Pela Última Vez escrita por Chappy The Bunny


Capítulo 1
Carta - Capítulo Único




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Edolas – Cidade Real

O rei de Edolas andava apressadamente pelos corredores do palácio, um sorriso esperançoso em seus lábios. Sua capa se arrastava pelo chão, e ele seguia em direção a seu escritório. Era isso! Ele tinha conseguido! Pelo menos, por uma última vez, conseguiria contatar a sua amada Fairy Tail. Conseguiria, principalmente, falar mais uma vez com calma com Wendy, aquela que considerava sua irmãzinha. Afinal, no meio de toda a loucura que passaram na última vez que se encontraram depois de tanto tempo, não conseguiram conversar direito.

E, agora, havia descoberto, ou melhor, lembrado de uma maneira, apesar de não ter certeza de dar certo.

Segundo o que Porlyusica disse há muito tempo, ela havia sido contatada por sua contraparte de Earthland, para assim que se encontrasse com a Dragon Slayer do céu Wendy, entregasse algumas magias a ela. Se ela havia conseguido, não sabia.

Mas que isso era uma esperança para ele, isso era.

Mas haviam dois problemas: não havia poder mágico em Edolas. Então, como conseguiria? Além disso, a pessoa que queria falar estava presa.

Mas, se não tentasse nunca conseguiria, certo? Com esse pensamento, Mystogan abriu uma gaveta e puxou um vidrinho, nele havia algumas capsulas marrons. Girou a tampa e pegou uma lá dentro.

Earthland, Fiore. Era, Prisão do Conselho Mágico – Ano X789

Jellal encostou suas costas nuas na parede fria de sua cela, causando um leve arrepiar. Pendeu a cabeça para o lado, pensando na bela mulher de cabelos escarlates.

Erza...

“Eu sei que você vai voltar, eu sei. Você é forte, pode ficar sumida o tempo que quiser. Não vai ser pra sempre” Repetia mentalmente, várias e várias vezes. Já sabia do que tinha acontecido a Fairy Tail na ilha Tenrou, porém tinha fé que eles voltariam sãos de lá, não importava o tempo que fosse demorar. Um dia, eles voltariam. Erza seria feliz, mesmo que não fosse ao seu lado.

De repente, sentiu uma sensação estranha no peito. “Jellal, preste atenção” ouviu uma voz dizer em sua mente. Mas, o que seria isso? Estava ficando louco? “Escute bem, não tenho muito tempo”.

Tampou seus ouvidos, murmurando coisas. Afinal, estava se lembrando de mais alguma coisa? Mas já não tinham voltado todas as suas memórias?

“Por favor, me escute, é importante o que tenho a dizer”

Sim,  deveria estar ficando louco.

- Não, sai... SAI! – Gritou, e depois se jogou no chão, com medo de que algum guarda aparecesse.

“Jellal... Jellal... JELLAL!”

O mago de cabelos azuis se arrastou pelo chão. Agora, além de tudo, ele era um louco. Murmurando para si mesmo e pedindo para aquela voz sair de sua mente, parou ao ouvir uma coisa que lhe interessava.

“É sobre... sobre... a Fairy Tail!”

Ao ouvir isso, tirou a mão de seus ouvidos e secou as lágrimas que haviam escorrido.

Fairy Tail? Seria alguma coisa sobre a Erza?

Sentou-se e decidiu ouvir atentamente a voz.

“Eu preciso que você escute tudo o que eu vou dizer com atenção. Não, você não é louco. Meu nome é Mystogan, isso é tudo que você precisa saber. Preciso que você dê um jeito de entregar uma carta que vou ditar a você para uma certa pessoa, da Fairy Tail. Sei da sua atual situação, mas gostaria que você ao menos tentasse

Franziu a testa. Já ouvira falar sobre Mystogan, apenas o nome e que ele era um mago classe S da Fairy Tail. E como ele queria que entregasse uma carta, sendo que estava preso, e nem tinha ao menos um papel para copiar aquilo.

Por curiosidade, resolveu ouvir tudo o que a voz na sua mente tinha a dizer.

- Certo, você pode dizer... – Murmurou.

Ouviu atenciosamente tudo o que Mystogan dizia, detalhe por detalhe. Avisara sobre o ocorrido com a Fairy Tail na ilha Tenrou e percebeu que ele havia ficado meio vacilante, pelo jeito aquela guilda era realmente importante para ele, tanto que tinha obtido sucesso ao convencer Jellal de tentar. De toda forma, sabia que estava condenado ou a morrer ou a ficar naquela cela até o dia de sua morte.

Após tudo isso, adormeceu. Mystogan havia dito a ele que isso aconteceria, era como uma forma de tudo ficar gravado em sua mente.

Pediu aos guardas para enviar uma das três cartas que tinha direito ali dentro, e assim o fez, para a Fairy Tail.

Alguns dias depois, em Magnolia

Romeo andava pela cidade, um envelope em sua mão.

Estava voltando do correio a pedido de seu pai, e uma carta em especial lhe chamou atenção.

