21.12.12 - A Invasão escrita por Padalecki


Capítulo 12
Sirius


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora pessoal!
Espero que gostem do capítulo (:



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Imagem do capítulo: Gwen, Shawus, Josh e a nave dos irmãos Plêiades. 

Esperamos Clark para podermos ir atrás de Shawus, mas meu melhor amigo havia desaparecido totalmente. Dr. Orson nos dissera que a pesquisa que havia mandado Clark fazer era extremamente específica, o que causaria mais demora, mas ele tinha certeza de que Clark conseguiria.

No pequeno período de espera, Josh e seu pai Terráqueo perguntaram-me sobre tudo que eu sabia. Repeti toda a história que havia contado para Clark e Josh ao senhor Stuart e esperei que ele reagisse de modo comum a um terráqueo normal. Uma reação do tipo “ah, socorro! Todos irão morrer!”, mas o que recebi foi um simples:

- Precisamos falar com o presidente.

E ele disse isso de forma natural. Sabe? Como se fosse extremamente fácil falar com Obama sobre alienígenas do mal que queriam invadir o planeta e acabar com ele.

Josh concordou com Orson e pegou com leveza meu cotovelo. No momento em que senti seu toque, uma corrente elétrica percorreu meu corpo. Era muito semelhante à sensação de reconhecimento, mas era mais forte e duradoura.

Deduzi que Josh havia sentido e percebido isso também, pois ele soltara meu braço brutalmente e tinha um brilho assustado em seus olhos calmos. Sorri fracamente para ele e voltei-me para Orson. Eu teria de descobrir o que isso significava depois.

- E como é que iremos fazer isso?

Orson pegou um telefone celular do bolso e começou a digitar algo nele. Olhei curiosa para Josh, que retribuiu meu olhar com a mesma intensidade. Era engraçado fitar Josh... eu sentia algo dentro de mim sempre que fazia isso. Era como se os olhos daquele Ariano fossem como imas para os meus.

- Estou buscando o número de Freddie. – O olhei de modo inquisidor e ele prosseguiu. – Um grande amigo meu. Homem muito rico que já me ajudou em diversas pesquisas. Ele acredita em seres de outros planetas também, quem sabe não possa me ajudar a conseguir um particular com Obama ainda hoje.

- Ah, tomara que consiga. – Então franzi o cenho. – Mas o que você vai falar para o presidente?

Orson sorriu para mim e colocou o telefone no ouvido. Então sussurrou com os lábios em nossa direção.

- Vão. Agora.

Josh pegou em minha mão e saímos em alta velocidade de sua casa. Lá fora, muitos dos nossos colegas de classe que moravam por ali nos olharam estranho. Para facilitar as coisas, retirei minha mão da de Josh e comecei a correr mais rápido do que ele, pois o mesmo tinha que parar de quando em quando para dizer “oi, estou bem e você?” ou então “nós terminamos, infelizmente.” ou então “preciso mesmo ir, te vejo depois!”.

Cinco minutos depois, Josh já estava no meu encalço. Era incrível a velocidade que minhas pernas estavam atingindo. E estava correndo numa velocidade anormal, assim como o Louro ao meu lado, e nem estava cansada!

Para falar a verdade, eu nem sabia que possuía essa... supervelocidade, mas com esse novo “dom” descoberto, Josh e eu chegamos em cerca de onze minutos ao nosso destino.

Shawus estava sentado de pernas cruzadas no topo do monte de neve que era nossa nave. Quando me viu, alongou as pernas e se levantou, chamando-nos com um gesto de mão. Olhei para Josh e me encaminhei para onde Shawus se encontrava.

Quando percebeu que eu começaria a correr novamente, Josh pegou em uma de minhas mãos e encostou a boca em um de meus ouvidos.

- Já foi muito estranho chegar tão rápido até aqui. – Ele sussurrou. – Os terráqueos vão pirar se começarmos a correr de novo.

- Certo. – Concordei, e ameacei me desvencilhar de Josh.

Porém, quando fiz isso, ele apertou ainda mais minha mão e continuamos andando até a nave, de onde Shawus nos olhava com extrema irritação.

