A Nightmare escrita por nsilvac


Capítulo 16
O Final do Massacre


Notas iniciais do capítulo

Outra fic com Myprerrogative: http://www.fanfiction.com.br/historia/249857/You_Got_Me



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Continuamos sentados nas poltronas enquanto passava os melhores momentos num telão que ficava atrás do presidente Snow. Flashes pra todos os lados, câmeras e mais câmeras nos filmando. Assistimos os melhores momentos que na verdade eram os piores. Apareceu, a morte de Gale, a morte de Rue, minuto por minuto, Peeta e Annie se machucando na primeira arena, foi horrível, parecia que Snow gostava de ver nossas caras de dor. E ele não estava com a melhor cara do mundo.

Quando acabou o vídeo, Snow andou até um altar que tinha mais no alto e bateu no microfone para ter certeza de que estava funcionando.

– Emocionante! Palmas para eles! – Snow disse e num segundo, estavam todos nos aplaudindo. – Sem mais de longas, Plutarch, venha coroá-los. – alguma coisa me dizia que Snow não aceitava muito bem aquilo de nós seis sairmos da arena. Ele olhava para mim e para Finnick com cara de desgosto.

Um homem veio nos coroar, Plutarch, Idealizador dos Jogos. Ele parou em minha frente, pegou uma coroa de ouro e prata e colocou em minha cabeça. As coroas eram iguais para todos. Cato foi o último a ser coroado.

– Mais palmas pessoal! – Snow não cansava daquilo? Ele estava nos provocando.

Nos levantamos e mais flashes nos atacaram, eles não queriam perder nem um segundo dos nossos movimentos. Agradecemos a todos e voltamos para nosso prédio. Eu e as meninas entramos no quarto, prestes a tirar nossos vestidos e até que alguém bateu na porta.

– Posso entrar? – era a voz de Haymitch abafada atrás da porta.

– Pode Haymitch. – eu disse me sentando na cama.

– Olá meninas... – ele nos cumprimentou.

– Johanna, esse é nosso mentor, Haymitch. – apresentei ele para Johanna que não fez uma cara muito agradável, mas isso era normal.

– Eu conheço ele. – disse ela com cara de poucos amigos.

– Vocês se conhe... – não consegui terminar de falar.

– O que você está fazendo aqui? – Haymitch me interrompeu.

– O que VOCÊ está fazendo aqui? – Johanna se levantou da cama nervosa ficando de frente para Haymitch.

– Pera aí vocês! Alguém pode me explicar? – perguntei me colocando no meio dos dois.

– Não vou explicar nada! – disse Haymitch me empurrando para o lado e pude reparar que ele segurava uma garrafa na mão.

– Me dá isso, você tá bêbado! – peguei a garrafa de sua mão.

– Quando ele não está bêbado? – Johanna o provocou.

– Quem você pensa que é, queridinha? – vi a raiva de Haymitch em seus olhos.

– Quem VOCÊ pensa que é? – Johanna gritava e estava nervosa também.

– Você pode parar de me repetir e me responder? – Haymitch se aproximava cada vez mais dela, os dois estavam com tanta raiva que o lugar estava pegando fogo, eles iam começar a se bater se alguém não fizesse alguma coisa.

– Opa, opa, opa! Parem com a gritaria se não a Effie vai reclamar! – me coloquei no meio dos dois de novo e os empurrei. – Agora me expliquem.

– Ele é meu padrasto. – Johanna disse com desgosto sentando de volta na cama.

– Padrasto? – eu estava chocada. – Eu nem sabia que você era casado! – olhei para Haymitch.

– Pois é queridinha, eu sou. – disse ele pegando a garrafa da minha mão e saindo pela porta.

– Padrasto? Sério? – perguntei enquanto fechava a porta.

– Sim, ele é casado com a minha mãe há uns quatro anos.

– Nossa, por essa eu não esperava. – disse Annie se abanando com uma das mãos.

– Enfim, ele é ridículo. – disse ela tirando os sapatos. – Tenho vontade de matar esse cara.

– Mas... – não conseguir terminar porque alguém bateu na porta.

