A Vida Anormal de Um Ser Anormal escrita por Nathi-san


Capítulo 8
Um bom dia, ou não


Notas iniciais do capítulo

Depois de meio milhão de anos aqui estou eu atualizando OOO/ -q Eu apenas peço pra que não tentem me matar pela demora -sorriso amarelo- V



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20/03/2008


É eu disse que ontem seria um dia especial na minha vida, pois é, foi. O detalhe é que meu dia não foi lá um dos dias mais convencionais da minha vida. Não vou negar que foi bom, foi muito bom, até um certo ponto, e foi estranho.


Tudo começou pela manhã quando eu estava na cama do Pietro esperando ele sair do banho pra que eu pudesse ir a escola, eu não sei porque mas tinha a impressão de que ele sabia que eu estava no quarto dele. Não sei, mas eu não estava ligando. E daí se ele saísse do banheiro totalmente molhado e completamente nu ou apenas com uma toalha na cintura? Eu que ia ser a beneficia não é mesmo?!


Ah, e como eu sou sortuda, ao menos naquele dia eu estava sendo. Ele saiu completamente molhado e distraído do banheiro e tudo que lhe cobria o corpo era uma toalha branca em sua cintura. Não pude resistir em rir quando ele me viu e se assustou ao ponto de quase tropeçar.


– O que está fazendo aqui pequena ? – ele disse em meio a tropeções e com os olhos um pouco arregalados por conta do susto


– Nada, só estava te esperando pra ir a escola – eu disse logo após soltar uma risada, uma risada infantil. Me condeno por rir como uma criança, mas ele pareceu gostar da minha risada pois um sorriso lindo e irresistível se formou em seus lábios assim que ouviu minha risada


– Se você está me esperando pra ir a escola isso quer dizer que, eu vou te levar pra escola hoje?


– Foi o papai quem mandou – eu respondi e ele assentiu com a cabeça


– Ok, eu vou adorar te levar, mas – ele parou por um momento


– Mas o que ?


– Mas você tem que sair do meu quarto agora, porque eu não posso te levar de toalha


– Ah, claro! Desculpe, eu vou te esperar na sala de estar – eu respondi ficando um pouco corada pela situação


Se bem que ele poderia me levar de toalha mesmo que eu não iria me importar nem um pouquinho, mas tudo bem.


Não demorou muito e ele desceu até a sala de estar.


– O papai já foi trabalhar Karen? – ele me perguntou enquanto descia rapidamente as escadas


– Já foi sim


– E a mamãe?


– Minha madrasta também já foi


– Ótimo, que matar aula pra tomar sorvete comigo?


– Ah, claro


– Tomamos sorvete e eu te deixo na escola no segundo tempo


– Perfeito. Mas você não tinha alguma coisa pra fazer ou algum lugar pra ir?


– Eu geralmente vou pro shopping a essa hora de segunda-feira, só tenho aula de manhã na faculdade terças,quartas e quintas.


– Hum, legal. Então sexta-feira eu posso matar as primeiras aulas com você de novo. Que tal?


– Eu não quero te prejudicar só porque gosto de passear por ai de manhã – ele disse e riu e logo após pôs seu braço sob meu ombro nos aproximando mais


– Não vai estar me prejudicando, as minhas primeiras aulas do dia geralmente são inúteis, o professor fica lá tentando falar mas ninguém deixa.


– Saudades de quando eu fazia esse tipo de coisa no colegial


– Você era um mau aluno? – eu perguntei um pouco surpresa


– Um mau aluno, não. Mas, passava longe de um aluno certinho – ele disse e riu baixinho


A conversa não foi tão interessante depois disso, nós tomamos sorvete, conversamos, rimos e então vimos que já estávamos atrasados, ou melhor, eu estava atrasada pro segundo tempo é claro mas estava atrasada. Fomos as pressas para o meu colégio e lá ele me deixou.


O melhor de tudo foi quando estávamos de frente pra porta do colégio e eu estava prestes a entrar correndo por aquelas portas e ele me parou. Vou descrever a cena exatamente como foi.


Eu soltei a mão dele que estava unida à minha e continuei correndo para poder adentrar o colégio quando ouvi a voz dele me chamando.


– Karen – ele disse e eu me virei imediatamente


Não deu tempo de pensar em nada, eu simplesmente me virei para atendê-lo e senti aqueles lábios quentes nos meus. Tudo que consegui fazer foi fechar os olhos e aproveitar aquele beijo maravilhoso. Meu coração batia muito forte, as mãos dele seguravam meus pulsos e seus olhos se mantinham fechados assim como os meus, eu não podia evitar apreciar, o simples toque de nossos lábios já me deixava em êxtase. Seus lábios eram tão doces, tão macios, tão beijáveis. Ele afastou nossos lábios vagarosamente buscando ar, porém mantendo nossos rostos bem próximos, ele me olhava nos olhos, mas de repente vi seus olhos tomarem outro rumo se arregalarem de leve, ele repentinamente soltou meus pulsos parecendo preocupado, e posso dizer, até mesmo constrangido.


– Me desculpe, eu ... eu


– T- tudo bem, eu – revirei os olhos vasculhando meu próprio cérebro a procura do que dizer


– Ah, boa aula. Eu vou indo, tchau.


– Tchau


Um pouco confusa eu me voltei para as portas do colégio e foi ai que eu percebi o motivo da mudança repentina no comportamento de Pietro, o sinal que anunciava o término das aulas e a dispensa temporária dos alunos para que os mesmos pegassem seus devidos matérias em seus armários havia acabado de tocar e muitos dos alunos, muito fofoqueiros por sinal, tiveram sua atenção presa a algo que acontecia do lado de fora do local. Malditas portas de vidro, eu pensei assim que pus o pé pra dentro do colégio e fui seguida por diversos olhares indesejáveis. Eles pareciam chocados, ou talvez tivesse um pouco de inveja naqueles olhares, eu não sabia bem eu só sabia que não eram olhares amigáveis.


Mas o olhar que mais me impressionou mesmo foi o do meu melhor amigo que me olhava chocado, ele sim sabia quem era o garoto mais velho que estava me beijando do lado de fora da escola, e era justamente por isso que eu temia o que quer que ele pudesse vir a falar comigo sobre tal situação. Por sorte, ele evitou esse assunto durante o dia inteiro como se nada daquilo houvesse acontecido, isso era reconfortante, admito. Porém, quando a ultima aula do dia foi se aproximando do fim eu percebi um bilhete que acabara de ser colocado na minha carteira, o abri reconhecendo não só a folha de caderno reciclável mas também a letra no bilhete, era, sem dúvida, de Eddie. O que estava escrito no bilhete era preocupante pra mim, como não sabia onde guardá-lo vou colocá-lo aqui:


 


“Me encontre depois da aula no nosso esconderijo,


 e faça o favor de não se atrasar muito.


                                                   Eddie”


Então é isso, estava escrevendo isso no ônibus e agora estou escrevendo aqui no nosso esconderijo secreto (meu e do Eddie). Engraçado, ele me pede pra não atrasar e é ele quem atrasa. Enfim, depois eu escrevo aqui tudo o que aconteceu. Minha vida anda agitada demais esses dias, a culpa deve ser sua, minha vida é um saco ai de repente eu começo a escrever em um diário e então todo dia tem algo novo pra eu escrever aqui, ao menos que fosse pra ter novidades boas não novidades confusas e estranhas. Hum, ou talvez seja simplesmente a adolescência, sei lá, dizem que adolescentes geralmente têm a vida conturbada, deve ser isso então. Até mais diário.


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Notas finais do capítulo

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