- Não faça isso. – Pediu. Suas bochechas estavam ruborizadas e ele me fitava com intensidade. Uma intensidade que quase me impulsionou para frente para beijá-lo. – É... bom. Sabe? Tocar em você. – Então sorriu. – Nunca pensei que sua presença... seu cheiro... seu jeito... que você seria tão importante pra mim em tão pouco tempo.

Ah, não, outra declaração não... Caramba! Haviam sido duas no mesmo dia? O que estava acontecendo, afinal? Certo, certo, sei o que esta pensando: Mas você não era toda apaixonadinha por Josh?

Eu era sim, mas graças ao beijo de Clark, não tenho mais certeza do que eu sou. Não tenho mais certeza de nada.

Mesmo assim, sorri.

- É coisa de Plêiade. – Afirmei. Então, antes que Josh pudesse abrir a boca para falar qualquer coisa, me afastei dele e corri os últimos 15 metros que faltavam para rever minha amada nave prateada repleta de neve.

Quando Shawus me viu, nos abraçamos por alguns segundos e ele suspirou.

- Estava quase chamando a Confederação dos Humanos para resgatar você. Que demora!

Apontei para Josh.

- Ele já sabe e acredita em tudo. – Suspirei. – Preciso te contar os últimos acontecimentos.

Shawus assentiu.

- Preciso te contar uma coisa também.

Suspirei.

- Esperamos entrarmos para contar?

Ele assentiu.

Josh olhou minuciosamente para Shawus e sorriu, cumprimentando-o. Este fez um gesto extraterrestre de conhecimento que até então eu nunca havia usado no planeta Terra. Shaw colocou a mão esquerda atrás da própria cabeça e mexeu os dedos numa sequência harmônica, que combinava com os sons que saiam de sua boca, três vezes.

Depois do choque momentâneo, Josh estendeu a mão para meu irmãos, que o olhou como se ele fosse louco.

Não pude evitar e acabei rindo. Arrastei os dois para detrás do “monte de neve” e coloquei o indicador nos lábios.

- Precisamos ter cuidado. – Sussurrei. – Não sabemos como os terráqueos podem reagir ao perceberem... hã... – Apontei para a nave. – Isso.

Shawus concordou prontamente e começou a rodear a nave, procurando pela entrada que, na verdade, era uma sequência de códigos que eu ainda não decorara.

Josh respirou fundo e seguiu Shawus, ajudando-o a achar o que quer que quisesse. Aposto que era só uma desculpa para se afastar de mim, mas não o culpo. E nem a Clark, caso este venha a fazer a mesma coisa. Eu estava confusa com meus sentimentos, e confusa com meus poderes, e com medo de não ser boa o suficiente para Clark ou Josh, ou mesmo boa o suficiente para salvar a Terra.

Estar com Josh era diferente de estar com Clark. Mesmo em pouco tempo, Josh e eu parecíamos ter uma espécie de... ligação. Certo, eu também estava gostando (além do normal) de Clark, e o beijo dele me deixara confusa. Mas uma coisa eu tinha de admitir: Josh me fazia se sentir segura e... poderosa.

- Tôi tìm thấy bạn! – Exclamou Shawus, sorrindo para mim. Ele dissera algo como “Achei você!” em vietnamita. Meu meio-irmão fez um gesto claro com as mãos para que eu me aproximasse, e assim o fiz.

Ele pegou em uma de minhas mãos e beijou a palma.

- Precisamos fazer isso juntos, em gái. – Disse, chamando-me de “irmãzinha” em nossa língua nativa.

Sorri para ele e respirei fundo. Eu nunca fora boa com portais, muito menos com buracos de minhocas ou “abertura de naves”. Ainda mais quando se encontravam congeladas.

Segui a mão de Shawus por toda a extensão da nave, até que encontrei um ponto quente que fazia minha mão formigar e o pressionei.

Josh assistia a tudo com olhos esbugalhados de curiosidade.

-  Đi bộ, nó được tiết lộ với chủ của mình.Các loại alpha lớn của nó, và đơn đặt hàng của bạn là đơn đặt hàng của chúng tôi. – “Ande, revela-se aos seus senhores. O grande alfa ordena por isso, e suas ordens são nossas ordens.”. Shawus disse, então olhou para mim. Eu teria que dizer a segunda parte do “feitiço”.

