The Immortal escrita por Laís di Angelo


Capítulo 2
Caçadoras de Artemis...


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Voltei!
Capitulo dedicado a Annabeth Chase e Gi Valdez (que roubou o sobrenome do meu amante...)
Espero que gostem!



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Eu esperava que Érebo viesse cuidar da situação, mas ele devia estar ocupado demais com sua missão de “acabar o mundo” e mandou o tapado do Éter vir me ver. Não tive que mentir, essa foi a melhor parte.

   - O que vocês estão fazendo? – Gritei em plenos pulmões. – Qual é o objetivo? Acabar com o mundo? Que coisa mais absurda é isso?

   Éter virou estátua. Ficou parado com aquele silencio que só foi quebrado por sua voz grave dizendo apenas:

   - Como sabe disso?

   - Ótimo! Agora minhas piores suspeitas foram confirmadas! Responda as minhas perguntas, Éter!

   - Não queríamos que soubesse porque sabíamos que sobraria pra você. E sabe que todos gostamos muito de você, por isso não falamos nada! E nós não queremos acabar com o mundo!

   - Então o que querem? – Falei. Estava tão nervosa que meu coração, que eu mal sentia bater durante todos esses anos, parecia que ia sair pela minha boca.

   - Queremos que quem o criou venha vê-lo. – Respondeu Éter com uma calma que me irritou ainda mais.

   - Como ass…

   A frase morreu quando minha ficha caiu. E então, quase com a voz inaudível, eu disse:

   - Querem libertar Caos?

   Éter sorriu com minha inteligência.

   - Caos, foi preso em sua jaula pelos Titãs a muito tempo. Queremos que ele saia, já que ele é nosso criador. Nosso pai.

   Não pude acreditar naquelas palavras. Minha voz parecia entorpecida.

   - Ele é um monstro. É selvagem! Vocês mesmos me mostravam o que ele costumava fazer com os deuses, com ciclopes… Ele era um canibal! Era… Horrível! Seria capaz de almoçar a Nova Inglaterra inteira e de sobremesa comer o Canadá!

   - Não exagere, Eleanor. – Éter disse rude.

   - Mas, sabe o que me intriga? Como vocês pretendem abrir a jaula dele com a Caixa? O que ela tem a ver com isso?

   Éter sorriu.

   - Absolutamente nada. Nós só queríamos que os semideuses tivessem algo com que se preocupar.

   - Para…?

   - Que eles tivessem uma missão. Isso deixaria as coisas oficiais e a próxima fase era pegar um deles. Um importante semideus…

   - Querem Percy Jackson? – Indaguei. Coitado desse garoto, não basta Cronos agora tem os Primordiais atrás dele!

   - Não! – Ponto para Percy Jackson. Mais um dia de vida pra ele. – Queremos o filho de Hades.

  Me enrijeci. Era agora que tudo dava errado. Se é que era possível dá mais errado do que já estava.

   - Por que ele?

   - Por que poderíamos usá-lo contra Hades. É Hades que tem o queremos para abrir a jaula de Caos.

   - O que? O Elmo das Trevas? – Perguntei irônica.

   - A Espada De Perséfone. A Chave entre a vida e a morte. – Éter disse animado. Ele iria me contar tudo, sabia disso, eu fazia parte daquilo, querendo ou não. – Existe um cetro com a chave da jaula de Caos, mas nenhuma espada consegue penetrar nele e ele também não quebra. Então, imaginamos que a espada mais poderosa do mundo pudesse dar um jeito e nós teríamos a chave. Aí é só fazer um sacrifício de alguém com sangue poderoso para acordar de vez Caos e pronto! Caos é o novo rei.

   Eu não fazia a mínima ideia de como esse… “ritual” poderia dar certo. Devia ser feito quando todos estivessem acima do céu de Urano e em suas verdadeiras formas… Eu não gosto nem de pensar nisso. Lembrei-me do Filhe De Hades lá em baixo. Provavelmente seria torturado pelos Primordiais até que Hades tivesse pena do filho (o que acho que não aconteceria) e desse a eles a Espada. Mas aí o mundo acabava.

