21.12.12 - A Invasão escrita por Padalecki


Capítulo 9
Declarações


Notas iniciais do capítulo

Pessoaaaar! Comentem minha história poxa ¬.¬
Sam, eu tenho certeza que você vai gostar desse capítulo. Já que você é "Team Clark" e tudo o mais ;p



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Imagem do capítulo: Clark faz algo que deixa Gwen surpresa... e confusa. Suas palavras, as de Gwen, magoam Clark.


Enquanto Shawus ficava invisível, – coisa que eu ainda não conseguia fazer, o que me deixava nervosa – eu e Clark descemos até a sala, onde mamãe e seu futuro marido acariciavam, bobos, sua barriga.

Quando me viram, lancei um aceno de cabeça imperceptível na direção de Clark e ele começou a tossir e a gemer. Mamãe passou um braço por seus ombros e o levou até a cozinha, lhe perguntando se era alérgico a alguma coisa.

Carson semicerrou os olhos, desconfiado, para mim.

– Acampamento, hein?

Lutei contra o impulso de perguntar “Hein?” e assenti. Eu teria que concordar com tudo que Shawus dissera, mas era doloroso demais mentir para mamãe, e pior ainda mentir para Carson. Ele me conhecia, e eu tinha medo de que descobrisse a verdade.

A verdade era perigosa demais.

Carson olhou para Clark, que conversava alegremente com minha mãe sobre o futuro bebê. Ele insistia para que minha mãe desse o nome de “Eurico” para o bebê, caso este fosse menino.

Reprimi uma gargalhada e voltei a olhar para meu quase padrasto.

– Espero que ele melhore logo.

Assenti novamente, então franzi o cenho levemente.

– Hã... me diga mais sobre o Acampamento, Oliver.

Carson suspirou e pensou por alguns segundos.

– Acho que já lhe contei bastante coisa sobre ele. – Então sorriu, orgulhoso. – É tão bom saber que quer seguir os meus passos!

Tentei permanecer impassível, mas não pude evitar perguntar:

– Seus passos?

– Entrar para o acampamento militar, que, para falar a verdade, é mais uma escola do que um acampamento. Lá, como já disse, você vai receber educação apropriada, vai treinar todos os dias... – Ele suspirou – Isso sem falar nos tiros! Ah, Gwen, não sabe como é bom atirar... Sei que é estranho ver me falar isso, mas é extremamente relaxante.

Carson estava tão empolgado que nem percebeu que meu olhar incrédulo aumentava cada vez mais. Não sei se era coisa da minha cabeça, mas juro que podia ouvir as risadas abafadas de Shawus rondando a sala.

– Bom, é claro que lá as regras são fortes e se você não segui-las, acaba recebendo as consequências, que são bem cruéis, mas lá é legal. – Sorriu.

Tive vontade de dizer algo como: Legal? Por que você acha que eu nunca quis seguir você para a delegacia? Ou então para a aula de tiro? Porque eu odeio guerras! Eu sou metade Plêiade, e o instinto pacífico esta dentro de mim! Francamente, como pode estar acreditando que eu vou mesmo seguir seus passos?

Mas achei crueldade demais, sem falar que ele não entenderia nada com a parte sobre os Plêiades, então resolvi apenas sorrir e assentir.

– Claro. Legal demais. Incrível.

Carson concordou, não percebendo o sarcasmo elevado em minha voz, e deu tapinhas leves em minhas costas.

Senti a brisa de verão roçar em meu rosto e sorri. Shawus era muito mais legal e carinhoso quando estava na forma de brisa. Mas acho que ele só estava do jeito que estava, por causa de Clark.

Mamãe e Clark voltaram da cozinha e pareciam felizes. Mamãe envolveu Carson num afetuoso abraço, deixando eu e Clark numa posição extremamente desconfortável.

– Bom, acho que vou levá-lo para a casa e... e ficar um pouco por lá. Estou com saudades da doutora Benson. – O que não era mentira, eu realmente estava com saudades da mãe de Clark.

Mamãe deixou que Carson passasse os braços por sua cintura e me olhou desconfiada.

– Saudades da doutora é? – Mamãe sorriu. – Escutem, caso vocês estejam namorando, me contem. Prometo que não vou brigar. – Ela olhou para mim. – Clark é um excelente partido.

Carson sorriu e assentiu. Deu um soco amigo em um dos ombros de meu melhor amigo e disse:

– Será uma honra tê-lo como genro.