Dizia que havia sido mandada pelo Conselho de Magia, mas tinha uma escrita que dizia “de Mystogan, para Wendy e todos os companheiros da Fairy Tail”.

Não se lembrava muito de Mystogan, apenas que ele era um antigo classe S, que não aparecia muito na guilda. Nunca tinha sequer o visto, pra falar a verdade. Tudo o que sabia eram as histórias, principalmente as de Natsu – alguém que fazia muita falta para aquele garoto – em Edolas, um mundo paralelo ao seu, e que era a verdadeira terra do tal mago. Soube até que ele era príncipe, então imaginou que atualmente deveria ser um rei!

O garoto realmente sentia falta dos seus outros companheiros de guilda, e todos os dias imaginava eles passando por aquela porta. Assim como Jellal, ele sabia que um dia todos estariam de volta, a Fairy Tail voltaria a ser a mais forte e também a mais louca e divertida guilda de Fiore.

E eles leriam aquela carta juntos.

Pensando nisso, escondeu aquela carta e continuou a seguir seu caminho.

Esperaria o tempo que fosse preciso.

Ano X791

Fazia uma semana desde que o grupo de Tenrou havia voltado. Romeo, animado, mostrava tudo que havia aprendido para Natsu.

Haviam feito uma grande festa para os antigos companheiros de guilda. Todos estavam muito felizes, principalmente aquele garoto.

Lembrou-se de uma coisa, e foi correndo ao balcão do bar. Puxou umas gavetas lá dentro, retirou um fundo falso que havia e puxou um envelope, um sorriso enorme em seus lábios.

- Natsu-nii, Wendy, pessoal! – Chamou a atenção de todos, pedindo para se aproximarem. Havia chegado a hora. – Recebi uma carta, e parece que foi enviada por Mystogan!

Ao ouvirem o que Romeo disse, surpresa e muitas vozes falando ao mesmo tempo se instalaram no lugar. Afinal, como Mystogan havia enviado uma carta para eles? Por magia não era possível, já que não havia mais em Edolas.

Se bem que, do jeito que Mystogan era, Natsu não duvidava nada que ele havia descoberto uma forma.

- Idiotas, vamos ver ao menos essa tal carta! – Berrou Natsu, e Lucy concordou.

Wendy, com os olhos molhado por lágrimas, caminhou em silêncio até Romeo, que entendeu e entregou a carta até ela.

Charlie foi até a pequena Dragon Slayer, curiosa.

Abrindo a carta, Wendy deu uma lida rápida, secou as lágrimas e sorriu. Era verdade, aquela carta era sim de Jellal.

- Pessoal, essa carta é do Jellal... não, do Mystogan. -  Se corrigiu, e todos a olharam. Apesar de chamar Mystogan de Jellal, que era o nome que havia se acostumado – o Jellal que todos conheciam era o Fernandes, e de certa forma aquela também era uma carta dele.

Começou a ler em voz alta o conteúdo.

“Olá, Wendy.

Natsu, companheiros da Fairy Tail.

Como vocês estão? Espero que bem.

Devem estar se perguntando como eu consegui contato com vocês, certo? Bom, eu realmente não tenho certeza se vocês vão ler isso, mas espero que sim.

Eu vou bem. Após a volta de vocês, fui coroado rei de Edolas. É cansativo e sufocante esse posto, eu confesso. Mas saber que meu povo está feliz agora é muito bom.

Sem a magia tudo é completamente diferente. No começo foi difícil, todos estavam assustados, mas aos poucos fomos conseguindo levar.

Agora, estou casado a alguns meses. Com muito suor, consegui noivar com Erza Knightwalker. Devo dizer que ela é uma mulher muito complicada e bipolar. Ela vai querer me matar se souber que eu disse isso, sim. Se bem que ela parece ter melhorado bastante quando vocês passaram por aqui. Ela nunca me contou porque, mas desconfio do que seja.

Não é mesmo, Titania?

Wendy, eu gostaria de pedir desculpas por não poder ficar ao seu lado. Você é muito importante pra mim, saiba disso. Sinto muito a sua falta. Se um dia descobrir uma forma de poder visitar a terra novamente (que não seja da forma que as Animas funcionavam, é claro), vou passar para te ver. Ei, sabia que a Erza está grávida? Combinamos que se for uma menina, ela terá o seu nome.

Mestre, quero agradecer por você ter me aceitado na sua guilda. Mesmo sendo tão antissocial como eu fui. Sou grato a você.

Natsu, se não fosse você, eu não estaria vivendo tão feliz como agora. Você salvou Edolas e me impediu de cometer um erro. Não só você, mas também a Lucy e o Gajeel, que não conheci direito, mas que sei que são pessoas boas. E a Wendy, a Erza e o Gray também.

Mas e Lily, ele está com vocês? Eu espero que sim. De toda forma, se não for pedir muito, gostaria que vocês o encontrassem e o convidassem para a guilda. Ele me salvou quando eu era criança, por isso foi expulso de Extalia. Eu sei que vocês o receberão de braços abertos. Afinal, essa é a Fairy Tail!

