The Last Men Standing escrita por Venus Noir


Capítulo 1
we are super junior


Notas iniciais do capítulo

Suschöne me pediu uma friendship!KyuHyuk e como ela merece demais todo o meu amor e o de todo mundo, eu corri pra escrever. ♥
O 'conceito' dos zumbis é o mesmo de The Walking Dead. Exceto pela parte da doença, o vírus aqui se manifesta em todo mundo, a não ser pelos que, como o Kyu e o Hyuk, são 'imunes'. Tem explicação ao longo da fanfic, acho que vai ser fácil pra vocês entenderem. :3
Espero que vocês gostem. ♥ PRINCIPALMENTE VOCÊ, SUSHLIEBE!



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Afinal, os Maias estavam certos sobre o fim do mundo. Alguns interpretaram erroneamente as predições desse povo pré-colombiano, disseram que não era exatamente o fim do mundo, e sim algum evento de grande magnitude que poderia mudar todo o curso da humanidade, as versões eram muitas. E, de fato, a terra não se partiu em duas, nenhuma bomba nuclear foi atirada sobre o coração da Europa, não, nada assim. Extraterrestres não invadiram o planeta, declarando seu ódio à raça humana, tampouco alguma guerra de consequências catastróficas implodiu durante o ano de dois mil e doze.

Na verdade, foi algo muito pior. Um vírus mortal que dizimou, em questão de cinco ou seis meses, oitenta por cento da população mundial – isso de acordo a porcentagem divulgada dois mês depois do primeiro caso da doença que transformava sujeitos normais em mortos-vivos sedentos por carne fresca. Um semestre já havia se passado. Kyuhyun pensava que, se restassem dez mil pessoas em todo o globo, seria uma quantia incrivelmente alta. Só para elucidar melhor, até aquele dado momento, a despeito de seus esforços para encontrar gente viva e saudável, não houve vivalma em Seul que recorresse ao seu socorro.

De vez em quando, ele e Eunhyuk – até onde tinha conhecimento, os dois foram os únicos do show business que resistiram ao vírus – subiam no alto do prédio da SM Entertainment e observavam o caos lá embaixo. Os ‘zumbis’ vagavam pelas ruas abarrotadas da capital sul-coreana. Era insano. Certo dia, Eunhyuk teve certeza de ver o cadáver andante de um homem que vestia o uniforme do exército norte-coreano. Aquele cara, fosse lá quem fosse, devia ter errado da Coréia do Norte até Seul... Era uma caminhada e tanto! Esses zumbis eram mesmo obstinados.

Eunhyuk e Kyuhyun tinham se safado da epidemia por acaso – acaso não, Kyuhyun faria questão de corrigir. Seus genes eram bons, fora por isso. Aparentemente, o sistema imunológico de ambos era resistente ao vírus, que, além de ser transmitido através de uma mordida de zumbi, se espalhara pelo ar. Os que não morriam pelas unhas e dentes dos mortos-vivos, tombavam pela doença. Em alguns, ela se manifestava tardiamente. Em outros, era bem mais rápido. Nunca era imediato, no entanto, era sempre terrível.

Os dois assistiram a seus melhores amigos caírem, um a uma. Primeiro Kim Ryeowook... Depois Choi Siwon. O líder. Lau Henry e, dai por diante, a existência de todos os que até ali aguentaram se transformou numa espera massacrante pelo próximo a fenecer. Mas, sem dúvida, a pior de todas as mortes foi a de Lee Donghae. Se Hyukjae continuava são era por milagre de um Deus que há muito deixara a humanidade ao léu. Kyuhyun nunca viu alguém sofrer tanto, chorar tanto. Quando Donghae teve o corpo velado e enterrado no pátio aos fundos do prédio que ainda ocupavam, o rapper quase pediu para ir com ele.

Todavia, sabia que tinha que ser mais forte. Seu peixe não iria gostar nem um pouco se ele simplesmente se entregasse. Era só por essa razão que Eunhyuk ainda aguentava firme.

X

Se houvessem indagado a Kyuhyun qual seu maior medo, ele jamais teria respondido: que todos os meus amigos queridos virem zumbis. Apesar de ser um gamer por excelência, uma situação tão estapafúrdia como aquela nunca passara por sua mente fissurada de um autêntico geek. E ele achava isso um tanto irônico. Por quantas vezes não se imaginara como um herói capaz de lutar simultaneamente com duas espadas e uma adaga, fodendo com tudo num planeta longínquo?