Não sei quem ficou mais vermelho: eu ou Clark.

Soltei uma risada nervosa e Clark seguiu em direção à porta, como se fosse um robô, e a abriu. Lançamos acenos de mão em direção aos pombinhos da sala e saímos de casa. Percorremos o gramado em um silêncio desconfortável e eu abri o portão, fechando-o atrás de mim ao ver que Clark já havia passado por ele.

– Será uma honra tê-lo como genro. – Ouvi Shawus imitar a voz de Carson como se fosse um verdadeiro diplomata. Eu o olhei furiosa, assim como Clark, mas ele não pareceu ligar. Ao invés disso, passou os braços por nossos ombros. – Vocês são o casal mais esquisito que eu já vi na minha vida.

Clark retirou o braço de meu irmão e se afastou um pouco dele.

– Não somos um casal. – Argumentou.

Desvencilhei-me de Shawus também.

– E não somos esquisitos. – Então suspirei dramaticamente. – Shawus, que acampamento é esse?

– Ah, não se preocupe com isso. – Ele sorriu, desdenhoso. Por um momento pude ver o irmão extremamente carinhoso que ele era, mas essa imagem logo sumiu de seus olhos e ele se tornou carrancudo novamente. – Eu vou para lá, não você.

– Você vai para um acampamento militar como se fosse eu?

Shawus assentiu e meus olhos brilharam, gratos.

– É sério, Shaw, não sei o que seria de mim sem você...

Shawus revirou seus belos olhos e colocou as mãos na cintura.

– É, tá. E então? Para onde é a casa do...

– E ai, gatinho? – Uma garota bonita de curtos cabelos ruivos cacheados e olhos azuis perolados piscou sedutoramente para Shawus dê sua janela e lhe mandou um beijo. Então, vendo que ele lhe observava, soltou uma sonora gargalhada e voltou-se para dentro de sua casa, fechando a janela com força.

Eu e Clark começamos a gargalhar freneticamente ao ver a careta sinistra de Shawus. Era como se meu irmão estivesse paralisado e por um momento de desespero achei que suas pílulas de oxigênio haviam parado de funcionar.

– Espero só até ela ver sua cabeça de saca rolhas... – Clark enxugou uma lágrima que lhe escorria pelos olhos e arquejou, rindo ainda mais. – Vocês são o casal mais esquisito que eu já vi na minha vida. – Disse imitando voz de falsete.

Eu ria desesperadamente, assim como Clark, mas Shawus ainda olhava para a janela que a garota ruiva estava. Fui até ele e sacudi seus ombros.

– Hã? – Ele olhou para mim e eu sorri.

– Ainda em transe só porque recebeu uma cantada? – Perguntei.

Clark parou de rir e fitou a janela da garota por um segundo.

– Bom, se eu tivesse sido paquerado por Genevra Forw, eu também ficaria em transe.

Tentei não dar um belo soco no rosto de Clark e me limitei a franzir o cenho.

– Genevra Forw?

– Ela se mudou para cá há duas semanas, mais ou menos. Veio da escócia e tem vinte e dois anos. – Ele suspirou, o que me deixou nervosa. – É a segunda garota mais bonita que eu já vi em toda a minha infeliz vida. E olhe que a terceira é Samantha Sullivan.

– E quem é a primeira?

Clark sorriu e me lançou uma piscadela furtiva.

Será que ele estava falando de... mim? Bom, eu teria de conseguir essa resposta mais tarde, tínhamos coisas mais importantes para fazer.

Sacudi Shawus novamente e estralei meus dedos. No momento em que fiz isso, pode-se ouvir um estalido e Shawus revirou os olhos nas órbitas por um instante, então voltou a arregalá-los e os piscou.

Olhei para Clark, desdenhosa.

– Todo garoto fica assim quando recebe sua primeira cantada?

Clark deu de ombros.

– Não creio que eu seja o cara certo para lhe responder essa pergunta.

– Oh, puxa, eu morri e fui para o céu? – Shawus me perguntou. – Porque eu vi um verdadeiro anjo de olhos azuis e sedosos cabelos cor de fogo...

Sorri e passei um braço por seus ombros, o que era fácil, já que ele era só alguns centímetros mais alto do que eu. Comecei a guiá-lo em direção a casa de Josh, com Clark ao meu lado, fazendo anotações em seu IPad.

Nosso quarteirão era o maior do bairro, então o caminho era longo. Atravessamos um jardim de lírios-tigre de plástico e Shawus ficou encantado com o pingente de gelo que caíra em sua cabeça.

