Eu estava entrando no altar. O vestido branco caia de leve no chão, e o véu me envolvia meu rosto por completo. Olhei para frente, a ponto de o ver sorrindo pra mim, Percy. Meu pai não me segurava pelo braço como eu sempre sonhei, não. Alcancei meu noivo, em breve marido, lhe dei um breve selinho e a cerimônia se seguiu.

"O tempo está passando

Muito mais rápido do que eu

E eu estou começando a me arrepender 

de não passá-lo com você"   

Olhei para trás em quanto escutava atentamente o pastor a frente dizer suas palavras.Eu o vi. Meu pai sorria pra mim, de uma forma contagiante, como sempre fazia. Ele estava ao lado da minha mãe, e quando nossos olhares se encontraram, eu me senti segura.

"Agora eu estou imaginando

porque deixei isso preso dentro de mim

Então, estou começando a me arrepender 

de não ter dito tudo para você

Então, se eu ainda não o fiz,

 tenho que deixar você saber"   

Naquele pequeno momento de trocas de olhares, eu me lembrei de alguns anos atrás, quando eu estava nervosa por causa da formatura. Eu era apenas uma das formandas para os professores, porém, contudo para ele eu era a única. Seu sorriso paterno estava estampado em seu rosto, e isso me deu forças para subir ao palco e pegar o meu diploma.

"Você nunca vai estar sozinha

De agora em diante

Mesmo que você pense em desistir

Não vou deixá-la cair

Você nunca vai estar sozinha

Vou te abraçar até a dor passar" 

Alguns anos se passam, e eu volto para a minha cidade natal. Toco de leve em algumas coisas velhas, que eu não via a algum tempo. Percy me espera no carro, em quanto eu averiguava algumas outras coisas, como uma bicicleta antiga por exemplo. 

 Eu me lembro de quando ele me ensinou a andá-la.Eu lhe disse que tinha medo de cair, ele disse que me seguraria se isso acontecesse. Me empurrou com força, e então senti o vento batendo no meu rosto, os cabelos loiros caindo para trás, e quando me virei, ele aplaudia e sorria, como se soubesse que eu iria conseguir. 

Saio da casa com a lembrança na cabeça, me dirijo até o carro, e antes de entrar no mesmo, olho para trás, a ponto de vê-lo acenando pra mim.Aceno de volta e entro no carro sorrindo.

"E agora, enquanto eu puder

Estarei te segurando com ambas as mãos

Pois sempre acreditei

Que não há nada que eu precise a não ser você

Então, se eu ainda não o fiz,

Tenho que deixar você saber"   

Contudo, ainda no carro, me lembrei de algo ainda mais triste, o velório. Foi quando eu, ainda pequena, com uns cinco anos peguei a rosa que nós dois cultivamos juntos e a coloquei delicadamente sobre... ele.

   Todos os momentos que ele estava comigo, que eu me virava e podia vê-lo eram apenas reflexos. Meu pai morreu antes de me ver formar, casar, ter filhos... mais eu sei de algo... eu nunca vou estar sozinha.

"Ooooh!Você tem que viver cada dia

Como se fosse o único

E se o amanhã nunca chegar?

Não o deixe escapar,

poderia ser a nosso único dia

Você sabe que apenas começou

Cada dia, pode ser nosso único

E se o amanhã nunca chegar?

Amanhã nunca vai chegar?

O tempo, está passando

Muito mais rápido do que eu

Estou começando a me arrepender

de não ter dito tudo para você

Você nunca vai estar sozinha

De agora em diante

Mesmo que você pense em desistir

Não vou deixá-la cair

Quando toda a esperança se for

Eu sei que você pode continuar

Vamos ver o mundo sozinhos

Vou te abraçar até a dor passar

Eu estarei lá de qualquer forma

Não vou desperdiçar mais nenhum dia

Eu estarei lá de qualquer forma

Não vou desperdiçar mais nenhum dia"