Recordava-se dessa época tranquila de sua vida com nada além de uma parca nostalgia. Não era só seu organismo o resistente àquele pandemônio. Ele próprio também era. Havia se tornado, para ser mais exato. Eunhyuk se resignara, já Kyuhyun estava arrasando – segundo ele mesmo.

Com o pesado armamento trazido por várias Everlasthing Friends, eles tinham se guarnecido bem. E uma pausa aqui para explicar exatamente como essa doação se deu: ao tomarem conhecimento dos iminentes ataques que ocorriam pelos quatro cantos do planeta, elas resolveram proteger não a si mesmas, mas a seus ídolos. Portanto, organizaram-se, saquearam diversas lojas de artigos bélicos, o exército, postos policiais e onde mais elas desconfiassem que houvesse ao menos uma singela pistola.

Porque, obviamente, foi fácil descobrir que só se dava cabo de um zumbi abrindo fogo contra ele. Mandando uma bala direto no cérebro.

Para a alegria de Kyuhyun, havia munição o suficiente para que ele desse um tiro em cada zumbi que rondava a cidade. E ele facilmente adquirira uma excelente pontaria. Ir ao terraço do prédio e liquidar alguns presuntos era o seu único hobby atualmente. Impossível discutir ou dissuadir aquela criança feliz.

Talvez fosse uma forma de ele reafirmar sua masculinidade, já que não havia mais mulher por perto. Eram só eles dois. Eunhyuk meio que entendia a necessidade quase vital de seu companheiro de acertar umas cabeças. O que ele podia fazer? Deixava que ele se divertisse à vontade.

X

Sua motivação maior estava em Donghae, naturalmente. Porém, se não fosse por Kyuhyun, Eunhyuk não teria suportado um dia sequer. Kyuhyun era divertido, engraçado. Ele lhe tirava os pensamentos da miséria que se instalara e que parecia irreversível. Sempre se dera bem com o maknae e, naquele mundo apocalíptico, ele se tornara seu refúgio. Sem ele, estaria perdido.

Muito embora discutissem todo dia, religiosamente...

— Você não pode continuar estragando munição à-toa, Kyuhyun-ah! Qual a graça de ficar matando esses descerebrados a torto e a direita?

Kyuhyun fazia ouvido de mercador. E, com o rifle nas costas, brincava com a cachorra que uma fã maluca lhes dera. Ele e a cachorra, um pastor-alemão, andavam por ai como se fossem melhores amigos de infância. Não que Eunhyuk tivesse ciúme... Mas enchia o saco. A cadela – o nome dado pela fã louca à cachorra era Adhara, e eles decidiram não mudá-lo – tinha tanto gosto no passatempo de Kyuhyun quanto ele. Bastava o maknae posicionar seu rifle que a criatura ficava numa concentração digna de um monge, irrompendo em latidos roucos e intensos e vibrantes quando ele acertava o alvo.

E não parava por ai: eles saiam juntos em busca de mantimentos. Na sentinela, passavam a noite um do lado do outro. Eunhyuk perdera a conta de quantas vezes chegara ao terraço e Kyuhyun tinha caído no sono abraçado com a cachorra, os dois roncando sonoramente. Enquanto ele considerava Kyuhyun como seu único companheiro e amigo, seu dongsaeng tinha relegado esse posto a uma cachorra idiota e metida...

Ele compreendia. Sério, ele compreendia. Amava Choco – o pobrezinho foi atacado por um grupo de zumbis famintos que estavam no seu encalço e que só o esqueceram ao alcançar e esfacelar seu cachorrinho. Mesmo assim, em hipótese alguma ele iria preferir Choco a Kyuhyun. Acontece que Kyuhyun era um traidor de sua raça.

Sorry Sorry Sorry Sorry, naega naega naega meonjeo… Nege nege nege ppajyeo. Ppajyeo ppajyeo beoryeo baby

— O que você está fazendo, Kyuhyun-ah? — Indagou o dançarino, arregalando os orbes ao se deparar com Kyuhyun cantando e executando compenetradamente os passos correspondentes à parte do refrão da coreografia de um dos maiores sucessos do Super Junior, Sorry Sorry.

Shawty Shawty Shawty Shawty. Nuni busyeo busyeo busyeo, sumi makhyeo makhyeo makhyeo. Naega michyeo michyeo baby

Seus olhos foram de Kyuhyun para a cachorra que o fitava como que vidrada, e ele logo o inferiu o óbvio... Kyuhyun estava tentando ensinar a coreografia para ela. Entretanto, em todo aquele tempo, ele nunca – e é preciso frisar essa palavra – nunca dançara consigo.