   Fiz a única coisa que me restava. Eu ainda era Imortal. Ainda tinha certos dons que Érebo me deu caso eu precisasse. Acho que ele nunca imaginou que eu iria usá-los para aquilo. Eu apenas precisava fazer a chave chegar ao garoto. Assim, ele poderia viajar pelas sombras assim que se soltasse daquelas correntes. Enquanto eu discutia com Éter, na verdade, minha mente estava lá embaixo fazendo de tudo para que eu conseguisse fazer a chave das correntes chegar às mãos fracas daquele garoto. Comecei a lutar com minhas lembranças para me lembrar com qual dos guardas se encontrava a chave. Ser filha da deusa memória tem suas vantagens.

   Nunca pensei que os dons que Érebo tinha me dado poderiam me ajudar nessas circunstâncias. Eram simples dons de levitação a distancia e tele transporte que juntos me ajudariam… E muito. Assim que eu senti que estava feito, sussurrei no fundo da mente do garoto.

   - Sou Imortal, mas tenho alguns dons. Se solte dessas correntes, são elas que impedem que você viaje nas sombras. Aí tem bastante lugar pra você sumir, então, desapareça o mais rápido possível para o mais longe que conseguir. Se não estiver errada, logo, logo, você poderá me agradecer.

   Éter então percebeu que eu tinha parado de discutir. Tinha me descuidado por um minuto dele e pronto, meu plano tinha ido por agua abaixo. Mas, acho que já tinha dado tempo do garoto fugir porque Éter foi surpreendido por um monte de guardas dizendo que o garoto tinha apenas sumido no meio da prisão.  

   Sorri internamente e comecei a correr em direção ao meu quarto. Tirei aquele vestido e coloquei a única calça que existia no meu guarda-roupa. Calcei uma bota e coloquei uma blusa de manga cumprida preta. E por ultimo, peguei minha capa. Coloquei o capuz e fechei os olhos me concentrando no que teria de fazer. Aquilo me gastaria muita energia.

   O Palácio dos Primordiais tinha muitos guardas. Centenas. Mas como eles sempre acharam que ninguém iria tentar entrar ali (o que significava que ninguém sairia) a segurança deixava a desejar. E como eles mesmos precisavam se teletransportar, não existia feitiço contra isso ali dentro, a não ser o que tinha nas correntes que prendiam aquele garoto. Então, eu tive que me concentrar em meus dons e tentar me imaginar do outro lado da fronteira.

   Deve estar se perguntando porquê eu ia fugir. Simples: Érebo ia me matar com o riso de Nix como trilha sonora. Eu ajudei o ponto chave de seu plano a fugir. Eles nem precisariam mais invadir o Acampamento para pegar o Filho de Hades, o que lhes pouparia tempo e energia. Mas eu o fiz fugir. Érebo não perdoaria isso. Nem mesmo me mataria rapidamente, me faria sofrer. E além disso, eu não aguentaria ficar ali vendo-os querendo destruir o mundo com um canibal! Embora nunca tenha visto “o mundo”, me importava com ele. E agora, o lado de fora do Palácio dos Primordiais era o que eu tinha, e eu teria que ajuda-lo.

   Quando meus pés se materializaram na entrada da floresta a frente do Palácio eu senti a diferença do ar. Era mais espesso… Sujo. O ar dos Primordiais era tão puro quanto o ar da Idade da Pedra.  Bem, espero que o ar daquela época fosse limpo. Levei quase um minuto para me acostumar e essa foi minha desvantagem. Logo os guardas estavam correndo atrás de mim. Estavam a um quilometro e meio de distancia, mas eu não podia correr feito uma minhoca. Então, corri o mais rápido possível sem olhar para onde ia. Se eu soubesse de algum ponto mais longe até poderia pensar em ir para ele, mas como eu já disse, eu não saia do Palácio. As vezes eu até ia ao Olimpo, escondida, mas apenas quando meu pai pedia; já tinha ido até o Mundo Inferior e ao templo de minha mãe, mas estes lugares não eram nem de longe aonde que queria ir. Tinha apenas um lugar em que eu estaria segura e poderia ter certeza de que os Primordiais não colocariam seu plano em ação.