- Cứu chúng ta khỏi thế giới này, con tàu bạc lớn O.Chúng tôi cần giường ấm áp và ấm cúng.Chúng ta cần sự khôn ngoan bên trong của bạn để chúng tôi có thể giành chiến thắng. – “Nos liberte desse mundo, ó grande nave prateada. Precisamos de suas camas quentes e aconchegantes. Precisamos de sua sabedoria interna para que possamos vencer.”. A essa altura do campeonato, o botão quente e formigante em minha mão direita estava incomodando. Ele havia esquentado ainda mais, e parecia estar querendo entrar em minha pele. Não, não é um sensação que recomendo a você.

- Tiết lộ bản thân chủ của mình! – “Revele-se aos seus senhores!”. Dissemos eu e Shawus em uníssono.

Escutei um “crak”, como se algo tivesse se partindo. Talvez fosse o gelo, talvez não. Isso não me importava, o que me importava no momento era o fato de estar entrando em minha nave novamente.

Imagine a sensação de voltar para a sua casa depois de uma longa viajem em outra país. A sensação de estar dentro de minha nave novamente era muito semelhante a isso.

- Uma palavra: Uau. – Josh murmurou ao entrar.

Bem, e ele tinha razão. Não havia como descrever a nave com outra palavra. Ela era simplesmente “uau”, com toda aquela tecnologia pendendo por todos os lados, os pufes cintilantes que se moviam para carregar a pessoa por onde ela quisesse, o painel de controle: cheio de botões e mais botões coloridos que piscavam e esquentavam, mas que agora estavam desligados, o radio azul que Shawus havia trazido de Plêiade para poder se comunicar com papai e a enorme cabine com camas felpudas de tecido estrelar com travesseiros bordados nos próprios anéis de Saturno. E tudo aquilo era meu, meu e de Shawus também. Um presente de papai.

Sim, eu e Shawus éramos mimados demais.

Shawus parecia uma criança ao ligar a nave novamente. A cada sonzinho de energia meu coração dava um pulo. Era como ter um cachorro, só que um cachorro extremamente grande, prateado, duro, sem pelos e que tinha armas mortais em seu interior.

Josh foi pego por um de nossos pufes, um rosa, chamado Becky (que me odiava desde o dia em que veio ao mundo), e lhe começou a oferecer bebidas e aperitivos do planeta Plêiade.

Notei que um desses aperitivos era como arenito e estava englobado em gosma branca e nojenta. Lembrei-me de quando eu vomitara algo parecido na sexta, e em seguida comera meu próprio vômito.

Sim, eu sei, isso parece nojento, mas deixe-me lhe explicar uma coisas: Aquilo era o que faria meus genes Plêiades sobreviverem aqui na Terra. Aquele alimento esquisito seria minha única salvação para poder usar meus poderes sem problema nenhum. Quer dizer, eu ficava cansada quando os usava, mas se eu não houvesse comido o que vomitara, provavelmente estaria morta em minha primeira tentativa.

O que explica meu anseio de comida Terráquea logo depois. Dessa vez eram meus genes terráqueos que precisavam de força. Sem eles, eu também não sobreviveria muito tempo na Terra.

Josh, meio que obrigado pelo pufe, provou um aperitivo cinzento e gosmento. Ele o engoliu com força e fez uma careta bem horrenda, mas logo ele a transformou em um sorriso, quando viu que o pufe o olhava indignado.

Sim, nossos pufes tem olhos, bocas, mãos e pés, e não têm narizes. Eles me lembram dos esquilos daqui... mas não sei por quê. Talvez seja por amarem castanhas Terráqueas (eu fizera esse experimento no meu tempo no espaço quando papai me trouxera algumas), ou talvez por serem tão hiperativos quanto eles.

Outros pufes, um preto, um lilás, um verde e um azul (meu preferido), rodeavam Josh com curiosidade. Depois, o azul, que eu dera o nome de Tony, veio correndo em minha direção e me presenteou com um grande e felpudo abraço de pufe.

