Broken escrita por Lucy


Capítulo 4
Uma aflição chata.


Notas iniciais do capítulo

Fortes emoções só que não e Q
E eu adoro ovos no café da manhã. Foi mal.



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Na manhã seguinte.

Estava preparando uns ovos pro café da manhã, quando o Junichi desceu, já com as roupas de professor.

– Okita, bom dia.

– Já disse pra não me chamar assim. - tentei focar nos ovos.

Ele me ignorou... ainda bem. Não tava com coragem pra falar com ele depois da última noite...

– O- Obrigada por ontem. - murmurei. Espantosamente, ele chegou perto de mim e cheirou alguma coisa. Por um instante, achei que ele ia beijar meu pescoço... Agh, por que raios eu tô pensando essas coisas?! F- Foco, Maaya! Os ovos vão queimar assim!!

– Qu- Que foi? - gaguejei.

– Os ovos tão com uma cara boa. Mas você tá com o meu cheiro.

Bem, eu praticamente acordei deitada em cima dele...

– Eu vou pro colégio mais cedo hoje, tenho um trabalho em grupo. - menti, engolindo o sanduíche de ovo. Peguei a mochila e saí o mais rápido que pude, afinal, não ia aguentar ficar mais tempo perto dele.

– - -

– Maaya-san, bom dia! - era o Daisuke, sozinho. - A Jun-chan ainda não chegou... posso ficar conversando com você? - ele parecia todo encabulado. Que fofo!

Repentinamente, a imagem do Junichi sorrindo do lado da minha janela veio a minha mente. Sacudi a cabeça - sai, demônio!

– A... Algo errado?

– Não, nada! Claro que posso falar contigo.

– Então... e o professor novo?

Aquilo era perseguição, véi.

– Podemos falar de outra coisa, por favor? - gemi.

– Tá, desculpa... então, tá acompanhando algum mangá bom recentemente?

E aí começa uma boa amizade. Até que conversamos bastante... só que o Sakamoto chegou.

– Okita, vem cá agora. - Tive que segui-lo, né. - Não fala com aquele garoto. - ele me segurou pelos braços.

– Por quê? - de jeito nenhum que eu ia obedecer a uma ordem dele assim.

– ...

Foi uma das poucas vezes que ele realmente ficou sem o que dizer. Olhando pro lado assim, mordendo os lábios, ele parecia um pouco angustiado.

– Não tô angustiado. É segredo. Volta a me encarar como antes, finge que ontem não aconteceu.

Esqueci que ele podia ver meus sentimentos.

– Espero que eu não tenha que fazer isso, mas um dia te conto a razão disso tudo. - ele soltou meu braço. - Agora vai pra aula.

Aquela foi a conversa mais estranha que tivemos.

"Me desculpe."

Foi o que li nos lábios dele quando passou por mim.

Senti vontade de puxá-lo e pedir explicações sobre essa atitude dele, mas não fiz nada disso.

Vendo agora, foi bem melhor assim.

Mais tarde, estava morrendo de sono na aula - assim como o Junichi previu. Ainda assim, não conseguia dormir de jeito nenhum, aqueles maus pressentimentos tinham voltados. Estava começando a ficar agoniada... Minhas pálpebras pesavam. Minha cabeça doia. Gemi, cansada.

– Okita, levanta. - o "professor" ordenou, ajeitando os óculos.

– Desculpe.

– Maaya-chan, você tá bem?

– Tô...

– Maaya-san... - Daisuke parecia preocupado comigo, e isso só piorou o que eu estava sentindo. Coitado... Tudo aquilo era culpa do ciúme idiota do Junichi. Droga!

No fundo do meu estômago, algo se revirava e um sentia um bolo enorme na garganta. Minha boca estava seca e eu nem sei mais o que tava fazendo ali, já não conseguia pronunciar um "a".

– Professor... - estendi a mão. - Não tô me sentindo bem... Posso ir pra enfermaria?

Ele me olhou e depois disse:

– Eu vou contigo. Representante, toma conta aqui da bagaça.

O apático foi comigo até o corredor, me segurando pela cintura.

– Junichi, não precisa disso...

– Acha que eu sou idiota? Você tá pálida, com uma cara de quem tá prestes a vomitar. Você não tá nada bem. Vamos logo.

– Não precisa mesmo, caramba! - reclamei com minhas últimas forças.

– Você pode descansar lá, vai. Além do mais, se você ficar assim, vai me afetar também.

Meu corpo pedia socorro - tive que ceder.

Quando chegamos na enfermaria, ele rapidamente me deitou numa cama. Acabei apagando no mesmo instante. Acordei com a cama sendo rodeada pelas últimas pessoas que queria ver - o Daisuke e a Junko.

– Maaya-chan! - o rosto preocupado dela se iluminou.

– Calma, eu tô bem.

– Ainda bem. - Daisuke suspirou. - O professor disse que você praticamente desmaiou assim que se deitou.

– Ah! - me levantei rapidamente. - Cadê o Jun-- o professor? Eu queria agradecer a ele... - inventei uma desculpa.

– Ele já deve ter ido pra casa.

Aí a ficha caiu.

– Que horas são?

– Três da tarde. Não, quatro. - Junko olhou no relógio.

Caramba. Eu dormi o dia todo...

– Eu já tô melhor, é que fiquei estudando até tarde ontem... Vou andando. - apanhei meu material, agradecendo a enfermeira.

Assim que passei pelos portões do colégio, encontrei meu "encosto" apoiado no muro.

– Tá tudo bem? - perguntou.

– E desde quando você se preocupa comigo? - sorri.

A resposta dele foi o tradicional sorriso de escárnio.

– Essa é a pirralha que eu conheço. Agora vamos pra casa.

E descemos a rua, juntos. Só que naquela noite, eu acabaria recebendo uma ligação problemática.


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