   Entrava floresta a dentro sem me preocupar por onde estava indo. Apenas queria fazer com que os guardas não me pegassem, porque agora, com minha fuga, eu não teria chance a uma morte rápida. Não teria chance à piedade alguma.

   Corri por quase duas horas até ter certeza que eles não estavam me seguindo. Provavelmente tenham pensado que eu não sobreviveria naquela floresta com aquele monte de animais selvagens. A verdade era que eu não via animal algum, tirando inofensivos coelhos, castores e até alguns cervos! Mas não havia nenhuma onça ou coisa do tipo.

   Ouvi o inconfundível som de agua. Era tudo o que eu precisava. Comecei a caminhar até onde o som vinha e encontrei um riacho. Na beirada onde eu estava havia apenas grama verde, já do outro lado havia uma enorme clareira com a grama também impecável, mas estava ocupada. Havia três tendas brancas, algumas barracas pequenas e umas vinte garotas arrumando tudo. Tentei evitar olhá-las ou chamar atenção. Apena joguei a capa negra pra trás e me abaixei para pegar um pouco d’agua. Teria me arrependido de ter saído às pressas, caso minha consciência não tivesse me lembrado de que eu estava prestes a morrer.

   Me virei e andei um pouco, alguns dez metros, mas minhas pernas não aguentaram mais e cederam. Me encostei em um tronco e fechei os olhos para descansar. Mas logo ouvi passos e quando abri os olhos, estava no meio de quatro garotas com roupas de caça branca. Uma delas usava um arco prateado na cabeça.

   - Pode vir conosco? – Perguntou firme a do arco de prata. Ela era bonita, tinha cabelos pretos que iam até um pouco abaixo do ombro e olhos azuis elétricos. Aqueles olhos…

   - Você é…? – Eu me levantei.

   - Primeira Tenente das Caçadoras de Artemis. Posso saber o que esta fazendo aqui?

   Minha voz morreu. Não saia absolutamente nada de minha boca. Tentei ao máximo me recompor e controlar minha ansiedade.

   - Artemis? – Indaguei. Depois olhei para o céu dramaticamente e sussurrei. - Obrigada, pai!

   - Você é uma semideusa? – Perguntou ela de forma dura, como tudo o que saia de sua boca.

   - Não… Quer dizer sim. – Menti. Não queria dar explicações sobre quem eu era. – Só não me acostumei com isso. E aonde Artemis esta? – Fui direto ao ponto.

   A Tenente das Caçadoras me encarou e me observou.

   - Pode tirar o capuz? – Ela pediu.

   Só então me lembrei daquela coisa enorme que estava em cima da minha cabeça. Retirei-o lentamente com medo do coque que fiz se desfazer. Elas me encararam por um longo tempo, tentando descobrir de quem eu era filha, provavelmente, mas eu as apressei.

   - Por que quer tanto falar com minha senhora? – Perguntou a mesma Caçadora enquanto atravessávamos o riacho. As garotas do outro lado me encaravam enquanto eu ia andando em direção a tenda do meio.

   - Digamos que eu não posso lhe dar a resposta pra isso.

   - Digamos que daqui a pouco você vai ter que dar as respostas de todas as minhas perguntas. – Ela revidou abrindo a “porta” da tenda.

   Todas as Caçadoras ficaram para trás. Apenas eu e a Tenente entramos. A tenda era grande, tinha algumas camas e uma garotinha de doze anos estava sentada em cima de uma delas. Logo soube que era Artemis devido a sua aura. Me curvei em sua frente.

   - Saudações, Senhora Artemis. – Falei cordialmente.

   Aquilo não devia ser algo comum, já que a Tenente me olhou com o cenho franzido e Artemis sorriu surpresa.

   - A maioria das pessoas se espanta com minha aparência. – A deusa disse.

   - Digamos que já vi muitas coisas que deixariam qualquer pessoa normal surpresa. – Sorri de volta.

   A deusa assentiu e olhou para Tenente.

   - Obrigada, Thalia, por trazê-la aqui. Nós precisávamos conversar.

   - Com licença, lady Artemis. – Ela fez uma leve reverencia e se retirou.

   Artêmis olhou para mim. E com um sorriso infantil nos lábios, perguntou:

   - O que a Guardiã do Palácio dos Primordiais faz correndo no meio da floresta?