Na metade do caminho, Clark começou a nos bombardear com perguntas.

– E vocês tem poderes? De verdade mesmo? – Perguntou.

– Temos. – Respondemos em uníssono.

– E quais são? – Então ele olhou para mim. – Quer dizer, eu tenho umas ideias, mas quero que você me diga todos os poderes.

– Sabemos usar muito bem nosso cérebro. Quer dizer, enquanto vocês usam cerca de 10 a 15% do cérebro, nós usamos de 90 a 95%. Quando nos concentramos muito em fazer alguma coisa, do tipo mover algum objeto de lugar, conseguimos. – Respondi.

– Tipo o que você fez com a chave de Lockhart?

Assenti.

– Isso. E com meu celular e com as cortinas também.

– Certo. – Clark disse, fazendo mais anotações. – Quais outros?

– Hm... – Olhei para meu irmão, em busca de ajuda. – Quais outros?

Shawus grunhiu.

– Francamente... os cincos meses em que você aprendeu coisas não serviu para absolutamente nada?

– Serviu sim. Serviu para eu saber como conseguir calar um meio-irmão Plêiade idiota.

Shawus deu um sorrisinho furtivo para mim, então revirou os olhos e respondeu a pergunta de meu melhor amigo.

– Somos bons com metamorfose, podemos ficar invisíveis e, caso você esteja bem treinado – ele me lançou um olhar significativo – pode até voar. Ah e, no caso da loirinha ai, se ela estiver muito nervosa, ansiosa ou frustrada, coisas explodem. Acho que deve ser por causa da parte humana...

– Você pode fazer essas coisas? – Perguntou-me Clark, mas pude perceber que ele estava compartilhando da mesma imagem que eu: O hidrante explodindo. Mas eu tinha outra imagem também, a do despertador.

– Posso explodir coisas, sim, mas as outras...

– Digamos que para ser realmente bom, você precisa ser totalmente Plêiade ou, caso seja só a metade, precise treinar durante a vida toda. – Disse Shawus.

– E eu só fui treinada durante cinco meses, não é justo que você consiga fazer todas essas coisas e eu só possua a telecinese. – Reclamei.

– Ei, você consegue explodir coisas só com o poder da mente! Está reclamando do que?

– Troco minha telecinese pelos seus poderes sem nem pensar duas vezes. – Murmurei.

– Olhe, se nenhum dos dois estiver satisfeito com os poderes que tem... – Clark piscou e sorriu. Um sorriso sedutor que fez meu coração derreter por dentro. – Eu me voluntário para ficar com os poderes de ambos.

Eu e meu meio-irmão trocamos um breve, porém significativo, olhar. Pelo fato de sermos da mesma família de extraterrestres, tínhamos um elo empático muito forte. Nada do tipo “ele consegue ler minha mente”, estava mais para o tipo “ele consegue sentir minhas emoções.”. Então, ao olhar nos olhos de Shawus, eu senti que ele queria, precisava, me falar alguma coisa.

Mas não com Clark ali. Eu teria que tentar manter meu amigo ocupado, para que Shawus se sentisse seguro em compartilhar seus conhecimentos novos comigo. Para ser sincera, eu não fazia ideia do por que Shawus se sentia tão receoso em relação a meu melhor amigo. Quer dizer, eu podia sentir o quanto ele ficava desconfortável quando Clark estava por perto.

Ciúme de irmão, talvez?

Realmente espero que eu esteja certa quanto a isso.

Shawus e Clark discutiam sobre a capacidade humana do cérebro. Enquanto Clark dizia que ficaria honrado de ser um Plêiade para ter capacidades maiores em relação ao seu cérebro, Shawus – tomando o discurso Plêiade sobre “ajudar” os terráqueos – insistia que para ter mais controle sobre as coisas, só era preciso persistência e concentração. Clark e meu irmão marcaram de se encontrar, caso o mundo não acabasse, para que Shawus pudesse aplicar em Clark algumas técnicas do nosso planeta.

Eu podia sentir, ao olhar meu irmão, que ele só estava tentando ser amigável com Clark, pelo fato de este ser meu melhor amigo, mas sabia muito bem que, caso pudesse, nem estaria falando com Clark.

De repente, me lembrei de uma coisa e chamei a atenção de Shawus.

– Que foi? – Ele perguntou.

Eu tinha o cenho franzido.

– Onde minha nave caiu?

