Born To Die escrita por Dani


Capítulo 1
Chose your last words, this is the last time.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo único, espero que gostem!!!
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“Feet don't fail me now. Take me to the finish line.”

“Pés, não me falhem agora. Leve-me até a linha de chegada.”


– Cato, não percebe? – Os olhos castanhos da garota estavam escuros como a noite. Sua voz tremia, mas ela firmava os olhos no garoto à sua frente. – É apenas uma questão de tempo.


– O que nós nos tornamos? – Cato disse enfim. Estavam apenas ele e Clove ao pé de uma enorme árvore. Sozinhos. Tremendo por causa do frio que chicoteava suas peles.


– Carreiristas. – Clove disse a palavra pela primeira vez com tom de ironia. – Sonhei toda a minha vida em estar na arena e agora tudo que quero é ir para casa.


A voz da menina era um sussurro que se misturava aos ventos daquela noite fria, silenciosa e mortal.


“All my heart it breaks every step that I take.”

“Todo o meu coração se quebra a cada passo que dou.”


– Clove, eu... - o garoto que era amedrontador por seu tamanho e força parecia cansado e frágil como nunca antes. – Não deveria ter me candidatado.


– Você seria tratado como a escória do Distrito. Você treinou sua vida toda para isso e seria seu último ano. – ela disse. – Se não se candidatasse seria nossa maior piada. – Clove respondeu sem emoção.


Estavam os dois sentados na grama fria tentando se aquecer como podiam. A garota abraçava fortemente seus joelhos. O garoto abraçava o tórax.


– Eu não sou invencível. – Cato disse por fim como se carregasse aquilo no peito desde seu primeiro treinamento como Carreirista, mas nunca teve coragem o suficiente para tornar aquele pensamento público. – Eles podem vencer.


Clove olhou feio.


– Não diga isso. – ela o repreendeu.


Cato se aproximou da tributo, também de seu Distrito, que agora tremia tanto que sua respiração era cortada, e encarou os olhos negros da garota. Pareciam tão rudes, mas quando olhava assim de perto, pareciam assustados e quase dóceis.


O enorme tributo do Distrito 2 viu nos olhos de Clove tudo que havia dentro de si: Medo. Olhando naqueles olhos lembrou-se da sua infância no 2. Ele aprendera a usar uma espada aos 8 anos e fez piada da garotinha, muito pequena, que mal conseguia segurar uma espada.


Aos 10 anos começou a jogar pesos, e a menina mal conseguia levantar um peso leve. Aos 12 ele estava ganhando tamanho e conseguia pular à alturas inimagináveis e zombava da menininha que mal conseguia ganhar velocidade quando corria. Mas aos 14, quando treinavam e Cato ficou preso em uma armadilha, uma enorme corda se prendeu ao seu pescoço e ele sem respirar sentiu as forças de seu corpo desaparecer quando uma faca que vinha do nada cortou a corda bem na lateral do seu pescoço. A poucos centímetros de tirar sua vida.


– De nada, Carreirista. – ele lembra que a menina respondeu e então ele percebeu que ela não era tão indefesa.



“But I'm hoping that the gate. They'll tell me that you're mine.”

“Mas eu espero que os portões me digam que você é meu.”


Voltando a si e olhando a garota que ela se tornou, Cato quis protegê-la e salvar sua vida, como antes ela fez.


Cato pôs a mão na pele lisa e fria da garota.


– Eu não sei se estarei vivo pela manhã, então eu preciso... - ele começou com palavras, mas terminou a frase com um beijo que se iniciou doce, mas como uma pequena fagulha se tornou uma explosão, tornando-se algo que nem Cato e nem Clove pareciam controlar. Eles nem ao menos tentavam.


“It's like I told you honey.”

“É como eu te disse querido”


Cato deitou a garota na relva fria, acariciando seus cabelos negros enquanto ela o beijava. Sem perguntas, sem discussões. Nunca sentira todo seu corpo em tão completa harmonia.


Ela olhou em seus olhos profundamente e ele a olhava de uma forma que ela se sentia nua. Tão vulnerável. Tão sensível.


Clove pôs as mãos nos cabelos loiros do garoto e o puxou para si.


“Don't make me sad, don't make me cry”
“Não me deixe triste, não me faça chorar”


Cato a beijava docemente, mas ela era feroz. Ela queria sempre mais.


O garoto pensava em todas as vezes que ficara a ponto de beijá-la, mas nunca o fez. Pensava em como eles moravam perto e ele sempre ia a dez passos atrás dela, todos os dias, no caminho de volta da escola e da Academia de Treinamento.


Ela pensava em todas as vezes que acordava irritada, sempre com o mesmo garoto em seus sonhos. Ombros largos, olhos confiantes e azuis, habilidoso com espadas. Cato.