Imagine estar sendo abraçado por um tigre. Só que imagine que esse tigre tem sérios problemas de equilíbrio e não para quieto. Bom, se conseguiu imaginar isso, provavelmente já sabe o que aconteceu a seguir.

Eu cai feito um saco de batatas num chão frio e duro.

Era a terceira vez que isso acontecia em três dias, e já estava me irritando.

Depois de me recuperar e cuspir um pouco de pelo de pufe, me levantei e fui com Shawus até a cabine de controle.

Quando cheguei lá, vi que a maioria dos botões estavam ligados, e havia um que estava aquecendo o ambiente, deixando-o com o frescor e o clima de Plêiade. Porém, quando fechei a porta atrás de mim e me aproximei de meu irmão, vi que ele segurava o rádio comunicador com um semblante de horror.

- Shaw... o que...?

Ele apertou um dos botões do rádio antes que eu pudesse terminar minha pergunta.

Logo, a voz tempestuosa de papai inundou o local em que estávamos. E ele não parecia nada feliz...

- Shawus! Nơi nào bạn nghĩ rằng điều này đầu?Đi du lịch với em gái cùng của mình đến một hành tinh mà không biết bạn đang điên thậm chí bạn!Tôi không thể tin được, con trai, không xem có bao nhiêu ô danh tên của gia đình của chúng tôi?Bạn sẽ là người kế nhiệm tôi trong vương quốc trong Pleiades, và một nhà lãnh đạo tốt không làm những việc điên rồ như thế!Đối với vì lợi ích của riêng bạn, cho các tùy chọn thứ hai trong rebaixei suceção của chính phủ tôi.Bây giờ các nhà lãnh đạo sẽ theo tôi là Gwen.Và bạn sẽ chỉ có một nhà lãnh đạo khi họ tìm hiểu để có một số loại trách nhiệm!Tôi hy vọng không làm những điều ngu ngốc hơn trên hành tinh này!Buộc tôi có phi hành đoàn của tôi để một cuộc chiến tranh mà chúng ta không muốn thuộc về, chỉ để bạn tiết kiệm từ chính mình!Hiểu được mức độ này? – “Shawus! Onde é que pensa que esta com a cabeça? Viajar com sua meia-irmã para um planeta do qual você não conhece é insano até mesmo para você! Não posso acreditar nisso, filho, não vê o quanto desonra o nome de nossa família? Você será meu sucessor no reinado aqui em Plêiade, e um bom líder não faz coisas insanas desse jeito! Para seu próprio bem, o rebaixei para segunda opção na sucessão de meu governo. Agora, a líder que se seguirá a mim é Gwen. E o senhor só será um líder quando aprender a ter alguma espécie de responsabilidade! Espero que não faça mais besteiras nesse planeta! Obrigou-me a levar minha tripulação para uma guerra da qual não queremos fazer parte, só para salvar você de você mesmo! Entende a gravidade disso?”.

Dalawhal disse tudo isso sem se quer parar para respirar. Sua voz estava tão brava e perigosa que até arrepiou os pelos de minha nuca. Parecia haver mais na gravação, mas Shawus desligou o rádio antes que eu pudesse ter certeza disso.

Engoli em seco para Shawus. Simplesmente não sabia o que dizer.

- Parabéns. – Ele fingiu felicidade. – Agora os Plêiades serão governados por você. Puxa! Parabéns mesmo. – E sorriu sem humor algum.

Sentei-me ao seu lado e, delicadamente, retirei o rádio de suas mãos, colocando-o ao meu lado. Vir-me-ei para meu meio-irmão e pousei um de minhas mãos em seu ombro esquerdo.

- Ei, sabe que não quero governar. Esse trono é seu por direito. – Suspirei. – Papai só está bravo porque você desobedeceu a uma das maiores regras dele. – Sorri. – Vai ver! Quando ele descobrir que esta me ajudando a salvar a Terra, vai te dar o cargo de lambuja. – Shawus sorriu para mim e eu o abracei. – Agora me diga, essa parte de “mandar minha tripulação para uma guerra da qual não queremos fazer parte”... significa o que, exatamente?