Sua nave? – Ele arqueou uma sobrancelha.

Nossa nave. – Suspirei.

– Gostaria de ter uma nave. – Murmurou Clark.

Shawus me olhou por um momento e coçou o cocuruto da cabeça. Ele semicerrou os olhos e colocou uma das mãos na testa, para se proteger da luz do sol, e então olhou para o horizonte. Depois de alguns segundos observando montanhas e neve, ele se voltou para mim.

– Lá. – Então apontou para um ponto muito além de mim. Semicerrei os olhos também e coloquei a mão na testa. Peguei-me observando um grande rochedo coberto de neve até o talo.

– Hã... O que era para eu estar vendo lá?

Shawus bateu na própria testa.

– O monte de neve logo ali! – Shaw apontou para o rochedo novamente. E então sussurrou. – Eu tinha que escondê-la de algum modo.

Foi então que caiu a ficha e eu pude aprumar ainda mais meus olhos. Logo ali, no montinho de neve, havia uma pequena parte prateada que era quase imperceptível aos olhos dos terráqueos comuns. É claro que, se qualquer extraterrestre a visse, provavelmente a roubaria. Os Plêiades tem as melhores aeronaves do espaço, motivo de demasiada cobiça entre os alienígenas. Sem falar que essa possuía o combustível XY, que fora inventado por Trinity e que era um combustível único dos Plêiades.

Eu estava olhando para minha nave. Ou melhor, pensei enquanto olhava para Shawus, nossa nave.

– Não vejo nada. – Reclamou Clark.

Sorri e toquei em seu braço.

– Vamos buscar Josh e... – olhei para Shawus. – Precisamos arranjar para ele uma prova de que somos mesmo extraterrestres, e de que ele é um também.

Shawus assentiu e mordiscou o lábio interior.

– Seus poderes já não bastam? – Perguntou-me Clark, entrelaçando meus dedos aos dele.

Esqueci-me de minha mão por um momento e permiti que Clark a segurasse.

– Precisamos de todas as provas possíveis.

O olhar de Shawus se deteve, por um instante, no entrelaço de mãos entre eu e Clark. Ele parou de morder o lábio e revirou os olhos, virando-se para onde nossa nave se encontrava.

Eu não consegui entender sua reação, mas mesmo assim soltei bruscamente a mão de Clark, que me olhou confuso por um instante. Aproximei-me de Shawus e sorri, inocente, para ele.

Ele me olhou seriamente, mas logo um sorriso encantador iluminou o seu rosto e ele me deu um soco amigo no ombro esquerdo.

Clark resfolegou atrás de mim, mas eu o ignorei e continuei olhando para Shawus. De repente, nos abraçamos demoradamente. Shawus permitiu que todo seu receio em relação a Clark invadisse meu corpo, assim como seu medo da guerra que estava se aproximando... seu medo de me perder para sempre.

Transmiti para ele toda a autoconfiança que possuía dentro de mim. Eu estava morrendo de medo da guerra contra os Grays e os Reptilianos, mas não queria que Shawus soubesse disso. Ele estaria longe de mim a maior parte do tempo, já que resolvera aceitar ir ao acampamento no meu lugar. Quando senti suas emoções ficarem mais calmas, transmiti confusão em resposta ao seu receio para com meu melhor amigo.

Shawus me soltou bruscamente e suspirou.

– Vou tentar deixar nossa queridinha um pouco mais apresentável para o Ariano. – Ele olhou para Clark, e em seguida para mim. – Vão.

– Shawus...

– Vão. – Ele repetiu, se tornando a brisa de verão da qual eu tanto gostava... e desaparecendo.

Eu e Clark nos entreolhamos.

– Shawus! – Exclamei, e acabei assustando um casal de gêmeos que passavam por ali. Ambos tinham uma xícara de chocolate quente nas mãos e andavam com extrema cautela pelos paralelepípedos.

Uma senhora os acompanhava, provavelmente sua avó. Ela me lançou um olhar estranho e pediu para que seus netos se apressassem.

Eu bufei.

Clark passou um braço por meus ombros, mas eu me desvencilhei dele.

– Alienígenas idiotas. – Murmurei.

Clark fitou-me e, pouco a pouco, um sorriso sincero brotou de seus olhos. Então ele começou a rir enquanto olhava para mim. Era um riso que me relaxava, por mais estressada que eu estivesse. E acredite, eu me sentia o próprio Atlas no momento.

