A Verdadeira História De Emma escrita por SeriesFanatic


Capítulo 15
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Wonderland, 28 anos depois do nascimento da princesa Emma.

A primeira coisa que eles viram quando passaram da porta foi a Lagarta em seu cogumelo (tudo nessa série é azul ou roxo). Annie estava boquiaberta com tudo o que via. Eles caminharam até o labirinto da Queen of Hearts.

– Que ótimo! Como vamos atravessar isso? – ela perguntou sem paciência.

– Não vamos. Vamos chamar atenção. – Rumple respondeu e jogou um galho na parede do labirinto e vendo que era perigoso tocar nas folhas.

– Com esse bafo aí vai ser fácil! – ela zombou.

– AH! – Rumpelstiltskin gritou, fazendo com que ela levasse as mãos aos ouvidos.

– Ficou maluco de vez? – gritou.

– Eles não devem demorar muito. – ele disse, limpando uma sujeira na unha.

– Eles? Eles quem? No que foi que o senhor nos meteu, vovô?

– Alto! Essas são as terras da Queen of Hearts, quem ousa? - disse um guarda.

Annabelle ia falar algo, mas Rumpelstiltskin correu para dentro do labirinto deixando a menina cercada por guardas.

– De onde vindes? – a um dos guardas perguntou.

– Ah... reino Swan. – ela respondeu sem graça.

Os guardas a levaram para ver a mãe de Regina, Cora. Annabelle já tinha ouvido falar daquele lugar. Alice era amiga de Emma e havia ido visitar a amiga uma vez, terminou contando suas muitas aventuras lá com o White Rabbit, Knave of Hearts e o amor verdadeiro dela; as histórias deixaram Annabelle apaixonada pelo lugar, mas sabendo que nunca deveria se encontrar com a Red Queen e a Queen of Hearts.

– Quem é você? – Cora perguntou.

– Princesa Annabelle do Reino Swan.

– Nunca ouvir falar no Reino Swan. Onde fica?

– Enchanted Forest, majestade.

– Enchanted Forest?! AH! Mais que maravilha! Então pode fazer companhia para o lunático e o depressivo. - Cora disse sem nenhum interesse na menina.

– Meu avô não é lunático, só é um pouco paranoico, egocêntrico e sadomasoquista, mas lunático e depressivo não. Esse aí é o meu irmão.

– Decida, o lunático e o depressivo são seu irmão ou seu avô?

– Irmão.

– Ótimo. Vá fazer companhia para seus irmãos. - Cora fez um sinal com a mão para que os guardas levassem a menina ao.

Antes que a menina pudesse dizer alguma coisa sobre seus irmãos não estarem naquele mundo, ela foi mandada para uma sala imensa, cheias de chapéus. O lugar era úmido e cheirava a morfo. Tinha um homem, literalmente, lunático gritando com os chapéus e outro sentado no chão quase escondido. Ele parecia que havia perdido a vontade de viver.

– Make it work! – o lunático repetidas diversas vezes.

– Com licença? – a princesa disse.

O rapaz a olhou assustado, não esperava mais ninguém ali além de seu companheiro depressivo de uma mão.

– E você é?

– Annabelle, princesa do Reino Swan.

– Nunca ouvi mais gelo! – ele disse voltando para os chapéus.

– E você, quem é?

– Mad Hatter, madame e vossa graça como vai? O cuco já bateu as botas? Já está na hora da cuca? Quantos cucos a cuca cozeu? E cozeu casal casou?

– Hein?

– Ignore-o. – disse o outro homem. Sua voz era bonita. Ele tinha cabelos negros, barba rala, um gancho no lugar da mão esquerda e com toda certeza era um pirata.

– Hein? Quem? Quando? Onde? Por quê? É tudo onomatopeia! E de anatopeia a centopeia entende o papo! – o maluco tinha cabelos castanhos, olhos cor de âmbar, usava roupas coloridas e tinha cara de quem fugiu de um manicômio.

– O nome dele é Jefferson. Mas eu o chamo de Mad Hatter. – disse o pirata.

– Certo... vou me concentrar na parte do mad! – Annabelle respirou fundo. No que diabos ela havia se metido? – E você? Quem é?

O homem começou a mexer em seu gancho, desviando o olhar da moça

– Captain Hook. – havia tanta tristeza em sua voz que Annabelle ficou com pena do homem.

– Vocês são do meu mundo, não é? Da Enchanted Forest? – ela perguntou esperando que Jefferson não jogasse um chapéu nela.

O Mad Hatter parou de trabalhar e se jogou no chão em posição fetal, chorando como um recém-nascido.