Eunhyuk estava chateado.

Mas, para não dar uma de recalcado, ele pôs um sorriso – um daqueles sorrisos de palco – no rosto e começou a dançar também. Há quantas eras não dançava! Se havia um motivo pelo qual odiava o apocalipse era esse: ele lhe tirara o bom ânimo. Abatera suas forças. Se quisesse continuar vivendo, aquilo tinha que mudar. Tinha que dançar novamente.

Depois de executarem toda a coreografia de Sorry Sorry, passaram para Mr. Simple. E Bonamana. E A-Cha, No Other, Perfection, Don't Don, U. Fingiam ter uma audiência logo adiante, entoando fanchants e vibrando loucamente. Era tão... revigorante. Estavam suados e eufóricos, rememorando a adrenalina de subir ao palco, de se apresentar aos fãs, de receber o amor e a admiração deles. Através daquelas canções, reviviam o auge de suas existências. E descobriam também que podiam voltar a ele sempre que resolvessem fazê-lo. Tinham voz e disposição para dançar e fazer seu show particular. Ainda eram o Super Junior, na mesma boa forma de sempre.

Quando decidiram performar Oppa Oppa, entretanto, Kyuhyun notou algumas lágrimas no canto dos olhos de seu hyung. Logo após Oppa Oppa, veio It’s You. E foi ai que Eunhyuk desmoronou.

Aos prantos, ele foi até o heliponto, se deitando de barriga para cima e abrindo teatralmente os braços sobre o piso. Kyuhyun não tinha muito jeito pra consolar as pessoas, mas ficou ao lado de seu amigo até que ele cessasse de chorar. O que demorou uns minutos consideráveis. O maknae concluiu que Hyukjae só podia estar atolado de emoções que segurara por tempo demais. Enfim, ele estava colocando-as para fora.

Ainda soluçando, ele sussurrou, tão baixo que Kyuhyun só ouviu por que havia se agachado e, por isso, estava bastante próximo: — It’s You sempre me lembra ele. Ele dizia que era nossa música...

Donghae era tão clichê.

— Eu sinto a falta dele, Kyuhyun-ah. Sem ele, eu não sou nada. — Em resposta, recebeu um tapinha desajeito de seu dongsaeng. E, erguendo o olhar ao céu acinzentado, continuou. — Eu ainda não acredito que ele se foi. Ele e os outros... Parece que é só um pesadelo. Mas até agora eu não acordei.

O que devia falar? Kyuhyun se sentia muito desconfortável nessas situações. Soltou um muxoxo, como que concordando. Era tudo o que estava ao seu alcance fazer.

— Eu sonho com ele todos os dias. Se não a noite, eu o faço acordado...

Ai já não se tratava mais de desabafo. Kyuhyun não tinha nenhuma obrigação de se prestar ao papel de conselheiro ou ouvinte amoroso.

— Olha, eu não vou ouvir suas histórias de amor com o Donghae-ah, ok? Não to a fim de ter meu ouvido alugado por um sentimental que nem você. Se quer falar sobre isso, escreva. Comece um diário, sei lá. Mas eu é que não vou escutar.

Kyuhyun tinha ficado um tanto mais insensível depois de todas as mortes, de ver seu mundo despedaçado. Ele se aproximou da cachorra que os assistia, impassível, a língua dependurada da boca eternamente aberta. A saliva lhe escorria, estendendo-se até o chão – e não, não é exagero. Eunhyuk bufou, sentando-se sobre os joelhos dobrados. O maknae era mesmo um chato intragável.

— E você?

— Eu o quê?

— Vai dizer que não pegou ninguém esse tempo todo? Nós sempre desconfiamos que você escondia alguém... Quem era?

Kyuhyun gargalhou sonoramente. Alguém? Ele era o perigote daquela empresa e Eunhyuk lhe perguntava se ele escondia ‘alguém’? A cada dia era uma garota diferente, Kyuhyun não era fácil. Ou melhor, era. Quer dizer... Ele não. As garotas que lhe perseguiam para onde ia e que o seduziam e o convenciam de que relação carnal era algo legal de se ter, sobretudo quando se está meio entediado. 

— Vai citando ai quem você acha que era. — Kyuhyun mostrou todos os seus dentes num sorriso que continuava impecável. Ele ainda era aquele velho protótipo de galã, incurável...

