Miley Pov

Retomei o rumo para a minha casa. Quando cheguei perto da porta, eu já imaginava o que estaria me esperando. Eu levaria uma bronca de Paul e bla bla bla... Mas não foi bem isso que eu encontrei quando abri as portas. Não foi Paul que eu encontrei ali sentado no sofá. Era ele.

Liam estava ali, sentado com as mãos entrelaçadas e apoiadas em suas pernas. Sua cabeça estava abaixada mas ao escutar o barulho da porta se abrindo ele levantou a cabeça e me olhou.

- O que você esta fazendo aqui? – perguntei sem esconder o meu desprazer em vê-lo ali.

Eu e Liam havíamos namorado há um tempo, mas não havia dado certo por conta de seu ciúme ridículo e por causa da minha agenda lotada. Liam era legal e tinha uma porção de qualidades, mas seu ciúme era exagerado. Sem contar na sua insistência. Depois do término o do nosso namoro, milhares de vezes ele me procurou para que voltássemos, mas eu já estava cansada dele. Para falar a verdade eu so havia me envolvido com ele porque eu estava em um momento insano e de muita carência.

- Vim te ver. – disse ele sorridente se levantando do sofá e se aproximando de mim.

- Ok, já me viu agora já pode ir embora. – disse curta e grossa sorrindo cínica. Mas ele parecia não ligar pelo jeito que eu o tratava.

- Vamos conversar, quero saber como você esta. Tava com saudade de você. – disse ele parando a minha frente e passando as costas de suas mãos pelo meu rosto, em uma leve caricia. -         Você esta tão linda. – terminou e se aproximou ainda mais, colando nossos corpos.

Tirei sua mão de meu rosto e sai contornando-o indo ate o sofá, onde ele estava antes e jogando as minhas coisas ali.

- Eu estou cansada, preciso de um banho e ir dormir. Dá pra você me dar licença? – disse expressando toda a minha má educação. Ele franziu o cenho em reprovação mas acabou aceitando. Graças a deus.

- Tudo bem, mas amanha eu volto. – disse ele já próximo de mim de novo, deixando um beijo que era para ser direcionado a minha bochecha mas como seu atrevimento era tamanho, ele acabou depositando-o no canto da minha boca. Revirei os olhos empurrando ate a porta.

- Tchau! – disse rude fechando a porta na cara dele, escorei-me na mesma e fechei os olhos, feliz por ter conseguido me livrar dele. Agora eu tomaria um banho quente e dormiria a noite e o dia todo.

- Ha-rãm. – pigarreou alguém e abri meus olhos com o susto, ou talvez só por um ato reflexivo. Meu pai me encarava com os braços cruzados e com uma mão no queixo, coçando seu cavanhaque costumeiro. Seu olhar sobre mim não era um dos melhores e sua expressão facial também não.

- Ah não. Hoje não pai. – disse caminhando ate o sofá para pegar minhas coisas. Eu já conhecia aquela expressão dele de longe e sabia que se ele começasse a falar, duraria a noite toda.

- Ah, hoje sim Miley. Fiquei feliz que seja eu a ter essa conversa com voce mocinha, porque Paul me ligou soltando fogo pelas ventas. Ele esta furioso com voce. – disse ele seriamente.

- Pai. Amanha ok?! – disse enquanto subia os degraus da escada, parando no meio do caminho. – Hoje eu só preciso de uma boa noite de sono. Amanha conversamos. – disse e subi o resto dos degraus que faltavam deixando-o ali sozinho na sala.

Subi ate meu quarto e joguei as coisas pelo chão mesmo. O cansaço estava me dominando e a cama me parecia mais convidativa que o normal. Por um segundo pensei em me jogar ali do jeito que eu estava mesmo, mas ao sentir o cheiro de refrigerante em mim, aquele meu pensamento anterior se esvaiu e corri para o banheiro. Ia tirando e jogando as peças de roupa pelo quarto mesmo.

Tomei um banho quente e duradouro por dois motivos: Primeiro, porque aquilo estava sendo um relaxante corporal para mim e segundo porque a preguiça de sair dali era gigantesca. Depois de uns dois quarenta minutos, sai dali. Coloquei uma roupa qualquer e me joguei na cama. Eu estava cansada, mas algo me impedia de pregar os olhos. A imagem de Justin. Por quê? Era inevitável, era louco, era incontrolável. Eu não conseguia parar de pensar nele.

Justin Pov

- Ela começou. Você viu! Ela começou a me insultar e jogou macarrão em mim. – dizia Selena entrando no quarto do hotel resmungando. Eu já estava perdendo a paciência com ela.

- Eu já disse que não quero saber! As duas deram o maior escândalo no restaurante. Aquilo foi... Ridiculo. – disse enquanto jogava as chaves do carro no e o celular em cima da cama.

- Mas Jus...

- Chega! Vou tomar um banho, vê se vai tomar um também, porque você esta com cheiro de curry. – disse entrando no banheiro. Fechei a porta e me despi. Entrei no Box  liguei o registro deixando a água quente molhar meu corpo. Aquilo era muito bom. Todos os meus problemas pareciam descer com a água que escorria pelo meu corpo e descia pelo ralo.