“Sometimes love's not enough, when the road gets tough. I don’t know why”

“Ás vezes o amor não é o suficiente, quando a estrada fica difícil. Eu não sei o por quê.”


Uma lágrima desceu lentamente pelo rosto da garota. Sua mente era uma confusão. Porque haviam demorado tanto? Porque eles fingiam se odiar esse tempo todo? Porque eles precisavam um da morte do outro para sobreviver? Ela apenas o queria para si, lhe beijando, fazendo-a sentir-se protegida pela primeira vez na vida.


Cato impediu a lágrima de percorrer o rosto da garota com um beijo delicado no lugar em que a lágrima estava. E começou a despir a garota enquanto ainda a olhava nos olhos.


A garota soltou uma risada ao perceber o quanto ele estava desajeitado fazendo aquilo. Ele parou por alguns segundos, mas ela o impediu falando em seu ouvido: - Não pare.


“Keep making me laugh, let's go get high.

Road's long, we carry on. Try to have fun in the meantime”

“Continue me fazendo rir, vamos ficar loucos.

A estrada é longa e nós continuaremos. Tente se divertir nesse meio tempo”


Eles estavam nus e seus corpos unidos por uma eletricidade que nunca nenhum dos dois havia sentido. Eles mal sabiam o que fazer, sabiam diferentes maneiras de matar, mas pouco sabiam sobre o amor. Apenas sabiam que havia sentimentos entre eles há um longo tempo, sentimentos que eles não queriam controlar mais. Apenas sabiam o que seus corpos queriam, o que suas almas imploravam, há tanto tempo.


“Come and take a walk on the wild side”

“Venha e dê um passeio pelo lado selvagem”


Eles se beijavam furiosos e ambos temiam, em silêncio, o momento que aquilo acabaria.


Seus corpos eram unidos por seus lábios, eles estavam em uma sintonia que nem a mais forte das tempestades poderia impedi-los de fazer o que tanto desejavam.

“Let me kiss you hard in the pouring rain”

“Deixe-me te beijar na chuva torrencial”


Uma chuva fina se iniciou e pingos de água não tão quentes, nem tão frios, se iniciaram.


– Eles estão nos assistindo. – Cato acrescentou.


Clove acariciou o rosto preocupado do garoto: - Aos menos por uma noite, vamos esquecê-los.

“You like your girls insane”

“Você gosta de garotas insanas”


Clove com uma força surpreendente o rolou pela relva e então aconteceu.


Cato e Clove estavam mais juntos que nunca, não apenas pelas emoções. Estavam agora juntos fisicamente e nenhum dos dois podia descrever o que sentiam.


A garota mordia os lábios finos e belos, ela tentava impedir os gemidos enquanto o rosto de Cato se contorcia em uma expressão de puro prazer. Eles estavam ofegantes e um aquecia o outro. A chuva não era o incômodo, o frio não era incômodo, era como se os dois estivessem cercados por um campo de proteção em que um protegia o outro.


“Choose your last words. This is the last time.”

“Escolha suas ultimas palavras. Essa é a última vez.”


Era tanto prazer que eles se contorciam e se perdiam entre beijos e abraços.


– Cato, eu... - a garota começa sem fôlego e olha profundamente naqueles olhos azuis quando os dois ficam paralisados.


Claudius Templesmith avisa que houve uma mudança nas regras e de acordo com a nova regra dois tributos do mesmo distrito serão declarados vencedores se forem os últimos dois a permanecer vivos.


Cato e Clove se olham com todo o medo e prazer se tornando alegria, eles mal acreditam, se beijam com tanta ternura. Sentem como se um pertencesse ao outro desde sempre.

"Don't make me sad, don't make me cry.
Sometimes love's not enough, when the road gets tough. I don't know why.
Keep making me laugh. Let's go get high.
Road's long, we carry on. Try to have fun in the meantime.

Come and take a walk on the wild side.
Let me kiss you hard in the pouring rain.
You like your girls insane.
Choose your last words, this is the last time"



"- Clove – a voz de Cato está bem mais próxima agora. Dá pra sentir pela dor que emana que ele está vendo a garota no chão.


Cato se ajoelha ao lado de Clove, lança na mão, implorando para que ela fique com ele. Em questão de segundos, vai se dar conta de que sua súplica é inútil, ela não pode ser salva.”


(Jogos Vorazes, Capítulo 21).




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Notas finais do capítulo

Se gostaram = Comentem!
Se odiaram = Comentem!
Se amaram = Comentem e mandem rec!
Obrigado pela leitura, e que a sorte esteja sempre ao seu lado!
KISSES FROM DISTRIC 2 ♥