Shaw deu de ombros.

- Provavelmente que agora vêm alienígenas de nosso planeta para me resgatar antes de a guerra acontecer. – Então ele mordeu o lábio. – que a única nave com combustível XY rápida o bastante para chegar aqui até terça-feira é essa. Ou seja...

Arregalei meus olhos quando entendi o que ele queria dizer.

- Que papai e todo o pessoal estarão aqui no dia em que os Grays e os Reptilianos chegarão...

Shawus assentiu.

- Provavelmente usarão buracos de minhoca. O que significa que ambos atracaram bem longe daqui, o que nos pode dar tempo...

- Ah, bem... tenho outra ideia. – Então contei absolutamente tudo a Shawus. Contei sobre a profecia, sobre as coisas que Orson nos dissera e sobre a tal pesquisa que Clark provavelmente ainda estaria fazendo. Pulei a parte do beijo roubado e prossegui falando sobre os extraterrestres controladores de elementos que teria de achar em menos de dois dias.

Quando cheguei nessa última parte, Shawus abriu um sorriso e piscou.

- Era exatamente sobre isso que queria falar com você. Bem, eu não sabia sobre a profecia nem nada, mas sabia que Josh, sendo um Ariano, poderia te ajudar... querendo ou não. Bom, quanto a essa parte dos aliens controladores de elementos, eles são chamados de Vórtex, mas não me pergunte o motivo. – Shawus sorriu. – Senti algo... quente em Josh assim que o vi.

Não consegui me controlar e comecei a gargalhar de Shawus. Deus, ele falara uma coisa que muitas pessoas teriam entendido em duplo sentido neste planeta.

Shawus me olhava com cara de ponto de interrogação, de modo que parei de rir e fiz um gesto com as mãos para que ele continuasse.

- Bom, e para a sua alegria, há outra Vórtex aqui na Big Apple. Aliás, ela é sua vizinha de frente e tenho quase certeza de que me deixou meio confuso mais cedo.

Forcei meu cérebro a recordar os acontecimentos do dia e parei quando a imagem de uma garota bonita, ruiva de olhos azuis, piscava para meu meio-irmão.

- Ge... Genevra Forw? – Fiquei boquiaberta. – Ela é extraterrestre? – Então resmunguei algo como: - Qual o problema dos alienígenas? Por que é que eles não conseguem morar em seus planetas e deixar os terráqueos em paz?

- Ei, não se esqueça de que você é metade alienígena, em gái.

Bufei.

- Prossiga Shawus, prossiga.

Ele sorriu e bateu o indicador na ponta de meu nariz.

- Ela é uma Sirius, é claro.

Continuei olhando-o, pois não havia entendido uma única palavra do que ele dissera.

Shawus revirou os olhos.

- Uma Sirius! São como os Plêiades, mas controlam os oceanos aqui da Terra. Bom, não digo controlar, mas eles ajudam os seres marinhos a sobreviverem na carnificina que os pescadores os induzem lá em baixo.

Continuei olhando-o, pasma.

Shawus bufou.

- Pense no deus Poseidon, está bem? Imagine dezenas de Poseidons metade humanos metade baleia ou golfinho que ajudam a proteger os mares terráqueos.

- Deixe-me adivinhar... – Pensei. – Foi graças aos Sirius que a mitologia grega ou romana ou o que quer que for se basearam para criar os deuses dos mares?

- Exatamente. De onde surgiu essa ideia, Gwen? Não pensei que fosse esperta o bastante para pensar nisso sozinha.

- Ah, cale a boca. – Falei emburrada. – Não te interessa de onde surgiu. O que interessa é que pelo visto eu já tenho o fogo e a água... isto é, se ela aceitar se juntar a mim na batalha, né.  – Suspirei. – E onde iremos encontrá-la? Quer dizer, não dá para explicar tudo o que esta acontecendo para uma Vórtex da água bem na frente da minha casa! – Puxei o ar e continuei. – Aliás, como acha que vai me ajudar estando lá no acampamento?! Aliás, onde é que eu vou ficar agora?! Ah, meu Deus, minha cabeça vai explodir.

Shawus sorria, deliciando-se com meu desespero.