Eunhyuk franziu as sobrancelhas, sorrindo em seguida. Então era como um jogo? Ele achou que seria divertido.

— Aquela dançarina do solo do Ryeowook no SS4?

— Oh yeah! Continue. Não para por ai.

— A garçonete do quiosque do shopping ao lado?

— Uuhh... Ela era linda, não era?

— E quanto a Seohyun-ssi?

— Kekekeke. Prossiga.

— Victoria?

— Ela era ótima também. Tem mais, vá dizendo.

— Sooyoung-ah?

— Boas lembranças.

Notando o ar sonhador do maknae, Eunhyuk fez uma careta. Não acreditava que Kyuhyun estava se gabando por ter se atracado com algumas garotas. Ainda que, entre elas, figurassem nomes como o da líder do f(x) e o de duas Soshis, não era nenhum número muito elevado. Era só a média para um garoto comum.

— Foram só essas? Nada demais.

— Claro que não, hyung, tem muito mais. — Redarguiu, soando ofendido.

— Se você diz... — Subitamente, uma ideia relampejou na mente nada inocente de Eunhyuk. O sorriso que se abriu em seu rosto, dessa vez, era malicioso e pervertido. Agora sim ele ia rir a valer... — Sungmin-ah?

Imediatamente, Kyuhyun corou. Todas as garotas que Eunhyuk citara até então haviam sido suspeitas que ele e Donghae levantaram quando se perguntavam sobre Kyuhyun e todo o mistério acerca das saídas furtivas que vez ou outra ele dava. Numa época, ele andava próximo demais a Victoria. Em outra, era de Sooyoung que ele virava amigo e de quem não se desgrudava. Não fora nada difícil pensar nelas. Kyuhyun era ligeiramente previsível.

E quanto a Sungmin? Por incontáveis noites, ele escutara barulhos estranhos vindos do quarto que os dois dividiam. Donghae tinha o costume de maldar tudo... Mas mesmo Eunhyuk tinha sim alguma dúvida sobre a verdadeira natureza do relacionamento de Sungmin e Kyuhyun.

— Você nunca me enganou, Kyuhyun-ah.

Kyuhyun virou a cara, as bochechas tão ruborizadas quanto era possível.

Era um tanto hilário. Lembrando-se de alguns episódios ainda mais estranhos na época de seu debut no Super Junior M, ele resolveu jogar mais pesado.

— E Zhou Mi?

A essa altura, Kyuhyun estava prestes a ter um colapso nervoso. Estava visivelmente nervoso, tremia nas bases. Ele não disse que sim nem que não, e nem precisava. Só pela expressão, Eunhyuk já inferira que era verdade, cada uma de suas suspeitas era verdadeira.

— Ah, mas você dá muito na cara! HAHAHAHAHA! EU SABIA! Zhou Mi também nunca soube disfarçar!

Passado o constrangimento inicial pela menção de seus dois amantes, Kyuhyun assumiu ares melancólicos. Um sorriso incerto pairou em sua face, e a mesma se enrugou. Em sua testa, uma ruguinha que, a princípio, parecia de preocupação. Prestando mais atenção não era outra coisa a não ser tristeza. Saudade, talvez.

— Desculpe, Kyuhyun-ah. Deve ser um assunto difícil pra você.

— Não... Tá tudo bem. Já passou. Eu estou bem.

— Você não precisa fingir tanto. Pode desabafar também, se quiser.

Kyuhyun ficou quieto. Sacudiu a cabeça, negando.

— Não. Não há nada a falar. Me garantiram que, assim que ele manifestou os primeiros sinais da doença, trataram de dar um tiro na cabeça dele. Ele teve uma morte digna, ao menos.

— Mas ele morreu lá na China. Nós estávamos todos aqui, até Henry estava aqui. Leeteuk saiu do exército... Só faltava Zhou Mi.

Kyuhyun engoliu a seco, franzindo ainda mais sua expressão. Mordeu o lábio inferior com força aparente, e Eunhyuk teve certeza de que o brilho em seus orbes era causado por uma lágrima que ele sem demora suprimiu. Kyuhyun teimava em ser duro na queda.

— Ele não podia vir, poxa! Os aeroportos fechados, as estradas bloqueadas... E, até o estopim da coisa toda, ele estava vivendo normalmente a vida dele. Logo que a loucura toda começou, eu jamais imaginava que ia acabar desse jeito. O que eu deveria fazer? Ligar pra ele e pedir que ele tomasse o primeiro voo até Seul? O que nós poderíamos fazer por ele? Ele não era como nós, não era imune ao vírus. Ele ia morrer de qualquer jeito.