   Olhei para ela, sobressaltada.

   - Como sabe que sou a Guardiã?

   - Quem não conhece você, minha cara? A filha de Zeus e de Mnemosine, Guardiã do Palácio Primordial e tão bela quanto qualquer filha de Afrodite. E ainda Imortal. Você não imagina a guerra civil que provocou no Olimpo com sua fuga.

   Não entendi o que ela quis dizer com aquilo, mas não era o foco da conversa.

   - Obrigada pelos elogios, senhora. Não imaginava que o Olimpo sabia sobre mim. E bem, eu fugi por causa do que descobri… E do que fiz também.

   Artemis indicou uma cadeira e eu me sentei. Ela fez um sinal para que eu lhe contasse a história, e foi o que fiz. Ela poderia me ajudar, poderia contar aos deuses sobre o plano, já que eu não seria bem vinda ao Olimpo. Poderia até proteger o filho de Hades… Não podia?

   - Isso é algo muito grave. – Ela disse quando acabei de contar a história. – Nós já suspeitávamos disso, mas não pensávamos que isso ia acontecer. Se o que diz é verdade, precisaremos de você. Sabe o que ele quis dizer com a história do sacrifício?

   - Bem, Caos vai precisar de algo para acordar, talvez sangue o ajuda. E sinceramente, acho que pode ser até mesmo o filho de Hades já que ele é bem poderoso e estaria nas mãos dos Primordiais. – Respondo rapidamente.

   - Ou você. – Artemis diz descontraída. – Imagina o porquê de eles terem roubado você de Mnmosine?

   - Eles achavam que nas mãos dela me tornaria uma arma e como ela tinha uma enorme divida com eles, fui levada ao Palácio. Eles costumavam me dizer que se Cronos descobrisse que eu existia podia achar que eu o ajudaria na Guerra, mas quando visse que eu não ia servir, já que meus poderes são bloqueados, iria me matar. Por isso eu não saía do Palácio. – Respondo com medo do que ela vai me dizer.

   - Acho que faz sentido. Érebo foi quem te bloqueou? – Ela pergunta me dando uma xícara de chá.

   - Hécate fez o feitiço a mando dele. – Respondo.

   Artemis suspira e se levanta indo em direção a porta. Ela chama uma Caçadora e pede para que arrume uma cama para mim e tome conta de tudo. Depois vira-se novamente para mim.

   - Você tem ideia para onde vai?

   - O Acampamento Meio Sangue. É minha única saída. Eu ia descansar um pouco e ver se conseguia me teletransportar para lá…

   - Você já foi lá?

   - Não.

   - Então, como iria?

   - Eu daria meu jeito. Acredite. Eu posso ter passado a vida inteira trancada naquele lugar, mas eu fiquei trancada com Primordiais. Aprendi como sair de qualquer situação delicada. – Falei sorrindo de forma gentil.

   - Imagino que Érebo não imaginou que você usaria isso contra ele. – Artemis riu como se aquilo a confortasse. – Para sua sorte, estamos indo ao Acampamento. Você pode descansar um pouco enquanto minhas Caçadoras caçam, tudo bem?

   - Muito obrigada, Artemis. Estamos muito longe?

   - Tenho certeza que você tem um pouco de senso da geografia mortal, não tem?

   - Um pouco. Sei que o Palácio Primordial fica na Clareira Da Guerra, onde existia a casa grande de um dos maiores coronéis do século XIX. Ele matou muita gente naquele lugar. E essa é a floresta na fronteira De New Jersey com Nova York. Certo?

   - Sim. É menos de um dia de viagem até o Acampamento. Partiremos de manhã e chegaremos lá antes do por do Sol. Agora descanse, Eleanor.

   Sorri com a capacidade de sabedoria dela. Eu não tinha dito meu nome em hora alguma.

   - Obrigada, Artemis. Muito obrigada.

   Ela sorriu e se retirou. Tirei minha capa e me deitei na cama. Por incrível que pareça, em menos de cinco minutos eu já estava dormindo.


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Notas finais do capítulo

Por favor! Deixem um review! É importante!
Muito obrigada por lerem!
Beijinhus!



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