Meses se passaram e já estava chegando o final do semestre quando surgiu um feriadão e decidimos ir acampar, fomos para um lago com camping que os meninos conheciam, chamado Cristal Lake. Falando em meninos, havíamos conhecido uns garotos novos, Jonathan e Robert; Jonathan era da escola e já demonstrava interesse por Melanie, mas Robert era mais velho que a gente, estava na faculdade, parece ser comprometido com alguém, tem cara de uns 20 anos, mas os dois eram bem legais e se enturmaram com a gente apesar de Robert já ser amigo de Richard há algum tempo. E tinha mais um casal com a gente, Clair e Edward, que eram primos de Annie e tinham vindo passar as férias por aqui.

Dez horas da noite nos sentamos em volta de uma fogueira e ficamos fazendo marshmallow e de bobeira enquanto Ruan tocava violão pra gente e Annie cantava. Enquanto isso John (Jonathan) tentava desenrolar a Mel, mas não demorou muito pra que não só o fogo da fogueira, mas as coisas também esquentassem. Tudo ali poderia estar quente, menos Geovanna e Richard, ela não estava sendo a mesma com ele, estava extremamente fria. Já havia algum tempo que eles estavam namorando, acho que uns 5 meses e ela costumava pisar em algumas pessoas ou ser arrogante as vezes, mas nada tão estranho como agia agora com Rick. Ele poderia ter vacilado com ela, mas com certeza ela diria, então eu não conseguia entender o comportamento dela, e o pior é que só eu percebia. Seria alguma coisa comigo?

Geovanna’s P.O.V.
Há poucas semanas tinha voltado do velório da minha avó, mas não era como se alguém soubesse. Dei a desculpa que estaria em uma viajem de família, mas não especifiquei nada para ninguém, só que eu não esperava que nessa viagem minha avó fosse me deixar sem sono. Antes voltar para Toronto ela me deixou uma caixa que dentro continha uma carta acompanhada de uma espécie de diário, e agora, cada vírgula contida nesta carta rolava por minha mente. Como nada mais se passava na minha cabeça resolvi reler a tal carta para achar mais algumas pistas.

“ Olá Geovanna, minha queria neta.
Ainda posso te chamar assim? Você deve estar se perguntando porquê eu te escrevi essa carta ou porquê foi parar em suas mãos e não deve entender o motivo para que eu depois de tantos anos esteja te procurando; mas espero que minhas próximas palavras possam te explicar e tirar tais duvidas. Eu e sua mãe nunca fomos muito amigáveis e a ultima vez que te vi foi quando você tinha apenas 3 anos de idade... Você era uma menina linda, de bochechas rosadas com sardinhas e o cabelo cor de fogo onduladinho, e eu sei que você ainda está linda como sempre foi. Mas eu cometi um grande erro. Eu espero profundamente que você acredite em tudo que eu te digo aqui e que um dia tente me compreender, e além disso, nunca bote a culpa em ninguém além de mim ou dos seus ancestrais. Minha filha, eu tive um passado marcado por maldições que vieram de sua tataravó. Por acaso já ouviu falar em feiticeiros, bruxos e uma coisa chamada Elixir? Eu tenho certeza que sim, nem que seja nesses filmes e livros que já possa ter visto, e na realidade nada é tão diferente quanto que trazem nessas ficções. Porém eu sou uma feiticeira, gerada de uma bruxa, e eu te peço: continue lendo. Sua avó conviveu com algumas pessoas erradas e quando eu nasci tive que fazer escolhas opostas as dela mas graças a Deus, assim, sou considerada uma feiticeira que procurou solucionar as bagunças feita pelos bruxos de nosso passado. Sua bisavó prosseguiu da mãe dela, viveu na França com uma família de bruxos mas não fez muitas coisas boas... Ela amaldiçoou muita gente, gente que até hoje esta viva, gente que convive com você. Sim Geovanna, com você. Deve estar se perguntando como que eu sei disso, pois bem, quando você tinha 3 anos, eu lhe joguei um feitiço, feitiço que mantive longe de sua mãe assim como toda essa história pois naquela época eu consegui dobrar o destino e afastá-la de tudo mas infelizmente eu não pude fazer o mesmo contigo e agora desvendar o fim de um mistério está em suas mãos.
Sua bisa amaldiçoou uma família de camponeses, que morreu em um ataque terrorista fajuto, mas felizmente ou infelizmente o filho deles vingou mas ele manteve a mesma idade de 5 anos. Anos se passaram e esse menino acabou chegando em minhas mãos através de um homem que procurava desvendar o mistério dele, mas eu não consegui, apenas pude fazer com o que o garoto voltasse a crescer normalmente a partir desses 5 anos, e hoje ele dever ter por volta de 18, fora isso, já estaria com 135 anos. E ainda assim você se pergunta o que tens a ver com isso... Tudo. Esse garoto ainda é amaldiçoado e só você pode deter isso, é preciso que ele procrie antes de completar 25 anos, se não todos coligados a ele vão sofrer com uma alma que pode voltar. Mas minha querida preste bem atenção, ele obrigatoriamente tem que procriar com você, pois és a descendente de Nathelie Marksewrst, sua bisa que o amaldiçoou, terás que ter um filho com ele, e quando a criança completar 5 anos ela terá que morrer. Como eu sei disso tudo¿ Com do feitiço estive de olho em sua vida através de um espelho, até completares 16 anos e assim eu morreria e a missão ficaria contigo. Me perdoe mais uma vez por lhe causar tudo isso, mas para que mais ninguém sofra é necessário. Esta não será difícil, o garoto está mais perto do que pensas, seu nome é Richard Adams Huntersoon. Ele mesmo minha querida, seu namorado. ”