– Graça! Oh! Minha! Graça! Minha Graça foi tirada de mim! Pobre do meu jardim!

Annabelle olhou para Hook na esperança que ele pudesse traduzir aquilo.

– Ele tem uma filha chamada Grace. O coitado ficou preso aqui tem mais de 30 anos. Ele enlouqueceu por estar longe da filha. Ele não sabe como a menina está, já que a mãe dela morreu quando Grace ainda era um bebê.

Annabelle olhou para o maluco. Ela achava que Emma tinha uma vida ruim. Tudo bem, ser transformada em cisne e só vim conhecer seu único filho depois de dez anos é algo horrível. Mas ficar separado de sua filha por 30 anos? Realmente, é de enlouquecer.

– Sinto muito. – ela falou com compaixão e virou para Hook. – Há alguma forma de sair daqui?

– Se houvesse, acha que ainda estaríamos aqui? – ele levantou uma sobrancelha.

Touché.

Ela não era de confiar em piratas, mas havia alguma coisa naquele homem... alguma coisa em seu rosto... Annabelle sabia que podia confiar nele. Só não fazia a mínima ideia do porquê.

– E o que te trouxe aqui? – ela perguntou, inocentemente.

– Péssimas decisões... confiar nas pessoas erradas...

– Sinto muito.

Hook continuou mexendo em seu gancho. Annabelle já estava começando a amaldiçoar o avô, quando ele apareceu em uma nuvem de magia.

– Aí! – ela exclamou. – Dá próxima vez, me conta o bendito plano!

– Quanto menos você soubesse, melhor. Cora não é confiável e é poderosa. Mas vamos.

–Vamos? Para onde? – Hook perguntou, havia uma pontinha de animação em seus olhos. Jefferson continuava a dizer um bocado de coisas sem sentido.

– Para casa. Enchanted Forest. Você é Killian Jones, não é? – Rumple perguntou já sabendo da resposta.

Annabelle olhou para o belíssimo homem, Emma tinha bom gosto.

– Como você sabe? – ele franziu a testa.

– Só um palpite. – Rumple deu de ombros. – Querem sair daqui ou não?

Os três se entreolharam e Hook puxou Jefferson para perto de Rumple e Annabelle. O feiticeiro os tele transportou para o cogumelo e atravessaram a porta, indo para a Sala das Portas. Se livrando de Cora e de Wonderland.

Em Storybrooke, o tumultuo ao redor da cratera estava indescritível. Graham foi com Pinocchio para os Quartos e Café da Manhã da Granny. Os demais moradores estavam alvoroçados com a volta do xerife/caçador. Emma, Charming, Snow, Hook e Jiminy tentavam conter a multidão.

– Henry? – Hansel o chamou. – Sua mãe é muito corajosa!

– É sim! Tenho orgulho dela. – ele sorriu.

– E seu pai? Você já o conheceu? – Grace perguntou.

– Mais ou menos. Não fui apresentado para ele ainda, mas eu sei quem ele é.

– Espero que ele seja tão legal quanto a sua mãe! – disse Gretel.

Henry sorriu. Os quatro estavam sentados na grama, esperando o tumultuo passar, quando Derek chegou perto deles e se ajoelhou, com Cody logo atrás.

– Crianças, porque vocês não vão brincar em outro canto, eu preciso conversar com o Henry as sós.

Os três saíram sem dizer nada, mas encararam o menino meio assustados.

– Derek, não é uma boa ideia! – disse Cody.

– Ele é meu filho, primo. Eu tenho meus direitos como pai!

Derek se virou para encarar o filho, Henry deu um sorriso meio torto e o homem o abraçou. Cody ficou encarando o primo e sentiu Aria chegar ao seu lado.

– Isso não é uma boa ideia! – ela disse inclinado-se para ele.

– Eu já o avisei. – respondeu Cody.

Derek e Henry passaram uns dez minutos conversando. Tempo em que Emma e os demais desistiram de impedir que o resto da população entrasse na cratera. Hook aproveitou quando a situação estava mais calma e foi embora sem que Emma o vesse. Ele a amava e muito, mas sabia que não podia continuar o relacionamento deles para o bem dela. Ainda mais agora que Graham havia voltado à vida e o pai de Henry havia aparecido na vida dela outra vez. Não precisa nem dizer que a xerife quase atirou no ex quando o viu conversando com o filho.

– EMMA! – David exclamou a segurando.

– Emma, partir para a briga não é uma boa. Isso só vai ferir Henry! – disse Snow.

– Gostava mais da época em que eu é quem dava os conselhos. – ela disse se recompondo.