- Ei, calma, governante Plêiade. Não vou poder ajudar você, estando lá no acampamento, mas vou poder ajudar os Vórtex.

- Ah é? Como?

Ele deu de ombros.

- Vou assegurar que eles sejam leais a você. – Então abaixou a voz. – E isso inclui seu amiguinho ali.

- Acha que ele pode ser desleal? – Sussurrei.

Shawus deu de ombros novamente.

- Não sei quanto a ele, mas os Arianos confirmaram para todo o espaço que oscilavam sua lealdade entre os Grays e a Confederação dos Humanos. É melhor não arriscar. – Assenti, e ele voltou ao seu tom normal. – Quanto a sua morada... provavelmente será essa nave. Ou, se preferir, a casa de Josh.

- A casa de Josh. – Estremeci. – Não vou conseguir ficar aqui sozinha... vou sentir medo. Mas venho fazer umas visitas, se tiver tempo.

Shawus assentiu, concordando.

- Quanto à escola, não se preocupe, tenho uma ideia. – Ele piscou uma segunda vez em minha direção. – Peça um atestado de cinco dias ao Dr. Orson para Josh. E peça um para Clark também, caso ache preciso. Josh irá comigo e com o restante dos Vórtex para o acampamento. Já Clark... ele vai precisar ajudar você... em tudo.

Confirmei com um aceno de cabeça.

- Mas Shaw, você vai para o acampamento amanhã... como espera encontrar os outros dois que faltam até lá?

Ele sorriu.

- Fácil. Portais presentes aqui na Terra vão nos ajudar muito quanto a isso. Bom, vai ajudar você, Josh, Clark e Genevra, caso ele resolva nos ajudar. Por que eu terei que me transformar em você e ir para sua casa. – Ele pegou em minhas mãos e as apertou. – Gwen, entenda uma coisa, sim? Você precisa achar os Vórtex até amanhã às seis da manhã. Depois de os achar e os convencer a participar da guerra, os traga para a casa de Genevra.

- Vou tentar... mas por que a casa dela?

- Porque ela é sua vizinha de frente, o que vai me ajudar a levá-los junto comigo. Mas não se preocupe com essa parte, pois será fácil para mim. Você precisa se preocupar com a sua parte.

Assenti.

- Certo, e você pode me ajudar com a... sabe? Localização dos portais e tudo o mais.

- Ah, é claro. – Então Shaw pegou um caderninho e uma caneta-tinteiro e os passou para mim. – Bom, provavelmente os Vórtex da terra estarão vivendo em alguma zona agrícola por aqui perto...

- Espere aí, tem Vórtex de todos os tipos andando livremente por Nova York?

Shawus assentiu como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Como acha que o vento, a água, o fogo e a terra estariam aqui na Terra sem os Vórtex designados a ajudar este planeta? Provavelmente estaria um caos só.

- Ah, claro. Óbvio. – Falei em tom sarcástico, mas Shawus pareceu não perceber isso. – Mais ainda não sei como encontrar Genevra.

Shawus suspirou, tedioso.

- Na água, é claro. Pelo que estou percebendo, só estão mandando Vórtex jovens para cá. Acho que é pelo fato deles terem... hm... energia o bastante para os trabalhos.

Assenti.

- Shaw... – Chamei baixinho, ponderando sobre alguma coisa. – Os OVNIS que são vistos nos oceanos, nos céus, nas florestas em chamas e nas plantações são os Vórtex?

Meu meio-irmão sorriu, assentindo.

- Exatamente. Se não fossem pelos Grays e sua mania de ficar aparecendo em tudo que é lugar, os OSNIS e os OVNIS nunca seriam vistos. – Ele suspirou. – Mas o que importa é que você vai derrotar Kratos e Yan.

- Yan? – Perguntei.

- O subalterno de Kratos ora. Líder dos Reptilianos.

De repente, algo em meu bolso começou a apitar constantemente. Quando retirei o celular de meu bolso, percebi que era mamãe me ligando. Sem falar nas trinta e cinco mensagens que ela deixara na caixa postal.