E agora eu sabia que havia me metido em um pesadelo sem aviso prévio. Após ler esta carta pela primeira vez eu fiquei em choque por uns 2 dias. Eu simplesmente não acreditava até que comecei a ter sonhos que coligavam as coisas e geravam algo dentro de mim que me fazia acreditar em exatamente tudo, mas não foi assim de cara. Comecei vindo pelo caminho errado, e apesar de entender e acreditar eu não aceitava que aquilo era para ser feito por mim. Eu precisava achar um meio de me safar daquilo, de dobrar o futuro novamente, por mais graves que as consequências seriam.

Eduarda’s P.O.V.

Acordamos por volta das 10 da manhã do dia seguinte, alguns com enxaqueca por conta das doses de vinho da noite seguinte. Ruan ainda rolava no colchonete e não queria se levantar, me puxou e me prendeu entre seus braços me forçando a ficar ali deitada por mais uns instantes o observando “dormir”. Eu não precisava repetir que ele era lindo, até assim, com a cara amaçada, cabelo bagunçado, e a baba escorrendo. Sim ele babava e roncava, como qualquer outro e não deixava de ser sexy. A alegria do sono dele logo iria acabar, Richard começou a balançar a barraca e chutar o lado que ele dormia, fazendo grunir acordando com certa revolta, eu logo sai de perto e comecei a rir. Richard abriu a barraca dando de cara comigo;

- Desculpa Eduarda, não sabia que você estava dormindo ainda também! – disse ele parecendo surpreso.

- Tudo bem Richard, o Ruan não quer levantar.

-É vim acordar esse mendigo demente de cara amassada.

- Me deixa dormir, filho da mãe! – Ruan disse em alto e bom tom, com o rosto virado pro travesseiro, e antes que Richard fizesse alguma coisa eu sai da barraca e logo em seguida vi a mesma sendo deixada por Ruan que estava sendo puxado pelas pernas junto com o calção quase ficando nú, por Richard. Ele xingava palavrões e tentava se livrar ainda com os olhos meio fechados, enquanto Richard continuava o puxando com um sorrisinho macabro no rosto, mas o soltou logo depois no meio do camping enquanto todo mundo ria.

- Seu veado! – disse Ruan rindo também, se recompondo e tentando levantar pra revidar em Richard.

Deixei os dois se matando e fui arrumar o café com Clair, que parecia ser uma das únicas que também não estava de ressaca.

- Bom dia! – disse ela sorrindo pra mim

- Bom dia, dormiu bem? - perguntei simpática

- Sim, fora os roncos do Ed – ele disse entre risos – e você?

- Sim, fora os roncos do Ruan – ri com ela. – Clair, e cadê as meninas?

- Bom, a Melanie tá sumida desde ontem a noite com o John, a Annie acho que ainda tá dormindo, e a Geovanna, bem, ela também não vejo desde ontem a noite, mas acho que deve estar no lago.

- Ah, sim. Annie vai acordar mais drogada do que o normal, imagino.

- Concordo – disse Clair. E dali nos concentramos no café e botamos todo o resto do pessoal que ainda estava dormindo pra acordar. Eu ia perguntar pra Richard sobre Nana mas preferi pedir a Ruan, e segundo ele parece que ela realmente havia acordado cedo e ido pro lago. Quando estávamos nos sentando pra tomar café, Geovanna apareceu do nada e se sentou do meu lado me dando um certo susto.

- Bom dia, Dudinha! – ela disse animada, e por um segundo parece que nada havia acontecido. Na verdade nada aconteceu realmente, mas sei lá, parecia que estava tudo bem e percebi que poderia estar mesmo.

-Bom dia Nana, te procurei quando acordei... Onde você estava?Você esta bem?

- Calma rapá, tá parecendo o Rick me enchendo de perguntas – ela disse sorrindo, pegando alguma coisa pra comer – Está tudo bem sim, e eu só acordei mais cedo do que esperava e fui dar uma volta no lago pra pensar – ela prosseguiu me dando um sorriso confiante e eu acreditei, pois parecia ser só isso mesmo. Parecia.