O Clube 5 escrita por marvinkira


Capítulo 14
O Encontro




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/228889/chapter/14

Eu senti a pressão que sentia no peito sumir. Quando isso ocorreu, minha força voltou e pude mover meu dedo e abrir meus olhos.

Eu estava de frente para Eduardo, que estava deitado com a coleira de prata ainda no pescoço. Na coleira tinham várias agulhas de prata que espetavam Eduardo, talvez fosse esse o motivo dele não poder se mover.

Levantei-me e vi duas pessoas de costas para mim. Olhei em volta e reconheci na hora aquela sala, era a sala VIP do Clube da Noite. Uma das pessoas de costas para mim era uma mulher e vi que era Patrícia Cunha, o outro, demorei um pouco para perceber, mas era Joseph Von Dustch.

-Boa noite, Tiago Mendes. – ele disse se virando na minha direção – Bem vindo ao Clube da Noite, também conhecido como O Clube número Cinco. Um dos meus cinco clubes que tenho pelo Brasil. Está se lembrando desse lugar? – ele disse indicando a sala e Patrícia ao seu lado .

-Só não me trás boas lembranças. O que quer de mim? – perguntei irônico.

Joseph riu e me olhou achando graça das minhas palavras.

-Bem, eu que faço as perguntas, mas por educação, responderei essa. Você e seu amigo transmorfo acordaram os vizinhos do prédio ao lado, chamando muita atenção e quase revelando um segredo que mantemos há séculos dos humanos. Isso é motivo suficiente para que você e seu amigo sofram a morte final. Mas, por outro lado, você se mostrou ser bem útil nessa briga. Você é um vampiro bem interessante. – Joseph disse isso com um sorriso na boca.

-E eu digo que você é um vampiro muito estranho. – disse sarcasticamente.

-Cale a boca. – ele disse, ficando sério de repente – Meu pai, se soubesse dessa sua história já estaria planejando sua execução, mas eu, como sou piedoso e bondoso, irei poupar sua vida. Na verdade, eu quero que comece a trabalhar para mim.

-Trabalhar? Em que? Encobrindo mortes de humanos para você e seus sócios compartilharem do sangue de inocentes? – eu disse com certo tom de repugnância – Obrigado, eu passo.

-Olha só quem fala, falou o santo. Se não me engano, você matou um humano a sangue frio e bebeu o sangue de um transmorfo, e tenho que avisar, isso é um enorme tabu entre os vampiros, beber do sangue de nosso inimigo. Isso te daria uma sentença de morte final também. Por acaso, você quer morrer logo ou é tão burro que só faz idiotices? – Joseph disse isso, sorrindo maldosamente.

-Isso não é da sua conta. – eu respondi, encarando Joseph. Atrás dele podia-se ver o espelho e o clube lá embaixo.

-Na verdade é. Tudo o que ocorre nessa cidade é da minha conta. – ele disse – Eu sou a lei daqui e você é apenas um baderneiro idiota. Mas eu não ligo para isso. Você vai aceitar trabalhar para mim, sim ou não?

-Eu já disse. Não. – ao dizer isso eu me levantei e andei até a direção de Eduardo, que estava desacordado. Quando me aproximei dele, Patrícia levantou uma arma que parecia uma besta automática e presa na besta tinha um tipo de caixa redonda de ferro.

-Eu não faria isso se fosse você, Tiago. – ela disse – Aqui tem estacas o suficiente para deixar todos nesse clube imobilizados. – ela batia na caixa redonda de ferro.

-Calma Patrícia. Eu previ que você negaria meu pedido. – ele disse se virando para mim – Sabe, hoje de manhã, eu encontrei um grupo de ratos no esgoto do Clube. Patrícia traga-os para cá. Na verdade, traga apenas o líder.

Patrícia sorriu e saiu pela porta de madeira da sala. Fiquei imaginando a quem ele se referia, quando a resposta veio logo. Patrícia carregava meu pai.

-Pai! – eu disse indo na direção dela, quando Patrícia apontou a espada, que estava nas costas dela, no pescoço do meu pai.

-Detetive Mendes, temos um impasse aqui. Convença seu filho da maneira mais difícil a entrar para minha equipe. – Joseph disse para meu pai. Na hora eu estranhei, pois meu pai veio correndo na minha direção e me deu um soco no rosto, que doeu e me fez cair de novo na poltrona que eu acordei antes.

