Sair com uma pessoa.

-Que pessoa? – ele arqueou uma sobrancelha.

-Alguém que conheci na loja. – desviei-me da pergunta. Mikey não pareceu contente com a resposta, mas nada disse. Dei tchau para ele e saí de casa, chegando à loja de doces em poucos minutos, encontrando um Frank que aguardava consideravelmente ansioso.

-Oi. – sorri timidamente. Ele levantou o olhar e riu.

-Oi. Tudo bom?

Dei de ombros.

-Acho que sim... – meu olhar se recaiu sobre o button anexado ao seu colete, dizendo ‘Fuck politics’ – Hm... Qual é a do seu button?

Ele olhou para baixo levemente e deu de ombros.

-Não gosto muito de políticos.

-Suponho que ninguém goste.

-Não, você não entende. – ele balançou a cabeça – Eu tenho motivos para não gostar.

-Tem?

-Sim. Há uns anos, eu... Descobri quem é o inimigo. – ele fez uma careta e eu franzi a testa.

-Como assim?

Ele suspirou.

-Você sabe quem é o inimigo? – fiz que não – Pois é, você tem que conhecer o inimigo.

-E quem é o inimigo?

-Você vai ter que descobrir por si só. – ele sorriu – A violência é uma energia contra o inimigo, trazendo a fúria que é a nossa melhor arma. O coro da infantaria se revolta contra a honra de ser obedecida. Derrubando uma efígie, a vasta maioria destruindo o representante do poder. – Frank parou para respirar fundo e continuou – O silêncio é o inimigo contra a sua urgência, então junte os demônios da sua alma.

Definitivamente, Frank Iero era um homem misterioso. E, definitivamente, eu queria conhecê-lo melhor.

-Os demônios da minha alma são muitos. Creio que não é possível juntá-los. – respondi tristemente.

-É sempre possível. – ele sorriu mais uma vez – Mas não se preocupe. Um dia, a revolta vai se erguer, quando o sangue for sacrificado. Mas não se deixe cegar pelas mentiras nos seus olhos. A violência é uma energia, daqui até a eternidade. – Frank mexeu-se um pouco e olhou para cima – Um dia, a violência explodirá e poderemos lutar contra o inimigo.

-Posso ajudá-lo de alguma forma?

-Dê-me revolução. – um sorriso malicioso cresceu em seus lábios – Vamos entrar? – convidou ele, fazendo um gesto em direção à porta da loja de doces. Assenti lentamente. Como uma pessoa tão necessitada de vingança poderia pensar em doces?

Acho que isso é pra me mostrar que nem todos os que procuram vingança são ruins.

Enfim, nós dois entramos na loja. Era bem grande e espaçosa, com uma variedade enorme de doces. Eu e Mikey já fomos lá, mas pouquíssimas vezes, afinal, não tínhamos dinheiro para comprarmos doces com tanta frequência. Porém, quando éramos menores, nossa mãe nos levava lá com alguma regularidade.

-Hmm... – ele tamborilava os dedinhos nos lábios levemente rosados, enquanto olhava para as caixas de plástico transparente cheias de diversas balas, chocolates e outros doces – Não sei o que eu quero. – ele fez uma careta. Ri baixinho de sua expressão de indecisão e ele fechou a cara – Não ri não, idiota! Eu estou falando sério!

-Desculpe, desculpe. – revirei os olhos.

Por fim, ele acabou misturando marshmellows, ursinhos de gelatina, diversos tipos de chocolates (incluindo trufas, bombons, gotas, etc.) e até mesmo algumas jujubas coloridas. Como eu não tinha muito dinheiro, optei por duas trufas de cereja e fiquei contente com isso. Porém, Frank surpreendeu-se e disse:

-Como assim você está em uma loja de doces e só vai comprar duas trufas?

-Eu não tenho muito dinheiro... – admiti, com a voz baixa e levemente envergonhada. Comecei a fitar meus próprios pés e ele riu.

-De que mais você gosta?

-Hmm... Jujubas... Balas de gelatina... E chocolate. – franzi a testa levemente – Por quê?

-Vai lá pra fora e me espera. – disse ele, pegando as trufas da minha mão e me empurrando levemente para a porta. Fiz o que ele mandou, mesmo que estivesse confuso. Sentei-me em uma das mesinhas do lado de fora (pois a loja de doces também tinha bebidas como café e chocolate quente) e, uns dez minutos depois, Frank apareceu, com duas grandes sacolas nos braços e duas xícaras de chocolate quente. Ele pôs as duas xícaras na mesa e me deu uma das sacolas, sorrindo. Espiei na minha sacola, um pouco confuso, e vi uns três saquinhos com os doces que eu mais gostava. Arregalei os olhos e gaguejei:

-C-como... V-v-você... Meu deus, Frank!

-O que foi? – indagou ele, sorrindo de um jeito engraçado.

-Você acabou de me conhecer e me comprou esse tanto de doces... Aliás, quanto isso custou?! – perguntei, franzindo a testa.

-Não sei. Mais de trinta dólares, com certeza. – ele deu de ombros. Arregalei ainda mais os olhos e abri a boca para protestar – Nem vem, Gerard. Já paguei, já era. Além do mais, você mereceu. Você é bem simpático. – ele sorriu.

-Como pode saber? – indaguei, arqueando uma sobrancelha. Ele corou imediatamente.

-Não posso fazer suposições? Além do mais, pelo tempo que eu passei, você mostrou ser simpático.

-Mas...

Ele pôs o indicador em cima dos meus lábios.

-Não, ok? Eu comprei porque eu quis. Além do mais, dinheiro não é tudo na vida, não me importo em gastar um pouco com alguém como você.

Corei violentamente e ele retirou o indicador dos meus lábios, empurrando-me uma xícara de chocolate quente.

-Agora me faça um favor, cale a boca e beba antes que esfrie. – disse ele, com um sorriso divertido estampado no rosto. Seus olhos cor de avelã me encaravam com doçura e ele parecia querer rir de minha expressão levemente abobada. Balancei a cabeça e peguei minha xícara, bebendo o chocolate quente rápido demais e, por consequência, queimando minha língua. Soltei um gemido baixinho de dor e ele riu.

-Mas você nunca bebeu chocolate quente, meu filho?!

-Faz tempo que eu não bebo... – corei, não só pela vergonha, mas pelo fato do chocolate me aquecer um pouco. Era uma sensação boa, já que a rua estava levemente fria por causa da chegada do inverno.

-Então reaprenda a beber, porque você vai acabar queimando sua língua. – disse ele, rindo – De novo. – completou. Revirei os olhos e balancei a cabeça.

-Idiota.

-Sou. – ele piscou para mim e bebericou seu próprio chocolate. Sorri para ele. Frank era realmente divertido e, de certa forma, especial. Ele me fazia sentir uma felicidade... Estranha. Que ninguém nunca havia me proporcionado, nem mesmo Michael.

Era estranho o que eu sentia perto daquele baixinho revoltado com ideias tão revolucionárias.


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Notas finais do capítulo

E, afinal, quem é o inimigo?
Isso está por conta das suas imaginaçõezinhas férteis *-*
Para o Frank, vai ficar bem claro quem é o inimigo, mas mais pra frente. Agora, pra vocês, eu já não sei, né -q
Enfim.
Beijo pra vocês o/