– Posso entrar? – a voz de Effie cantarolava do outro lado da porta.

– Pode... – resmunguei.

Effie entrou em um disparo, saltitando de um lado para o outro em nosso quarto.

– O que você quer? – perguntou Annie tirando os sapatos.

– Não, não, não! Pode colocando os sapatos de volta, eu vim tirar uma foto de vocês. – ela estava com um sorriso enorme no rosto.

– Fotos não! – reclamou Johanna.

– Pare de reclamar senhorita Mason, pensa que eu não escutei você gritando? – disse Effie levantando Johanna da cama com um puxão no braço.

– Ai! – reclamou ela. – Eu sei levantar sozinha.

– Prontas? – perguntou Effie com a câmera já pronta.

– Sim... – resmungamos e sorrimos sem nenhuma vontade.

– Digam “X”! – Effie disse e tirou a foto. – Ótimo! Agora podem descansar. – Effie saiu saltitando do quarto batendo a porta logo em seguida.

– Quem toma banho primeiro? – quase não deu tempo de eu perguntar e Johanna já estava trancada no banheiro.

Me deitei na cama ao lado de Annie e logo alguém bateu na porta. Me levantei resmungando e abri.

– Mas que droga! – disse sem olhar quem era.

– Estou atrapalhando? – Peeta perguntou sorrindo torto.

– Ah, é você, sim... Quero dizer, não. Espera aí! – voltei para dentro do quarto e avisei Annie que ia sair.

Sai do quarto e bati a porta, caminhei pelo corredor com Peeta e descemos para o saguão do prédio.

– Agora posso falar? – ele perguntou sentando num sofá e batendo ao seu lado para eu sentar.

– Pode... – sorri para ele sentado no sofá.

– Lembra da nossa noite especial? – ele olhou para mim e senti minhas bochechas esquentarem.

– Que noite especial? – perguntei tentando disfarçar.

– Você sabe Katniss, você não sabe fingir e muito menos disfarçar. – disse ele.

– Lembro... – minhas bochechas estavam pegando fogo, passei as mãos no rosto para sentir e estavam realmente quentes.

– Tá com vergonha? – perguntou ele tirando minhas mãos do rosto.

– Eu? Não? Por que eu estaria? – respondi tão rápido que eu não entendi.

– Porque você tá com as bochechas vermelhas e tá falando tão rápido... – ele riu.

– Não ri! – eu disse, mas comecei a rir.

– Não fica brava, você fica linda assim. – corei mais ainda, se isso era possível.

– Fico? – minha voz falhou.

– Sim... – ele ficou me olhando um tempão e me deu um beijo na testa.

– Continua... – disse para ele continuar falando do assunto do começo.

– Ah sim... O que eu estava falando mesmo? – perguntou ele, mas ele sabia, ele só queria que eu falasse.

– Você sabe do que... Eu não vou falar. – apoiei minha cabeça numa das mãos. – Continua...

– Eu não lembro Katniss... – como ele podia ser tão sonso? – Me ajuda a lembrar... – um sorriso começou a se formar no seu rosto.

– Eu não vou fazer isso. – cruzei os braços.

– Tudo bem então, quando eu lembrar, vou até seu quarto e falo. – ele se levantou do sofá e começou a andar.

– VOCÊ ESTAVA FALANDO DA NOSSA NOITE ESPECIAL! – eu falei um pouco alto demais, porque todos que estavam ali olharam para mim, mas logo pararam de olhar.

– É verdade! – Peeta olhou para mim e começou a rir.

– Até parece que você não lembrava. – olhei para ele.

– Você me conhece muito bem Katniss. – Peeta sorriu torto. – Amanhã eu vou te levar para jantar.

– Pra jantar? Onde? – perguntei realmente curiosa.

– Você vai ver. – ele deixou no mistério.

Peeta foi comigo até a porta do meu quarto e já era bem tarde da noite.

– Te vejo amanhã? – perguntei ficando na ponta dos pés segurando em seus braços.

– Com certeza. – ele se inclinou e me beijou.

