“Estou olhando pro nada na noite
Tentando esconder a dor
Estou indo para o lugar onde o amor
E o bem-estar não custam nada
E a dor que você sente é um tipo diferente de dor

Eu estou indo para casa
De volta para o meu lugar
E onde seu amor sempre foi o suficiente para mim
Eu não estou fugindo
Não, eu acho que você me entendeu mal
Eu não me arrependo dessa vida que escolhi para mim
Mas esses lugares e esses rostos estão ficando velhos
Então eu estou indo para casa
Bem, estou indo para casa

As milhas estão ficando mais longas, parece,
Quanto mais perto eu fico de você
Eu nunca fui o melhor homem ou amigo para você
Mas seu amor continua verdadeiro
E eu não sei por quê
Você parece que sempre me dá outra chance.”

                        Home-daughtry

Muitas pessoas me cumprimentaram, algumas me abraçaram, outras tentaram um aperto de mão... Nada me alcançou.

A chuva começou a engrossar e eu deixei que a chuva fria escorresse pelos meus cabelos escuros, sem me importar em protege-los com o guarda-chuva. A chuva afastou todos que estavam ali, junto com suas palavras de consolo, mas eu me mantinha imóvel  .

Em todos os momentos da minha vida ,ele sempre estivera lá me dando seu apoio. Em cada sorriso, choro, companheirismo. Meus olhos se encheram de lagrimas a ver os enormes arranjos sobre a cova e eu as deixei invadirem meu rosto. Eu não precisava mais fingir, não precisava mais mostrar que era forte. O desespero tomou conta de mim ,quando enfim percebi que não era uma brincadeira, que eu nunca mais veria aquele rosto.

  Cai de joelhos no chão, sem me importar se alguém testemunhava aquele comportamento patético. As palavras dos policiais naquela noite de sábado ainda gritavam na minha cabeça, deixando-me nauseada.

“... Encontramos ele próximo a quadra, esfaqueado. Tentamos prestar socorro, mas já era tarde. sinto muito...”.

Fechei os olhos com mais força ao lembrar dessas palavras. Por quê ele? Porque alguém teria coragem de assassinar meu único irmão? Por quê? Por quê?

_Por quê ,Senhor?! – eu gritei, em um desespero de dor, olhando para o céu, mas não ouvir nada além do silêncio do cemitério.

Ouvi um reboliço de folha e me virei assustada. E então eu o encontrei. Um rapaz de capa azul, me olhava de longe, Seus olhos com um misto de dor, a dor que eu sentia.

O Dia inteiro eu ouvia palavras de consolo, mas parecia que ninguém sentia a minha dor. Mas ali foi diferente. Eu podia ver a dor nos seus olhos azuis, eu podia ver a sinceridade expressa em cada traço do rosto claro. Ele não se importava que a chuva estivesse molhando-o todo. Ele apenas olhava para mim, imenso em seus pensamentos. Sentir um conforto. Alguém,mesmo que desconhecido, se importava e compartilhava a minha dor.

Já estava pronta para ir ate lá, quando ele virou-se e em passos largos saiu dali, me deixando sozinha naquele cemitério. Me levantei rápido e o procurei pelo caminho ate a saída. Nada. Ele tinha ido embora.

Mas quem era ele?