Tinha sido um verão tranquilo. Eu quase não tinha chorado, mas quando minha mãe me perguntou se eu queria chamar o Cedrico para vir aqui em casa eu chorei por 2 dias quase seguidos. Ela não sabia, era mentira aquele lance dela ter assinado o Profeta. Alguém tinha mandado aquele exemplar para ela, alguém chamado Cedrico Diggory. Eu sonhava sempre com a cena do velório dele e dpois imaginava Harry sozinho lutando contra Voldemort. Era assustador.

Faltavam duas semanas para voltar para Hogwarts e eu estava jantando. Otulissa entrou pela janela com algumas cartas. Subi para o meu quarto para lê-las.

Peguei a primeira, era de Harry.

"Ei Lis, to com muita saudade de você. Muita mesmo, pense na maior coisa do universo. Pensou? É o tamanho da minha saudade. Esse verão foi péssimo, sinto falta de minha pequena jogadora de truco. Mas saiba que eu vou ganhar de você na próxima vez que jogarmos, eu deixei você ganhar da última vez. Obvio. Daqui a duas semanas começam as aulas, mas eu quero te ver antes. Vou dar uma volta agora para esfriar a cabeça, estava ouvindo o noticiário embaixo da janela: nada relacionado a Voldemort e ainda bati a cabeça no parapeito. Meus tios estão quase morrendo de raiva, vou sair daqui. Espero não encontrar com Duda, ele e os amigos saem espancando os garotinhos da vizinhança. Duda não consegue acreditar que você é minha namorada, ele está com ciúmes. Os meus sonhos estão cada vez mais doídos, acho que eu preciso de você naquele velho sofá na Torre da Grifinória. Com (muito) amor, Harry."

Sorri e cheirei a carta, tinha o cheiro dele. Comecei a escrever a resposta quando lembrei que Otulissa estava com outra carta. Era de Mione.

" Não dá para explicar mas arrume suas coisas, vamos passar aí para te pegar as 20h."

Meu malão já estava arrumado mas eu achei estranho. Mione sempre escrevia cartas enormes. Deixei tudo que levaria para Hogwarts separado.

– O mãe! - gritei - Vem aqui.

– Oi filha. - disse minha mãe colocando a cabeça para dentro do meu quarto.

– Eu vou sair daqui a 20 minutos. - ri

– Vai para onde?

– Não sei - eu disse estendendo a carta para ela.

Ela leu a carta e deu de ombros.

– Tudo bem, só lembre-se de dar tchau para seu irmão e seu pai.

Voltei a escrever a carta para Harry.

" Harry, eu aposto que eu estou com mais saudade que você. Tenho vontade de gritar todo dia quando tenho que dormir sem você. É claro que nós vamos nos ver antes disso, é uma ordem. Eu vou brigar com todos até chegar em você, nem que eu tenha que andar até aí. Não ligue para o Duda, eu tenho um fraco por ocludos, magrelos e lindos. Ele não é meu tipo. Sem contar que ele não caberia em um sofá comigo. O Profeta não tem falado nada sobre Voldemort também mas você e Dumbledore tem sido constantemente mencionados. Você tem lido mais que a primeira página certo? Diz que sim e me deixe orgulhosa. Mione me falou que vem me buscar as 20h de hoje, eu não sei onde vamos. Até breve. Com (muito mais) amor, sua Alice.

– Otulissa, leva essa pro Harry ok? - sorri - Eu não vou voltar para cá mas eu não sei onde vou. Se você não me achar vá para Hogwarts e fique com o Hagrid.

Ela voou para longe e a campainha tocou.

– Entre queridos. - escutei minha mãe.

Saí do meu quarto e vi Mione, Rony e o Sr. Weasley lá embaixo. Desci as escadas correndo e abracei Mione. Depois Rony. Depois o Sr. Weasley, mas este estava prestando mais atenção na tomada.

– Mãe, por que você não mostra para o Sr. Weasley como usar a cafeteira?

– Claro. - sorriu ela. Minha mãe consegue ser bastante simpática, quando quer.

Subimos pro meu quarto.

– Onde a gente vai? - sorri

– Não sabemos - disse Rony

– A gente vai pegar Harry também? - sorri

– Dumbledore disse que é importante ele ficar um pouco mais com a família. - disse Mione

– Mas ele odeia aquela família! - exclamei - Eu sou a família dele, nós somos!

– Eu disse que ela ia ficar brava. - riu Mione

– Eu não estou brava. - exclamei - Mas eu acho que ele já passou por muita coisa para ter que ficar preso o verão todo. Voldemort voltou!

Rony e Mione se encolheram.

– Não fala o nome dele. - sussurrou Rony

Bufei.

– Vamos crianças? - perguntou o Sr. Weasley lá de baixo.

– Depois a gente convence eles a buscar o Harry, não se preocupe Alice. - sorriu Rony

– Tá. - respondi

Descemos e eu me despedi da minha família.

– Até filha. Bom ano. - sorriu meu pai.

O Sr. Weasley me perguntou onde era o metro mais próximo e fomos andando até lá.

– A gente não vai sair de Londres? - perguntei

– Não. - sussurrou o Sr. Weasley - Mas fiquem quietos, por favor. A gente não pode chamar atenção.