– Boa noite. – eu disse me afastando do beijo e abrindo a porta.

– Boa noite. – ele piscou para mim e foi embora.

Esperei ele desaparecer no corredor para entrar pro quarto. Encostei do lado de trás da porta e suspirei. A luz estava apagada e Johanna e Annie estavam dormindo. Chutei as sapatilhas para algum canto que não enxerguei, entrei no banheiro e me tranquei lá. Abri o chuveiro na água morna e esperei a água esquentar um pouco. Tirei o vestido e prendi o cabelo num coque. Peguei uma presilha na gaveta e prendi a franja. Entrei debaixo do chuveiro e a água estava muito boa. Deixei ela cair em cada canto do meu corpo, me deixando bem relaxada. Fiquei com as costas para a agua cair e me massagear. Fechei o chuveiro e me enrolei numa toalha. Meu corpo começou a reclamar, cada parte estava dolorida. Sai do banheiro e fui até o closet, escolhi um pijama, coloquei e joguei a toalha em qualquer lugar. Me deitei e logo dormi.

Acordei no dia seguinte com uma coisa estranha na barriga, um friozinho irritante. Eu sabia que era por causa da noite com Peeta, mas por que aquilo? Por que se eu já tinha feito aquilo antes? Aquilo matutou na minha cabeça o dia inteiro. Fiquei imaginando milhões de coisas até que Johanna fez o favor de me atrapalhar.

– Ei, você não vai sair pra comer? – disse ela atacando um travesseiro na minha cara.

– Já vou! – reclamei atacando outro nela.

– Vamos tomar café lá em baixo, a Effie pediu pra eu falar pra você não demorar. – Johanna saiu do quarto batendo a porta.

Me espreguicei e fui pro closet me trocar. Nas prateleiras, cada dia tinha uma roupa diferente e Effie me irritava com isso. Peguei as roupas que marcavam quarta-feira e as vesti junto com um tênis.

Saí do meu quarto e caminhei até o elevador. Entrei e alguém gritou “segura!”. Era Peeta que colocou uma das mãos nas portas do elevador para não fecharem. Ele entrou e enfim descemos. Nosso quarto era no último andar do prédio, o que demorou um pouco para chegarmos no térreo. Escutei Peeta dar um sorrisinho e eu sabia o porquê, mas mesmo assim perguntei.

– O que foi? – perguntei olhando para ele.

– Nada... – ele sorriu de novo.

– Fala logo Peeta... – insisti.

– É que da ultima vez que ficamos sozinhos no elevador... – ele parou.

– Ah, era isso. – gargalhei. – Pois é... – a porta do elevador abriu e eu sai em sua frente.

Procuramos a mesa que falaram e nela estavam Cinna, Portia e toda equipe de preparação, Haymitch, Effie, Cato, Johanna, Annie e Finnick. Mas o que mais me surpreendeu, Snow estava sentado na ponta da mesa. Procuramos duas cadeiras vazias e sentamos.

– Posso falar? – Snow se levantou da mesa olhando para todos.

– Pode. – Haymitch disse.

– Estou aqui só para marcar uma reunião na minha casa com vocês seis. – ele apontou para mim e para os outros. – Amanhã de manhã pode ser? – ele não deixou a gente responder. – Pode ser não, será amanhã.

– O que você ai fazer com a gente? Nos matar? – tentei me segurar, mas as palavras saíram da minha boca sem eu perceber.

– Não brinque com a sorte. – disse ele se aproximando tanto de mim que pude sentir o cheiro de cigarro das suas roupas.

Ele saiu da mesa e foi caminhando até a porta de saída do prédio.

– Você não consegue segurar essa sua língua? – Effie perguntou apertando meu braço.

– Desculpa. – eu estava realmente arrependida e com medo.

Seguimos para nosso andar em silêncio, era de tarde e ninguém falava nada. Entrei no meu quarto com as meninas e deitei na minha cama. Escutei a porta batendo com força e me assustei.

– Você ficou maluca? – Annie perguntou se aproximando de mim.

– Por quê? – tentei disfarçar.