Começamos a rir e nos encaminhamos para a casa de Josh. Teríamos que virar a esquerda e seguir até o final da rua. Isso era só a parte fácil, o difícil viria a seguir, quando eu tentaria convencer Josh de que ele era um alienígena.

Como, diabos, eu o convenceria dessa loucura?

E eu ainda teria de ver com Shawus como ficaria minha vida a partir de amanhã. Com ele lá no acampamento, eu não poderia voltar para casa. E seria extremamente difícil me comunicar com ele para saber o que mais eu teria que fazer, que ajudas eu teria de ter, para conseguir, pelo menos, salvar o mundo.

De repente, senti um calafrio percorrer todo o meu corpo e estremeci. Quando me virei para ver o que havia me causado o calafrio, percebi que tínhamos passado embaixo de uma arvore e esta me atingira com um pouco de neve.

Clark parou de andar e puxou-me para si, envolvendo-me em seu abraço quente e confortável. Abraçar Clark, para mim, era como se fosse a oitava maravilha do mundo.

– Tudo bem Gwe? – Perguntou ele. Clark falava de um jeito devagar, em tom baixo e grave.

Soltei-me um pouco dele para que pudesse olhar em seus olhos. Estávamos a alguns centímetros da casa de Josh, e ali, olhando para meu melhor amigo, era como se realmente eu pudesse salvar o mundo de uma desgraça extraterrestre.

Clark sorriu de leve e roçou o nariz no meu. Senti minhas bochechas ficarem extremamente quentes e retribui o sorriso. Aproximamos-nos um pouco mais, os braços de Clark deslizando de minhas costas para o meu pescoço. Fechei os olhos e Clark virou de leve meu pescoço para o lado e depositou um beijo em sua curvatura.

Estremeci e, antes que eu pudesse controlar o que estava fazendo, senti que Clark era afastado de mim.

Quando abri os olhos para ver o que havia acontecido, me deparei com Clark do outro lado da rua, deitado de bruços. Seus gemidos eram tão agonizantes, que não suportei escutar e corri ao seu encontro.

O ajudei a se levantar e mordi o lábio, agradecida, ao ver que ele não havia se machucado.

– O que foi que houve? – Minha voz estava um pouco trêmula, pois eu sabia que havia sido eu. Eu e meu estúpido nervosismo de beijar alguém. Eu nunca havia beijado alguém e, vendo o que eu era capaz de fazer caso quase o fizesse, era preferível que mantivesse minha boca fechada.

Clark ajeitou os cachos e se alongou durante alguns segundos. Então sorriu de leve para mim.

– Como é que eu vou poder beijar você, se você fica explodindo hidrantes ou me arremessando para longe?

Foi como se meu mundo houvesse parado por um momento, assim como meu coração. Clark estava admitindo que queria me beijar. Eu poderia tê-lo beijado, pois era isso que eu queria fazer agora, mas ao invés disso...

– Você... – Engoli em seco. – Mais e a Samantha?

Clark deu de ombros e me guiou até a calçada para que eu não acabasse atropelada.

– Eu nunca teria chance com ela. – Ele tinha a cabeça abaixada, mas então a levantou para olhar para mim. – E... hã... eu estava meio confuso em relação a... hã... a nós. Quer dizer, somos melhores amigos e eu nunca te vi de outra forma, mas...- Ele me olhou nos olhos e sorriu. – Você é a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida. É linda por dentro e por fora. – Ele engoliu em seco. – Estou apaixonado por você, Gwe. É por isso que Shawus não gosta muito de mim.

Franzi meu cenho.

– Você percebeu isso também?

Ele riu.

– Quem é que não perceberia? Ele ama você, o que quer dizer que morre de ciúmes de você. Ou seja, ele me odeia.

Bom, Clark havia se declarado para mim, e a coisa mais inteligente que eu pude fazer foi olhar em direção à casa de Josh e me afastar de Clark.

– Hã... – Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu sentia que poderia estar apaixonada por Clark também, porém tinha medo de que isso pudesse estragar a bela amizade que nós tínhamos. – Precisamos ir.

Minhas palavras atingiram Clark como facas, pude ver isso em seus olhos d’água, e isso me machucava muito. Mesmo assim, eu não podia dizer que estava apaixonada por ele antes de ver Josh. A minha vida toda eu fora extremamente apaixonada por Josh, e tratava Clark como um irmãozinho... Agora que eu sabia que ele estava apaixonado por mim, precisava ver qual seria minha reação para com Josh.



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Notas finais do capítulo

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