Tomei um susto quando vi que horas eram. Já estava tarde demais para que eu ficasse na rua, e se minha mãe passasse por mais estresse, meu novo irmãozinho ou irmãzinha estaria correndo risco de vida. E, bem, conhecendo mamãe como eu conhecia... era melhor me apressar. Ou apressar Shawus.

- Shaw, preciso voltar para casa. Ou melhor, você precisa voltar para casa.

- Tem razão. – Ele suspirou.

Mordi o lábio.

- Mas... como não sei se vou sobreviver nessa guerra, quero me despedir de meus pais. Tudo bem para você?

Shawus assentiu.

- Você vai sobreviver Gwen, mas esta tudo bem sim. Fazemos o seguinte: Você vai falar com Genevra e eu alivio sua barra com seus pais. Depois... – Ele pegou o celular de minhas mãos. – me mande uma mensagem, e trocamos de lugar por um tempo, só para você se despedir. – Então me lançou um sorriso fraco. – Você, Josh e Clark têm uma madrugada bem longa.

- Não sei se Clark vai estar nessa. Ele provavelmente vai... – Meu celular apitou novamente, e dessa vez a ligação era de Clark.

- Atenda. – Disse Shawus, se levantando. – Vou avisar Josh sobre o trabalho de vocês. – E saiu da cabine.

- Clark? – Perguntei pelo telefone.

- É lógico. – Ele respondeu. – Estou com Orson aqui, e já terminei minhas pesquisas. Escute, descobrimos algo que com certeza irá te ajudar no plano de batalha.

- Meu Deus, tem um plano de batalha?

- Não tem? – Clark parecia assustado. – Ah, certo, eu armo um plano de batalha. Onde vocês estão?

- Com Shawus na nave...

Percebi que Clark estava magoado por não estar conosco antes mesmo de ouvir sua voz.

- Ah, é. Certo, tudo bem. – Ele suspirou pesadamente do outro lado da linha. – Bom, e Shawus disse alguma coisa?

- Disse. Algo sobre Vórtex. – Percebendo que havia pegado Clark de surpresa, sorri. – Seres extraterrestres que controlam elementos. Há quatro deles na profecia. Josh é do fogo, e Shawus disse que Genevra é da água.

- Genevra?

- Genevra.

- Hm...

Suspirei.

- Preciso encontrar, até amanhã às seis da manhã, os outros dois e convencê-los a participar da guerra. Depois, Shawus vai mandá-los para o acampamento militar, para assegurar a lealdade deles a mim. Eu e Josh partiremos daqui a pouco nessa busca.

- E como...? – Clark começou.

- Depois eu te explico. Encontre-me amanhã em casa as seis da manhã. E, Clark... – Pensei realmente em lhe dizer que o beijo significara alguma coisa, ou então que eu não queria que ele morresse, mas o que disse foi: - Peça dois atestados de cinco dias para Orson, certo? Um para Josh e outro para você. Precisamos de todo o tempo do mundo.

- E minha mãe? – Meu melhor amigo parecia decepcionado.

Dei de ombros, mesmo sabendo que ele não poderia ver.

- Diga para Orson inventar uma desculpa. Sei lá. – Suspirei. – Preciso ir Clark, nos vemos amanhã. – E desliguei.

***

Shawus escondeu nossa nave novamente e nos passou os possíveis locais de moradia dos Vórtex, para irmos atrás deles depois de falar com Genevra.

Quando vi meu meio-irmão desaparecer na neblina, olhei para Josh e passei a mão por sua jaqueta de couro quente e aconchegante. Ainda achava incrível o fato de ele só estar de regata na neblina congelante de inverno.

- Tem certeza de que não esta sentindo frio? – Perguntei e, inevitavelmente, estremeci.

Josh revirou os olhos e começou a retirar sua regata. Bom, o que posso dizer? O cara era definido. Vê-lo sem camisa me fez esquecer-se de como se respira. Certo, Clark era forte, mas Josh... Josh era sobre-humano.

Quando ele me passou sua regata, para que eu a colocasse, o olhei como se ele fosse louco.

- Está maluco? Um cara como você andando sem camisa nesse frio vai chamar muita atenção. – Reclamei, devolvendo-lhe a regata. – Atenção de que não precisamos ter.