Miley havia passado dos limites, um bate boca com Selena era aceitável, mas jogar macarrão nela... Passou dos limites. Conhecia Miley, sabia do que ela era capaz, mas foi estranho ver aquela garotinha que era a minha melhor amiga a anos atrás, havia se transformado naquela mulher decidida, marrenta e encrenqueira que eu vi no restaurante.

Eu sabia que Miley era autentica, ela tinha uma personalidade forte e esperar aquela ação dela não era tão improvável, pelo contrario, era algo que podia ser ate considerado aceitável se tratando dela. Mas ao ver aquela cena, foi decepcionante. Ela parecia ser uma garota fútil, e no mínimo ela tinha que ter mantido o respeito.

Fiquei por um bom tempo ali e quando sai encontrei o quarto vazio sem nenhum sinal ou vestígio de Selena. Seria melhor assim, eu queria ficar sozinho pra pensar um pouco, colocar os pensamentos em ordem e entender tudo o que estava acontecido. Depois de alguns minutos deitado na cama, acabei pegando no sono.

Miley Pov

- Que droga! Se você estivesse lá pra ver o que tinha acontecido, você não estaria falando isso. – disse andando de um lado para o outro no escritório. Paul estava fazendo o maior escarcéu por causa da noite anterior.

- Já disse que não importa! Você no mínimo tinha que ter mantido o respeito Miley! Você não pensa antes de fazer as coisas não? Isso foi um ato inconsequente. Você esta na capa de todas as revistas como a “Barraqueira do Macarrão” você consegue entender a gravidade disso? – disse ele jogando revistas em cima da mesa. Todas elas tinham minha foto e de Selena e haviam como manchetes o ocorrido de ontem.

- Arght. – disse irritada me jogando no sofá, com os braços cruzados.

- Miley, não adianta reclamar, você esta errada! – papai se pronunciou.

- Exatamente. – concordou Paul. – Agradeça a mim por ser muito inteligente e conseguir contornar essa situação. Eu conversei com os empresários de Selena e nos vamos dizer que isso foi só mais um mal entendido. – conclui ele e revirei os olhos.

- Já posso sair? – perguntei entediada.

- Tsc tsc, você não aprende mesmo. – disse Billy do canto da sala.

- Tchau! – disse me levantando do sofá pronta para sair pela porta.

- Você não vai sair de casa por uns dois dias. – disse Paul e olhei-o indignada.

- Como é que é? – perguntei desacreditada.

- É isso mesmo, sem sair de casa por dois dias, ou voce prefere uma semana? – disse Billy com um sorriso maldoso e semicerrei os olhos encarando-o.

- Eu já tenho dezenove anos! – rebati.

- Mas age como uma garota de dez. – rebateu.

Sai dali batendo a porta com uma força alem da necessária descontando a minha raiva chamando a atenção de alguns dos empregados que passavam por ali.

- O que foi?! – disse para eles que me encaravam.

- Você quis dizer, “tudo bem com vocês”, não é mesmo Miley? – disse minha mãe me interrompendo surgindo de algum lugar não identificado por mim. Ela me encarava com a sobrancelha arqueada e os braços cruzados, me advertindo. O universo estava realmente conspirando contra mim.

- É sim mamãe. – disse sorrindo cínica para ela. Revirei os olhos e sai dali indo ate o quarto da única pessoa que me entendia, ou parecia me entender. Lucy.

Abri a porta do quarto encontrando ela sentada na mesa, certamente fazendo seus deveres escolares. Me sentei junto a ela na mesa.

- O que foi dessa vez? Qual foi o castigo? – perguntou ela, mirando seu desenho.

- Dois dias sem sair de casa. – disse pegando um desenho que estava solto ali e comecei a pinta-lo junto com ela.

- Só isso? Eu estava certa de que seria um mês. Afinal você merece. – disse ela me olhando pelo canto do olho.

- Ei! Você é minha irmã, esqueceu? – disse pra ela.

- Não, mas é serio você exagerou. – disse ela falando como todos os outros.

- Não exagerei não. Você não vai defender ela também? Já não em basta Justin, Paul, Billy... Todos. – disse.

- Justin? Hum... Interessante isso. – disse ela com um tom de voz meio diferente.

- Interessante? Por quê? – perguntei confusa, com o cenho franzido parando de pintar o desenho e encarando ela que também deixou o lápis de lado e me olhou.

- Você... Ele... Vocês dois... Isso me parece um romance. Você disse o nome dele primeiro, então logicamente a opinião dele foi a mais importante pra voce. Agora me diga o porquê. – disse ela falando com uma adulta.

- Você tem mesmo oito anos? – perguntei com uma cara confusa e ambas acabamos rindo. – Não é serio, eu só disse o nome dele primeiro, porque... Porque... Sei La o porquê. – disse.

- Porque você se importa com ele. Você esta apaixonada... – concluiu ela sorrindo marota.

Estava tão na cara assim? Não, não e não, eu não estava apaixonada por ele, isso é inacreditavelmente ridículo e sem fundamento. Isso nunca iria acontecer... Ou iria? Arght, droga por que que tudo que envolve esse garoto é confuso? É difícil raciocinar quando ele é o assunto. Justin Drew Bieber, por que voce não sai da minha cabeça?