Minha Estranha. escrita por Hollow Grave, Shadow Queen


Capítulo 6
Capítulo 6




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Eu estava completamente nervoso, minhas mãos soavam frio, meu olhos percorriam atentamente procurando por alguma expressão, alguma emoção que sua face iria mostrar, mas o que realmente aconteceu foi: Ela abaixou o olhar, encarando nossas mãos, me olhou com lágrimas nos olhos, e disse:

– Eu gostaria muito aceitar Andy, muito mesmo. Mas, minha vida está em uma fase complicada, e por eu te amar demais, não quero misturar as coisas. –Ela suspirou- Vamos esperar por mais um tempo? Tá, eu sei que um homem como você não fica solteiro, mas se esperar por mais alguns dias... Nós podemos ser muito felizes. –Isso foi como uma facada no peito. Eu nunca tinha pedido alguém em namoro, e na primeira vez isso acontece? Sim, eu tenho que a entender, ela está passando por uma fase difícil da sua vida, mas... Mas e eu? Eu quero a ajudar, fazê-la esquecer disso tudo pelo menos por cinco minutos ao dia. Argh, eu estou arrasado.

– Tudo bem, eu lhe entendo. –Olhei para o lado, na esperança que ela não me visse chorando. Mas foi ai que ela se levantou, sussurrou um “desculpa” não muito audível, e saiu correndo. Minha consciência dizia para eu ir atrás dela, mas meu coração dizia para eu lhe dar um tempo. E assim foi feito.

Fui andando lentamente em direção ao meu apartamento, na esperança de ela não estar lá. Não, que eu esteja a mandando embora, nada disso! Eu só não sabia como a olhar.

Depois de algum tempo andando, cheguei no local. Adentrei, e Ana me esperava sentada, impaciente, no sofá. Parei, por um segundo para fitá-la e percebo que, havia malas ao seu lado. Ela me olhou desconfortável, se levantou e começou a falar.

– Bom, eu tenho que voltar para casa, não posso mais atrasar a sua vida, e tenho que ajeitar a minha...-olhou para os pés envergonhada, aquilo seria épico e meigo, se não fosse uma despedida.- Caso precise de biscoitos, sabe onde eu moro. –Deu uma leve risada. Fui até ela, e a abracei.

– Vai ficar tudo bem pequena. E sabe? Você pode ficar aqui, de maneira nenhuma você atrasa minha vida. Só faz eu querer atrasar, o tempo para ficar mais tempo ao seu lado.-Ela me olhou espantada, e com lágrimas nos olhos.

– Estranho, eu tenho que ir. –Ela me abraçou outra vez, pegou suas malas e foi em direção a porta. Eu até queria a ajudar a levar, mas ela não deixou. Me lançou um último olhar e sorriu, não pude deixar de sorrir também. E assim, ela saiu. Aquela cena vagará eternamente na minha memória.

(...)

Assim que ela se foi, tomei banho, comi alguma coisa, e fiquei sentado em meu sofá “vigiando” seu apartamento. Até que uma frase ecoou pela minha cabeça: Caso precise de biscoitos, sabe onde eu moro.”

Sim, eu preciso de biscoitos.

Fui até seu lar, duas batidas na porta e nada mais. Ela atendeu com um lindo sorriso no rosto.

– Saudades de mim, estranho?

– Sim, saudades e muitas. – A abracei.

– Biscoitos? – Ela foi até a cozinha trazendo uma assadeira e parando em minha frente.

– Seus? Sempre. – Peguei um e enfiei na boca.

– Cuidado, está quente. – Ela disse rindo. Tirei o biscoito rapidamente da boca, havia queimado minha língua.

– Aí, queimou. –Coloquei a língua pra fora.

– Desculpa. –Colocou a assadeira em cima do sofá.- Como eu posso te ajudar? Está doendo, não está? Vou pegar gelo. – Ela disse rapidamente. Mas a segurei pelo pulso assim que ela se virou para pegar o gelo.

– Pode ajudar me beijando. Eu estou morrendo de saudades dessa sua boca. – A puxei com ternura e beijei-a com lentidão.

Conversamos por mais um tempo, e resolvi voltar para casa.

E assim foi feito por dias, todas as tardes eu ia comer biscoitos em sua casa.

Até que em um sábado de manhã, resolvi ir fazer uma surpresa para ela. Fui até o mercadinho e comprei coisas necessárias para um café da manhã. Cheguei com as compras, entrei em sua casa com cautela para não fazer barulho algum, e preparei a mesa. Pouco tempo depois ela acordou, me viu e sorriu. Olhou para a mesa, colocou a mão na barriga, fazendo cara de “como adivinhou que eu estava com fome?” Rimos, e comemos. Assim que terminamos o telefone tocou, e Ana foi atender, continuei imóvel na cadeira da cozinha, até que ela volta pulando alegremente.

– O que foi pequena? – Perguntei-a.

– Meu pai, ele vai sair do hospital hoje. – Ela pulou em meus braços me deu muitos selinhos. Estranhei dessa atitude vindo dela.

Fomos até o hospital para trazer seu pai.

Chegamos e colocamos seu pai para descansar, e a convenci de irmos para o meu apartamento.

Sentamos no sofá, e ficamos fitando o nada. Um silêncio atordoante estava presente ali, até que resolvi quebrar a cara novamente. Ou não.

— Sabe que dia é hoje?

— Sábado?

— Dia, estranha. Data! Sabe?

— Sei lá, espera. — Ela pegou o celular e viu a data.

— Dia 26, Ana. – Ri.

— Isso, o que tem?

— Nada, sabe o que tem amanhã?

— Não, o quê?

— Domingo legal! — Eu ri novamente.

— Nossa, super interessante Andy. – Ela me olhou com cara de tédio.

— Quer fazer dele especial?

— Oi?

— Quer? Responde, quer?

— Sei lá, quero.

— Ok. — Eu fiquei a olhando.

— Acabou? – Ela me olhou com cara de tacho.

— O quê?

— É, não vai dizer nada? Tipo, domingo legal, especial, quero. Acabou?

— Hoje é sábado, só tem O Melhor Do Brasil.

— Eu sei, mas o que tem amanhã?

— Para de ser ansiosa, Anabell. - Ela ficou quieta.

— Ei, o que vai passar daqui a pouco? – Perguntei-a.

— Acho que ”vai dar namoro.” – Respondeu sem humor.

— Sério?

— Uhum.

— Quer que seja especial?

— O quê Andy? Tá maluco? –Ela riu.

— Responde, quer?

— Quero.

Eu me abaixei em seus pés, peguei uma aliança que havia comprado a algum tempo, esperando por esse dia. A olho e digo:

— E ai, vai dar namoro? – Ela sorriu, me abraçou e me levantei do chão. — Responde. Já estava desesperado.

— Claro. Mas com uma condição. – Ela fez cara de “Tá fodido”,

— Que condição? – Novamente eu estava desesperado. Ela ri.

— Dança gatinho, dança.


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Notas finais do capítulo

Reviews? :c



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