A Porlyusica... ela continua rabugenta? Certo, eu sei que sim. Diga a ela que vou continuar devendo aquelas maçãs.

Ei, Erza, o Jellal de Earthland é mesmo uma pessoa corajosa, não é? Quando chegar o momento, agradeçam a ele. Ele vai entender.

Fairy Tail, vocês foram a minha família aí. Eu fui um irmão bem chato, eu sei. Desculpem-me pelas as vezes que os botei para dormir. Lembrar disso colocou um sorriso em meu rosto. Não, lembrar de VOCÊS fez isso.

Pra finalizar, gostaria de dizer a vocês sobre uma espécie de magia que permite que as pessoas se comuniquem entre mundos. Não vou mais poder usá-la, já que como sabem Edolas não tem mais poder mágico. Mas, em Earthland ele é abundante. E a magia está no coração de vocês.

É isso, não há mais tempo.

Obrigado, Wendy, Natsu, Lily, Makarov, Erza, Jellal Fernandes.

Obrigado, Fairy Tail.

Obrigado.

Sinceramente,

Rei Jellal de Edolas, Mystogan.”


Na guilda, todos ouviam emocionados. Erza se segurava, Lucy secava as lágrimas, ao contrário de Wendy, que as deixava rolar com um sorriso no rosto.

Lily e Makarov estavam orgulhosos por Mystogan.

Romeo, o único que tinha entendido porque Mystogan agradecia a Jellal, sorria orgulhoso de si mesmo.

Erza se preparava para ir a sede do Conselho em Era, pra poder fazer uma visita a Jellal, e assim saciaria não só sua vontade de ver o homem que amava, mas também a sua curiosidade do que ele havia feito para Mystogan.

Makarov poderia bater no peito e dizer que aquele era um de seus filhos de coração, um querido membro da Fairy Tail, mesmo que ele sempre tenha sido ausente na guilda. Ele sempre ia pertencer aquela guilda, estando lá ou não. Seria assim e ponto.

Natsu se gabava pelo que tinha sido escrito para ele, por ter salvo Edolas – mesmo recebendo ajuda dos outros. Gray e Gajeel estavam prestes a começar uma briga com ele por causa disso.

Lily não se surpreendia, já que aquele rapaz sempre foi assim. E isso o orgulhava. Estava feliz por estar no lugar que Mystogan queria que ele estivesse. Agora, mais do que tudo, sabia que aquele era o lugar certo para ele. Já tinha essa certeza antes, e agora ela só se intensificava.

Wendy sorria de orelha a orelha, feliz. Ela também nunca esqueceria Mystogan, ou melhor, Jellal. Ela o amava muito, de todo o coração. Não um amor como o de Bisca e Alzack, ou como o que Erza e o outro Jellal sentiam um pelo outro, mas um amor fraterno. Ela o tinha como seu irmão mais velho, e tinha orgulho de dizer isso. Ela tinha orgulho da pessoa que Mystogan era, e por isso se esforçava pra ser uma pessoa tão boa quanto ele era.

Os outros membros comemoravam contentes e brindavam pelo antigo companheiro.

E, assim, a Dragon Slayer do céu tomou uma decisão: assim como seu irmão de coração, ela procuraria uma forma de reencontrá-lo.

Edolas

O rei estava em pé em frente a um berço, observando a criança que ressonava calmamente ali dentro. Era sua segunda filha, Wendy*.

Seu filho mais velho se chamava Faust. O nome foi escolhido por sua esposa, Erza, o que o deixou realmente contrariado na época. Afinal, ele era o pai, e como tal tinha o direito de escolher o nome de seu primogênito, certo? Errado, pelo menos na cabeça de Knightwalker. Segundo ela, esse era um direito da mãe que passaria acima do que ele alegava, já que fora ela que carregara a criança nove meses dentro da barriga e aguentou as dores do parto. O maior problema para ele foi ter aceitado o nome que ela escolheu, já que não era segredo pra ninguém o fato de ele não se dar bem com o pai. Mas Erza era teimosa. Se ela tinha escolhido esse nome, seria esse nome. Por fim, resolveu deixar o nome que a esposa escolheu, a fim de evitar uma briga.

Agora, fazia dois meses que a princesa Wendy havia nascido. Como combinado, ela teria o nome da menina que Jellal havia cuidado por um tempo quando esteve em Earthland. Ela tinha poucos fios de cabelo roxo, os olhos verdes como o do pai. As bochechas, pernas e braços eram rechonchudos, o que a deixava adorável. Alguns diziam que ela parecia com a mãe, outros que ela era uma copia dele. Ele, gostava de acreditar que ela parecida com sua irmã.

E ele esperava ansiosamente pelo dia em que seus dois filhos conheceriam a querida tia que tinham. 


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Notas finais do capítulo

* Não, o bebê não é uma segunda Edo-Wendy (confesso que pensei nisso, mas aí lembrei que já tinha uma).