-Mas que diabos? – eu perguntei e quase fui atingido pela espada que Patrícia deu para o meu pai – Pai sou eu, Tiago! – disse, desviando de outro corte.

-Não adianta. Ele só obedece a mim. Sabe, enquanto seu pai estava preso aqui, eu dei uma dose do meu sangue para ele. Ele está mais forte que um humano, mais rápido também, e si super fiel, como um cachorro. Só obedece a mim. – Joseph ria me olhando com raiva.

-Pai, para com isso, sou eu, seu filho! – eu disse olhando para o meu pai, mas era inútil, ele não ouviu e continuava tentando me acertar com a lâmina da espada. Meu único jeito era tirar a espada dele e deixá-lo desacordado.

Quando meu pai veio correndo na minha direção de novo, eu consegui desviar e bati a lateral da minha mão na nuca dele. Fiquei com medo de ter exagerado e batido com força, mas não ouvi barulho de osso quebrando e meu pai caiu no chão, mas não desacordado.

Eu tinha uma chance de pegar a espada dele e quebrá-la ou jogá-la pela janela. Quando fui avançar em cima da espada ouvi um barulho de tiro e a sensação de algo ter batido nas minhas costas e depois a dor infernal. Como eu estava olhando para baixo, pude ver a ponta da estaca aparecer na frente do meu corpo, atravessando meu coração.

A dor infernal voltou e eu cai no chão, ao lado do meu pai que se levantava após a pancada que levou. Patrícia se aproximou e pegou a espada de volta da mão do meu pai.

-Escravo inútil. Devo matá-los? – ela perguntou para Joseph.

-Faça o que quiser. – quando ele falou isso seu celular tocou – Alô? O que? Uma invasão? Onde? Sim, estou indo para aí. Patrícia acabe logo com isso e vá até a garagem, tivemos uma invasão. Aposto que tem algo relacionado à Grinson e o Conselheiro Green.

-Entendido. – ela respondeu Joseph, antes do mesmo sair pela porta da sala. Patrícia virou o rosto para o meu pai e depois para mim sorrindo – Quem eu devo matar primeiro, seu querido pai ou você.

Quando ela disse isso, ela pisou em cima dele, rindo das minhas tentativas inúteis de tentar me mover. Meu pai se arrastava no chão e ela pisou nele com força, dando para ouvir um estalo na sua coluna. Parecia que apesar de ter bebido do sangue de Joseph ele sentia dor e era fraco como um humano, pois nessa hora ela gritou bem alto de dor, era uma cena horrível.

-Bem, eu vou matar seu pai, enquanto você assiste e depois, eu mato você e queimo seus corpos mais tarde porque o Joseph não gosta de esperar. Infelizmente não poderei brincar um pouco com vocês antes de matá-los. – ao falar isso, Patrícia girou a espada entre seus dedos e com um único golpe, para mim foi uma eternidade, ela fez a lâmina da espada cortar a cabeça de Bruno Mendes.

Eu tentei gritar, mas nada saiu da minha boca. Eu chorava, mas as lágrimas não saiam. Patrícia limpou o sangue no meu pai na roupa da polícia que ele usava, suja e molhada. Após esse ritual macabro ela virou-se contra mim.

-Que pena Tiago, nós até que daríamos certo, não acha? – ela perguntou sorrindo, levantando a lâmina da espada, mas algo estranho acontecia. Ela parou de se mover e ficou naquela posição por um tempo.

Foi então que eu vi. Uma espada atravessou seus seios, enquanto um braço muito pálido girou seu pescoço, quebrando-o e então, a espada sumiu e Patrícia caiu no chão. Atrás de onde ela estava apareceu Lilith que com um único golpe cortou a cabeça dela.

-Vai pro inferno vadia. – Lilith disse. Ela veio na minha direção, me abraçando forte e tirando a estaca do meu peito. Foi um alívio. – Você está bem Tiago? Sinto muito, eu não pude salvar seu pai. – ela se desculpou olhando para o chão.

-A culpa não foi sua Lilith, foi minha, eu não pude salvá-lo, sou um idiota. – tudo passava como um filme na minha cabeça. Por que fui deixar meu pai morrer? Eu sou tão fraco assim? Por que meu pai, ele nunca fez nada a ninguém.

