Eu o vi assim que entrei no trem. Ele estava na porta de uma cabine, conversando com alguns de seus amigos. Corri até ele e o vi sorrir e se despedir de quem quer que fosse que ele estava conversando. Assim que o alcancei, ele me agarrou pela cintura e me beijou.

Ok. Agora deixe-me explicar o que foi isso.

O resto do feriado no Largo Grimmauld foi ótimo. Apesar do Sr. Weasley continuar no hospital, foi como se esquecêssemos de todos os problemas. Esquecemos que estávamos fazendo reuniões de uma organização não permitida pelas regras da escola e, felizmente, esquecemos o motivo delas estarem sendo feitas: Umbridge. Esquecemos que eu estou junto com o garoto que eles mais odeiam na escola. Quer dizer, eles esqueceram. Eu não esqueci nadinha. Eu senti uma falta imensa de Draco no feriado. Imensa. Assim chegamos ao meu surto do trem.

– Estava com tanta saudade assim? - riu ele pondo a mão no meu cabelo

– Pode ter certeza. - eu disse

– Eu tenho que ir pro vagão dos monitores, eu te vejo depois. - sussurrou ele com sua boca na minha

– Tudo bem. - eu disse - Não demora.

– Não vou. - disse ele me beijando

Draco sorriu e tirou as mãos do meu cabelo. Ele deu um passo para trás mas eu o segurei e beijei-o.

– Lizzie. - disse ele

– Hm, certo. - eu disse - Pode ir

Ele riu e se afastou com Pansy para ir para o vagão dos monitores. Arfei e voltei para perto de Harry, que tinha acabado de entrar em uma cabine com Luna, Neville e Gina.

– Tem um pouco de baba em você. - disse Harry

Fuzilei-o com os olhos por um instante mas logo ri e passei a mão para limpar.

– Essa garota não para. - disse Harry para os outros

– Eu vou parar! - ri - É sério.

– Com o pior, grande coisa.

– Pior pra quem? - provoquei

– Eu sei que beijo melhor do que ele. - disse Harry

– Por que você acha isso? - ri

– Porque é óbvio. - disse ele - Eu nem sei o que você vê nele.

– Vocês dois não são tão diferentes assim. - eu disse

– Realmente, quand eu for um filhinho de papai preconceituoso seremos idênticos.

– Pelo menos, eu tenho um papai. - disse Draco parando na porta da cabine

– Pelo menos, não sou eu que to ficando com os seus restos. - retrucou Harry

– Verdade, você está ficando com os restos do melhor amigo morto dela. - disse Draco

Todos da cabine, que até aquele momento haviam estado em silêncio, encararam os dois chocados.

– Eu não acredito. - murmurei saindo da cabine.

Os dois me seguiram murmurando meu nome. Me virei irritada e empurrei os dois para uma cabine vazia. Ambos cruzaram os braços ao mesmo tempo.

– Eu estou cansada disso. - eu disse entredentes - Eu não quero que vocês sejam amigos, mas mais uma provocação dessas e eu paro de falar com os dois. Eu não quero saber quem começou. Droga, vocês parecem crianças. Apertem as mãos.

– Você está de brincadeira… - disse Harry

Fuzilei-o com meus olhos e ele estendeu a mão para Draco, com mau-humor. Draco apertou a mão dele rapidamente e cruzou os braços novamente.

– Agora cai fora, Harry. - eu disse

Harry saiu resmungando e eu olhei para Draco.

– O que você veio fazer? - perguntei - Além de insultar dois dos meus melhores amigos.

– Eu só vim trazer esse chocolate pra você - sorriu ele - A mulher dos doces passa primeiro no meu vagão e é seu favorito.

Ele estendeu a mão e mostrou três barras do chocolate que era, de fato, meu favorito.

– Três barras? - ri - Mas você tem razão, é meu favorito. Como você sabia?

– Cinco anos gostando de você resultou em alguma coisa. - sorriu ele - Eu sei bastante sobre você. Como você coloca o cabelo para trás quando está concentrada, quando mexe nele quando está distraída. Como você sorri quando está pensando sozinha. Eu até sei como você beija o Potter.

– Você ficava nos encarando? - estranhei

– Não, mas vocês talvez tenham aparecido numa revista. - bufou

– Você leu? - ri

– Claro que não. - sorriu ele, visivelmente, mentindo

– Imagino que não mesmo. - sorri

Ele sorriu e eu beijei ele.