Josh sorriu e recolocou a regata.

- Esta falando sobre minhas fãs, é?

Revirei os olhos.

- Ah, vamos logo. Qual o rio mais próximo? – Perguntei.

Josh deu de ombros.

- Não sei... talvez o East. Ou o Hudson.

- Aposto no Hudson. Vamos?

- Claro, claro. Vamos lá.

Eu e Josh andamos por pouco tempo, pois o rio Hudson era meio impossível de não se achar. Ele e o East eram os rios mais famosos de Nova York. Andamos por entre pedras e Josh parecia realmente estar com medo da água. Quando lhe perguntei o motivo, ele apenas disse que não queria se molhar, pois a água estava suja, mas eu sabia que era por ele ser um Vórtex do fogo. Fogo e água nunca se deram bem.

Depois de alguns minutos subindo e descendo as margens do rio, avistei uma cabeça ruiva perto de nós.

- Pare. – Sussurrei, quase sem mexer os lábios, para Josh, que parou no instante em que a palavra saiu de minha boca.

Lentamente, a cabeça se aproximou de nós. Até estar numa proximidade tão grande, que já podíamos identificá-la. Era Genevra Forw, é claro. E ela nos olhava com curiosidade.

- Tire ele de minhas propriedadesss. – Ela disse, puxando o “s”, como se fosse uma cobra. Sua voz era rouca e nem um pouco bonita. Muito diferente da voz da Genevra que paquerara meu irmão mais cedo.

- Ele não vai lhe causar mal. – Assegurei. – Viemos aqui para pedir sua ajuda. É uma Vórtex da água, não é?

Ela assentiu lentamente e mergulhou. Depois de alguns segundos, emergiu perto de uma pedra, e se sentou nela. Era uma visão... engraçada. Genevra parecia uma verdadeira sereia, com nadadeiras e tudo, mas seu nariz era semelhante ao de um golfinho e ela parecia respirar por um buraco existente em sua cabeça.

- Sssou ssssim. E você é Gwen. Metade Plêiade, metade Terráquea, não é?

- Acertou.

Genevra falava para mim, mas não tirava seus olhos belos e brilhantes de Clark. Ela o olhava com raiva. Parecia o olhar de um assassino.

- E que tipo de ajuda querem de mim?

Foi então que repeti a história da profecia e sobre a ajuda que eu teria de receber dos Vórtex. Mesmo sabendo que ela provavelmente já sabia disso, apontei para Josh e disse que ele era um Vórtex do fogo, e que estava do meu lado. Perguntei-lhe se ela não queria se juntar também, e esperei por sua resposta pacientemente.

- Hm... Aquele garoto moreno e pequeno que esssstava com você hoje maisss cedo... Qual era o nome dele?

Sorri.

- Shawus. Ele é meu meio-irmão.

Genevra retribuiu o sorriso, ainda olhando maleficamente para Josh.

- Bom, faremossss um trato, então, meia-Plêiade. – Ela finalmente me olhou nos olhos. – Sssseu irmão em troca de minha lealdade. Eu gossstei dele. Quero ter ssssua possssse.

Fiz uma careta, contente por ela estar olhando para Josh novamente e não para mim.

- Ah... é... é claro, Genevra. – Eu disse, fingindo alegria. – Terá a posse de Shawus se resolver ser leal a mim. É claro que sim. Então, o que me diz?

Genevra finalmente retirou seus olhos de Josh e os voltou para mim. Ela pareceu realmente me avaliar de dentro para fora. Seus olhos desciam e subiam pela extensão de meu corpo como se fossem uma máquina de raios-X.

A Vórtex da água mergulhou em seu reino novamente e emergiu perto de mim. Quando saiu da água e começou a subir as pedras, ela era uma perfeita humana. Tinha um biquíni de algas e um par de brincos de conchas.

Ao final, ela sorriu.

- Serei eternamente leal a você, Gwen Parker.

Ah, ótimo, pensei. Agora só faltam dois. 



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Notas finais do capítulo

Eai? Curtiram? Odiaram? Querem que eu seja abduzida? Digam nos comentários!



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