Eu queria a todo custo destruir a todos e abaixei minha cabeça encostando-a no chão e gritei de dor. Nessa hora a raiva consumiu meu corpo foi então que eu pude ouvir aquela risada fria e mortal da Besta.

A sala VIP do Clube da Noite havia sumido, era um local escuro e úmido. Levantei-me logo após erguer a cabeça. O clima era frio quase congelante. Andei um pouco e pude ver os pares de olhos vermelhos. Era a Besta.

-Bem vindo ao meu humilde reino. – ela disse me encarando com aqueles olhos penetrantes – Eu estava esperando ansioso por isso. Vamos Tiago, eu posso sentir, eu posso ler seus pensamentos. Você quer vingança e só eu posso te ajudar nisso. Deixe-me assumir o controle.

-Mas, você sempre assume o controle por conta própria. – eu disse intrigado e receoso.

-Na verdade, inconscientemente você permite, pois sempre está em situação de risco. Vamos, estou sendo educado. Deixe-me assumir o controle, prometo que matarei a todos sem perdão. – ela disse com galanteios, levantando-se e parando ao meu lado. A sala escura se acendeu, estávamos em um tipo de sala de estar e a Besta estava sentada em uma poltrona.

Eu me afastei dela, na verdade, de mim mesmo, a Besta usava meu próprio corpo.

-Vamos Tiago, apenas diga sim. – ela disse.

-Não. Você não é confiável. Deixe-me sair daqui. – eu disse.

-Você não quer vingança? – ela perguntou.

-Sim, mas não pelas suas mãos nojentas. – eu retruquei – Tire-me daqui.

-Irá se arrepender moleque. – ela disse estalando os dedos e eu voltei a sala VIP do clube. Lilith estava me olhando apreensiva.

-Tudo bem? – ela perguntou – Você apagou. O que houve?

-Nada, desmaiei, acho que foi pela raiva. – eu disse, olhando com lágrimas nos olhos ainda.

-Vamos embora daqui Tiago, alguns amigos meus estão aqui, nos darão cobertura. – Lilith disse ajudando-me a me levantar.

-Ok. Vigilantes? – perguntei.

-Sim, de outro grupo. – ela me disse – Vamos logo.

Começamos a andar em direção da porta quando vimos Eduardo caído no chão desacordado.

-O que faremos? – perguntei.

-Nada, ele tem o que merece. – Lilith disse tentando me puxar, mas eu parei de andar.

-Temos que ajudá-lo. – eu disse indo na direção de Eduardo e segurando sua coleira com força e puxando-a, quebrando-a em seu pescoço. – Vamos Eduardo, vamos sair daqui. – tentei acordá-lo balançando-o.

-O que foi? – ele perguntou – O que você faz aqui? Onde estamos? – ele perguntou olhando para os lados desesperado.

-Estamos em um clube de vampiros, precisamos ir. – eu disse – Agora!

Ao falar isso, abri a porta que dava para o corredor do segundo andar quando quase fui atingido por uma rajada de tiros, voltando imediatamente à sala.

-Temos companhia. – Lilith disse puxando duas pistolas da cintura e me entregando uma – Mira na cabeça.

Olhei abobado para ela, nunca tinha atirado na minha vida.

-Aperte o gatilho da arma que ela faz o resto, com seu controle e força você nem vai sentir o retorno da arma. É só segurar firme e atirar. – ela me disse.

-Parece fácil. – eu disse irônico.

-Neófitos são tão medrosos. – Eduardo disse se transformando em lobo, pelo que percebi as feridas que as agulhas fizeram em seu pescoço estavam curando.

Ele saiu correndo pelo corredor em forma de lobo. Lilith e eu atrás dele. Ele pulou em cima de um segurança do clube, quebrando seu pescoço com a boca. Lilith atingiu o outro na cabeça.

-Toma. – ela me disse entregando a espada de Patrícia – Estamos no meio de uma guerra entre vampiros. Fique perto de mim.

Eduardo seguia na frente em forma de lobo, enquanto eu e Lilith seguíamos atrás dele, Lilith atirando enquanto eu tentava acertar algum tiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Clube 5" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.