– Katniss, está escrito “palhaça” na minha testa? – Annie estava nervosa.

– Não... – respondi em um fio de voz.

– Então me responde! – Annie estava gritando.

– Ai Annie! Desculpa! Eu só não consegui segurar as palavras! Simples! – respondi andando para trás pra me afastar de Annie.

– Simples? Desculpa eu me intrometer, mas Katniss, simples vai ser quando ele matar você! Isso sim vai ser simples. – Johanna bufou e sentou na cama.

– Que seja, agora já passou, já falei, agora eu tenho que ir me arrumar. – disse me levantando da cama e saindo pela porta.

– Aonde você vai? – perguntou Annie indo atrás de mim.

– Vou sair com Peeta. – pisquei para ela e fui para o elevador.

Fui até a sala de Cinna naquele mesmo prédio e bati na porta.

– Você chegou! Pensei que tinha esquecido da hora... – Cinna sorriu.

– Não, podemos começar? – perguntei animada.

– Claro que sim! – Cinna parecia animadíssimo.

Cinna começou a passar alguns panos por meu corpo, medindo pra lá e pra cá. Algumas vezes um sorriso saia de seu rosto. Passamos horas e horas trancados naquela sala, até que olhei no relógio que marcava 20h20.

– Meu Deus! Estou atrasada! – dei um pulo fazendo Cinna me espetar com uma das agulhas. – Ai!

– Calma aí! Estou acabando aqui... – Cinna deu os últimos retoques no vestido e eu estava pronta.

Me olhei no espelho. Cinna tinha feito o vestido laranja, a cor preferida de Peeta. O vestido era, sem dúvida nenhuma, o mais bonito que eu já usei enquanto estava lá, era simples, mas era bonito. Era de seda e ia até o meio das minhas coxas, na parte do busto, o decote formava um coração e as mangas que cobriam meus ombros. Eu estava quase sem maquiagem, só com um risco preto nas pálpebras.

– Agora coloque isso. – Cinna disse colocando no chão, um par de sapatos cinza claro.

Vesti e fiquei alta, não na altura de Peeta, mas bem alta. Não liguei muito pra isso, estava concentrada demais tentando achar um jeito daqueles sapatos não machucarem meus pés, o que parecia meio impossível. E meus cabelos, estavam soltos formando ondas perfeitas. Me olhei no espelho de novo antes de sair e gostei do resultado.

– Obrigada Cinna, estou ótima. – o abracei.

– Divirta-se. – disse ele enquanto eu saia pela porta.

Eu tinha marcado com Peeta no mesmo lugar de ontem de noite, no mesmo sofá e na mesma hora. Fui caminhando até lá bem devagar, com um frio na barriga incomodante. Parei no vão da porta que dividia o saguão do corredor onde ficavam os elevadores e percorri os olhos por lá. Peeta estava sentado no sofá. Ele usava uma camisa branca com alguns botões abertos e os cabelos do jeito que eu gostava, bagunçados. Ele olhava de um lado para o outro e para o grande relógio que tinha bem a sua frente.

– Vamos lá Katniss, é só o Peeta, não seja covarde. – disse para mim mesma sem coragem de encontra-lo.

Quando dei conta de mim, eu já estava atravessando o salão e Peeta olhava para mim com um sorriso enorme no rosto. Parei em sua frente e ele se levantou me olhando dos pés a cabeça.

– Você... – Peeta não continuou.

– Eu o quê? – eu sabia o que ele ia falar, mas eu queria escutar ELE falar.

– Tá linda. – Peeta disse e sorriu em seguida. – Essa é...

– Sua cor preferida, eu sei. – disse o interrompendo.

– Então isso tudo é pra mim? – perguntou ele pegando uma das minhas mãos me fazendo dar um giro.

Assenti com a cabeça sem conseguir responder. Peeta entrelaçou seus dedos nos meus e me levou até o lado de fora do prédio onde um carro nos esperava.

– Aonde você vai me levar? – perguntei entrando no carro.

– Você vai ver. – ele piscou pra mim e o carro começou a andar.



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Notas finais do capítulo

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