– Obrigada por esperar. - eu disse

– Eu esperaria de qualquer jeito. - disse ele - Mas quem vai ter que esperar agora é você, vou voltar pra lá.

– Tudo bem.

Ele me beijou na testa e saiu da cabine. Suspirei e voltei para a cabine que eu estava antes. Gina, Neville e Luna sorriram para mim.

– Está tudo bem? - perguntou Luna

– Sim, está. - sorri - Cadê o Harry?

– Ele saiu com você e ainda não voltou. - disse Neville

– Ele deve estar com a Cho. - eu disse

– É, deve ser. - disse Gina

Sorri para eles e dei uma mordida no meu chocolate. Harry entrou na cabine e sentou do meu lado.

– Oi - ele disse

– Oi - respondi

– Desculpa pelé que eu falei.

– Já está tudo bem, não se preocupe com isso. - murmurei

– Mas eu não tinha pedido desculpas ainda. - disse ele

– Eu aceito-as então. - eu disse sorrindo

…

Estávamos sentados, tomando café da manhã, quando o correio chegou. Os poucos que ainda recebiam o Profeta Diário, receberam um exemplar com letras grandes e pretas na primeira página.

– Posso dar uma olhada, Marta? - perguntei para uma garota do sétimo ano que estava sentada perto de mim: Marta Badler.

– Claro - disse ela me estendendo o jornal Li a notícia e fiquei chocada.

– Viu isso? - perguntei para Harry - Dez comensais fugiram de Azkaban.

Ele tirou o jornal da minha mão rapidamente.

– Ei! É da Marta! - exclamei

– Não tem problema. - disse Marta

Harry sorriu para mim, me irritando.

– É claro que eles culparam o Sirius. - murmurou ele

– Que outra opção eles teriam? - murmurei

– Aceitar a verdade. - disse Harry

– Eles vão aceitar. - eu disse - Logo.

– Eu sei que sim. - sorriu ele

Neville nos observava e se levantou subitamente ao ouvir. Ele saiu do Salão e Harry suspirou.

– Eu vou ajudar ele. - disse Harry

– Eu também. - eu disse

Levantamos e corremos pro Saguão. Lá, vimos Neville andando pelo corredor da direita e Draco descendo as escadas.

– Pode ir. - disse Harry - Não tem problema.

– Você me chama se ele estiver muito chateado? - perguntei

– Chamo. - disse ele

Sorri para ele e Harry beijou minha testa.

– Você não consegue ficar sem provocar ele, não é mesmo? - ri

– Não. - disse ele - To indo.

Me virei para Draco e sorri.

– Ei - disse ele

– Ei. - ri

– Você já tomou café? - perguntou ele

– Já, e você? - sorri

– Já. - murmurou ele - Quer dar uma volta?

– Você é um péssimo mentiroso - sorri

– Quer dar a volta ou não? - riu ele

– Quero. - ri

Ele me puxou para um beijo e segurou minha mão.

– Sua primeira aula é de que? - sorriu ele

– Transfiguração. - eu disse

– E a sua? - Defesa Contra as Artes das Trevas. - disse ele

Bufei.

– Achei que você gostasse. - disse ele

– Eu gosto da matéria. - murmurei

– Ah, vai dizer que você não gosta da Umbridge? - riu ele

– Não! - eu disse - Você gosta?

– Ela está fazendo um ótimo trabalho. - disse ele - Colocando Hogwarts no seu devido lugar.

– Ela não usa feitiço algum! - exclamei

– A gente não precisa usá-los. - disse

– Claro que precisamos. - eu disse - Você sabe que Voldemort voltou, Draco.

– O que você quer dizer com isso? - perguntou ele

– Você sabe que ele voltou. - repeti - Seu pai provavelmente te…

– Claro que você pensa isso, Alice. - disse ele - Eu tenho que ignorar tudo o que minha família sempre me ensinou pra poder ficar com você, tenho que engolir meu preconceito mas você pode odiar minha família.

– Eu nunca disse que odiava sua família! - eu disse - E me desculpa se é um sacrifício tão grande para você ficar comigo. Trocar saliva com uma sangue-ruim.

– Claro que não. - bufou ele - E eu não acredito que você acha que eu penso isso de você.

– Ei - eu disse parando e segurando sua mão. - Me desculpa.

Ele desviou o olhar e deu uma apertadinha na minha mão. Fiquei na ponta dos pés e beijei-o. Ele deu uma risadinha.

– Você sabe manipular qualquer um. - disse ele sorrindo

– Só os que eu quero, para falar a verdade. - sorri