Seguindo o conselho dos seus pais, Emma deixou Henry conversar com Derek, Cody e Aria. Óbvio, sentindo raiva e até mesmo rancor, mas resolveu focar sua atenção em algo menos destrutível. Como onde Killian havia se metido. Se bem que ela não conseguiu uma resposta para isso. De noite, quando Emma saiu do banho, Henry já estava roncando. Snow e Charming “discutiam” sobre a situação Mary Margaret e David e o rumo era meio incerto, já que a cada xingamento vinha umas dez memórias de coisas boas para ambos. O que não preocupou a xerife. Ela subiu para seu quarto, deu um beijo na bochecha do filho, pegou sua jaqueta xodó vermelha e saiu para respirar ar puro, apesar do frio. Encostou-se na sua lata velha amarela e virou a cabeça para olhar as estrelas.

– Sabe, no nosso mundo elas são mais bonitas. – Hook disse se encostando ao lado de Emma.

– Seu mundo. O meu é esse.

– Ah sim claro...

Eles ficaram olhando as estrelas em silêncio por mais um pouco.

– Já foi visitar seu amigo peladinho? Quer dizer penadinho?

– Graham? Não, ainda não. – ela esperou um tempo para falar novamente. – Por quê?

– Ah, não sei! Você olhou para ele com tanta... paixão! Achei que tivessem alguma coisa.

– Você veio até aqui, ás onze da noite para me dizer isso?

– Na verdade não. Estava preocupado com você.

– Por quê?

Emma virou para fitá-lo. Os lindos olhos azuis estavam tristes, ele forçava um sorriso. Havia melancolia em seu rosto. Ela queria abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem. Sabia que o relacionamento deles não seria mais o mesmo depois da quebra da maldição, mas o amor entre eles era muito grande para, simplesmente, ignorar.

– E então... por que não foi visitá-lo?

Ela sabia que ele estava com ciúmes. Suas bochechas esquentaram.

– Ciúmes? – sorriu, provocativa.

– Curiosidade. – ele falou, o rosto vermelho.

Emma deu um sorrisinho, tentando não rir. Ele ficava tão fofo com ciúmes.

– Então... Captain Hook, hum?!

– É.

Nesse momento, eles estavam com os rostos tão perto, que seus narizes quase se tocavam.

– Sei que você está me evitando, e com razão. Dá mesma forma que eu também tento me forçar a te evitar... – as palavras queimavam sua garganta. – Mas... não podemos continuar assim... – um nó imenso surgiu em sua traqueia. – Não com o sentimento que nós sentimos um pelo outro...

Emma começou pensar no muro que ela construíra. Valia mesmo a pena afastar todos por medo de sofrer? Ou será que sofrer era bom, por que significava que havia algo bom pelo que lutar e seguir em frente? As respostas dela se resumiam a uma simples pessoa: Henry. Ela lembrava de toda dor que sentiu em sua infância, em sua vida... mas será que sempre seria assim? Ela sabia que amava Killian. Não sabia explicar, era como se eles se conhecessem a vida inteira, como se fossem almas gêmeas. O que sentia por ele, ela nunca havia sentido por ninguém. Nunca.

Era algo que fazia seu coração disparar quando o via, suas mãos suavam, haviam borboletas em seu estômago, suas bochechas coravam... será que aquilo era amor verdadeiro? Seus pais nunca realmente lhe explicaram os sintomas do amor verdadeiro. Mas Emma sabia que o que sentia por Killian era forte o bastante para enfrentar qualquer que fosse o obstáculo. Afinal, ela não conseguia ficar muito tempo sem vê-lo, sem saber que ele estava bem. Era quase como... vê-lo feliz fazia com que ela ficasse feliz.

Sem pensar, ela levou seu rosto a frente, tocando seus lábios aos dele. Moviam-se com fúria, até mesmo certa raiva, mas era bom. Killian segurou Emma pela cintura e levou sua mão até o pescoço dela, forçando sua cabeça a não ir embora. Ela agarrou seus cabelos, os acariciava e puxava, não sabia se queria ser boazinha ou não. Seus corpos não se desgrudavam de tanta intensidade, a noite já não estava mais fria; subitamente os -5º haviam se transformado em 50º. Os lábios se moviam como um campo de trigo, graciosamente enlouquecidos. Mas o momento foi terminado com uma voz conhecida chamando o nome dela:

– EMMA?! – Graham gritou estupefato.

O casal se virou e viu o ex-defunto segurando um buquê de rosas brancas. Enquanto a constelação de cisne brilhava sobre eles.


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