Não. Não estava tudo resolvido na manhã seguinte. Nem na depois. Nem na semana toda.

– Você tem que falar com ele! - exclamei enquanto andava com Harry para ir pra próxima aula. Eu e Mione revezamos para ficar com eles. Ora com um, ora com outro.

– Alice não! - Harry disse - Ele não quer acreditar em mim, eu não vou suplicar para que ele o faça.

– Você não vê que ele está com ciúmes? - perguntei - É tudo você Harry, já percebeu?

– A culpa é minha? - rebateu ele.

– Não, é claro que não. - eu disse - Mas você é sempre o heroi. Ele tem cinco irmãos mais velhos. Nunca é o primeiro em nada. Em casa ou em Hogwarts.

– Ele quer uma droga de cicatriz na testa que faça ele ser perseguido? Eu troco tranquilamente! Ele tem pais, ele tem família. E o que eu tenho? - disse ele

– Bom, você tem a mim. - eu disse um pouco ofendida.

Ele suspirou.

– Desculpa, não foi isso que eu quis dizer. - sorriu ele - Só que eu não acho que seja uma vantagem ser "o menino que sobreviveu". Ele tá errado em ter ciúmes de coisas que eu não queria que tivessem acontecido.

– Mas você sente a falta dele. - suspirei

– Claro que sinto, mas não é o bastante. - disse ele, ele deu um beijo na minha testa e foi ao banheiro.

Cheguei na sala de aula e sentei do lado de Hermione.

– Falou com ele? - perguntou ela

– Sim, e você? - eu disse

– Falei. Rony diz que não tá nem aí e que vai deixar tudo como está.

– O orgulho dele está ferido, é claro que ele sente falta de Harry. - suspirei - Harry disse que gostaria de fazer as pazes mas não vai tomar iniciativa. E eu falei pra ele aquilo do ciúmes de Rony.

– E? - perguntou ela

– Ele quase explodiu comigo. - ri

– Se ele explodisse talvez o pedaço da boca dele fosse de encontro com a sua e vocês finalmente se beijassem. - zombou ela

– Ha-Ha. Que engraçada! - desdenhei

O novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas entrou manco. Ele tinha uma aparência bem diferente. Ele era loiro, mas o cabelo já estava meio grisalho. Ele tinha o rosto deformado por cicatrizes e ele tinha um olho mecânico. Ele mancava pois não tinha uma perna. No dia que ele apareceu, Rony exclamou que ele era um antigo auror.

– Alastor Moody - rosnou ele - Estou aqui por que Dumbledore me pediu. Fim de papo. Hoje vamos aprender sobre maldições. O ministério acha que vocês são jovens demais para isso mas eu discordo, vocês têm que saber o que vão enfrentar. Precisa achar outro lugar para colocar o chiclete que não em baixo da carteira Sr. Finnegan.

– O velho tem olhos atrás da cabeça. - sussurrou Simas, que estava atrás de mim.

Olhei para frente e quase fui atingida por uma coisa que o Prof. jogou em Simas.

– Posso ouvir o que diz aí atrás também. - gritou ele. - Alguém sabe alguma maldição?

Rony levantou a mão.

– Maldição Imperius. - disse ele

– Essa deu trabalho para o ministério alguns anos atrás.

Ele pegou uma aranha que estava em um pote e a aumentou um pouco.

– Imperius - disse ele

No segundo depois a aranha estava fazendo tudo que Moody mandava, ele a atiçou contra alguns alunos como Draco e Rony. Depois ele a colocou de volta no pote.

–Muitos bruxos só alegaram que obedeceram a você-sabe-quem porque estava sendo controlados por essa maldição. - disse ele - Como descobrimos os mentirosos? Longbottom!

– A-a-a maldição Cruciatus - disse Neville gaguejando.

– Exato - disse Moody.

Ele pegou a aranha outra vez e lançou o feitiço nele. A aranha começou a se contorcer de dor e a guinchar. Neville olhava horrorizado pra ela.

– Pare! - gritou Hermione - Ta machucando ele!

Moody parou e colocou a aranha na mesa de Hermione.

– Talvez você pudesse me dizer a última maldição, Srta. Granger?

Hermione negou com a cabeça.

– Avada Kedavra. - disse ele e, com um lampejo de luz verde, ela morreu. - Maldição da morte, não tem escudo nem remédio. Só tem uma pessoa no mundo que sobreviveu a ela. E ele está aqui na sala. Qualquer um que usar uma das três ganha uma passagem só de ida para Azkaban. Estão liberados.

Corri para alcançar Harry e fomos pro Salão Comunal. No caminha, percebi que ele estava muito quieto.

– Você está bem? - sussurrei

– Acabei de ver como meus pais foram assassinados. - sussurrou ele - Não.

Abracei ele e ficamos lá, abraçados no meio do corredor vazio.

– Você está com medo? - perguntei

– Do torneio? - perguntou ele - Morrendo.

– Vai ficar tudo bem tá? - eu disse - Daqui alguns anos nós vamos morrer de rir de tudo isso.

Ele tirou o cabelo do meu olho. Ele olhou para os dois lados do corredor e sorriu. Me puxou pra perto e eu coloquei minhas mãos na sua nuca.

– Oi Harry - disse Colin, que estava parado do nosso lado.

– Oi Colin - suspirou Harry

– Desculpa mas o Prof. Dumbledore está chamando os campeões. Acho que é pra ver as varinhas.

– Claro - sorriu ele - Obrigada Colin.

– É pra você vir agora. - disse ele.

– Eu te vejo depois - sorri - Me dê sua mochila que eu deixo no seu dormitório.

– Tá - disse ele - Obrigada.

Nos separamos e eu segui pro Salão Comunal. Subi pela escada que levava aos dormitórios e entrei no de Harry.

– Todos vestidos? - perguntei com os olhos fechados.

– Pode entrar Alice - disse Rony rindo

Abri meus olhos e ri. Rony estava sentado em sua cama sozinho.

– Oi - ele disse

– Oi - sorri - Eu vim deixar as coisas do Harry aqui.

– Ah - disse ele - A cama dele é aquela. Cadê ele?

– Foi ver as varinhas, algo assim. Pro torneio. - eu disse

Ele resmungou algo e eu sentei na cama dele.

– Nem adianta tentar Alice - disse ele

– Eu não ia falar nada - eu disse

– Ia sim, você ia falar que não foi ele. - resmungou ele - Mas claro que foi.

– Eu não vou tentar te convencer - eu disse - Mas eu acho que você devia confiar nele. Ele não teria razão pra esconder isso. Eu sei que parece que foi ele mas, se ele diz que não foi, eu acredito.

Levantei e saí do quarto.