Broken escrita por Lucy
Notas iniciais do capítulo
Fortes emoções só que não e Q
E eu adoro ovos no café da manhã. Foi mal.
Na manhã seguinte.
Estava preparando uns ovos pro café da manhã, quando o Junichi desceu, já com as roupas de professor.
– Okita, bom dia.
– Já disse pra não me chamar assim. - tentei focar nos ovos.
Ele me ignorou... ainda bem. Não tava com coragem pra falar com ele depois da última noite...
– O- Obrigada por ontem. - murmurei. Espantosamente, ele chegou perto de mim e cheirou alguma coisa. Por um instante, achei que ele ia beijar meu pescoço... Agh, por que raios eu tô pensando essas coisas?! F- Foco, Maaya! Os ovos vão queimar assim!!
– Qu- Que foi? - gaguejei.
– Os ovos tão com uma cara boa. Mas você tá com o meu cheiro.
Bem, eu praticamente acordei deitada em cima dele...
– Eu vou pro colégio mais cedo hoje, tenho um trabalho em grupo. - menti, engolindo o sanduíche de ovo. Peguei a mochila e saí o mais rápido que pude, afinal, não ia aguentar ficar mais tempo perto dele.
– - -
– Maaya-san, bom dia! - era o Daisuke, sozinho. - A Jun-chan ainda não chegou... posso ficar conversando com você? - ele parecia todo encabulado. Que fofo!
Repentinamente, a imagem do Junichi sorrindo do lado da minha janela veio a minha mente. Sacudi a cabeça - sai, demônio!
– A... Algo errado?
– Não, nada! Claro que posso falar contigo.
– Então... e o professor novo?
Aquilo era perseguição, véi.
– Podemos falar de outra coisa, por favor? - gemi.
– Tá, desculpa... então, tá acompanhando algum mangá bom recentemente?
E aí começa uma boa amizade. Até que conversamos bastante... só que o Sakamoto chegou.
– Okita, vem cá agora. - Tive que segui-lo, né. - Não fala com aquele garoto. - ele me segurou pelos braços.
– Por quê? - de jeito nenhum que eu ia obedecer a uma ordem dele assim.
– ...
Foi uma das poucas vezes que ele realmente ficou sem o que dizer. Olhando pro lado assim, mordendo os lábios, ele parecia um pouco angustiado.
– Não tô angustiado. É segredo. Volta a me encarar como antes, finge que ontem não aconteceu.
Esqueci que ele podia ver meus sentimentos.
– Espero que eu não tenha que fazer isso, mas um dia te conto a razão disso tudo. - ele soltou meu braço. - Agora vai pra aula.
Aquela foi a conversa mais estranha que tivemos.
"Me desculpe."
Foi o que li nos lábios dele quando passou por mim.
Senti vontade de puxá-lo e pedir explicações sobre essa atitude dele, mas não fiz nada disso.
Vendo agora, foi bem melhor assim.
Mais tarde, estava morrendo de sono na aula - assim como o Junichi previu. Ainda assim, não conseguia dormir de jeito nenhum, aqueles maus pressentimentos tinham voltados. Estava começando a ficar agoniada... Minhas pálpebras pesavam. Minha cabeça doia. Gemi, cansada.
– Okita, levanta. - o "professor" ordenou, ajeitando os óculos.
– Desculpe.
– Maaya-chan, você tá bem?
– Tô...
– Maaya-san... - Daisuke parecia preocupado comigo, e isso só piorou o que eu estava sentindo. Coitado... Tudo aquilo era culpa do ciúme idiota do Junichi. Droga!
No fundo do meu estômago, algo se revirava e um sentia um bolo enorme na garganta. Minha boca estava seca e eu nem sei mais o que tava fazendo ali, já não conseguia pronunciar um "a".
– Professor... - estendi a mão. - Não tô me sentindo bem... Posso ir pra enfermaria?
Ele me olhou e depois disse:
– Eu vou contigo. Representante, toma conta aqui da bagaça.
O apático foi comigo até o corredor, me segurando pela cintura.
– Junichi, não precisa disso...
– Acha que eu sou idiota? Você tá pálida, com uma cara de quem tá prestes a vomitar. Você não tá nada bem. Vamos logo.
– Não precisa mesmo, caramba! - reclamei com minhas últimas forças.
– Você pode descansar lá, vai. Além do mais, se você ficar assim, vai me afetar também.
Meu corpo pedia socorro - tive que ceder.
Quando chegamos na enfermaria, ele rapidamente me deitou numa cama. Acabei apagando no mesmo instante. Acordei com a cama sendo rodeada pelas últimas pessoas que queria ver - o Daisuke e a Junko.
– Maaya-chan! - o rosto preocupado dela se iluminou.
– Calma, eu tô bem.
– Ainda bem. - Daisuke suspirou. - O professor disse que você praticamente desmaiou assim que se deitou.
– Ah! - me levantei rapidamente. - Cadê o Jun-- o professor? Eu queria agradecer a ele... - inventei uma desculpa.
– Ele já deve ter ido pra casa.
Aí a ficha caiu.
– Que horas são?
– Três da tarde. Não, quatro. - Junko olhou no relógio.
Caramba. Eu dormi o dia todo...
– Eu já tô melhor, é que fiquei estudando até tarde ontem... Vou andando. - apanhei meu material, agradecendo a enfermeira.
Assim que passei pelos portões do colégio, encontrei meu "encosto" apoiado no muro.
– Tá tudo bem? - perguntou.
– E desde quando você se preocupa comigo? - sorri.
A resposta dele foi o tradicional sorriso de escárnio.
– Essa é a pirralha que eu conheço. Agora vamos pra casa.
E descemos a rua, juntos. Só que naquela noite, eu acabaria recebendo uma ligação problemática.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!