— Ia... Mas ao menos você ia ter algum tempo com ele.

— Foda-se isso! — Levantou-se, batendo a poeira inexistente nos joelhos e nádegas. Foi até o parapeito, tendo o tempo inteiro a cachorra em seu encalço. Subindo na mureta protetora do terraço, ele retirou o rifle das costas e, destravando-o, apertou o gatilho algumas vezes. Para liberar suas emoções, nada mais apropriado do que acertar uns zumbis, como lhe era de praxe.

— Você sabe do que eu mais gostei? Disso tudo?

— Do quê?! — Indagou Kyuhyun em alto e bom som. O vento estava impiedoso, bagunçava seus fios castanhos, e ele não queria que sua voz fosse abafada por isso.

— De quando Lee Sooman-ssi pirou e mandou evacuar o prédio, trazer suprimentos o suficiente para uma vida inteira. Logo depois, ele ficou doente, lembra? — Eunhyuk também gritava. Sua voz tinha um toque de divertimento. Aquele assunto o agradava sobremaneira. Kyuhyun prestava atenção a ele. Havia pulado da mureta e o encarava, com um sorriso igualmente comprazido. — Dai ele ficou doente. E ninguém fez nada, porque afinal ele era o patrão. Até que um dia ele realmente virou um zumbi. Que zumbi feio e tenebroso, horrível! Nunca vi nenhum mais feio. E olha que eu já vi uns bem bizarros. Você se lembra o que nós fizemos com ele, Kyuhyun-ah?

— Atiramos na cabeça do filho da mãe! Ele mereceu, hyung!

— Somos gratos a ele, não é? Apesar de tudo. Mas ele merecia mesmo aquele tiro!

— Aquele dia ficou para a história.

— Verdade.

Kyuhyun pôs as mãos nos quadris, dando outro de seus sorrisos. Esse era discreto e revelava claramente que ia propor aquelas ideias que só podia provir de seu imaginário. Caminhando até a caixa que trouxera aquela manhã, a abriu e retirou de lá a metralhadora alemã que era o seu xodó. Relíquia da segunda guerra, presente de uma fã germânica que lhe dera também o que parecia ter sido toda a munição disponível no mercado. Voltando-se a Eunhyuk, entregou a este o seu rifle. Demorou dois ou três minutos montando a base da MG-42 e, ao prepará-la nos devidos conformes, acenou ao seu amigo.

— Vamos detonar alguns zumbis.

Eunhyuk não recusaria. Ainda estava com os nervos à flor da pele, queria extravasar. Apanhou o rifle e se posicionou ao lado de Kyuhyun. Aos primeiros tiros, o maknae entoou as primeiras estrofes de uma das canções de seu penúltimo disco.

Eunhyuk o acompanhava. Atirando e cantando, a vida seria tolerável. Era uma distração e tanto. Agora entendia porque Kyuhyun gostava daquilo. Chegava até mesmo a relaxar seus músculos tesos por toda a tensão. Atingindo um, dois, três, quatro mortos-vivos à distância. Sentia-se como um atirador de elite. Aquela sensação era libertadora.

Urin kyumo-do chego, skill-do chego, mwodeunji chego. Animyeon andwae Super Junior-neun wonrae maen jaman ppajin ireum hamyeo himsen tori superman!”¹

No fim, não era tão ruim assim.

“Yeolkyeong-do chego. cheongshin-ryeokdo chego. Nuga uril kamhi kkeureo-nael tenga. Super Junior-neun wonrae maen jaman ppajin ireum hamyeo himsen tori Superman!”²

— Kyeolguk Super Junior, the last man standing!

E os dois gritaram juntos, lançando uma saraivada de tiros visando à multidão de zumbis que se reunira aos pés do prédio.

Não seria tão penoso continua sobrevivendo.


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Notas finais do capítulo

¹ Super Junior:
Nossa escala é a melhor
E nossa escala é a melhor
Tudo tem que ser o melhor
Em Super Junior só está faltando o "homem" do nome "Super Homem"
² Nossa paixão é a melhor
E nossa concentração é a melhor
Quem seria capaz de dizer que estamos acabados?
Em Super Junior só está faltando o "homem" do nome "Super Homem"
minha cachorra é personagem de fanfic lmao
O que vocês acharam, gente? Comentem, nem que seja pelo twitter. ♥
Vejo vocês em breve~~