Hermione De Cabeça Para Baixo escrita por Saggita


Capítulo 13
Capítulo 13 - Mistérios do passado e do futuro




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Hermione se encontrava na biblioteca, estudando solitária. Por mais desesperadora que fosse a situação, ainda assim os NOMs iriam ocorrer no final do ano – se Hogwarts estivesse de pé até lá. Ela se pôs a pensar como Dumbledore acabara sendo o herdeiro de Slytherin... Quer dizer, quanto mais tempo passava, mais ela descobria fatos surpreendentes. O que mais descobriria? O tempo passava, e a neve derretia lá fora.

“Enrolando o dever de casa, Senhorita Granger?” Orion disse em um tom divertido, sentando-se a frente de Hermione e inclinando-se para frente, a fim de ler o que ela havia escrito. Ela notou que não escreveu muito do seu dever de casa: só havia posto o cabeçalho. “Os usos de plantas mágicas influenciadas pelas fases da lua.” Orion tornou a sentar normalmente. “Ainda prefiro Transfiguração... Transformar uma mesa em um porco é muito mais interessante – se por acaso faltar bacon no café-da-manhã.”

“Pois eu acho que Herbologia é bastante útil.” Hermione respondeu, finalmente começando a escrever em seu pergaminho, constrangida. Orion espalhou o seu material de estudo, e começou também a fazer o seu próprio dever de casa. Só então ela ousou levantar o olhar.

Orion fazia cócegas no próprio queixo com a pena de escrever, lendo um livro bem velho e grosso – certamente Transfiguração avançada --, com os cabelos escorrendo para trás, presos em um rabo de cavalo baixo e algumas mechas caíam sobre os seus olhos. “Percebi que você acha Herbologia útil.” disse ele, levantando a cabeça com um sorriso.

“Ah...” ela viu, mais uma vez, que parara de fazer a sua tarefa. Escreveu os dois próximos parágrafos furiosamente, quase furando o pergaminho; sentiu, então, a leve carícia de uma pena em seu nariz. Orion ainda lhe sorria. “Você também não está estudando muito, não é?”

Hermione recebeu um dar de ombros em resposta, e mais uma cócega no nariz: “Nah... É difícil me concentrar.”

Ela ruborizou. “Não sei o que quer dizer.”

Orion inclinou-se sobre a mesa, apoiando o peso do seu tronco nos cotovelos: “Tão inocente. Sempre digo que os inocentes são os piores.”

“Eu...” Hermione não sabia o que responder. “Eu nunca achei que Abraxas fosse inocente.” Ela retrucou, enfim dizendo o que vinha deixando-a com uma pulga atrás da orelha desde o final das férias de Natal. Orion baixou a cabeça, rindo.

“Está certíssima.” Orion ficou sério, de repente. “Isso a incomoda?”

“Quê? Ah, não, claro que não, é só que nunca imaginei que...”

“Ei, eu só estava devolvendo a brincadeira.” Orion relaxou e deu de ombros. “Nós somos amigos faz tempo, só isso...” Agora ele havia se aproximado e acariciava a bochecha direita de Hermione com a pena. “O que tem sido bastante útil ultimamente, não acha...?” Então os olhos dele se desviaram para um ponto às costas de Hermione. “Mas está ficando tarde... Eu tenho que ir...”

Rapidamente ele já tinha o seu material dentro da mochila, e saía da biblioteca. Luc e Eileen, então, juntaram-se a Hermione, parecendo um tanto irritadas.

“Que aconteceu?”

“Nada.” Luc respondeu, um tanto séria demais. “É só que vi alguém que não queria ver...”

Hermione não teve dúvidas que ela se referia a Orion, porém não teve coragem nem de perguntar o porquê de tudo isso, e muito menos de dizer que o conhecia...

OoOoO

Abraxas nunca tinha parado para pensar como chão de Hogwarts era frio – não até que tivesse que descer vários andares descalço.

“Onde você estava, Malfoy?” A atarracada Monitora-chefe da Sonserina, Augusta Longbottom, rosnou assim que Abraxas encontrou-a na porta da ala hospitalar.

“Desculpe se não posso vir de umas das torres mais altas de Hogwarts para cá em dez minutos.” Respondeu ele sem se irritar.

“E cadê aquele outro?” Longbottom rosnou novamente. “O Riddle? Eu tive que chamá-lo também.”

“Não sei. Não sei se percebeu, mas eu não sou um mapa.” Abraxas dessa vez sorriu levemente, divertindo-se em alfinetar a sua colega. “Ah, olha ele ali.” Tom estava de sapatos e não parecia ter acabado de acordar, mas ainda trajava pijamas. Aparentemente, os dois fizeram escolhas diferentes: Abraxas preferiu vestir outra roupa ao invés de ir como estava.

“Que aconteceu?” Tom perguntou para Abraxas, ligeiramente sem fôlego.

“Dippet está doente.” Longbottom respondeu. “Quer falar com vocês.” Ela saiu marchando, então, e deixou-os sozinhos na frente da porta da Ala Hospitalar.

“Ela não nos disse de quê.” Abraxas observou. “Não que eu tenha a mínima intenção de chamá-la de volta.” ele acrescentou, rapidamente.

“Você acha que...” Tom murmurou, inclinando-se um pouco para ser ouvido. “Você acha que Dumbledore envenenou-o...? Quer dizer, faz tempos que Hermione ouviu Dumbledore dizer que ia assassinar Dippet, acha que é isso?”

Abraxas não teve tempo de responder: a porta da Ala Hospitalar abriu-se de súbito. McGonagall estreitou os olhos. “Dippet vai ver vocês agora. Teria sido o ideal que vocês tivessem ao menos a decência de colocar roupas decentes.” Seu olhar foi do pijama de Tom para os pés de Abraxas. “Creio que o diretor não os convidou para uma festa do pijama.”

“Ele vai nos ver independente da nossa indumentária ou não?” Abraxas perguntou suavemente.

“Vai.” McGonagall disse por fim, saindo a passos rápidos. Ambos os garotos franziram o cenho e entraram na enfermaria. As duas fileiras de camas a lados opostos estavam vazias, menos a cama mais próxima da porta, ocupada por Dippet que respirava fraca e rapidamente.

“Venham aqui...” ele disse, já sem fôlego. “Preciso falar... Com vocês...”

Quando os dois chegaram perto, Dippet foi sussurrando: “Fui à Floresta... Os centauros me disseram que... Senhorita Granger... De outro mundo...” Tom e Abraxas franziram o cenho simultaneamente, e Dippet sorriu: “Sim, sim... Grandes mudanças... Nas estrelas... Mas vim trabalhando... Em uma maneira de...”

O Diretor teve de parar de falar por um minuto.

“Mandá-la de volta... Para casa. Meu escritório... A senha é... Vira-tempo.” Dippet os mandou embora com as mãos. “Vão, vão, não tem tempo a perder...”

Eles saíram da Ala Hospitalar, rumando direto para a gárgula que guardava o escritório do diretor. No caminho, Abraxas disse: “Ele não foi envenenado, acho eu. Qual seria a graça disso?”

“Não acho que matar um diretor seja particularmente engraçado.”

“Pense, Tom! Dumbledore quer tomar Hogwarts de assalto, mas que graça teria se por acaso a morte de Dippet parecesse que foi causada pela velhice? Quão oportunista e covarde pareceria tomar Hogwarts depois que Dippet morresse naturalmente? Não, não... Dumbledore vai matá-lo com as próprias mãos. E logo, por isso que ele está dando o que quer que tenha conseguido fazer para levar Hermione de volta para nós. Ele sabe que vai morrer, Tom.  Talvez que Hermione fosse de outro futuro não foi a única coisa que os centauros revelaram a Dippet.”


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Notas finais do capítulo

Alguém aí pediu romance?